terça-feira, 29 de julho de 2014

Colação de Grau da Escola de Gestão e Negócios da UNP - 2014.1 Discurso Proferido


Quero registrar a minha enorme satisfação ao ser comunicado por um aluno da comissão de formatura da turma 8NA da unidade Floriano Peixoto, do curso de administração 2014.1 da Universidade Potiguar, que fui escolhido  para ser o paraninfo desta turma. Lembro-me que o último encontro que tivemos foi na disciplina governança corporativa onde discutíamos os diversos cases que apresentei em sala e foram momentos extremamente rico para todos. Meus amigos, gostaria de  falar para vocês o que penso deste mundo dinâmico, evolutivo e instável que estamos inseridos. Século da transformação ou do conhecimento como muitos o chamam, exigem um administrador que tenha um ideal, e ideal é um gesto do espírito buscando a perfeição, tenha   foco nos resultados,  visão sistêmica, entusiasmo pelo que faz e saiba trabalhar em equipe. Afirmava em sala que o homem deve buscar cinco objetivos onde  a ordem necessariamente fica a cargo de cada um, que são: 1-Aprender a reaprender constantemente; 2- Trabalhar naquilo que proporciona satisfação;3- Viajar; 4 - Tomar uma boa bebida e 5 - Amar profundamente. Quanto ao primeiro ponto, refiro-me da necessidade de aprender sempre, fazendo novos cursos como forma de aprimoramento, já que a única certeza que temos nesta vida é que tudo vai mudar e que vamos morrer. As mudanças tecnológicas são irreversíveis  e o nosso grau de obsolescência é extremamente elevado, nos obrigando a ter a capacidade de gerenciar  o nosso tempo entre estudar, trabalhar e lazer. O segundo, refiro-me a importância de trabalhar naquilo que nos dar prazer, nada mais frustrante ao homem do que executar tarefas que não lhe proporciona nenhum entusiasmo. O terceiro ponto, sinalizo a importância de conhecer novos lugares e outros países, isto nos refina, amplia a nossa visão de mundo e aprimora a nossa reflexão sobre os grandes questionamento e os valores que cada nação é possuidora. Lembrem-se do que afirmava Jorge  Mauther : " A liberdade é bonita, mas não infinita. Me acredite, a liberdade é a consciência do limite".  O quarto ponto, tem haver em sermos mais leves, mais sensíveis, alegres e descontraídos, afinal o nosso tempo é muito curto e não podemos desperdiçá-los com coisas fúteis que só nos entristece. Vamos viver uma vida plena. O último ponto para mim é o mais relevante  nesta vida, buscar de forma incessante o nosso grande amor e desfrutá-lo da melhor forma possível. Como é importante poder compartilhar com outra pessoa as nossas alegrias, tristezas, sonhos e buscar o melhor caminho a seguir nesta vida. Meus amigos, o desafio que vos espera é muito grande  e tenho certeza que vocês  foram bem treinados pelos melhores mestre desta universidade e sairão vitoriosos. O grande mestre Peter Drucker, afirmava: " gerenciar neste século é ter a capacidade de  substituir músculos por pensamentos, folclore e superstição por conhecimento, e força por cooperação" e sinalizava que: “As únicas coisas que evoluem por vontade própria em uma organização são a desordem, o atrito e o mau desempenho", que exige dos profissionais a capacidade e o conhecimento para  tomar decisões que permita as organizações caminharem para o sucesso.  Dizia também: "Para ter um negócio de sucesso, alguém, algum dia, teve que tomar uma atitude de coragem." Meus caros gestores, aos mestres, só nos resta esperar e aguardar que cada um de vocês desempenhe as suas funções de forma honesta e que permita as organizações terem um retorno justo e aceitável para os acionista que nela investiram. Para que isso ocorra, exige ética nas suas condutas e competência em gerenciar os recursos. Esses dois requisitos são extremamente importantes para que conquistem a confiança da sociedade. E nunca esqueça que confiança não pode ser imposta ou regulamentada é preciso ser sentida e acreditada por todos que estão em sua volta. Desejo do fundo do meu coração, felicidade e prosperidade para todos os administradores, tecnólogos em marketing e os bacharéis em relações internacionais e que amanhã possa eu como ex-professor de vocês me orgulhar e dizer: Estes profissionais de sucesso, eu também contribui com a sua formação. Gostaria de acrescentar como cristão, que a vontade de Deus nunca irá levá-los aonde a graça de Deus não possa protegê-los. Muito obrigado.

 

 

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Brasil X Alemanha

Os brasileiros estão chateados com a derrota fulminante da nossa seleção para a seleção da Alemanha, pelo placar de 7 X 1. Todo mundo sabe que a ausência de um planejamento estratégico para atividade futebolística neste país. O futebol, uma brincadeira inventada pelos ingleses que virou um grande negócio, envolve inúmeras áreas de interesse e o volume de recursos que gira em torno desta atividade é de bilhões de dólares. A disseminação desta brincadeira se universalizou e todas as nações passaram a lhe dar a devida atenção, investindo  muitos recursos para proporcionar aos jovens uma atividade esportiva que contribui em muito para a formação de futuros jogadores e de homens honestos, éticos e inclusive afastando das drogas e mostrando a importância da educação. Esta atividade se bem conduzida pode em muito melhorar o índice de violência que ocorre com os nossos  jovens  nas nossas periferias em todos os Estados brasileiros. Mas a Alemanha além de ser uma grande nação, extremamente organizada e de um futebol encantador, nos da de goleada em outras áreas que nós brasileiros precisamos avançar. Em artigo publicado no Jornal Folha de São Paulo no dia 09\07\2014 cujo título é " A goleada para a Alemanha" , o Profº  André Luís  Parreira  afirma:   "Sua respeitada ciência, sua história de reconstrução, a economia robusta, os automóveis e, mais recentemente, a energia renovável fazem a Alemanha estar sempre presente em nossas rodas de conversa. Lá, um povo apaixonado por futebol e cerveja consegue grandes placares também fora do campo. Por aqui, em 26 de junho e em ritmo de Copa do Mundo, foi sancionado pela Presidência da República o Plano Nacional de Educação (PNE). A meta mais comentada, embora não a mais relevante, tem sido a de se destinar 10% do PIB (Produto Interno Bruto) à educação em dez anos. Hoje, são investidos 6,4%. Felizmente, há outras metas previstas no PNE, pois somente esse aumento do investimento, ainda que significativo, não será suficiente para alcançarmos placares de patamar alemão ou de qualquer outro país que seja destaque educacional. Podemos concluir isso com a projeção de alguns números recentes do relatório "Education at a Glance", da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Proporcionalmente, destinar 10% do PIB à educação faria o investimento médio por estudante saltar de aproximadamente US$ 2.900/ano para cerca de US$ 4.500, o que ainda fica muito aquém dos US$ 10 mil/ano investidos pela Alemanha.
O salário inicial médio de um professor de educação básica no Brasil passaria dos atuais US$ 5.000/ano para US$ 7.500 contra US$ 30 mil/ano na Alemanha. Como exigir cada vez mais anos de estudo e qualificação dos professores quando se oferece tão pouco? Mas o investimento ainda terá que dar conta de outra triste realidade: a precária estrutura para o desenvolvimento de uma educação de qualidade para a ciência. Já tive a oportunidade de visitar escolas na Alemanha e constatei que o laboratório de ciências, aliado a projeto pedagógico, é parte do dia a dia desde o ensino fundamental.
Por aqui, segundo o portal QEdu.org.br, somente 2% das escolas públicas municipais possuem laboratório de ciências. Se esticarmos a amostra para escolas públicas, o que engloba as estaduais e as federais, o número cresce para 8%. E a pesquisa fala somente em possuir, nada sobre sua utilização efetiva. No Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2012, com participação de 65 países, o placar em ciências ficou assim: Brasil com 405 pontos (59º lugar!) x Alemanha com 524 pontos (12º lugar!). No quesito inovação tecnológica, os alemães solicitaram 20 vezes mais registros de patentes do que nós. E, se colocarmos no placar o número de prêmios Nobel desde 1901, teremos Alemanha 103 x 0 Brasil! Ou seja, precisamos de muito mais que o investimento do PNE para melhorarmos nosso desempenho. Vamos ter que aprender com os alemães e trabalhar por muitos anos para reduzir as diferenças. Na educação, já estamos na prorrogação". Preciso dizer mais alguma coisa.

domingo, 6 de julho de 2014

O Plano Real

Corria o ano de 1994 e a sociedade brasileira estava prestes a experimentar, mais uma vez, um novo pacote econômico denominado de Real. Como professor de economia e também cidadão, estava ansioso e ao mesmo tempo, preocupado se mais uma vez um projeto econômico não desse os resultados esperados e frustrasse a nação. Foi  quando tomei a iniciativa de escrever um artigo para a Revista RN-Econômico, cujo título era " A Chegada do Real", na coluna opinião. Para minha surpresa o artigo teve uma boa aceitação e fiquei surpreendido quando recebi um convite da revista para escrever semanalmente uma coluna que mantive por quase dois anos denominada "Economia Atual". Foi uma das experiências maravilhosa que tive em minha vida onde livremente pude escrever sobre qualquer assunto, independente de sua relação com a economia. Como tinha o cuidado de arquivar semanalmente os assuntos que tratava, tive a ideia de apresentar em uma única publicação um conjunto de artigos que foram escolhidos por mim para refletir o pensamento e a visão de um economista sobre economia, amizade, sentimento e amor. O meu primeiro livro cujo título é REFLEXÕES DE UM ECONOMISTA - 2001 Editora: Departamento Estadual de Imprensa. Nele o primeiro artigo é justamente a Chegada do Real. Dizia, em 25\06\1994 que qualquer pessoa que não conheça a lógica da economia consegue identificar o absurdo da economia brasileira. A miséria atingindo taxas crescentes; a falta de recursos para a educação, saúde, saneamento básico, segurança, transportes urbanos, habitação e, principalmente, a falta de emprego, tudo isso cria um estado de insegurança, pessimismo, oportunismo político, descrença, conformismo e uma falta de espírito público com as grandes questões nacionais. Novamente fomos chamados, a partir de 1\07\1994, a conviver com uma nova moeda, servindo como padrão de valor monetário e que passou a denominar-se de Real. E perguntamos: O que mudou? O que ocorreu? Quais as vantagens, e o que realmente significa? mais uma simples troca de moeda, para em alguns meses, percebermos a mesma desvalorização e novamente os grandes pensadores partirem para a elaboração de mais um modelo a ser testado. Até quando isso continuará? O Plano Real estabeleceu uma nova atmosfera no ambiente de negócios desse país, desde a sua implantação. Mudanças na propriedade do capital, na estrutura de produção, estimulo a concorrência, nos preços relativos e alterações no mercado de trabalho. A significativa redução da inflação favoreceu em muito as classes de menor poder aquisitivo, já que não tem como se defender de um processo inflacionário crônico. Estudo desenvolvido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (FIPE-USP)  - 1998, afirma que a globalização, de uma forma geral, e a experiência brasileira com o Plano Real deixam lições importantes para o país. Em primeiro lugar, é importante destacar que a globalização é uma realidade e não uma escolha, tem vida própria e independe dos governos. participar do processo não é uma opção; na realidade, a estratégia adotada pelos países precisa ser dirigida no sentido de alavancar o desenvolvimento, aproveitando as oportunidades geradas pelo processo. Em segundo lugar, que os custos de transição são inerentes à passagem de uma economia fechada e com elevadas taxas de inflação para uma economia mais aberta e com estabilidade, no contexto de globalização. Em terceiro lugar, a lição mais importante pode ser extraída das crises do México, da Ásia, da Rússia e do Brasil. Ao mesmo tempo em que gera novas oportunidades, a globalização impõe custos extremamente elevados a países que adotam políticas domésticas inconsistentes. Em nenhum outro período da história recente, os fundamentos da economia foram tão destacados. A  livre movimentação dos fluxos financeiros e o crescente investimento direto externo que podem se constituir em importantes estímulos do processo de desenvolvimento econômico, serão ancorados nas economias em que há confiabilidade. Em razão do que foi comentado, precisamos continuar com o aperfeiçoamento deste modelo, fazer as reformas necessárias para mantermos a estabilização da nossa economia e caminharmos para o desenvolvimento tão sonhado por todos os brasileiros. Realmente o Plano Real foi e continuará sendo um sucesso que nós brasileiros apresentamos ao mundo.