quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ensino Superior

O senhor Gustavo Ioschpe economista e especialista em educação tem apresentado na revista veja artigos extremamente interessante sobre educação no Brasil. Como educador, seus artigos tem me proporcionado um enriquecimento intelectual muito valioso. Nesta semana carnavalesca, o seu artigo " O ENSINO SUPERIOR NO FUTURO" nos remete a uma reflexão sobre a atuação do ensino superior no nosso país e para onde caminha a academia no futuro. Diz o autor - LAÇOS COM O ENSINO BÁSICO: " Nas últimas décadas, o ensino superior se massificou e deselitizou( o Brasil ainda chegará lá), e o ritmo de inovação no mercado de trabalho fez com que o diploma de uma boa universidade não fosse mais suficiente para uma carreira cada vez mais longa. Assim, a distinção entre educação básica e superior vai ter cada vez menos sentido. Ambas estarão dentro de um contínuo, que começa na pré-escola e só termina com a morte. Na Alemanha, as faculdades de engenharia e escolas politécnicas, já estão em contatos com jardins de infância para atrair futuros bons engenheiros. No Brasil, teremos um problema adicional a resolver: as áreas de licenciatura e pedagogia, hoje patinhos feios da academia, terão de ganhar em importância e prestígio. As universidades terão de entender que sem um aluno bem informado no ensino básico não conseguirão fazer o seu trabalho com qualidade". Tenho dito em sala de aula aos meus alunos, que a educação no Brasil não é um questão de governo é sim uma questão pública, todos os agentes envolvidos: família, pais, escola, professores, iniciativa privada, governos nos três níveis e organizações não governamentais. Afirmo ainda que as deficiências passadas podem ser minimizadas, enquanto a qualidade em toda a cadeia educacional não for atingida, estimulando a leitura de forma permanente, fazendo da leitura um ótimo exercício, melhora a escrita, a reflexão e o poder de argumentação e digo que quando decidiram ingressar em uma universidade não podem mais parar de estudar. Neste mundo dinâmico, evolutivo e instável o nosso grau de obsolescência é muito grande e cito até uma frase do grande Mahatma Gandhi que afirmou: " Aprenda como se fosse viver para sempre e viva intensamente como se fosse morrer amanhã". Falo da importância de frequentarem as livrarias e vou mais além, quando sinalizo que levem os seus irmãos, filhos, esposas e namoradas, que façam deste ambiente um ponto de encontro que só vai agregar valor a sua intelectualidade. Tenho encontrado vários alunos nas livrarias mas precisamos aumentar o consumo per-capita de leitura nos estudantes brasileiros é de vital importância para as suas vidas profissionais. Tenho tido grandes alegrias quando meus alunos vem me apresentar os seus filhos juntamente com os seus cônjuges . Falo em sala que a criança precisa pegar no livro, senti-lo, a pessoa só pode gostar de uma coisa quando a conhece. O Gustavo comentou sobre a INTERDISCIPLINARIDADE : " Os problemas do mundo real são complexos e não respeitam fronteiras departamentais. A universidade do futuro terá de respeitar essa realidade. Todo aluno de graduação nos EUA passa por todas as grandes áreas do saber. Só no início do terceiro ano é que ele precisará decidir qual será a sua "major", a área em que vai se diplomar. Antes disso, o futuro cientista estuda sociologia e o historiador estuda matemática.A especialização virá mesmo só na pós-graduação". Afirmo em sala que neste mundo criativo e inovador a especialização é importante mas a visão generalista tem de estar presente. Finalizo, informando que leiam o artigo do Gustavo, outros tópicos ele comenta com muita propriedade, como FLEXIBILIDADE, MENOR DURAÇÃO, CURRÍCULO E NADA É DE GRAÇA. Vale a leitura, extremamente rica e atual. Parabéns ao autor.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Rio + 20

A cidade do Rio de Janeiro em Junho\2012 vai sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável a Rio + 20, onde mais de 50000 chefes de estado, de governos, representantes de organizações internacionais, empresários, professores e estudantes estarão discutindo metas para conciliar desenvolvimento com proteção ambiental. Afinal o que entendemos por economia verde? Modelo econômico que busca reduzir o risco de escassez ecológia e dano ambiental. A riqueza gerada pela sociedade passará a ser medida não mais pelo capital físico e sim pela combinação deste com o capital humano, social e natural. Uma das maiores autoridades em economia verde, o senhor Pavan Sukhdev,indiano e economista sênior do Deustsche Bank, afirmou em entrevista concedida a revista veja em Junho de 2010 que:" Para o capitalismo voltar a funcionar, é preciso entender a riqueza como uma combinação do capital físico (produtos e serviços feitos pelo homem, bens monetários), do capital humano (saúde, educação e inteligência), do capiatal social (segurança nas ruas e outros elementos da convivência em sociedade) e do capital natural ( a possibilidade de respirar ar puro e beber água limpa).O modelo de progresso econômico quantificado apenas no PIB é uma falácia. Estamos presos em um esquema que privilegia a quantidade contra a qualidade.Isso é ilógico". O senhor Achim Steiner, diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), será o mediador dos debates sobre a preservação dos recursos naturais no Rio + 20, em entrevista a pagina amarela da revista Veja desta semana afirma:" está otimista com esse encontro e que a economia verde só traz benefícios, embora tenha consciência de que os países ainda têm muita dificuldade em agir de maneira coordenada, tanto regional quanto internacionalmente. E que espera que nações ricas principalmente a americana apresente disposição para implementar as medidas discutidas neste encontro. Seria ingênuo, se não economicamente inviável, pensar no futuro do desenvolvimento sustentável sem a participação dos americanos. É urgente que os países cheguem a um consenso. É verdade que houve pouco avanço na esfera internacional,mas já se vê um progresso considerável em iniciativas realizadas dentro de cada país". Está preocupação com o futuro da humanidade e a necessidade dos governos se prepararem para a transição para a economia verde,diz o senhor Pavan:"Como economista ambiental, há uma espécie que, na minha opinião, não precisa ser salva: a das empresas improdutivas e pouco sustentáveis.Os governos deveriam simplesmente deixá-las morrer. Precisamos, de segurança na rua, de transportes públicos de qualidade e a custo decente, de ar puro para respirar. Chama isso de riqueza pública, e a função dos governos é resguardá-la. Os governos estão preso ao seguinte modelo: o crescimento do PIB influência nos lucros corporativos, estes elevam o nível de arrecadação de impostos, que por sua vez alimenta o orçamento deficitário do estado. Uma maneira de sair deste círculo vicioso é mudar a taxação de recurso.Em vez de arrecadar impostos sobre renda e bens, com é feito hoje, seria melhor taxar os efeitos externos negativos da atividade empresarial. Se o custo ambiental do produto fosse incluído no preço final, aí, sim, as empresas teriam de inovar. Atualmente, a inovação apenas tem substituído consumo por mais consumo. A verdadeira inovação é fruto de limitações de oportunidasdes e da engenhosidade humana.Em uma economia verde, haverá ainda mais inovação, porque as empresas terão de descobrir uma maneira de fabricar os mesmos produtos sem poluir e substituindo determinados materiais por outros, mais sustentáveis. O setor financeiro correm para as atividades onde estão os negócios mais bem sucedidos. Em uma economia verde não será diferente. As empresas com melhor retorno financeiro, aquelas com maior estabilidade e bom padrão de crescimento, serão sempre privilegiadas pelos banqueiros". Não é fácil para muitas nações implementar essas medidas,principalmente nos países de fragilidades democráticas, porque vai inicialmente de encontro com interesses de muitos grupos empresariais e o poder econômico com certeza prevalecerá independente de não assegurar o bem-estar à sociedade e de não deter a destruição do meio ambiente. É preciso compreender que a transição para a economia verde gera emprego, renda e melhora a qualidade de vida de toda a humanidade.Vamos aguardar.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Insegurança

Estamos assistindo um verdadeiro caos no sistema de segurança do nosso país. O número de assaltos nas principais cidades brasileiras é vergonhoso, cidades que até pouco tempo era tida como referência - Curitiba, apresenta estatísticas inaceitáveis. O Estado da Bahia a oito dias não existe segurança afetando todo sistema econômico de uma cidade onde o turismo tem uma presença marcante na geração de emprego e renda, sendo um ponto de visitação no período de carnaval. A cidade do Natal, onde resido, encontra-se em uma situação nunca vista, os roubos e assaltos se efetiva a luz do dia, assaltos a ônibus, lotérias, comércio, bancos, shoppings e até fuga de bandidos do principal presídio aconteceu duas vezes em um mês, colocando toda a população em verdadeiro desespero. É necessário estabelecer um novo modelo de segurança pública que seja aplicado em todo o nosso território, não podemos continuar com um quadro de policiais insatisfeitos com as remunerações estabelecidas. É preciso definir um piso nacional, que permita ao policial e sua família ter uma vida digna. A fragilidade econômica em que encontra-se as corporações é o caminho mais fácil para a pratica da corrupção, colocando em risco todas as atividades econômicas. Nenhum empresário se sentirá tranquilo em suas atividades, reduzindo investimentos o que prejudica a criação de emprego e renda e estimula mais ainda a violência em todas as capitais brasileiras. Como exigir de alguém que defenda o próximo se as condições em que estão submetidos é vergonhosa em termos salariais, mal podem manter as suas famílias. Uma nação que tem dois grandes eventos de ordem mundial, que está bem próximo de acontecer, Copa do Mundo e Olimpíadas, não possui um sistema de segurança confiável. Até pouco tempo a cidade do Rio de Janeiro, era dirigida por dois Governos: o oficial e o paralelo e se olharmos com atenção, ainda prevalece em algumas áreas esse sistema de escravidão, ausência de liberdade e falta de ordem. O Estado ausente que permitiu a industria do pó se instalar e gerar emprego, renda e lazer induziu a população a defender os marginais e não a polícia, veja a situação a que chegamos. Onde estão os nossos políticos que não apresentam uma solução para a segurança interna e externa do nosso país, comprometendo inclusive todo o sistema econômico a médio e longo prazo, destruindo empregos e expectativas de muitos empreendedores que por receio vão buscar em outros espaços um melhor uso de sua inteligência e ousadia. Aos investidores internacionais a nossa imagem fica comprometida pela nossa incompetência, reduzindo que recursos escassos sejam aqui alocados na produção de bens e serviços.Que país é esse que além de possuir uma política de saúde pública decadente e uma cadeia educacional de baixa qualidade é também possuidor de um sistema de segurança vergonhoso e tem ministro que garante: "Daqui a duas décadas o povo brasileiro terá o mesmo padrão de vida dos países europeus desenvolvidos".Realmente , o povo brasileiro vive em dois mundos, um que está definitivamente morto mais que a classe política arcaica insistem em manter, e outro que luta desesperadamente por vir a luz, mais para que isso ocorra é preciso destruir para sempre a velha oligarquia que se mantém a todo custo dominando o nosso país. O Sérgio Buarque de Holanda, continua presente em nossas mentes, quando escreveu o clássico "Raízes do Brasil"e descreve com competência o homem cordial, sinalizando as mazelas de nossa vida econômica, social, política e afetiva, mostrando a nossa incapacidade secular para separar o espaço público do privado". Até quando.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Obediência

Recentemente o ministro da fazenda o senhor Guido Mantega em um momento de euforia ao saber que o PIB brasileiro ultrapassou a economia inglesa e com grandes possibilidades de passar a Francesa, garantiu que daqui a duas décadas o povo brasileiro terá o mesmo padrão de vida dos países desenvolvidos da Europa. O ministro mostrou competência no cargo, o sistema tributário brasileiro é de uma simplificação absurda, a carga tributária não é excessiva os empresários e os cidadãos, todos satisfeitos com os avanços até aqui conseguido. O ministro, gosta do cargo, é extremamente obediente, satisfaz a Presidente Dilma no seu estilo de governar, é bom lembrar que o Ex-presidente Lula também o tinha em boa estima. Não questiona, faz o que o governo determina é bom tê-lo como auxiliar é útil para os objetivos governamentais. Agora afirmar que conseguiremos atingir o mesmo nível dos países europeus, eu tenho a impressão que o ministro não tem conhecimento da realidade brasileira. Este ano o Brasil vai as urnas, segundo Clovis Rossi, em artigo na folha de São Paulo, cujo título é Brasil vota, pobre mas feliz, no dia 03\10\2010, afirma : "O Brasil que vai hoje às urnas é, na essência, do seguinte tamanho social: metade dos dos eleitores(67,5 milhões) ganham, no máximo, até dois salários mínimos. Dos eleitores brasileiros, 13milhões ( 10%, pouco mais ou menos) é pobre, pobre mesmo. Ganham menos de um salário mínimo. Figuram entre os 28 milhões excluídos do sistema público de aposentadoria e auxílios trabalhistas. São portanto, ninguém. Também no capítulo educação, a pobreza é radical: 49% dos eleitores fizeram, no máximo, o curso fundamental.Nesse país que tanto seduz a mídia estrangeira, mais de 60% de seus alunos não tem capacidade adequada na área de ciências. No exame mais recente, o Brasil ficou em 52º lugar entre 57 países, no quesito ciência. Alguma surpresa com o fato de que a sétima ou oitava potência econômica mundial é apenas a 75ª colocada quando se mede o seu desenvolvimento humano? Não tenhamos medo das palavras: o Brasil que vai as urnas é um país pobre, obscenamente pobre para o seu volume de riquezas naturais, território e população.É também obscenamente desigual, apesar da lenda de que a desigualdade reduziu. É impossível reduzir a desigualdade em um país que dedica ao Bolsa Família ( 12,6 milhões de famílias) apenas R$ 13,1 bilhões e, para os portadores de títulos da dívida pública( o andar de cima) a fortuna de R$380 bilhões, ou seja 36% do Orçamento - 2009. Ainda assim, é um país mais feliz do que era há oito anos ou a 16 anos. Fácil de entender: O pobre quer apenas um pouco de pão, enquanto o rico, muitas vezes, quando encosta na gente, quer um bilhão, já ensinou mestre Lula". Acrescente a isso a corrupção exagerada e sem controle, a impunidade, a falta de segurança, ausência de saúde pública e infraestrutura. O ministro afirma que atingiremos em duas décadas o padrão de vida dos europeus desenvolvidos só mesmo partindo de um ministro extremamente obediente.