quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Novo governo

Finalmente o processo de impeachment da presidente Dilma chegou ao fim. Afastada do cargo, porém com os direitos políticos assegurados. O governo Dilma estava em degradação política, inexistia diálogo produtivo com o Congresso. A centralização do poder neste governo em torno da presidente é uma coisa absurda, desprezava os aliados, apenas usados na trajetória para  chegar ao poder. Muitos aliados da direção petista concordava com esse diagnostico. Ao mesmo tempo, a economia e a política se deteriorava na mesma direção. Decisões equivocadas que foram tomadas se  sucediam e que foram comentadas em vários artigos pelos especialistas,  dificultou ainda mais a recuperação econômica. Além do mais o impacto da corrupção envolvendo a Petrobras, e outras estatais, empreiteiras, fundo de pensão, desemprego, ausência de investimentos, falta de respeito aos contratos, e a degradação das agências reguladoras, tudo desvendado pela operação Lava Jato, deixou o governo  cada vez mais fragilizado perante a opinião pública. O grande aliado da Dilma, o ex-presidente Lula também envolvido em questões que precisam ser esclarecida na justiça, a deixou  ainda mais fragilizada. Se esperava que o partido dos trabalhadores viesse com  o  objetivo de resgatar a dignidade da classe política e o que se observou foi o contrário. O professor Alexandre Schwartsman, em artigo na Folha de São Paulo, no dia 31\08\2016 cujo título  é " Mitologia do golpe é um excesso de desonestidade intelectual",  em resumo afirma: A mitologia do golpe se ampara  na ideia de que  as pedaladas se justificariam para manter o crescimento e o emprego. Reconhece,portanto, a ilegalidade da ação  ( a vilipendiada Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe operações de crédito entre o governo e seus bancos ), mas argumenta se tratar de política com fins nobres: impedir a recessão e garantir que a população permanecesse ocupada.Há vários problemas com o argumento. A começar pela contumaz noção de que fins justificam os meios, possibilitando a destruição do aparato institucional em nome de presumidos ganhos imediatos. Mesmo que estes se materializem o que está longe de ser verdade, não raro as consequências para  a capacidade de expansão de longo prazo são desastrosas, em linha com nossa experiência recente.Diga-se, aliás, que o objetivo, vendido como nobre, era bem mais mundano, a saber,ganhar uma eleição, nem que à custa de fazer o diabo, posição tomada explicita ao longo do processo. Isto dito, há sérias dúvidas acerca da adequação dessa política. Em primeiro lugar porque, conforme discutido mais vezes do que seria saudável neste espaço,em 2013 e em 2014, quando se usou e abusou desse expediente, estava mais do que claro que o problema da economia brasileira não era a falta de demanda originária da crise internacional (já então o mundo crescia bem mais do que nós), mas sim os sérios gargalos do lado da oferta,incluindo o mercado de trabalho. Naquele contexto, aumentar gastos iria simplesmente agravar nosso desequilíbrio externo (e o agravou, trazendo o deficit em conta corrente de US$ 75 bilhões para US$ 105 bilhões) e elevar ainda mais a inflação, apesar dos controles de preços,o que também ocorreu. Junte-se a ambos esses desequilíbrios o forte aumento da dívida pública no período e fica claro que a política econômica da época, além de ineficaz para elevar o crescimento, era também nitidamente insustentável para qualquer economista que não fosse signatário do manifesto de apoio à presidente às vésperas da eleição. Finalmente o projeto do governo Temer que encontra-se em analise no congresso, está correto. Temos que fixar o aumento das despesas, a situação exige compreensão e paciência. Que o novo governo, aproveite as expectativas para atrair o investimento privado para as obras de infraestruturas, O Congresso aprove as medidas fiscais e dê conforto ao Banco Central para baixar os juros reais e que se chegue a um acordo sobre o controle dos gastos previdenciários.Novo governo,novos tempos e esperanças renovadas. Avança Brasil.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Competência

Caros leitores, todos os brasileiros estão de parabéns pela realização do maior evento esportivo do planeta realizado na cidade mas linda do mundo que é o Rio de Janeiro. A primeira olimpíada realizada na América do Sul, foi um sucesso nunca visto. Já está dando saudades, não só para os atletas mas para todo o Brasil. Conquistamos enfim a medalha de ouro no futebol, completando assim todos os títulos do país penta campeão. Ganhamos em modalidades que não estávamos acostumados e tivemos resultados não satisfatorio em outras modalidades que sempre nos presentiaram com algumas medalhas. Serve como referência para que o Comitê Olimpíco Brasileiro saiba investir melhor os recursos em modalidades que o Brasil teve um bom desempenho e que com planejamento, tecnologia e recursos com certeza nos proporcionará muitas alegrias no futuro. A competência brasileira espantou o mundo, soubemos separar a crise política que estamos vivenciando com a realização dos jogos. Este mês de agosto de 2016, ficará para a história do nosso país. Agora nos voltamos para finalizar de uma vez a crise no âmbito político. Na próxima quinta feira esperamos que o senado federal resolva de uma vez, está situação que está anestesiando a nação, para que possamos voltar a trilhar o caminho do crescimento econômico. O retorno do investimento privado, para que possamos gerar empregos, melhorar a renda e estimular o consumo e sairmos desta situação critica em que nos encontramos. Os primeiros sinais de confiança começam a aparecer, o setor industrial sinaliza recuperação, os índices de confiança empresarial voltaram a subir de forma consistente.Esse quadro leva a crer na retomada da economia. Com o retorno do otimismo, os consumidores voltam a comprar,os empresários passam a produzir mais para repor os estoques e na sequência investem no aumento da capacidade produtiva e na contratação de trabalhadores. Tudo leva a crer que em 2017 a economia volte a crescer em torno de 1,6%,o que é maravilhoso. O ministro da fazenda o senhor Henrique Meirelles, homem de extrema competência em entrevista recente, afirmou que: "o projeto que está liderando o seu efeito positivo e prático dessas iniciativas de contenção das despesas será a diminuição do risco fiscal, que se traduzirá em declínio da taxa de juros da economia. O custo de financiamento cadente reduz as despesas com juros do governo,que poderá investir mais. A queda dos juros também beneficiará o setor privado.Com o crescimento da economia, as empresas lucram mais, há aumentos de renda e consumo,os estados registram alta na arrecadação.Cria-se um círculo virtuoso na economia". É isso que esperamos, para sairmos de uma vez desta situação constrangedora que têm castigado os trabalhadores brasileiros.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

A tragédia

Caros leitores, descrevo a seguir artigo brilhante do maior economista do Brasil, professor Delfim Netto, na folha de São Paulo, cujo título é "Ad gustum", no dia 10\08\2016. O artigo retrata com muita clareza a real situação do Brasil que o governo da Dilma nos deixou como herança. Espero que o resultado da votação obtida pela comissão do impeachment se repita novamente em plenário para que uma nova história seja construída em nosso país. A seguir o artigo do mestre: Um dos aspectos mais deploráveis das discussões sobre a tragédia que atingiu a sociedade brasileira é a crítica "ad gustum" que tira prazer em fulanizar a sua autoria. Nem o ataque furibundo ao governo afastado nem a defesa enfadonha e repetitiva de seus correligionários têm grande relevância.Procura-se negar, com argumentos inverossímeis: 1º) que não houve a aprovação de despesas antes que o Congresso autorizasse a alteração da "meta" com a justificativa que ela "seria anual", o que encerra um absurdo, uma vez que teríamos a meta "não vinculante" e 2º) afirma-se que as chamadas "pedaladas" sempre existiram, mas se ignora a especificidade e a dimensão das praticadas em 2014 e 2015, quando, de fato, caracterizaram empréstimos de bancos públicos para o Tesouro nacional, operação incestuosa expressamente proibida pela Lei de Responsabilidade Fiscal.Depois de uma boa administração em 2011, o governo desandou num voluntarismo insensato que destruiu a confiança do setor privado. A desagradável verdade é que, depois da reeleição, ele perdeu o voto dos eleitores que enganara no processo eleitoral. Com uma campanha "trilionária" e agressiva, escondeu a real situação social e econômica do país.Fez mais. Adotou como seu o programa econômico do adversário que criticara, sem dar a menor explicação à sociedade. Como consequência, no início de 2015 perdeu o seu protagonismo, ao mesmo tempo em que colheu os frutos amargos da recessão que se iniciara em 2014.Os resultado sociais e econômicos do último quinquênio (2011-2015) revelam o desastre: 1º) um aumento do desemprego que agora atinge mais de 11 milhões de trabalhadores; 2º) uma regressão na distribuição de renda; 3º) uma estagnação do PIB total, mas uma queda de 4% no PIB per capita; 3º) uma taxa de inflação de 40%, quando a meta era de 25%; 4º) um deficit acumulado em conta corrente que somou quase US$ 400 bilhões e destruiu o setor industrial; 5º) um deficit fiscal de 6% em 2014 e 10% em 2015; 6º) um aumento da relação dívida bruta/PIB de 52% para 66% e, por fim, mas não por último, 7º) a perda do "rating" soberano que havíamos obtido em 2011!Como chegamos a esse resultado é sabido, mas quanto antes reduzirmos as incertezas que naturalmente cercam a interinidade do poder, mais cedo teremos condições de corrigi-lo.Sem apelar para qualquer julgamento de valor, parece claro que as condições objetivas que estamos vivendo mostram que não há a menor probabilidade de que o governo afastado possa recuperar o mínimo de operacionalidade para fazê-lo.  

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Retomada

O professor Delfim Netto em artigo na folha de São Paulo, no dia 27\07\2016, cujo título é "Temer desperta esperança  de recuperação da economia", em resumo passo a descrever: afirma com muita propriedade que o presidente interino, está conseguindo despertar a esperança dos brasileiros na superação dos graves problemas em que fomos metidos pela exacerbação, a partir de 2012, de uma política econômica voluntarista.Com todas as idas e vindas, os fatos mostram que a visão interna e externa do Brasil está mudando e para melhor, numa velocidade nada desprezível:1) a queda do PIB e a queda do emprego estão diminuindo; 2) a expectativa de retração de 2016 está menor e, para 2017, se generaliza a esperança de um crescimento positivo, o que é tudo que precisamos para dar maior probabilidade de sucesso para o seu projeto; 3) a confiança interna teve uma inflexão positiva e a externa dá bom sinais ( aqueda do risco Brasil); 4) a expectativa de inflação continua a reduzir-se (efeito da afirmação de que a meta é o objetivo para 2017); 5) há uma evidente preocupação do Executivo interino de melhorar as condições para acelerar o investimento privado em concessões, acompanhada de mudança profunda  na constituição e no poder das agências reguladoras que foram miseravelmente descuidadas; 6) apesar do baixo crescimento do mundo, nosso saldo em conta corrente continua melhorando graças aos efeitos do ajuste cambial, que depende da expectativa sobre a taxa de juro real da economia. Ela está  elevada porque o Banco Central, com razão, não está convencido do suporte fiscal necessário para iniciar a redução da SELIC; 7) a profissionalização da administração das empresas estatais é, talvez mais importante; 8) a profunda mudança política produzida pela eleição do deputado federal Rodrigo Maia para a presidência da Câmara Federal,  e o seu melhor entendimento com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, o que deverá acelerar a aprovação do programa de ajuste fiscal. Quanto mais cedo o Banco Central se sentir confortável, mais cedo reduzirá a taxa de juros, ajustará melhor a taxa de câmbio e facilitará a retomada do crescimento. O mestre afirma de forma correta que o modesto comportamento individual contrasta com o arrojo do projeto que apresentou à nação e cuja viabilidade depende da compreensão e paciência da sociedade e da sua capacidade de manter funcionando o parlamentarismo de ocasião que competentemente montou. Como bem afirmou o professor Alexandre Schwartsman, em artigo na folha,no dia 27\07\2016, cujo título é "Precisamos de anos de trabalho para corrigir os estragos de Dilma", Tivemos a chance de tratar disso já em 2005, mas havia Dilma Rousseff no meio do caminho. Agora precisamos de anos de trabalho para corrigir os estragos; se os corrigirmos...Tenho esperança na retomada do crescimento do nosso país e acredito que no último trimestre deste ano os resultados do nosso sistema econômico começará a dar sinais positivos.