sábado, 22 de fevereiro de 2014

O tempo

No mundo em que estamos vivendo o homem não pode mais parar de estudar, digo em sala de aula aos meus alunos que quando iniciaram os seus estudos tenham em suas mentes uma citação de Mahatma Gandhi que dizia: "aprenda como se fosse viver para sempre e viva intensamente como se fosse morrer amanhã". Precisamos de ter competência em gerenciar o nosso tempo e dividi-lo entre o trabalho, lazer e conhecimento. O professor e economista Eduardo Giannetti, afirmou que precisamos gerenciar a nossa relação com o tempo. Um dos fatores que tornam os dias atuais mais complexos para as pessoas pode ser sua relação desequilibrada com o tempo. Não tem a ver com a angústia pela falta de tempo, da qual tanto se reclama, e sim com uma escolha mais profunda que fazemos. Todos praticamos trocas entre presente e futuro: incorremos em um custo agora para obter um benefício mais tarde ou usufruímos o benefício no presente para  pagar no futuro. Pessoas e sociedades priorizam um ou outro tipo de troca, e, se isso ocorrer em níveis razoáveis, não há problema em qual é priorizado. A complexidade do ambiente aumenta no entanto, quando uma das opções é hegemônica. É natural que as pessoas estabeleçam com o tempo uma posição credora ou devedora. O mestre exemplificou na carreira: quem prefere um emprego que remunere menos hoje porém ofereça mais perspectivas de futuro está tomando uma posição credora; quem empreende com capital  de investidores coloca-se na posição devedora, usufruindo agora para pagar mais tarde. Mas adiante, afirma que o hiperconsumismo que se verifica hoje na sociedade ocidental  como um todo, e particularmente no Brasil, é uma evidência de exageros de posições devedoras. O desequilíbrio em prol da posição devedora ainda encontra explicações na criação familiar: uma criança que não é ensinada a aceitar perdas para colher benefícios não desenvolve capacidade de esperar nas mínimas situações cotidianas. O equipamento cerebral para fazer essas trocas intertemporais é constituído quando temos entre 4 e 12 anos de idade, segundo as pesquisas, e sem o exercício das frustrações, ele pode ser atrofiado. Se o adulto também não orientar o adolescente a olhar para a longa trajetória e não apenas para o imediato, a intoxicação hormonal de posições devedora prevalecerá. Um dos principais problemas do desequilíbrio atual do ocidente em sua relação com o tempo é o paradoxo entre hiperconsumismo e a maior longevidade. O aumento da expectativa de vida requer dos indivíduos mais posições credoras, o que não está acontecendo, e as consequências podem ser nefastas. O segredo é saber conciliar a pressão para ter uma renda com uma atividade que realize nosso potencial criativo,  inovador, para que mostremos realmente quem somos. O professor afirmou que as mulheres costumam ser mais credoras do que os homens, especialmente os homens jovens, e o mesmo vale para pessoas com mais idade. As estatísticas comprovam isso: 80% dos assassinados e 90% dos assassinos são homens jovens; o consumo de drogas e álcool deles é duas vezes maior do que o delas, e eles registram taxas de suicídio três vezes superiores às femininas. O consumismo desenfreado a que se refere o mestre é sacramentar definitivamente a ideia de que ter é mais importante do que ser. Ao ter , ao invés de ser , o homem leva as suas preocupações para coisas que estão fora dele, homem, logo torna-se vazio, perde a sua consciência critica, sua capacidade de reflexão, e torna-se uma presa fácil deste consumo exagerado. O homem precisa se realizar mentalmente e desenvolver suas potencialidades emocionais e físicas. Nunca se reduzir ao ter mais , e sim um permanente ter mais em todos os campos da inteligência, da sensibilidade, da moralidade, do direito e do bem estar social. Dar sentido a nossa existência.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Apagões

Qualquer nação que seja possuidora de um projeto de prestígio, poder e prosperidade, precisa alcançar três autonomias : Alimentar, defesa e energética. Ao mesmo tempo uma nação para ser competitiva precisa ter uma boa combinação de mão de obra qualificada, modal de transportes, energia, telecomunicações e informática. São condições necessárias e suficientes para que tenhamos uma boa governança corporativa. Se analisarmos o nosso país percebemos que somos capazes de alimentar toda a nossa população, se alguém passa fome, não é por uma questão de capacidade produtiva e sim por  termos uma péssima distribuição de renda que deixou de ser a muito tempo um problema de ordem econômica e sim política. A questão da defesa, estamos defasados quando sabemos da necessidade de modernizar a nossa armada para termos condições de manter a integridade do nosso território e lembrando que somos possuidor de uma área chamada amazônica que é desejada por muitos países e que faz fronteira com diversas nações. A questão da energia é mais preocupante, sem ela, não produzimos, não avançamos, compromete a geração de emprego e renda enfim, a economia não cresce. O senhor Adriano Pires, Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, em artigo no jornal Folha de São Paulo no dia 15\02\2014 cujo título é " Mais mercado, e menos intervenção",  afirmou: " O que explica esse cenário de tantos apagões? Com certeza não se pode atribuir exclusivamente à falta de chuvas, às temperaturas elevadas nem aos raios. As principais causas são uma política intervencionista, a falta de planejamento e o desrespeito às regras de mercado. De olho nas eleições de 2014, o governo editou a medida provisória nº 579 em setembro de 2012, posteriormente convertida na lei nº 12.783/2013, que impôs às empresas uma redução de tarifas num momento em que o preço da energia crescia com o uso das térmicas. A tarifa artificialmente baixa tinha como objetivo agradar os consumidores e controlar a inflação. As indústrias, que seriam as principais beneficiárias, no fundo foram enganadas, já que a maioria delas está no mercado livre, e as tarifas baixas só atingiram o mercado cativo. Quem ganhou mesmo foram os consumidores residenciais, o que acabou por estimular o desperdício. Seria preciso que o governo lançasse o quanto antes um plano de uso racional de energia. Entretanto, de forma equivocada, ele confunde plano com racionamento. A insistência em realizar leilões nacionais e com a presença de todas as modalidades de energia concorrendo entre si levaram a um mau aproveitamento da nossa diversidade de fontes energéticas. Essa diversidade e a dispersão regional --água e gás natural no Norte, vento no Nordeste, biomassa no Centro Oeste e Sudeste, gás natural no Sudeste e carvão no Sul-- levariam a um melhor gerenciamento dos reservatórios das hidrelétricas, que perderam poder de regularização (capacidade de regularizar o abastecimento de energia elétrica) nos últimos anos pelo fato de o governo ter cedido às pressões ambientalistas e, então, passado a permitir apenas usinas a fio de água (de cisternas pequenas). O governo não soube transformar a vantagem que a natureza nos deu em uma vantagem econômica e competitiva frente a outros países. A falta de uma solução adequada para a questão dos licenciamentos ambientais e a adoção de taxas de retorno patrióticas embutidas nos preços dos leilões promoveram atrasos e adiamentos em usinas, linhas de transmissão e subestações --15% do parque eólico brasileiro, por exemplo, está parado por falta de linhas de transmissão. O governo precisa adotar medidas que mudem a demanda, por meio da implementação de um plano de uso eficiente de energia, e estimulem a oferta, com leilões regionais e por fontes e incentivos ao crescimento do mercado livre. No curto prazo, o governo deveria incentivar a cogeração a gás natural e a biomassa, que são formas mais eficientes. Um consumo médio da cogeração a gás de aproximadamente 2,4 milhões de metros cúbicos por dia, por exemplo, equivale a uma geração de 450 MW, o que economizaria para o país R$ 2,5 bilhões por ano, considerando o custo evitado do acionamento das térmicas. O PT teve mais de uma década para modernizar e aumentar o nível de segurança do setor de energia. Entretanto, políticas centralizadoras e populistas tornaram o sistema ainda mais frágil e antiquado. Em vez de, todos os anos, ficar esperando a chuva e temperaturas amenas, o governo precisa implementar o quanto antes políticas descentralizadoras e práticas de mercado. Só assim para que apagões de fato nunca mais ocorram". Precisamos redesenhar a rota deste país, não podemos continuar com esses apagões que deixa a nossa nação vulnerável perante o mundo empresarial, comprometendo  os investimentos diretos que poderiam ser alocados no setor produtivo. Uma nação que possui uma carga tributária que chega a 37% do PIB, recursos existem o que nos falta é a ausência de um planejamento estratégico de longo prazo e que seja acompanhado, medido, avaliado e controlado. Inflacionando qualidade na gestão pública, dando fim a corrupção, despreparo administrativo e voluntarismo.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

O Mundo

O professor Dinarte Lopes em um dos seus comentários neste site afirmou que:" O mundo não é o lugar da coerência e da racionalidade. É o lugar das contradições. A racionalidade inerente ao capitalismo não suporta a moralidade. Acho que a racionalidade da própria economia exclui a moralidade, a economia não é a esfera mais alta da existência humana e que moral e ética são necessárias, mas a partir de um ponto fora da economia. A economia é o campo das trocas, dos interesses, onde não há interesse, não há troca, não há economia. A moral é o oposto, é o campo do desinteresse, faz-se o bem porque é correto fazê-lo". Quando analisamos algumas área do mundo, não compreendemos tanto sofrimento que são imposto as pessoas. O continente africano que convive com um excesso de falta, milhões de pessoas passam por necessidade, morrem por falta de alimentos é uma coisa vergonhosa. No mundo árabe, depois da Primavera, continuam se estraçalhando entre xiitas, sunitas, militares seculares e talibãs. As duas maiores economias do mundo, a chinesa apresentando crescimento econômico a taxas elevadas por muitos anos é dirigida por um sistema político fechado que impede a sua população a liberdade de expressão,  este continente é dirigido com mão de ferro. A americana criadora da crise de 2007 que ainda hoje muitos países sofrem das suas consequências, mostrou ao mundo a ausência de governança corporativa que ainda impera no seu sistema financeiro. O conluio entre os professores de  grandes universidades, poder político, gestores de grandes empresas, seguradoras, financeiras, bancos e agência de  risco pela ganância foram capazes de criar uma crise que resultou na eliminação de milhões de empregos em todo o mundo. A Europa que agora começa a dar sinais de vitalidade passou e alguns países ainda passa por sérias dificuldades na retomada do crescimento econômico. Na América Latina, a quantidade de pessoas que sofrem por falta de oportunidades, corrupção, comércio ilícito, segurança, educação, saúde e trabalho de qualidade é gritante. Que mundo é esse que estamos construindo? O sistema capitalista com todas as suas glorias ainda não foi capaz de eliminar esta miséria que assola  todos os continentes. Não estou defendendo nenhum sistema o que eu desejo é que o mundo caminhe em busca de um aperfeiçoamento em todos os campos. Maior perfeição em todos os campos da inteligência, da sensibilidade, da moralidade, do direito e do bem estar social. Realmente, o eminente professor John Maynard Keynes, foi muito feliz ao afirmar que o maior problema político do mundo é justamente as nações terem a capacidade de encontrar a melhor combinação entre: Liberdade individual, justiça social e eficiência econômica. Até quando vamos conviver com tamanha contradição?

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Acorda Brasil

As desigualdades regionais em nosso país é gritante. Ao compararmos a região Norte e Nordeste com as regiões Sul e Sudeste, percebemos um distanciamento enorme e costumo dizer que não dá mais para nos igualarmos. As regiões mais desenvolvidas tem dinâmica própria por serem possuidoras de infraestrutura tangível e intangível de melhor qualidade e em escala crescente. Cabe aos nordestinos e nortistas exigirem dos governantes que pelo menos os projetos estruturantes e essenciais a região sejam implementados. A transnordestina e a transposição de águas do Rio São Francisco só Deus sabe quando será concluída e o valor dessas obras a cada atualização só tende a subir e a sua conclusão cada vez mais distante. Estados pobres se dão ao luxo de devolver recursos em áreas estratégicas aos ministérios por incapacidade de se adequar as exigências contratuais, prova contundente de incompetência. Obras são realizadas e são inauguradas e não são utilizadas em benefício dos agentes econômicos, completa falta de respeito a população. O desperdício é gritante no âmbito governamental e ainda acham que os movimentos populares não tem justificativas só requem tumultuar o processo político, pelo amor de Deus!!!! Falta vergonha na cara e agradeçam todo os dias pela inercia da nossa sociedade que só agora começa a dar sinais de revolta com tamanha incompetência que reina neste país. A nossa omissão se traduz no sofrimento das pessoas que todos os dias nos é apresentado pelos diversos meios de comunicação. Falta saúde, educação, segurança e infraestrutura e tem pessoas que ainda tem a coragem de dizer que o país vai muito bem. Só pode ser um pelego que vive as custas do governo ou está ocupando um cargo comissionado não por competência e sim para ser um mero testa de ferro de quem o indicou. Para dinamizarmos a nossa base produtiva não só para atender ao consumo interno, mas para exportamos é preciso aumentarmos a nossa produtividade, para sermos competitivo neste ambiente evolutivo, dinâmico e extremamente instável. Não podemos continuar a enfatizar somente os programas sociais, embora reconheça a sua importância para nossa região, lembrando que esta população que hoje se beneficia deve ser compreendida como transitória em uma visão de longo prazo. Quando me refiro a questão da produtividade, não me limito ao interior das industrias abrangem toda a sociedade, para que os Estados Nordestinos e Nortista se tornem competitivos é necessário dota-los de energia, mão de obra qualificada, informática, telecomunicações e modais de transporte e isso não possuímos o que nos deixa em uma situação de inferioridade. Na realidade o excesso de escassez que predomina nessas macros regiões  nos deixa desestimulados, cansados de tanta incompetência e falta de visão política. Lembrando que este ano  temos eleições, mas como diz um amigo meu, o Brasil será Hexa Campeão Mundial e tudo voltará a ser como antes. O sofrimento se misturará com a alegria e tudo será esquecido e as reivindicações retornará em outro amanhã.