sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Missão Estabilizadora

A missão estabilizadora tem como foco combater a inflação e o desemprego. A inflação pode se manifestar de três maneiras: a inflação de custos, demanda e inercial, cada uma tem os seus fatores que a alimenta. A de custos podemos citar: choque externo, desvalorização do câmbio, custo do trabalho, taxa de juros em elevação e carga fiscal excessiva. A de demanda, gastos governamentais em expansão, aumento reais de salários, aumento do crédito e redução das taxas de juros. A inercial,não depende de pressões nem de demanda ou de custos, esta relacionada a indexação, ao ato de remarcar, a partir da constatação da existência da inflação e o ponto negativo da indexação é justamente a torná-la rígida para baixo. A estabilização monetária é essencial para atingirmos as metas do nosso projeto de poder, prosperidade e prestígio. É uma conquista do povo brasileiro que não admite a volta da inflação, que tanto mal criou ao sistema econômico da nossa nação,diminuiu o poder aquisitivo dos trabalhadores, desorganizou o processo produtivo e financeiro. O plano real, que foi implantado em 1994,foi a mais bem sucedida experiência de combater a inflação. Segundo o IBGE, a inflação saiu de 45% ao mês em junho/94 para 1,7% ao ano em 1998. Na implantação do plano real, a política cambial era o principal instrumento de combate à inflação e a política monetária equilibrava o setor externo.Atualmente é a política monetária que combate a inflação e a flutuação cambial ajusta o setor externo. A política fiscal, busca equilibrar as contas públicas, ampliando a confiança dos investidores institucionais e ao mesmo tempo estabilizando a relação dívida pública em relação ao PIB. A inflação deve ser entendida como um desequilíbrio entre o nível de preços e a renda. Os seus efeitos são terríveis para a sociedade, através dela observa-se que governo e oposição, patrões e empregados, conservadores, liberais e socialistas unem-se para combatê-la. Quando o governo toma medidas de enfrentá-la, como aumento dos impostos,arrocho salarial, controle de preços, taxas de juros elevadas e redução do crédito, verificamos que todos os prejudicados se revoltam, porque as medidas a serem adotadas são realmente dolorosas.Os consumidores queixam-se dos comerciantes,estes atribuem a responsabilidade aos industriais, que acusam os banqueiros de cobrar juros abusivos. Os trabalhadores apontam os patrões pela elevação dos preços, que respondem dizendo que foram forçados pelos aumentos salariais. Os banqueiros reclamam da estatização do crédito e das medidas governamentais que o restringem. A oposição denuncia o governo por aumentar impostos e emitir moeda, e o governo se defende, dizendo que os culpados pela inflação somos todos nós. Resumindo, os efeitos da inflação nos seus aspectos econômicos, financeiros e sociais, observamos uma distorção no processo produtivo, dificultando o mercado financeiro, as nossas exportações, diminui a credibilidade do país no mercado financeiro internacional, as empresas utilizam-se da agiotagem e aumentam seus preços para custear os juros elevados, os trabalhadores empobrecem e somente os especuladores e os possuidores de renda são favorecidos por sua existência.Combater a inflação significa fazer com que todos os preços permaneçam estáveis e evitando que amanhã a sociedade não parta para acirradas reivindicações, agitação social e a prática da corrupção.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A taxa ideal de câmbio

É necessário compreender a diferença entre o PIB potencial e o PIB efetivo. O conceito de PIB potencial diz respeito à capacidade total da produção da economia, enquanto o PIB efetivo mede o que realmente está sendo produzido. Cabe uma diferenciação entre as análises de longo prazo e curto prazo, no longo prazo o PIB potencial mostra a capacidade de crescimento da economia, no curto prazo o PIB efetivo mostra as oscilações que a meta de crescimento pode estar sendo sacrificado por restrições internas (combate a inflação) e por restrições externas ( ajuste do balanço de pagamentos). Para manter as contas externas equilibradas e combater a inflação é necessário buscar a taxa de câmbio mais adequadas para o nosso país. A política cambial precisa estar sintonizada com o objetivo que está sendo perseguido pela política econômica do país:Combater a inflação, equilíbrio externo ou crescimento da produção. No caso brasileiro, o governo utilizou a política monetária, (aumento da SELIC) como instrumento para reduzir o consumo interno e ajudar a combater a inflação, utilizou a política fiscal quando cortou 50 bilhões do orçamento, sinalizando que o crescimento se dará em ritmo mais lento e contribuindo para ajustar as contas pública que indiretamente contribui para termos em uma visão de longo prazo taxas de juros mais condizente e usou a política de rendas para definir o salário mínimo que pressiona os gastos público já que este preço é utilizado como indexador para outros ativos. A teoria econômica nos informa que a taxa de câmbio ideal é aquela que consegue o equilíbrio interno e externo de qualquer país.O equilíbrio interno é uma situação em que o PIB efetivo esteja próximo do PIB potencial e que a inflação se encontre ao redor da meta estabelecida. O professor Alexandre Schwartsman em artigo na folha de São Paulo no dia 8/12/2010"Para entender a guerra cambial" nos ensinou que há, porém, várias combinações com essa situação. Se, por exemplo, a demanda interna estiver muito fraca, tal fraqueza poderia ser compensada por uma taxa de câmbio bastante desvalorizada, que produzisse uma demanda externa forte, mantendo a economia próxima ao seu potencial. Da mesma forma, uma taxa de câmbio mais forte, que levasse à redução das exportações (líquidas das importações), poderia ser compensada por uma demanda doméstica mais aquecida. A manutenção do equilíbrio doméstico nos termos acima definidos implica, de maneira geral, uma relação direta entre a taxa de câmbio e o ritmo de expansão da demanda interna: a demanda forte requer uma taxa de câmbio forte para manter a economia operando sem pressões inflacionárias, enquanto a fraqueza da demanda doméstica precisa ser compensada com uma taxa de câmbio fraca para evitar a deflação. Se, porém, a demanda estiver forte com o câmbio fraco, a inflação ficará acima da meta, isto é, em desequilíbrio interno. A definição de equilíbrio externo é um pouco mais complicada. Em princípio seria um nível do deficit externo considerado "sustentável". A dificuldade aqui é a noção de "sustentável", que pode (e deve) significar coisas diferentes em momentos (ou países) distintos. Para fins da presente discussão, aceitemos que o equilíbrio seja um saldo externo zerado, sem, como veremos, grande perda de generalidade. Imagine, pois, um país em que a demanda interna cresça vigorosamente, requerendo um aumento das importações além das exportações. Para manter as contas externas equilibradas, a taxa de câmbio tem que se desvalorizar. Da mesma forma, se a demanda interna fraqueja, a taxa de câmbio pode se apreciar sem prejuízo à manutenção do saldo zerado. A relação nesse caso é inversa à observada no anterior: para manter o equilíbrio externo, uma economia forte precisa de câmbio fraco e vice-versa. Assim, se observarmos demanda fraca acompanhada de câmbio desvalorizado, o balanço de pagamentos mostrará superavit, revelando desequilíbrio externo. Na China observamos simultaneamente tensões inflacionárias e grandes superavit externos, duas características do câmbio demasiadamente depreciado. Caso permitisse que a taxa de câmbio se apreciasse, tanto a inflação como os saldos externos cairiam, trazendo a economia para o equilíbrio. Por outro lado, os Estados Unidos, que enfrentam riscos de deflação no contexto de deficit externos, apresentam taxa de câmbio excessivamente apreciada, requerendo um dólar mais fraco para retornar ao equilíbrio. Entretanto, enquanto o dólar flutua (e se deprecia), o yuan é fixo com relação a essa moeda, de modo que sua correção só se dá (lentamente) pela aceleração da inflação interna, exigindo uma desvalorização ainda maior do dólar em relação às demais moedas. Se há, portanto, algo de artificial, é a fixação da taxa de câmbio chinesa, atitude alegremente aceita pelas mesmas autoridades que acusam os Estados Unidos de fomentarem uma "guerra cambial", revelando incompreensão assustadora de um assunto tão relevante". Os estudiosos nos informa que o preço mais importante em um sistema econômico é a sua taxa de câmbio, ela pode desestruturar o equilíbrio interno e externo e comprometer as metas estabelecidadas pela política econômica. O Brasil em uma visão de longo prazo precisará criar até 2030, 150 milhões de empregos o que só ocorrerá com o crescimento da indústria e dos serviços e o câmbio valorizado execessivamente pode criar sérias dificuldades.Não podemos usar o câmbio valorizado como instrumento para combater a inflação esperando que o sistema de câmbio flutuante, garantirá, o financiamento dos deficits em conta corrente. Segundo o professor Delfim Netto, nos ensina que " Enquanto a diferença entre a taxa de juros real interna e a externa continuar superior ao risco Brasil, a taxa de câmbio nunca será o velho preço relativo que assegurava o valor do fluxo dos importados com o dos exportados. Continuará a ser o que é hoje: um ativo financeiro nos milhões de portfólios dos agentes que frequentam o imenso mercado internacional de moeda, cerca de 20 vezes maior que o valor dos bens e serviços comercializados". O nosso país necessita de um programa econômico que consolide as políticas fiscal e monetária, que sinalize para o mercado de que reduziremos a taxa de juros real e assim encontrarmos a taxa ideal de câmbio.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Custos - Desperdícios - Benefícios

Com as medidas anunciadas pelo governo do corte de 50bilhões de reais do orçamento, sinalizando ajustes nas contas públicas, contribuindo para combater a inflação que encontra-se com seu valor acima do centro da meta, alguns empresários em discussão recente já querem partir para reduzir gastos, demitir pessoal, cortar investimentos em aquisição de novas tecnologias e ao mesmo tempo freiando os programas de treinamento de seu pessoal. É bom lembrar que neste momento só reduzir custos não resolve o problema, a visão deve se voltar para os custos mais levando em consideração o benefício e o desperdício, afinal existe uma relação muito forte entre eles.Antes de tomar está decisão se faz necessário que analise o benefício que cada gasto representa para a empresa e o impacto que terá nos seus resultados. O sucesso que muitas empresas conseguem é fruto do uso eficiente em que são utilizados os seus recursos (fazer bem feito) e eficaz (fazer o certo). Os manuais de administração nos aponta que a teoria moderna é fazer bem feito o que é correto.O que os empresários deveriam fazer é identificar desperdícios motivados pela ineficiência que compromete a eficácia.Não se atinge bons resultados simplesmente pelo corte de custos sem uma análise cuidadosa nem demitindo talentos que com certeza vai comprometer o desempenho da empresa amanhã. O desenvolvimento econômico está intimamente relacionado ao crescimento da produtividade, é inaceitável a convivência pacífica com o desperdício de recursos naturais cada vez mais escassos e de tempo que é sinônimo de perder dinheiro. Uma forma de reverter está situação é os empresários entenderem que a produtividade só é alcançada quando um conjunto de fatores que determinam o seu aumento apresenta-se de forma coordenada. Como: qualificar as pessoas,economias de escalas,conhecimento tecnológicos,funcionamento do sistemas de preços, a estabilidade da moeda e de regras econômicas, o nível de educação da população, o sistema tributário, o funcionamento do mercado de capitais, a capacidade de competição nacional e a cultura da empresa. A razão do detalhamento do conceito de produtividade é que ela não pode ser medida apenas pelo ângulo do fabricante,ou seja obter o produto ou serviço com um mínimo de recursos. É necessário que seja vista pela ótica do consumidor, que deseja esse produto ou serviço.As produtividades setorias precisam ser analisadas em conjunto para que se possa alcançar a produtividade global. Reduzir custos deixará meus clientes atuais mais satisfeitos e permitirá a conquistas de novos no futuro. O custo é o pagamento pelo que se consome ou é o que se desperdiça por ineficiência comprometendo a eficácia das organizações?Tais decisões impactam em questões que configuram o futuro e a própria vida das organizações, tais como seu direcionamento estratégico, sua sustentabilidade e a sua legitimidade. É necessário cuidado nas decisões que serão tomadas na formulação quanto na implementação em busca de soluções. Os empresários tem pela frente um grande desafio, saber explorar novas oportunidades que surgem nos momentos de dificuldades, enfrentar com competência o desafio de uma atuação empresarial sustentável, não só para o sucesso das suas empresas, mas também para produzir as mudanças que tantas comunidades, país e regiões inteiras de nosso planeta tão urgentemente precisam.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Autonomia

"As sociedades humanas organizam-se em "nações", que criam seu Estado, pensam egoisticamente, comportam-se agressivamente e tratam de maximizar o seu bem-estar, não importa se à custa da diminuição do bem-estar das outras. Toda sociedade organizada em Estado procura estabelecer três autonomias: 1ª) alimentar; 2ª) energética, para não depender de eventuais interrupções do comércio produzidas por sua própria agressividade; 3ª) militar, para, pacificamente, defender-se ou, agressivamente, impor sua vontade às outras. Esqueçamos a bobagem da moda que afirma que a globalização eliminou o poder dos Estados. Eles estão aí, mais fortes do que nunca, como mostram EUA, Rússia, China, Índia e Irã, em disputas que disfarçam mal a busca das três autonomias. O Brasil não é exceção: apenas não sabe, mas também está atrás delas".Esse texto inicial foi apresentado em um artigo (Três autonomia) na folha de São Paulo no dia 19/03/2008, pelo eminente professor Delfim Netto. Acredito que a primeira autonomia a alimentar o nosso país superou,os dados do ministério da agricultura mostra a cada ano o avanço na produção de grãos e a nossa produtividade em determinadas culturas supera a de nações ditas desenvolvidas, fruto de um projeto que aliou,conhecimento através da Embrapa,investimentos e tecnologia. A segunda a energética, nos preocupa, este último apagão, que deixou quase todo o nordeste as escuras é muito sério, segundo especialistas outras interrupções podem ocorrer, em razão do nosso sistema de transmissão não ser confiável.Como uma nação pode se desenvolver se o principal insumo indutor do crescimento não é oferecido de forma consistente. Comprometendo o nosso projeto de prestígio, prosperidade e bem estar.De que forma podemos atrair investimentos produtivos, para gerar emprego e renda em nosso país se não temos energia suficiente e fornecida de forma que não ocorra interrupções, o que aconteceu e o que pode acontecer, deixa a nossa nação vulnerável perante as demais, em um ambiente competitivo, evolutivo e dinâmico em que vivemos se faz necessário darmos atenção a está autonomia.O mal que causou a região nordeste é incalculável, os transtornos que as pessoas passaram, o prejuízo ao setor produtivo e a insegurança que ocasionou em todos os Estados afetados. É bom lembrar que o racionamento na era FHC, prejudicou em muito a nossa região, com certeza muitos investimentos foram suspensos, em razão da falta de energia. O Brasil é um país dualístico por natureza, a uma clara desigualdade regional, embora reconhemos que o governo anterior muito investiu nesta região com projetos portadores de futuro e muito precisa ser feito em infraestrutura, não para igualar a região Sul e Sudeste, mas pelo menos iniciarmos um processo sustentável de crescimento em uma região que abriga 53 milhões de brasileiros.A terceira autonomia a militar deve ser também colocada como prioridade,embora tenhamos boas relações com os nossos vizinhos é bom tomarmos os nossos cuidados, não temos certeza sobre o comportamento amanhã não só dos nossos vizinhos como também dos interesses de diversas nações ricas sobre a nossa floresta amazônica.É preciso definir com clareza para onde queremos caminhar, mostrar a nação com transparência o que vamos fazer hoje para garantir um amanhã seguro, próspero e digno de se viver.