terça-feira, 29 de setembro de 2015

Futuro

Tenho afirmado  que o desenvolvimento é um processo global de maturação e de busca de maior perfeição em todos os campos. Não se reduz ao ter mais, deve ser um permanente ter mais em todos os campos da inteligência, da sensibilidade, da moralidade,do direito e do bem estar social. O Brasil, mesmo apresentando melhorias nos últimos vinte anos, encontra-se atualmente muito distante do que realmente gostaríamos, nas áreas de educação,cultura,segurança, saúde,governança e infraestrutura. Falta ao nosso país, um planejamento de longo prazo onde primeiro devemos definir com clareza o que queremos e como podemos atingi-lo através de uma ação estratégica. As missões governamentais (estabilizadora, crescimento, distributiva, alocativa, bens e serviços e regulatória) quando bem conduzida gera nos macros mercados (Trabalho, cambial, moeda e bens e serviços), equilíbrio nos seus preços e quantidades e estimulam o nosso crescimento econômico de acordo com a nossa visão de futuro. Somos um país continental, com sérias desigualdades regionais, mais rico em recursos naturais, um povo inteligente,trabalhador e empreendedor,possuidor de uma economia diversificada onde diversos setores apresentam sinais de elevada produtividade e de um mercado interno considerável. O nosso modelo econômico é de uma economia de mercado, onde nos impõe neste mundo globalizado , a necessidade de se integrar a economia internacional, investir em educação de qualidade para estimular as inovações e a nossa competitividade, termos regras estáveis e respeito aos contratos como forma de atrair o capital estrangeiro e acima de tudo mantermos a nossa estabilidade macroeconômica. No meu entender, a participação do estado e da iniciativa privada precisam caminhar juntas e coesa para contribuírem no estímulo da nossa atividade econômica, através de políticas inovadoras que estabeleça uma atmosfera positiva na construção da nossa infraestrutura, da inovação tecnológica e que possamos ingressar de uma vez por todas na transição que precisamos fazer, de sairmos de um capitalismos de commodities (hoje), para caminharmos para um capitalismos intelectual (amanhã). É isso que precismos construir.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Prosperidade

A Revista Veja desta semana nos apresenta um caderno especial sobre o capitalismo, ao todo são 31 paginas que foca o capitalismo no seu processo histórico até os dias atuais e fazendo uma análise deste modelo em nosso país. Mostrando as dificuldades que tem os empreendedores ao se defrontar com o gigantismo do Estado, uma burocracia arcaica que em vez de estimular a inovação para impulsioná-lo para o desenvolvimento o atrapalha, desestimulando o espirito animal dos empresários. Lembrando que a inovação é a força motriz do crescimento e o fato essencial do capitalismo. A baixa capacidade de inovar foi e é a maior deficiência dos países pobres.Sugiro a todos que leiam, o assunto é extremamente interessante , principalmente neste momento histórico que estamos vivenciando em nosso país. Um dos artigos, cujo título é "A FÓRMULA DA PROSPERIDADE", escrita por Nathalia Watkins, nos mostra os bens mais preciosos das nações,  que são: Instituições fortes,governo eficiente e alto nível educacional. Em resumo descrevo a seguir: Os grandes movimentos populacionais têm padrões comuns. Quem foge de guerras na maioria das vezes se muda para países vizinhos mais pacíficos, na esperanças de voltar para casa quando o perigo desaparecer. Já os chamados migrantes econômicos, que querem escapar da pobreza, atravessam continentes rumo a nações com renda per capita maior e oportunidades de trabalho.Não é a riqueza papável desses países - as cidades impecáveis,os aeroportos reluzentes, as fabricas com equipamentos de última geração que eles buscam. O que torna esses países tão atraentes são qualidades cujo valor é difícil de medir em termos quantitativos,mas que são tão ou mais importantes que as demais em criar condições para o progresso pessoal e coletivo. Quanto mais avançado é o capitalismo em um país,maior é a participação dessas qualidades, ou "bens intangíveis", na formação da riqueza.Uma tentativa de mensurar essas qualidades aconteceu em 2005, num estudo para o Banco Mundial. Para surpresa de muitos, o bem mais relevante foi o que nos países anglo-saxões é conhecido como rule of law,ou o estado de direito. O conceito inclui a eficácia dos governos em implementar leis equilibradas e em garantir a segurança.Também englobaria uma Justiça equânime, que não deixasse espaço para uma classe de privilegiados. O segundo item em importância encontrado na pesquisa foi o capital humano, definido como as habilidades acumuladas pelas pessoas ao longo do tempo. Quanto mais anos de escola, maior é o capital humano e mais riqueza ele é capaz de gerar. O aumento de um ano na escolaridade média em uma nação pobre pode elevar a riqueza per capita em 838 dólares.Ao decompor e comparar a riqueza de países pobres e ricos, o estudo do Banco Mundial também mostrou o que acontece durante o desenvolvimento de um país. As nações de baixa renda têm,em geral, alta dependência dos recursos naturais, como minérios, terras férteis, pastos e árvores.A orientação do Banco Mundial era , e continua sendo, que os ganhos sejam convertidos em aumento da escolaridade, em bens de capital ou em uma melhor governança. Um exemplo de sucesso veio da China. De 1995 a 2005, o país consegui reduzir sua dependência de bens naturais de 34% para 25%. Isso foi obtido pelo investimento em capital humano. O PIB , nesse intervalo, cresceu 10% ao ano. " Na medida em que um indivíduo chega a um ambiente de elevado capital humano, a tendência é que ele se equipare com os outros, especializando-se e fazendo contatos, o que acaba sendo um poderoso indutor do crescimento econômico", diz o economista Otto Nogami, do Insper, em São Paulo. Resumindo, uma pessoa que deixa um país pobre por um rico não está indo atrás de dinheiro, e sim das qualidades que fazem o suor do seu trabalho valer mais. Simples assim. Acontece isso em nosso país?

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Os refugiados

A escritora Lya Luft, em artigo na revista Veja em 16\09\2015 cujo título é "QUE HUMANIDADE SOMOS?", aconselho a todos lerem, pela importância do tema que envergonha a humanidade no século atual. Em resumo diz a escritora:"Dói no coração, cansa a mente e sombreia a alma observar o que estamos nos tornando enquanto humanidade. Nestes dias de tumulto, desconfiança e tantos receios no Brasil, muito longe, mas tão perto, a foto do menino deitado com o rosto na água do mar, perninhas dobradas,mãos desamparadas, percorre o mundo e nos causa dor e horror,provocando a indagação: quem somos, em que estamos nos transformando? Não é a única criança a morrer pela loucura e crueldade ditadas por economia, política, ideologia ou religião, agora e em séculos passados. Nas multidões de migrantes atuais, crianças e bebês de colo, agarrados à mãe, ou nos braços do pai, tentam fugir da morte. Temos obras de arte, templos, edifícios, cidades, que fazem acreditar:o bom e o belo também existem. Mas não anulam nem atenuam essa migração pavorosa, injusta, de milhões que serão ou não aceitos em outro país. E não são apenas os despossuídos que fogem da miséria buscando um destino para si e sua família: são universitários, profissionais liberais, comerciantes, procurando sobreviver longe dos restos de suas cidades e casa. Aos poucos nada de humano sobra na Síria devastada,no Iraque, em territórios curdos e outros. Maravilhosas ilhas gregas ficaram tão lotadas de gente sofredora que ninguém consegue lidar com isso; países europeus são assoberbados com outros milhares, talvez milhões, aceitos em alguns lugares, em outros isolados por cerca de arame farpado,que muitos conseguem atravessar cortando roupas e carnes:qual o destino? O que os espera? A maldição dos invadidos ou portas abertas?Insulto e rejeição ou abrigo, documentos, trabalho, moradia, enfim vida decente com suas crianças e velhos?Ninguém sabe ao certo responder. O assunto é tenebroso, feio, extremamente delicado. Há um horrível hiato entre a paz e a guerra, na rota desses imigrantes que caminham dias, semanas a fio, trôpegos, exaustos, carregando as crianças quando as perninhas delas se recusam a andar,caindo na beira da estrada, comendo o que  lhes dão a caridade nem sempre tão caridosa e os  organismos ligados a direitos humanos." Roberto Pompeu de Toledo, considerado um dos maiores ensaístas do nosso país,nesta mesma revista em artigo, " Alemanha, 7 a 1, aconselho a todos lerem, nos diz: O último domingo, 6, foi um dia histórico na Alemanha.Nas estações ferroviárias de Frankfurt,Munique, Dortmund e outras cidades,multidões acenavam com balões coloridos, levantavam cartazes de welcome e ovacionavam como heróis os refugiados sírios que desembarcavam. A Alemanha ofereceu à pungente imagem a melhor resposta. Amparados pelo clamor da população o governo, que já vinha abrindo suas fronteiras para os sírios e outros refugiados, foi além: declarou-se capaz de absorver 800.000 deles neste ano e 500.000 em cada um dos próximos anos. Os países da antiga Cortina de Ferro recusam-se a receber os estrangeiros, com destaque para a Hungria, outros países , como Suécia, Áustria, e França,mostram-se acolhedores, além da Grécia, e da Itália, onde costumam desembarcar primeiro os fugitivos. A Inglaterra e a Espanha, que ensaiam reunir-se aos bons.Mas nenhum caso ombreia com o da Alemanha, seja em quantidade de acolhimento, seja em recursos investidos para acomodar os recém-chegados,seja em capacidade de enxergar a questão em sua tríplice dimensão- moral, econômica e história. A questão moral está bem atendida pela mobilização da população.A questão econômica funda-se na tendência declinante da população alemã. A questão histórica traduz-se na purgação que a oportunidade oferece para o passado alemão." Acredito que o mundo despertou para o drama de milhões de pessoas que buscam por socorro, eu tenho esperança que a humanidade encontrará uma solução para essa situação vergonhosa que nos  encontramos.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Confiança

Na situação em que nos encontramos de desequilíbrio orçamentário não existe magia, ou corta-se gastos ou aumenta-se impostos. Sou favorável a redução dos gastos, principalmente as despesas correntes,a de investimento precisa ser ampliada através de negociações com a classe empresarial na participação dos inúmeros projetos de infraestrutura que precisam ser concluídos e outros iniciados. A  produtividade que é a razão da sustentação do crescimento está em baixa, precisamos estimular os requisitos básicos para nos tornarmos competitivo, ou seja: mais energia, mão de obra qualificada, telecomunicações, informática e moldais de transportes. O Estado reconhecendo sua ineficiência e atraindo o setor privado para esta missão extremamente importante para sairmos desta recessão que tem comprometido o mercado de trabalho e ocasionando uma situação constrangedora nos lares dos brasileiros. Precisamos retomar o crescimento, os agentes econômicos precisam sentir confiança nas medidas governamentais, lembrando que confiança não pode ser imposta ou regulamentada, mas precisa ser sentida e acreditada pelos atores. Deve enraizar-se em ações, valores e crenças dos investidores, clientes, empregados, políticos, funcionários públicos e, acima de tudo, da classe empresarial. Estamos vivendo um momento propício, para se iniciar uma ampla reforma estrutural neste país, o Estado é maior que a Nação, não podemos continuar com este modelo que se esgotou, precisamos estimular a oferta e a demanda de forma equilibrada, os macros mercados como trabalho, cambial,moeda e bens e serviços precisam   realinharem os seus preços e quantidades para que possamos a médio prazo retomar o crescimento. É do conhecimento de todos, que a nossa carga tributária é elevada, os juros insuportáveis, a inflação em alta que provoca desequilíbrios no sistema econômico e que agrava ainda mais a nossa situação. A sociedade brasileira clama por uma reforma fiscal, trabalhista, previdenciária e política, que tenha como foco o crescimento, atitude que indica  um inaceitável conformismo com a recessão. A situação que nos encontramos  hoje foi gerada pelo excesso de intervencionismo do Governo Federal e pelo voluntarismo da administração Dilma. É ela que tem que convencer a sociedade que reconhecendo os seus equívocos muda o seu entendimento sobre os problemas econômicos que hoje nos aflige. A situação que se encontra o nosso país, exigirá um tempo para que possamos equilibrar o nosso sistema econômico.