domingo, 29 de setembro de 2013

Em busca de um futuro melhor

No artigo Planejando o futuro chamava a atenção das razões que têm levado muitos brasileiros as ruas exigindo dos governantes uma nova forma de gerenciar o nosso país. Neste artigo fazia a seguinte afirmação: "As manifestações que ocorrem em vários Estados brasileiros, tem como objetivo o aperfeiçoamento da política e da democracia, a sociedade exige a permanente vigilância da estabilidade monetária e fiscal, exigem crescimento e dinâmica dos mercados como forma de gerar empregos de qualidade para todos e ao mesmo tempo diminuindo as desigualdades sociais,fortalecendo a inclusão social e tendo respeito ao nosso meio ambiente. Desenvolvimento para que ocorra precisa ser provocado e construído, é um processo global de maturação e de busca de maior perfeição em todas as áreas". O escritor moçambicano Mia Couto em seu livro E se Obama fosse africano? (Que indico como leitura), em um dos seus ensaios afirma que:" ter futuro custa muito dinheiro. Mas é muito mais caro só ter passado. A pergunta crucial é esta: O que é que nos separa desse futuro que todos queremos? Alguns acreditam que o que falta são mais quadros, mais escolas, mais hospitais. Outros acreditam que precisamos de mais investidores, mais projetos econômicos.Tudo isso é necessário, tudo isso é imprescindível. Mas para mim há uma outra coisa que é ainda mais importante. Essa coisa tem um nome: é uma nova atitude. Se não mudarmos de atitude não conquistaremos uma condição melhor.Poderemos ter mais técnicos, mais hospitais, mais escolas, mas não seremos construtores do futuro." Mas adiante diz o mestre: que uma das caracteristica africana que vale para o nosso país é a pressa em mostrar que não se é pobre, é em sim mesma , um atestado de pobreza. A nossa pobreza não pode ser motivo de ocultação.Quem deve sentir vergonha não é o pobre mas quem cria pobreza. Quanto mais pobre é um país maior é a capacidade de se destruir a si mesmo.No conflito entre expectativa e realidade é comum o sentimento de desapontamento que faz pensar que, no passado, o futuro já foi melhor. Na realidade, no momento atual e global muito de nós deixamos simplesmente de querer saber do futuro. E parece recíproco: o futuro também não quer saber de nós. Estamos tão entretidos em sobreviver que nos consumimos no presente imediato.O amanhã tornou-se demasiado longe. Mais do que longínquo, tornou-se improvável. Mais do que provável, tornou-se improvável. O descrédito político gerou o cinismo com que hoje olhamos a gestão do nosso quotidiano. O que estas manifestações dos brasileiros  sinaliza e  segundo o pensamento de Mia Couto é que não fomos apenas nós, nações periféricas, que falhamos. Algo maior falhou. E que está desmoronando é todo um sistema que nos disse que se propunha tornarmo-nos mais humanos e mais felizes. Na luta pelas nossas independências era preciso esperança para ter coragem. Agora é preciso coragem para ter esperança. Antes nós sonhamos uma pátria porque éramos sonhados por essa mesma pátria. Agora, queremos pedir a essa grande mãe que nos devolva a esperança. Mas não há resposta, a mãe esta calada, ausente. A única coisa que ela nos diz é que ela teve voz enquanto nós fomos essa voz. Enquanto nos calarmos, ela permanecerá em silêncio. O que significa que precisamos de recomeçar sempre e sempre.O adversário do nosso progresso está dentro de cada um de nós, mora na nossa atitude, vive no nosso pensamento.A tentação de culpar os outros em nada nos ajuda. Só avançamos se formos capazes de olhar para dentro e de encontrar em nós as causas dos nossos próprios desastre. Uma grande potência não começa nos recursos naturais, começa nas pessoas e na capacidade de essas pessoas serem produtoras de felicidade. Precisamos intensificar as nossas reivindicações que são justas e  não ter medo dessa nossa nova atitude que busca a construção de um  futuro melhor que tanto almejamos para a nossa nação.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Bem estar

O objetivo do estudo de economia é formular propostas para resolver ou minimizar os problemas econômicos, de forma a melhorar o bem estar das pessoas.Mas é preciso compreender a noção de bem estar e para isso é preciso separá-la do aumento continuado do consumo material. As famílias quando atinge certo nível de renda, o seu bem estar passa a ser representado pelo tempo que dedica a família e aos amigos, ao lazer e a fácil mobilidade  de chegar ao seu ambiente de trabalho. Por muito tempo a situação econômica de um país sempre foi avaliada pelo tamanho do seu mercado ( PIB) ou por seu PIB per capita.Logo maiores níveis de PIB per capita ,( que representa a renda média da população) estariam associados a padrões mais elevados de bem estar material. Realmente o progresso baseado no crescimento do PIB mostrou que grande parte da sociedade teve acesso aos frutos do progresso e do consumo, mas este modelo de progresso nos deixa preso a um esquema que privilegia a quantidade contra a qualidade. Hoje o sentido de riqueza não se limita apenas ao capital físico ( produtos e serviços feitos pelo homem, bens monetários) é preciso levar em consideração outros capitais: como o capital humano (saúde, educação e inteligência), o capital social ( segurança nas ruas e outros elementos da convivência social),e o  capital natural ( respirar ar puro e beber água limpa) buscando a melhor combinação entre eles.O economista  indiano Pavan Sukhdev uma das maiores autoridade nas questões ambientais,  afirmou:" Há quem pense que a defesa ambiental é um luxo para os ricos. A realidade é o oposto, a proteção da biodiversidade é uma necessidade para os pobres, principalmente os de zona rural. Eles sobrevivem dos benefícios diretos das florestas, dos recursos hídricos e do solo.Essa dependência se explica porque os pobres não têm muitos bens acumulados.Como têm pouca riqueza privada,precisam da riqueza pública, na forma de serviços ecológicos, para sobreviver.Enquanto não mudarmos a maneira de fazer negócios, vamos continuar perdendo as vantagens dos serviços ambientais e, por consequência, prejudicando a sobrevivência da maior parcela da humanidade. A visão dominante,hoje, é a da necessidade de escolher entre desenvolvimento e ambiente,ou entre riqueza e biodiversidade.Esses elementos não são intercambiáveis. Os empresários precisam começar a explorar o potencial de uma nova área de inovação, a criação de tecnologias sustentáveis inspiradas em soluções da natureza". Diz o mestre, se o custo ambiental do produto fosse incluído no preço final aí, sim, as empresas teriam de inovar. Atualmente, a inovação apenas tem substituído consumo por mais consumo, isso é preguiça. A verdadeira inovação é fruto de limitações, de oportunidades e da engenhosidade humana. Em uma economia verde,haverá ainda mais inovação,porque as empresas terão de descobrir uma maneira de fabricar os mesmos produtos sem poluir e substituindo determinados matériais por outros,mais sustentáveis. A economia verde é um modelo econômico que busca a redução do risco de escassez ecológica e dano ambiental.Uma economia verde deverá contabilizar os custos que a atividade empresarial impõe à sociedade e terá de lidar com eles. A riqueza, obrigatoriamente terá de ser medida com base no acúmulo de capital humano, natural, e social, e não apenas do capital físico.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Planejando o futuro

As manifestações que ocorrem em vários Estados brasileiros, tem como objetivo o aperfeiçoamento da política e da democracia, a sociedade exige a permanente vigilância da estabilidade monetária e fiscal, exigem crescimento e dinâmica dos mercados como forma de gerar empregos de qualidade para todos e ao mesmo tempo diminuindo as desigualdades sociais,fortalecendo a inclusão social e tendo respeito ao nosso meio ambiente. Desenvolvimento para que ocorra precisa ser provocado e construído, é um processo global de maturação e de busca de maior perfeição em todas as áreas. Não se limita ao produzir mais, deve sim ser um permanente ter mais em todos os campos da inteligência, da sensibilidade, da moralidade, do direito e do bem estar social. Requer um esforço do governo apoiado por lideranças políticas, dirigentes governamentais,consultores e entidades empresariais para a construção de um Estado melhor, que seja capaz de servir a sociedade de forma mais eficiente e profissional e que os princípios da governança corporativa ( transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa)  estejam presentes em todos os fluxos de decisão. Ter uma visão de futuro para o país e alcançá-la requer uma serie de mudanças que precisam ser definidas para esse fim, exigindo remodelar os modos de gerir o país.Qualquer país que tenha um projeto de prosperidade, poder e prestígio,necessita de um planejamento estratégico que possibilite aos dirigentes definir suas metas principais, a estratégia para alcançá-las e os projetos e ações prioritários,baseado em análise do ambiente interno e externo da nação.Planejar é escolher, escolher a visão de futuro,  os alvos, os caminhos, estratégias e táticas, os projetos, as ações, os responsáveis e os prazos e principalmente, escolher o que não será feito. Segundo o Professor F. Abell Derek, do International institute for Management Development (IMD), que desenvolveu uma teoria do "Duplo Planejamento", afirma que este conceito surgiu em função dos agentes econômicos precisarem competir no presente e paralelamente , se preparar para o futuro. Não basta mais uma única estratégia englobando presente e futuro. A abordagem dual exige duas estratégias simultâneas e coerente entre si. A primeira com foco na excelência da gestão das atividades atuais(curto prazo) e a outra concentrada na competência para gerenciar as mudanças necessárias para o futuro (médio e longo prazo). Nenhum país atinge elevado estágio de desenvolvimento político, social e econômico, sem possuir um influente corpo de líderes capazes de exercer uma orientação firme e segura nas varias camadas da sociedade. Desenvolvimento é um processo, tem que planejar este desenvolvimento.Este  processo deve implicar na atuação de certas forças que atuem durante um longo período de tempo.O desenvolvimento deve ser direcionado no sentido de que a população tenham condições ótimas de viver, estudar, amar, diverti-se e até morrer. Avança Brasil.

sábado, 7 de setembro de 2013

A sustentabilidade na engenharia civil

Os professores Elismar Álvares, Celso Giacometti e Eduardo Gusso escrevam um livro cujo título é "Governança Corporativa  Um modelo brasileiro", que recomendo a todos a sua leitura pela importância do tema na atualidade. Os mestres afirmam que responsabilidade corporativa não é nem filantropia nem cega obediência à lei,mas sim uma visão mais ampla da estratégia empresarial, contemplando todos os relacionamentos da empresa com a comunidade em que atua. Mas adiante, afirma que toda atividade humana afeta o meio ambiente.O desenvolvimento sustentável não implica na preservação das condições originais do meio ambiente, que está em permanente evolução, com ou sem a presença do homem.Na verdade, o desenvolvimento sustentável significa a preservação do processo evolutivo, incluindo o homem.Devido ao grande potencial de impacto de algumas atividades empresariais,o que está em jogo nas relações das empresas com o meio ambiente são as condições para a permanência da humanidade no planeta,o que significa disponibilidade de comida, água, energia, e ar em quantidade e qualidade suficientes para que a própria humanidade evolua. Isso exige que as organizações preservem essas condições mínimas. A empresa responsável para com o meio ambiente é aquela que consegue consumir o mínimo possível de insumos naturais para produzir o máximo de produtos e serviços, retornando ao meio ambiente o mínimo possível de rejeitos. Mas esse processo não se restringe a isso, implica também na responsabilidade com o ciclo de vida dos produtos e serviços.A empresa ambientalmente responsável, portanto, é aquela que cuida dos impactos de seus processos e produtos, desde a extração de insumos da natureza até a reciclagem dos produtos descartados. A empresa considerada responsável é aquela capaz de sintonizar suas atitudes e resultados com os requisitos de ética, desenvolvimento e bem estar das comunidades nas quais exerce influência.Os stakeholders da empresa são agrupados em comunidades de entorno, sociedades regionais, nacionais e mundiais, organizações não governamentais e governo,e os melhores resultados são alcançados quando as relações se pautam na cooperação. Quando analisamos a atividade da construção civil tida como a vilã ambiental e a sua atuação na cidade do Natal, constatamos em um artigo publicado pelo jornal Tribuna do Norte no caderno especial no dia 25\08\2013, cujo título é: Indústria e as ideias sustentáveis, existe  a necessidade de incorporar práticas que garantam maior durabilidade e menor consumo energético e nisso os especialistas são unânimes que a escolha de produtos e processos mais limpos faz a diferença. Segundo a professora Maria das Vitórias, do curso de engenharia civil da UFRN, o conceito de sustentabilidade não pode ser desvinculado ao da duração das edificações e afirma que não é só o uso de materiais em si, mas também a destinação adequada dos resíduos. Quanto mais tempo a edificação durar, menos recursos serão usados para manter ou mesmo para construir outra em substituição. Localizar, medir, mitigar ou compensar emissões de carbono, bem como estudar alternativas para ter bom desempenho com menor consumo energético e de demais recursos naturais, é a fórmula que deve ser aplicada desde as pranchetas até os canteiros de obras.O desafio para a mudança conceitual,passa pela educação. A mudança vai nascer nas universidades, com a formação de engenheiros, este é o papel da academia.Segundo a reportagem,  existe na grande Natal  200 construtoras onde 30% dos entulhos são destinados às usinas de reciclagem  e o restante vai parar em terrenos baldios e locais indevidos para o descarte que contamina o solo e não gera renda, informa Ubirajara da Costa, sócio diretor da usina Ecobrit. Segundo os especialistas 95% dos resíduos da construção civil são reaproveitado e somente 30% dos novos produtos são adquiridos e reincorporado à obra quando esses produtos são 50% mais baratos e tendo um impacto importante na redução dos  custos da construção. Dentro desta avaliação a missão do engenheiro moderno é de fundamental importância para a sociedade, para que possa garantir a segurança da população, salvaguardando sua integridade física através da melhor técnica; promover a socialização do consumo, através da redução do custo dos produtos, melhorando sempre a eficiência e a eficácia dos sistemas produtivos, assegurando a qualidade de vida da sociedade, protegendo e recuperando o meio ambiente e desenvolvendo produtos que atendam suas necessidades.Só assim poderemos tornar essa atividade duradoura e tão importante na geração do emprego e renda em nosso país.