quarta-feira, 31 de maio de 2017

Artificialismo

Caros leitores, analisado a situação atual do Brasil, constatamos o que a sociedade brasileira clama e parece que os políticos não escutam, é que queremos uma economia de mercado e livre competição, necessitamos de estabilidade macroeconômica, integração à economia internacional, regras estáveis, respeito aos contratos, investimentos em educação e integração social e regional.Precisamos eliminarmos os artificialismos que ainda estão presentes em nossas decisões de política econômica. Segundo a economista Míriam Leitão em artigo, publicado em sua coluna em 17-01-2013,cujo título é "Os artificialismos", que consta em seu livro A VERDADE É TEIMOSA, já alertava para esta brincadeira. Diz em resumo a economista: O problema não é um preço defasado ou um pedido do ministro da fazenda para que um prefeito adie um reajuste. O grande problema hoje é a profusão de artificialismos na economia brasileira. Em 2012, para evitar que o reajuste do preço para a Petrobras chegasse ao consumidor,o governo subsidiou a gasolina reduzindo a zero a alíquota da CIDE(imposto sobre combustíveis). Se o nome do imposto valesse e fosse o governo que pagasse a cada intervenção,o tributo arrecadaria bilhões.O preço artificial da gasolina produz vários efeitos colaterais: aumento da importação de gasolina, aumento do consumo, desorganização do setor de etanol. Na área fiscal,o transformismo de índices faz com que o BC tenha que se comportar como o último a saber.Durante todo o ano passado,o banco repetiu em suas atas e seus relatórios que partia do pressuposto de que a meta fiscal seria cumprida. Não foi. Mas consta nos números que foi.E ai? O que dirão agora os documentos? Na área de preços, os truques, adiamentos, defasagens e subsídios criam uma inflação reprimida. Como sabemos, não adianta esconder, negar, varrer para debaixo do tapete porque a inflação sempre aparece.Contornando reajustes de preços, combinando deduções tributárias com empresários para que eles não reajustem,ou adiando elevações,o governo está criando um ambiente cada vez mais artificial na economia. O uso indiscriminado da contabilidade criativa, prejudica toda a tomada de decisões que venha a ser feita em cima de relatórios que não condiz com a verdade. A falta de transparência nas decisões criam uma confusão inexplicável para os agentes econômicos. Como diz a Míriam:É muita trapalhada, em muitas frentes, ao mesmo tempo. A Petrobras comprou uma refinaria por um preço muito acima do razoável e teve que lançar parte do dinheiro a prejuízo; o BNDES toma decisões inexplicáveis de alocação de recursos públicos e tem prejuízo; balanços dos bancos públicos saem com meias verdades. Quando tudo dá errado,o tesouro usa o seu,o meu,o nosso dinheiro. Para que os fundamentos atuais que foram citados no inicio deste artigo sejam implementados em nosso país é preciso que os dirigentes da nossa nação tenha consciência que não dá mais para fingir para os agentes econômicos que a situação está em equilíbrio.Chega de mentiras. A sociedade não aguenta mais.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Míriam Leitão

Caros leitores, terminei de ler um livro excelente da economista Míriam Leitão, cujo título é " A VERDADE É TEIMOSA", Diários da crise que adiou o futuro. Vale apena adquiri-lo para que possamos compreender a crise que afeta o nosso país e como ela foi construída pelo governo Lula e Dilma. Diz Míriam:" Não há governo que pare de pé quando o governante provoca uma grave crise econômica. Nos últimos anos, o Brasil enfrentou uma recessão severa,com um rombo inédito nas contas públicas e aumento do desemprego, levando ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para a jornalista não houve surpresa, pois o governo fechou os ouvidos a todos os alertas". Em um dos artigos em resumo, afirma Míriam: Na democracia é fundamental que o contribuinte entenda a situação real das contas do governo para influir nas escolhas das políticas públicas. Ao falsificar os indicadores e tornar os números opacos, essas manobras  feriram a própria democracia. A maior parte do que ficou conhecido como pedaladas beneficiou os mais ricos no Brasil, garantindo a manutenção do subsídio aos grandes empresários e financiamento barato aos maiores proprietários de terra. Segundo Míriam o PT repetiu o erro dos militares, confirmando um dos defeitos mais antigos do Brasil, o de favorecer com dinheiro público os mais ricos. A crise que infelicitou o país e derrubou o governo Dilma ensinou, da forma mais dolorosa,o que não pode ser feito:ser leniente com a inflação num país com passado de hiperinflação,falsificar estatísticas contábeis para esconder rombo fiscal, usar os bancos públicos ferindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, mentir sobre a realidade econômica antes de uma eleição e revelar remédios amargos só após o fechamento das urnas. Esta é apenas uma parte da lista dos erros que nos levaram à crise. Mas adiante afirma com muita propriedade: As operações de combate à corrupção, especialmente a Lava-Jato, não foram a causa das crises política e econômica do país.Elas se transformaram numa radiografia de como a corrupção tinha se infiltrado nas decisões de política pública, na gestão do Estado e das estatais, durante os últimos anos. Por serem reveladoras, ajudam a apontar o caminho pelo qual podemos construir novos padrões de relacionamento entre governo e as empresas. A corrupção, no entanto enfraqueceu a Petrobras, paralisou grandes empreiteiras, afetou as cadeias produtivas da construção civil e de óleo e gás. A turbulência foi parte da queda da atividade econômica. Mas é preciso ver a relação de causa e efeito na direção certa. Foi a corrupção, e não seu combate, que provocou efeitos nefastos. Míriam joga luz sobre o passado recente, sem perder a esperança no futuro quando afirma:Os erros que levaram à crise econômica fizeram mais mal ao Brasil:atrasaram a preparação para o futuro em um país que permanece tendo as vantagens que tem. É o maior do mundo em biodiversidade, tem terra suficiente para dobrar a produção de alimentos sem desmatar, tem o maior potencial de produção de energia de baixo carbono por quilômetro quadrado, tem uma população de tamanho ideal, nem pequena que seja um limitador, nem grande demais que seja um peso. Em pouco mais de três décadas, o Brasil fez a redemocratização, venceu a hiperinflação, reduziu a pobreza e está combatendo, de forma corajosa, a corrupção. Na economia, a agenda da modernização foi interrompida, mas podemos retomá-la. Parabenizo a economista e mais uma vez sugiro a leitura a todos os estudiosos (professores e estudantes) das áreas econômica, política e social do nosso país.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Texto de William Shakespeare " O Menestrel"

Achei este texto de William Shakespeare,  uma das coisas mais linda que tive a oportunidade de ler, por isso repasso para os meus leitores e que sirva de reflexão nesses dias tão conturbado em que vivemos. A seguir o texto: Depois de algum tempo você aprende a diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de uma adulto e não com a tristeza de uma criança. Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam. E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende  que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la. E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida,mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitam escolher. Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam.Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais importa na vida são tomadas de você muito depressa.Por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influências sobre nós,mas nós somos responsáveis por nós mesmos.Começa a aprender que não se deve comparar com outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve. Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão e que ser flexível não significa ser fraco,ou não ter personalidade,pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,enfrentando as consequências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai  é uma das poucas que que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens. Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não tem o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem com demostrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém. Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,o mundo não para para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar. Portanto,plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar,que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Delfim Netto

O professor Delfim Netto, em artigo na Folha de São Paulo em 19\04\2017, cujo título é " Luta de classe não é mais entre burguesia e proletariado", relata com muita propriedade a situação dos trabalhadores neste país. A seguir o que afirma o mestre: A Fundação Perseu Abramo, fonte intelectual do Partido dos Trabalhadores e hoje sob a presidência do competente economista Marcio Pochmann, de quem se pode discordar, mas não ignorar, realizou uma pesquisa qualitativa importante "para compreender a formação da visão do mundo nas periferias de São Paulo".
Ouviu um pequeno número de ex-eleitores do PT (63) que nelas moram. O resultado levanta dúvidas se a "luta de classes" é mesmo entre a "burguesia" ("eles") e o "proletariado ("nós"), que só terminará com a extinção definitiva "deles"...
Os ex-petistas substituíram a "burguesia" pelo que hoje veem como seu verdadeiro opressor: a alta burocracia estatal que se apropriou do Estado graças ao laxismo e oportunismo dos governos que se sucederam desde a Constituição de 1988. "Eles" conseguiram blindar-se de todos os inconvenientes que "nós", os trabalhadores privados, sofremos.
Enquanto "nós" na crise de 2016 ficamos desempregados e vimos o nosso salário real cair 1,3%, "eles", sem serem atingidos pela conjuntura, viram os seus aumentar 1,5%. "Nós", os pacientes do INSS, temos uma taxa de recuperação dos salários na aposentadoria de 60% a 70%; "eles" insistem em manter 100%!
A grande surpresa foi constatar que, à custa de tanto sofrimento, o trabalhador do setor privado começa a desenvolver uma consciência de classe: o inimigo de hoje não é a tal "burguesia" que, tanto quanto ele (estão no mesmo barco), sustenta um gigantesco estamento estatal tão ineficiente quanto "rentista". Com seus direitos "mal" adquiridos, "eles" se apropriam do excedente produtivo que "nós" produzimos e que deveria ser destinado a investimentos em educação, saúde e infraestrutura, sem os quais não há (nem haverá) desenvolvimento inclusivo.
Afinal, parece que há mesmo uma luta de classes entre "nós", o setor privado, e "eles", a poderosa e organizada burocracia estatal!
A República, para realizar-se, precisa de um Estado forte, constitucionalmente constrangido, que garanta que todos são iguais perante a lei; que seja capaz de regular os "mercados", principalmente o financeiro; que crie instituições que produzam maior igualdade de oportunidades e supram a solidariedade aos menos favorecidos etc. Um Estado forte, enxuto e eficiente que cumpra o papel que só ele pode fazer: um harmonioso aumento e melhor distribuição do produzido por "nós".
Deixando de lado essa interpretação caricatural, ninguém deveria deixar de ler o documento. Ele lança luz sobre os verdadeiros valores individuais: "trabalho, família, religião que os tornam alguém".