domingo, 29 de novembro de 2015

Aos políticos

Estamos vivendo um momento muito crítico em nosso país, além do problema econômico, se estende ao ambiente político e quando tomamos conhecimento do comportamento de alguns deputados e senadores, chegando até a prisão de um deles, deixando parte da  classe política brasileira  exposta como corrupta e mentirosa. Segundo pesquisa recente da Datafolha nos dias 25 e 26 de novembro  de 2015 em todo o país a corrupção passa a ser o maior problema do Brasil. Quando a confiança começa a dar sinais de ausência, compromete a governança corporativa, na medida em que os executivos e políticos que ocupam uma posição de confiança para o exercício da autoridade, deixa de ser relevante para a sociedade. Governança corporativa diz respeito, então, ao não abuso dessa autoridade.E a confiança é o que une a sociedade,o mercado e as instituições.Com sua ausência, nada funciona no país. Como bem relatou o sociólogo Manuel Castells, em seu livro "REDES DE INDIGNAÇÃO E ESPERANÇA", movimentos sociais na era da internet que aconselho  todos  a lerem este livro que têm muito a nos ensinar. Diz o mestre:" Sem confiança o contrato social se dissolve e as pessoas desaparecem, ao se transformarem em indivíduos defensivos lutando pela sobrevivência. Entretanto, nas margens de um mundo que que havia chegado ao limite de sua capacidade de propiciar aos seres humanos a faculdade de viver juntos e compartilhar sua vida com a natureza, mais uma vez os indivíduos realmente se uniram para encontrar novas formas de sermos nós, o povo". É bom lembrar que não é apenas a pobreza, a crise econômica ou a falta de transparência que deixa a sociedade brasileira diminuída. É claro que estas questões também nos deixa indignados e leva a sociedade a se rebelar. Mas o pior é a humilhação provocada pelo cinismo e pela arrogância das pessoas no poder, independente se é do executivo, legislativo e do judiciário. Confiança não pode ser imposta ou regulamentada, mas precisa ser sentida e acreditada por todos. Deve enraizar-se em ações, valores e crenças por todos os atores de uma sociedade. Muitos brasileiros estão se sentindo humilhados, explorados, ignorados ou mal representados e estão prontos para transformar sua raiva em ação, e isso pode ter consequências que deixarão marcas e que pode ser evitado se aqueles que detêm o poder se comportarem com ética e competência em suas ações.A classe política brasileira precisa entender  que os votos que receberam não são seus, seus cargos políticos como direito próprio e suas decisões como indiscutíveis. É como se a democracia fosse sequestrada por profissionais da política que em sua diversidade, estão quase todos de acordo em que a política é coisa de políticos, não dos cidadãos. A democracia foi reduzida a um mercado de votos em eleições realizadas de tempos em tempos, mercado dominado pelo dinheiro, pelo clientelismo e pela manipulação midiática. E essa incapacidade cidadã de controlar seu dinheiro e seus votos  têm consequências em todos os âmbitos da vida. A visão da nossa classe política  brasileira precisa ser reconstruída para se buscar a dignidade perdida, em meio ao sofrimento da humilhação por que passa a sociedade brasileira.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Falta foco

O  professor Henrique Meirelles, na folha de São Paulo, no dia 15\11\2015 escreveu um artigo cujo título é "Ajuste de foco",  que retrata com muita competência a necessidade dos nossos políticos elaborar uma lista dos fatores mais relevantes que está prejudicando o crescimento do nosso país e sugere atacá-los com força e foco.A seguir, o artigo do mestre: Países com longa lista de problemas precisam focar numa pequena lista de fatores mais relevantes que prejudicam o seu crescimento e atacá-los com força e foco. Essa é a conclusão de um estudo abrangente realizado por bancos centrais do G20, que já comentei neste espaço e que ficou ainda mais relevante neste momento brasileiro.Nas décadas de 1980 e 1990, com sucessão de planos econômicos fracassados e estagnação, o problema central do país era a hiperinflação.A estabilização da inflação, em meados da década de 1990, seguida pela implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal e do sistema de metas de inflação com câmbio flutuante, em 1999, criou as bases para a estabilização da economia brasileira.A melhora dos fundamentos econômicos com a consolidação da estabilidade na década passada trouxe previsibilidade à nossa economia.Isso gerou confiança entre investidores, empresários e consumidores. Os investimentos aumentaram fortemente, o crédito se expandiu, o emprego e a renda avançaram e o país cresceu de forma consistente.Esse bônus da estabilização foi conquistado com controle rigoroso da inflação, redução e readequação da dívida pública e acumulação de reservas internacionais em níveis inéditos no país, inimagináveis poucos anos antes. A crise é grave, mas neste momento é importante também combater o derrotismo e a resignação. Em primeiro lugar, ressaltando a força da economia brasileira construída na década passada.O mercado de consumo brasileiro é hoje um dos maiores do mundo. Os US$ 370 bilhões em reservas internacionais são garantia importante para atravessarmos este momento e sem elas o impacto do rebaixamento da avaliação de risco do país pelas agências internacionais teria sido gravíssimo. Já a consciência econômica da população está aumentando. A inflação baixa foi incorporada como valor pela sociedade. E cresce a compreensão da necessidade de equilíbrio das contas públicas.Não devemos subestimar a crise e seus efeitos sociais. Mas devemos usar a energia mobilizada por ela para trabalhar na solução dos problemas e na retomada do crescimento.Para isso, é preciso focar nas questões mais importantes que impedem o desenvolvimento econômico do Brasil conforme a conclusão do citado estudo do G20, conjugando o ajuste fiscal de curto prazo com modernização da infraestrutura, simplificação das regras tributárias, diminuição da burocracia, aumento do comércio exterior, investimentos na qualidade da educação.São medidas que tornarão a economia mais produtiva e mais capaz de competir num mundo desafiador. Parabenizo o professor pelo excelente artigo e que sirva de reflexão para os nossos dirigentes.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Educação e mobilização popular

O professor colombiano Bernardo Toro,  consagrou-se como um dos maiores pensadores da América Latina em duas áreas em que a região é altamente deficiente:educação e mobilização popular.Em entrevista as páginas amarela da revista veja desta semana, diz o mestre em resumo: O Estado não é o salvador da pátria e que, quando a população se organiza, o país se torna mais livre, desenvolvido e inovador. A história mostra  que as melhores mobilizações são silenciosas, constantes no tempo e não produzem heróis. Elas são fruto de sociedades verdadeiramente organizadas, que se norteiam não por um pleito instantâneo,vago, mas por uma ideia maior que domina o imaginário de grupos ou até de uma população inteira. E têm metas claras. Os países da América Latina receberam nos primórdios instituições já pronta de seus colonizadores. Essas instituições continham em seu caldo a forte ideia de que pairavam sobre as pessoas, dizendo-lhes o que fazer, o certo e o errado,o que é digno de prêmio e o que merece castigo. Constituía-se desde o princípio nesses países uma relação de dependência do Estado. Foi o contrário do que se verificou nos Estados Unidos, um país que se ergueu e prosperou sobre bases completamente diferentes.Esses países são menos desenvolvidos, menos livres e democráticos, menos educados e inovadores.Acreditam que seu destino depende da sorte,não do esforço e treino. A culpa do fracasso é sempre dos outros.São países que tendem a ser mais corruptos, já que dispõem de menos mecanismos de vigilância e cobrança sobre a classe política e o próprio Estado. Em suma, a desorganização civil de uma sociedade é seu grande indicador de pobreza. Todos os bens estatais deveriam ser por definição públicos, mas nos países da América Latina eles são engolidos por corporações e grupos movidos por interesse s específicos.Há uma classe de funcionários públicos que se alimenta da máquina como se fosse sua. A maioria dos países da América Latina , incluindo o Brasil, só começou a montar seu sistema escolar quando em muitas outras nações no mundo já existiam universidades,bem estruturadas e de qualidade. Mesmo assim, era um privilégio para poucos. Apenas nos anos 1970 e 1980 começou na América Latina a discussão sobre a educação ser um direito de todos. Mas claramente ainda nos falta a percepção moderna de que esse é um fator estratégico para o avanço. Se buscamos uma sociedade ancorada no conhecimento, tudo, absolutamente tudo, deve se voltar para a escola. O que falta para essa região é um plano para ontem, os países que compõe  esta região continuam a enfrentar a competição global com base em commodities, sem uma estratégia de médio e longo prazo rumo a uma sociedade fincada sobre o conhecimento. Se queremos uma sociedade democrática e inovadora para valer, precisamos aprender a trabalhar em time, a nos sentir responsáveis pelos resultados que obtemos e deixar de culpar o sistema, o Estado e os outros por nossos fracassos. Esse é um bom começo para criar mentes e países vencedores. Excelente a exposição do mestre, lição que a sociedade brasileira precisa incorporar no seu cotidiano.

domingo, 8 de novembro de 2015

Repensar o país

A situação do nosso país é extremamente grave não só no âmbito político, também se estende ao campo econômico e social que tem deixado os brasileiros atônito. Vivemos uma recessão onde muitas empresas tem fechado os seus negócios por falta de demanda e o desemprego aumentando a taxas perigosas, estimulando ainda mais a violência em todo o território nacional. Se olharmos com cuidado a situação em que nos encontramos, chamando  a atenção para algumas áreas chaves para o nosso crescimento que se encontra paralisado ou melhor anestesiado. Precisamos muito melhorar a eficiência nas áreas da educação, segurança, saúde, infraestrutura e nos livrarmos de uma burocracia cansativa, arcaica que só tem contribuído para desestimular a criação de novos negócios, criando um ambiente que só diminui o nosso potencial econômico. Essas deficiências (educação, saúde, inovação e infraestrutura), contribuem para diminuir  a nossa produtividade e dificultando ainda mais o ambiente de negócios. Este é o momento ideal para a classe política repensar a nossa estrutura organizacional, buscando um modelo que o século XXI exige, um estado enxuto, ágil e inflacioná-lo de eficácia em suas metas para que o país saia o quanto antes dessa situação que tem deixado a nossa auto estima em baixa. Os políticos brasileiros precisam sinalizar para a sociedade que o seu papel é extremamente importante e que suas decisões quando bem embasada só ajuda engrandecer a nossa nação, tão diminuída pelos atos de corrupção em diversas áreas do governo. O Brasil possui problemas enormes que precisam de uma solução imediata por que se não, fica inviável viver nesta nação. As metas do milênio tão difundida se aplicada com decência, com certeza alavancaria o nosso país. Como: (acabar com a fome e a miséria, educação básica de qualidade para todos, igualdade entre sexos e valorização da mulher, reduzir a mortalidade infantil,melhorar a saúde das gestantes, combater a aids, a malária e outras doenças, qualidade de vida e respeito ao meio ambiente e todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento). Essas metas do milênio associada, com as reformas, política, tributária, trabalhista e previdenciária elevaria o nosso país a outro patamar,mais o que nos falta neste momento critico que nos encontramos é ausência de liderança para conduzir o nosso país ao nível que todos os brasileiros sempre sonhou. Depende exclusivamente de todos nós, exigirmos da classe política este novo modelo de estrutura organizacional para que em um futuro não tão distante possamos nos orgulharmos do nosso país.