No primeiro Fórum Veja realizado em São Paulo na semana passada que tinha a intenção de analisar "O Brasil que temos e o Brasil que queremos",vários especialistas debateram propostas destinadas a recuperar a credibilidade na economia, combater corrupção e dar fim ao caos político no país. Em resumo, a ideia central no campo da economia, girou em torno de um plano de equilíbrio de longo prazo para as finanças públicas. Na justiça, a ênfase foi a extinção do foro privilegiado dos políticos,de modo a combater a impunidade.Na política, a redução do número de partidos e o desestímulo às chapas de aluguel. A credibilidade econômica pressupõe um plano crível de longo prazo capaz de dar previsibilidade aos empreendedores, senão o país não conseguirá atrair investimentos. Todos os debatedores são favorável que o governo reequilibre o orçamento e nunca gastar além daquilo que arrecada. Lembrando, que o ajuste embora necessário não deve prejudicar os mais pobres. Na avaliação de Paulo Leme, presidente do banco Goldman Sachs no Brasil, o governo deveria evitar a solução fácil de aumentar impostos. O problema não está a carga tributária,mas também na ineficiência e nas perdas que causa no setor privado.Segundo o economista, existe farto capital estrangeiro disponível, uma vez superada a crise.O interesse em investir no Brasil é enorme.Se se todo o ruído que o governo causou, se se avançar na parte regulatória, o investidor vai entrar.A ideia,foi reforçada pelo ministro da fazenda Henrique Meirelles. Quanto a questão da justiça o ministro Luis Roberto Barroso, defendeu o fim do foro privilegiado e demostrou as suas razões. O juiz federal Sergio Moro, destacou a percepção de que se fortaleceu no Brasil um repúdio institucional do Judiciário à corrupção sistêmica e cobrou que isso se reflita nas esfera pública e privada. É necessário que o governo tenha uma postura propositiva. Dizer que não vai interferir é obrigação. Outros participantes,ex-deputado Fernando Gabeira o cientista político Bolívar Lamounier e o matemático Artur Avila também deram as suas contribuições. Vale ter acesso a essas palestras que muito enriquecerá a todos os interessados pelo destino do nosso país.Que o Fórum Veja seja um pontapé adicional para torná-las realidade.
Desconheço também qualquer papel da oposição na decisão de aumentar o volume de crédito do BNDES em R$ 212 bilhões (a preços de hoje) entre 2010 e 2014, valor integralmente financiado por créditos do Tesouro Nacional, que se endividou no mesmo montante para beneficiar um punhado de setores e empresas selecionadas por critérios muito pouco transparentes.Da mesma forma, a oposição não parece ter sido ouvida quando o governo decidiu segurar artificialmente os preços dos combustíveis, levando não apenas a Petrobras a uma situação delicada do ponto de vista de seu endividamento (limitando assim sua capacidade de investimento) como também, de quebra, desarticulando o setor sucroalcooleiro.A lista poderia se estender ainda mais, tendo como fator comum a ausência de deliberação da oposição em decisões que, ao final das contas, caíam todas na esfera governamental. Não deve restar dúvida de que há um único responsável pelo desastre econômico em que o país se encontra: o governo federal, sob comando da presidente Dilma Rousseff. E que não se exima o PT, que apoiou entusiasticamente a política econômica (assim como os keynesianos de quermesse que hoje fingem não ter nada a ver com assunto), mas se opõe ferozmente às tentativas de corrigir a Previdência ou atacar vinculações orçamentárias.A oposição não é grande coisa, mas há apenas um culpado pela crise: o atual governo, presidente à frente e PT no apoio. O resto é apenas covardia e (mais) mentira para a campanha de 2018. Parabenizo o professor pelo excelente artigo e pela sua contribuição ao novo governo que se aproxima.