quinta-feira, 2 de julho de 2020

Retornando

Caros amigos e seguidores, em breve estarei retornando a escrever as minhas opiniões sobre a realidade do nosso país e do mundo nos aspectos econômico, social e político. Abraços.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Até 2018

Caros leitores, desejando a todos um feliz 2018 repleto de felicidades e muita saúde, que neste novo ano que se iniciará, todos os seus sonhos possam ser realizados é o desejo de todo o meu coração. Infelizmente o ano que se encerra para mim apresentou algumas dificuldades de saúde o que comprometeu a minha atividade profissional. Estou em recuperação e tenho certeza que 2018 as coisas aconteceram de forma diferente. Entro em férias e retorno com a saúde equilibrada no mês de fevereiro de 2018. Felicidades para todos.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Reafirmando

O professor Delfim Netto em artigo no Jornal Folha de São Paulo no dia 22\11\2017, cujo título é "É preciso reafirmar algumas verdades da economia", que aconselho a todos os estudiosos desta ciência a ter acesso ao  excelente artigo do mestre que descrevo a seguir:' Há algumas "verdades" que precisam ser reafirmadas permanentemente. A ilusão que domina a ideologia (não o conhecimento empírico) de alguns economistas pode ser extremamente prejudicial ao processo de desenvolvimento robusto, inclusivo e sustentável, que é o quadro necessário, mas não suficiente, para a construção de uma sociedade civilizada. São elas:

1) O desenvolvimento econômico de um país como o Brasil, que tem dimensão para sustentar ganhos de escala em muitos setores, depende de uma combinação inteligente de políticas de "substituição de importação" e "expansão da exportação" induzidas por estímulos adequados pelo uso dos "mercados";
2) O desenvolvimento é apenas o outro nome da produtividade do trabalho que depende do estoque de capital disponibilizado por unidade de mão de obra capaz de operacionalizá-lo e do "tamanho" do mercado ampliado pela exportação. Em outras palavras, depende da quantidade e qualidade do investimento e da exportação;
3) "Qualidade" no investimento significa a existência da preocupação de manter-se no "estado da arte" na tecnologia graças à existência da demanda interna e externa. Na exportação, "qualidade" significa diversificação na oferta (agricultura, indústria e serviços), cuja demanda externa tem evolução muito diferente na expansão da economia mundial e na demanda interna (evitar a dominância de um ou dois compradores).
Esses são princípios gerais que devem organizar a política de exportação que, no Brasil, como em qualquer outro país, estão longe do "curto-prazismo" que recomenda que "se deixem as vantagens comparativas naturais funcionarem" que tudo estará resolvido. Em primeiro lugar porque, quando há liberdade de movimento de capitais, a taxa de câmbio deixa de ser um preço relativo e transforma-se num ativo financeiro cujo valor depende do diferencial de juros interno e externo e tem pouco a ver com a economia real. Em segundo lugar porque a exportação precisa de outras intervenções, tais como:
1) Como a exportação depende da importação, esta, quando destinada a ser insumo da primeira, tem que ser expedita e absolutamente livre da burocracia e de impostos, como foi no velho "draw-back verde-amarelo";
2) Nas cadeias longas, o diferencial de juros reais é muito importante na formação dos preços e na competitividade;
3) Ninguém exporta imposto ou contribuição como se especializou o Brasil, no delírio produzido por governos autofágicos que "só pensam naquilo": extrair da sociedade enganada a receita para pagar salários e a aposentadoria do seu funcionalismo.

E a taxa de câmbio? É só mais um detalhe!' Parabenizo o mestre pelo excelente artigo produzido.


segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Os presidenciáveis

Mais uma vez abro espaço para o maior economista do Brasil o professor Antonio Delfim Netto, em artigo publicado na Folha de São Paulo no dia 25\10\2017 , cujo título é : "Até agora, só conhecemos ridículas bravatas dos presidenciáveis". A seguir o artigo do mestre: Chama-se "desenvolvimento econômico" o aumento continuado de quantidade de bens e serviços à disposição da sociedade numa unidade convencional de tempo.Imagine uma tribo nômade de colhedores de alimentos, num espaço físico limitado que define como seu. O que é, para ela, o "desenvolvimento econômico"? É a quantidade de frutos que pode "colher" na produção natural espontânea no seu território de acordo com a variação climática (que impõe o nomadismo). Ela só pode crescer por dois caminhos: 1º) aumentando a "eficiência" da colheita ou 2º) descobrindo novas fontes comestíveis.
Um exemplo do aumento da "eficiência" é poder colher os frutos que não estão ao alcance da mão, "inventando" uma escada, por exemplo. Isso exige a "imaginação" de alguém do grupo e a aceitação que alguns membros da tribo se dediquem à sua construção em lugar de colher frutos. Quando estiver pronto, o que será a escada" para o grupo? Um "bem de produção", isso é, trabalho "morto" cristalizado num objeto que, quando usado pelo trabalho "vivo", aumenta-lhe a produtividade.
O "aumento da quantidade de bens e serviços à disposição da sociedade" (o desenvolvimento) é apenas o resultado físico do aumento permanente da produtividade do trabalho. Isso dará origem, com o passar do tempo, a uma divisão da sociedade: colhedores (consumo) e produtores de escada (investimento), com formidáveis consequências sociais e econômicas.
Pois bem. Pelo menos 15 mil anos nos separam dessa sociedade imaginada, mas a dinâmica do desenvolvimento é essencialmente a mesma. Ele é o apelido do "aumento da produtividade do trabalho" e continua a depender da quantidade e qualidade dos "bens de produção" alocados a cada trabalhador com capacidade para operá-lo. Na linguagem moderna, "a quantidade de bens e serviços à disposição da sociedade" é o Produto Interno Bruto (PIB), dividido entre bens de consumo e bens de investimento.
Se a produtividade de cada trabalhador depende da quantidade e qualidade do "estoque de capital que lhe é alocado", o crescimento econômico exige que ele cresça (pelo investimento) mais do que a mão de obra empregada, ou seja, deve haver uma harmonia entre o consumo e o investimento. Esse é o problema não trivial a ser resolvido —dentro de qualquer estrutura produtiva— por quem detém o poder político na sociedade.

O que se espera, portanto, são as soluções concretas para nos tirar das trevas dos aspirantes à Presidência em 2018. Até agora, infelizmente, só conhecemos ridículas bravatas e decepcionantes conversas "para boi dormir" de cada um dos pretendentes. Precisamos de alguma luz no horizonte. Parabéns pelo artigo.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Brasil da vergonha

A editora Abril, lançou a Veja: A história é amarela: uma antologia de 50 entrevistas da mais prestigiosa seção da imprensa brasileira. Ao analisar os entrevistados, fui reler a entrevista do senhor Amaro João da Silva, realizada em 18 de dezembro de 1991. O trabalhador rural de 46 anos que mede 1,35 metro, protótipo de geração nanica do Nordeste, afirma que morrerá como veio ao mundo: nu e com fome. O médico Meraldo Zisman, que pesquisa os problemas da desnutrição no Nordeste desde 1966, examinou o trabalhador rural e constatou que o senhor Amaro não tem problema endocrinológico nem genético. É um caso de nanismo nutricional. O professor de nutrição da Universidade Federal de Pernambuco Malaquias Batista Filho fez um diagnóstico idêntico: "o componente mais significativo que gerou o nanismo de Amaro é o nutricional". Os resultados confirmam que Amaro, cuja estatura equivale à de uma criança de 12 anos, é o protótipo da geração nanica que se expande no Nordeste do Brasil. Amaro vive em um país bem diferente daquele onde as pessoas têm aparelho de som, TV e forno de micro-ondas, todo mundo faz pelo menos três refeições por dia. Não sabe quem é o presidente da república nem nunca ouviu falar em Xuxa. Tem treze filhos é morador do Engenho Bondade, em Amaraji, a 100 quilômetros do Recife,ele trabalha nos canaviais da Usina Bonfim e sustenta toda a família com um salário miserável. Mora com a mulher e doze dos seus filhos em uma casa de barro batido, com 40 metro quadrados, sem energia elétrica nem água encanada. Não é religioso, mas acredita em Deus e nos santos, acredita que eles protegem as pessoas de coisas ruins. Um dos seus sonhos era comer um galeto bem assado, foi levado para o Recife e,numa churrascaria, almoçou um galeto pela segunda vez na vida. Acha que cresceu pouco por trabalhar muito e passar muita fome. Conhece muita gente com a sua estatura e afirma que cinco dos filhos não vão crescer. De manhã só toma café. No almoço, come feijão com muita farinha. E carne de charque, quando dá.De noite, batata doce ou macaxeira,que planta na roça nos fundos da casa. Para ter forças para trabalhar o jeito é dormir um bocado para não ter fome, os filhos pequenos tomam leite (uma lata tem que dar para o mês inteiro) A mulher tem que misturar com muita água para a lata durar. E carne come uma vez por ano, quando a mulher compra meio quilo. Além dos bichos que caça como lagarto, tatu, paca tamanduá,preá e lontra. Nunca usou uma escova de dentes, todos os seus dentes foram arrancados e usa chapa.Não sabe ler e nem escrever.Ensina aos filhos que respeitem os mais velhos, não tocar no que é alheio e não tirar a vida de ninguém.Às filhas , falo que devem se casar e tomar conta dos filhos. Diz , também que eles precisam  aprender a ler,escrever e fazer contas para não ser explorados. Não tem televisão, nos domingos tomo dos copos de cachaça depois tomo banho e vou dormir. Tinha um rádio, que vivia encostado porque o dinheiro não dava para pra comprar as pilhas. Um dia caiu e quebrou. Aí eu dei pra minha filha, de presente de casamento. Se ela quiser,é só mandar consertar.Tem consciência que é explorado pela usina onde ele trabalha. Não só ele, mas todo mundo que é empregado dos usineiros.Diz que sua vida é cansativa mas não tem jeito de ser diferente. Cada dia ,a miséria e o sofrimento aumentam.Acredita em Deus, no padre e nos políticos. Diz que o padre só fala o que direito e o político dá tudo o que promete (quanta ingenuidade). Trabalho a 23 anos para a usina Bonfim. E o que eu tenho? Vou morrer como nasci: nu e com fome. Essa entrevista deveria ser lida por todos os estudiosos, políticos e apresentado em debate nas Universidades para que os alunos tenham conhecimento desta miserabilidade que assola este país. Os políticos ladrões deveriam se envergonhar dessa situação por que passa milhões de brasileiros. Não vá pensar que as coisas mudaram significativamente de 1991 à 2017. Esse é o retrato que prevale ainda hoje nos lares de muitos trabalhadores brasileiros. O Brasil da vergonha e dos políticos ladrões.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Brasil atual

Quando analisamos as condições de vida da sociedade brasileira em sua grande maioria apresenta uma qualidade indesejável de ser vivida. A quantidade de famílias em condições terríveis de sobrevivência em todo o território nacional nos envergonha. Na realidade a um excesso de falta nos lares dos brasileiros. A pobreza é estampada em cada recanto, falta habitação, alimentos, educação, segurança, saneamento, transporte e lazer. Nas grandes cidades e já presente nos interiores a industria do pó,leva a morte um número considerável de jovens  todos os dias. Um quadro político em que ninguém confia, os desvios, o enriquecimento de muitos dirigentes em detrimento da miserabilidade de muitos. A desigualdade em nosso país é gritante e estimula ainda mais a violência. As políticas públicas precisam ser orientadas para conter a quantidade pessoas ou famílias que vivem as margens da dignidade. Atualmente estamos saindo lentamente de uma crise econômica que aprofundou a miséria. O Brasil é um país dualístico por natureza, mesmo nas regiões onde a riqueza prevalece, mas nas mãos de poucos a pobreza é exagerada. Veja São Paulo e Rio de Janeiro como exemplos. A insegurança é gritante, as moradias de péssima qualidade, os trabalhadores recebem salários insustentáveis para manter as suas famílias que ficam fragilizadas perante os traficantes e os políticos trapaceiros em sua gana de manter os seus lucros e suas posições sociais. Até quando está situação permanecerá. A desigualdade é gritante e exige uma profunda análise de como resolver está situação vergonhosa que nos encontramos. A miséria no meu entender é um grande negócio neste país, muita gente está ganhando com este quadro vergonhoso que assola o país. O que dizer das nossas crianças, que são criadas neste ambientem hostil, onde a violência impera e sem saída tem que aceitar as condições degradante para sobreviver. Que país é este, onde os valores estão sendo invertidos, a desonestidade está presente em todas as áreas de atuação. Que exemplo podemos repassar para eles se as autoridades cometem erros inaceitáveis todos os dias. Em quem confiar? A grande questão que nos atormenta, quando temos uma visão de futuro. Para onde estamos caminhando? O que será deste país se não mudarmos o nosso projeto de sociedade. Chegamos ao ponto de não podermos sair de casa, estamos preso, sem as condições mínimas de segurança para ir e vir. A nossa cidadania está comprometida.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Desigualdade

O economista francês Thomas Piketty autor do livro "O Capital no Século XXI", afirma que o Brasil não voltará crescer de forma sustentável enquanto não reduzir sua desigualdade e a extrema concentração da renda no topo da pirâmide social. No seu livro citado, ele apontou um aumento na concentração de renda nos Estados Unidos e da Europa. Atualmente se dedica a investigar o que ocorreu em países em desenvolvimento como o Brasil, China e a Índia. Os primeiros resultados obtidos para o Brasil foram publicados no início do mês pelo irlandês Marc Morgan, estudante de doutorado da Escola de Economia de Paris que tem Piketty como orientador. O trabalho do Morgan, calcula que os 10% mais ricos da população ficam com mais da metade da renda do país. Afirma que, apesar dos avanços  dos últimos anos,o Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do mundo. Em sua base de dados , só encontra grau de desigualdade semelhante na África do Sul e em países do Oriente Médio. Houve um pequeno progresso nos segmentos inferiores da distribuição da renda, beneficiados por programas sociais e pela valorização do salário mínimo. Mas os ganhos dos pobres vieram às custas da classe média, não dos mais ricos e a desigualdade continua grande. No Brasil, as elites políticas e os diferentes partidos que governaram o país nos últimos anos foram incapazes de executar políticas que levassem a uma distribuição mais igualitária da renda e da riqueza. Acho que isso é precondição para o crescimento econômico. O grau de desigualdade extrema não é bom para o crescimento e o desenvolvimento sustentável. Mas adiante afirma, parte da explicação pode estar na história do país, o último a abolir a escravidão no século XIX,o sistema tributário é pouco progressivo.Há isenções para rendas de capital, como os dividendos pagos pelas empresas a seus acionistas. Impostos sobre rendas mais altas e heranças têm alíquotas muito baixas, comparadas com o que se vê em países mais avançados. A elite sempre tem um monte de desculpas para não pagar impostos, e isso também ocorre em outras partes do mundo. O problema é saber por que a elite no Brasil tem sido bem sucedida ao evitar mudanças no sistema tributário. É possível ter um sistema tributário mais justo, uma distribuição da renda e da riqueza mais equilibrada, e mais crescimento econômico , ao mesmo tempo.Essa foi a experiência de outros países. O trabalho do Morgan, mostra que as políticas sociais adotadas nos últimos anos foram boas para os pobres,mais insuficientes.Precisamos melhorar as condições de vida deles e investir em educação e infraestrutura, mais precisa de um sistema tributário mais justo para financiar isso e reduzir a concentração da renda no topo. Diz o mestre: Se não resolvermos o problema da desigualdade de forma pacífica e democrática, vamos sempre ter políticos tentando explorar a frustração causada pela desigualdade, incentivando a xenofobia e pondo a culpa dos nossos problemas sociais em imigrantes e trabalhadores estrangeiros. É um risco para a globalização e os fluxos de comércio. A eleição de Donald Trump nos EUA e a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia não foram uma coincidência. São os dois países ocidentais em que a desigualdade mais cresceu nos últimos anos.