sexta-feira, 24 de maio de 2013

Sociedade organizada

Os professores Eduardo Capobianco e Cláudio Weber Abramo em artigo cujo título "O Combate a Corrupção", afirma: Assim, a corrupção nada mais é do que a manifestação de ineficiência econômica. Quem sofre com a ineficiência é a coletividade, em particular os segmentos mais pobres, os quais, em um país com as carências brasileiras, são os que mais perdem com cada real desviado. Uma primeira consequência de se descrever a corrupção como ineficiência é buscar soluções para o problema focalizadas nos mecanismos concreto que a propiciam, ou seja, nas falhas sistêmicas, e não primordialmente nas pessoas que a praticam, buscando a punição dos culpados. Conforme essa perspectiva,o combate à corrupção não se configura como cruzada moral,mas  como necessidade para o desenvolvimento e a redução das desigualdades sociais. Está questão em nosso país é antiga, em artigo que escrevi em agosto de 2011 cujo título é "Corrupção",  enfatizava: É lamentável o que vem ocorrendo com o nosso país em termos de corrupção, atualmente a mídia tem revelado os escândalos em vários ministérios, envolvendo não só políticos, mas lobistas, empresas e funcionários de carreira, inflacionando os gastos públicos em razão do enriquecimento ilícito, aumentando de sobre maneira os custos da execução das obras tão significativas para uma nação em desenvolvimento que não é possuidora de recursos financeiros em excesso. Fragilizamos a nação, diminuímos as possibilidades de realizar outras obras de infraestrutura tão necessárias ao nosso desenvolvimento e obrigando a nação muitas vezes a se endividar para concluí-la.Mas adiante os mestres afirma: previne-se a corrupção aperfeiçoando-se os mecanismos institucionais e administrativos envolvidos nas decisões tomadas no âmbito do Estado.Um ato de corrupção só pode acontecer porque há oportunidade para que aconteça. O interessante, portanto, é examinar as circunstâncias que favorecem essas oportunidades e desenvolver métodos para reduzi-las.Os processos cujo mau funcionamento levam a corrupção podem, em linhas gerais, ser divididos em duas principais categorias: os institucionais e os administrativos.Em outro momento os mestres afirmam: A identificação e retificação de falhas sistêmicas não acontecem por geração espontânea. Pressões sociais suficientemente articuladas são importantes para levar a mudanças. É nisso que o papel da sociedade civil organizada ganha seu contorno e sua justificação.Ao exprimir um conjunto de demandas ou expectativas a respeito de algum assunto para o resto da comunidade, as organizações sociais levantam temas que passam a integrar a agenda pública. Note-se, porém, que a atuação dessas organizações nunca pode almejar diretamente transformações  profundas e abrangentes. Só as instituições do Estado têm esse alcance.Elas podem apenas procurar e estimular pressões voltadas para induzir transformações na relação entre Estado e a sociedade.É também preciso ter em conta de que a participação da sociedade organizada tem seus limites. Nem todas as vulnerabilidades à corrupção presentes em um ambiente podem ser resolvidas pelo aperfeiçoamento das leis ou dos mecanismos administrativos. Isso é especialmente verdadeiro quanto aos mecanismos que dependem de forma direta da ação e participação dos cidadãos. Quanto menos o eleitor cobra do eleito um comportamento condizente com suas propostas eleitoras,mais este último fica livre para descumprir o que se esperava dele, ou o que ele prometera.O comportamento do eleito é função direta da intensidade da cobrança do eleitor.O motivo fundamental para isso é abaixa consciência política do eleitorado, por sua vez decorrente da pobreza.Não se pode esperar de uma população desempregada, majoritariamente analfabeta funcional, carente de serviços sociais mínimos, mantida na desinformação e sem perspectivas de melhoria de suas condições materiais de vida que consiga desenvolver consciência política. Finalmente, aprimorar o nosso sistema político, cujas ações estejam voltadas aos interesses do povo. Modernizar a nossa democracia, onde a sociedade possa opinar a respeito das políticas públicas, segundo princípios permanentes de legalidade,que garanta igualdade e amplie cada vez mais a oportunidade para a toda população. Se os nossos líderes tiverem consciência, habilidade e competência para encaminhar a nação em busca desses objetivos,tenho certeza que em um amanhã não tão distante poderemos nos orgulharmos cada vez mais de ser brasileiros

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Evolução

Nos últimos meses a inflação tem sido um dos temas mais discutidos dentro das análises sobre a economia brasileira. Como sabemos, o nosso país tem uma linda história de hiperinflação e periódicas crises fiscais e cambiais. Ao longo do tempo, vivemos as mais diferentes experiências inflacionárias, passamos por uma série de programas fracassados de estabilização até chegarmos ao Plano Real. A inflação deve ser entendida como uma situação em que há um aumento contínuo e generalizado de preços. Essa características de generalidade e continuidade fazem com que a inflação seja um processo e não uma ocorrência passageira.O propósito de qualquer governo é aumentar o emprego via crescimento econômico,combater a inflação, treinar adequadamente a sua população com os conhecimentos e habilidades que o mundo moderno exige e assegurar que as tarefas bem executadas sejam bem remuneradas para ampliar o padrão de vida da população. A teoria econômica identifica  três tipos de inflação: demanda, custos e inercial. ( alguns estudiosos argumenta a estrutural). A de demanda é causada pelo excesso de procura em relação à oferta disponível. Os fatores que causam pressão de demanda são aumentos da renda disponível, expansão dos gastos públicos,do crédito e redução das taxas de juros. Uma série de medidas tem sido tomadas para estimular o consumo: desonerações, queda dos juros, prazos de financiamentos, oferta de créditos e aumentos da renda. No meu entender essas medidas se esgotaram e acumulam-se sinais de perda de dinamismo da nossa economia. A inflação de custos é estimulada por pressões de custos que naturalmente são repassados aos preços. Os fatores que podem estimular o seu surgimento destacamos: carga tributária elevada, custo do trabalho em elevação, taxas de juros, preços externos, desvalorização cambial e ausência de infraestrutura. A explicação da nossa inflação atualmente passa necessariamente por esses elementos que compromete o nosso crescimento. A análise passa a ser vista pelo lado da oferta. O crescimento tão desejado pelas autoridades econômica só ocorrerá se expandirmos o investimento em tecnologia, novos conhecimentos, energia, transporte, informática, telecomunicações e mão de obra qualificada que irá nos proporcionar aumentos continuados de produtividade que determinará a nossa competitividade ao longo do tempo. As reformas tão desejada pela classe empresarial não conseguem avançar, refiro-me as questões tributária, trabalhista, previdenciária e  política. A inflação inercial, não depende de pressões de demanda ou de custos, ela está relacionada aos mecanismo de indexação da economia de reajustar preços, a   partir da constatação da existência de inflação.A indexação torna a inflação rígida para baixo. Economias que conviveram por muitos anos com inflações crônicas (Brasil) criaram esses mecanismos de defesa e se acostumaram com o convívio de alguma inflação. Tomando conhecimento dos fatores que podem estimular um desses tipos de inflação, constatamos que o Brasil para crescer  e se desenvolver é preciso ampliar os investimentos e direcioná-los para a infraestrutura, proporcionando aumentos de produtividade e melhorando os níveis de bem estar da sua população. Não poderemos crescer com um sistema de transporte deficiente, falta estradas,ferrovias, aeroportos e portos para escoarmos a nossa produção, uma burocracia  excessiva e um sistema tributário arcaico que só contribui para a corrupção. Qualificar a nossa mão de obra, através de uma cadeia educacional de qualidade e estimular a concorrência interna pelo surgimentos de novas empresas inovadoras e comprometidas com o nosso desenvolvimento, eliminando de uma vez por todas as empresas antigas, arcaicas que não se modernizaram e que lutam juntas com um sindicato antigo, pelego e esclerosado para se perpetuar no mar de ineficiência e prejudicando a nossa nação em busca de aumentos continuados de produtividade.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Grande Paulo Freire

Relendo o livro "Professora sim;Tia não" do professor Paulo Freire o nosso Patrono da Educação Brasileira, nomeado através da lei nº 12.612, assinada pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro da Educação Aloísio Mercadante, em 13 de abril de 2012,  espero que não se limite a mas um ato simbólico de reconhecimento, que sirva de referência para uma radical mudança na política educacional do nosso país. Diz o mestre "Se nossas escolas, desde a mais tenra idade de seus alunos se entregassem ao trabalho de estimular neles o gosto da leitura, gosto que continuasse a ser estimulado durante todo o tempo de sua escolaridade haveria possivelmente um número bastante menor de pós-graduandos falando de sua insegurança ou  de sua incapacidade de escrever".Isto lembra-me os meus alunos em final de curso quando são submetidos a escrever um artigo cientifico o famoso (TCC), o sofrimento é enorme na hora de colocar uma ordem de compreensão no assunto que estão trabalhando.Mas adiante ele afirma:" Se estudar para nós não fosse quase sempre um fardo, se ler não fosse uma obrigação amarga a cumprir, se, pelo contrário, estudar e ler fossem fontes de alegria e de prazer, de que resulta também o indispensável reconhecimento com que nos movemos melhor no mundo, teríamos índices melhor reveladores da qualidade de nossa educação". Mas adiante "o  mestre  enfatiza a relação entre ler e escrever como processos que não podem separar-se. Como processos que devem organizar de tal modo que ler e escrever sejam percebidos como necessários para algo, como sendo alguma coisa de que a criança, necessita e nós também.Em primeiro lugar, a oralidade precede a grafia mas a traz em si desde o primeiro momento em que os seres humanos se tornaram socialmente capazes de ir exprimindo-se através de símbolos que diziam algo de seus sonhos, de seus medos, de sua experiência social,de suas esperanças, de suas práticas.Quando aprendemos a ler o fazemos sobre a escrita de alguém que antes aprendeu a ler e a escrever.Nas culturas letradas, não se pode estudar, buscar conhecer,apreender a substantividade do objeto, reconhecer criticamente a razão de ser do objeto, sem ler e sem escrever.Um dos equívocos que cometemos está em dicotomizar ler e escrever e, desde o começo mesmo da experiência em que as crianças ensaiam seus primeiros passos na prática da leitura e da escrita tomamos esses processos como algo desligado do processo geral de conhecer. Essa dicotomia entre ler e escrever nos acompanha sempre, como estudantes e professores". Nas orientações com os meus alunos estou cansado de ouvir, tenho dificuldade de escrever não sei como concluir o meu artigo.Prova concreta da distância da compreensão critica  do que é estudar  e do que ensinar."O grande Freire afirma que ler não é puro entretenimento nem tampouco um exercício de memorização mecânica de certos trechos do texto. Minha saída não está em memorizar porções de períodos lendo mecanicamente duas, três, quatro vezes pedaços de texto fechando os olhos e tentando repeti-los como se sua fixação puramente maquinal me desse o conhecimento de que preciso". Tenho dito isso em sala inúmeras vezes para  os meus alunos é um  problema a ser discutido nas nossas escolas de forma urgente.Diz Freire que ler é uma operação inteligente, difícil, exigente, mas gratificante.E afirmava que o diálogo fundamental entre professor e aluno não é um diálogo simplesmente funcional, mas passa pelo diálogo existencial do mundo. O mundo é o grande livro que pede a busca de ser compreendido e lido pelo confronto crítico e coerente com o universo do leitor, com saberes anteriores e com a cotidianidade da vida. Educação é um ato político.Estudar é desocultar, é ganhar a compreensão mais exata do objeto, é perceber suas relações com outros objetos.Implica que o estudioso, sujeito do estudo, se arrisque, se aventure, sem o que não cria nem recria.Finalizo, mostrando  o que o  grande Freire afirmou" que saber tem tudo a ver com o crescer,tem.Mas é preciso, absolutamente preciso, que o saber de minorias dominantes não proíba, não asfixie, não castre o crescer das imensas maiorias dominadas". Agradeço ao grande mestre pelo legado que nos deixou para refletirmos que caminho a nossa sociedade quer seguir no âmbito da educação.

sábado, 4 de maio de 2013

Novos empresários

É muito comum quando se discuti algum assunto referente ao comportamento empresarial brasileiro, julgá-lo de uma forma que muitas vezes não condiz com a realidade. Geralmente comenta-se da sua falta de respeito com a sociedade, seu único objetivo é lucrar, nenhuma importância é dada aos seus clientes e o que mais o interessa é acumular riqueza. Talvez alguns se comportem ainda assim, mas hoje, estamos assistindo a uma mudança de postura, uma nova classe está surgindo, com uma nova linguagem e uma nova forma de pensar. Observamos que estes novos empresários, nunca estão satisfeito com o que conseguiram, são criativos, não se limitam aos mercados em que atuam, estão sempre preocupados com a satisfação dos seus clientes, apresentando de forma continuada, inovações que permitem as suas empresas ganhos de produtividade, dando-lhes condições de ter uma uma política de preços cada vez mais agressiva, e com isto, ampliando a sua posição mercadológica.Os novos empresários, tomaram consciência de que hoje a concorrência é global, exigindo uma nova forma de planejar os seus negócios. E sabem que para uma gestão ser bem sucedida é preciso implantar no seio da sua organização os fundamentos básicos de uma boa gestão, que são: Método, liderança e conhecimento técnico. Sem esses requisitos não conseguem ter e reter os talentosos, inflacionar a cultura pela inovação e estabelecer as suas metas. As suas decisões são tomadas levando em consideração os benefícios que irão proporcionar aos acionistas, funcionários, clientes, fornecedores e comunidade. Isto é os princípios da governança corporativa que são: equidade, prestação de contas, transparência e responsabilidade corporativa. Sabem da responsabilidade social, cultural e ambiental da empresa que dirigem. Em um mundo competitivo, evolutivo e dinâmico como este, a mediocridade já não tem mais espaço. Perceberam da necessidade de terem em seus quadros homens preparados, inflacionados de competência e habilidades e retê-los em suas organizações é uma questão de sobrevivência. Atualmente um dos maiores ativos de qualquer empresa é o seu capital intelectual, em outras palavras, é saber fazer, com menor custo, com qualidade,menor desperdício, menor tempo e utilizando novos materiais e recursos que não crie impactos ambientais, que amanhã não venham comprometer as gerações futuras.A empresa responsável para com o meio ambiente é aquela que consegue consumir o mínimo possível de insumos naturais para produzir o máximo de produtos e serviços, retornando ao meio ambiente o mínimo possível de rejeitos.A empresa ambientalmente responsável é aquela que cuida dos impactos de seus processos e produtos, desde a extração de insumos da natureza até a reciclagem dos produtos descartados.No livro Governança Corporativa  Um modelo brasileiro da editora Campus, os autores afirma:"A empresa considerada responsável é aquela capaz de sintonizar suas atitudes e resultados com os requisitos de ética, desenvolvimento e bem estar das comunidades nas quais exerce influência. Os stakeholders da empresa são agrupados em comunidades de entorno, sociedades regionais, nacionais, e mundiais,organizações não governamentais e governo, e os melhores resultados são alcançados quando as relações se pautam na cooperação.  Estamos caminhando para dezenove anos de estabilização que exige uma relação amadurecida entre trabalhadores, comerciantes e empresários na formulação de preços, salários e lucro, a volta da inflação  não interessa a nossa sociedade, desorganiza todo o processo produtivo e todos os agentes são afetados. Perceberam que não são insubstituíveis, e estão sempre preparados para serem amanhã sucedidos sem traumas, por que sabem da sua responsabilidade perante, os seus colaboradores e o futuro da sua empresa.O bom empresário, sabe que boa empresa é aquela que é boa para trabalhar, para se ter como parceira, para investir e para comprar seus produtos e serviços. Não basta o menor custo de produção, se o custo social ou ambiental embutidos nos produtos forem extremamente elevados, é preciso ter um novo parâmetro de competitividade, com a incorporação da responsabilidade empresarial em toda a cadeia produtiva. Assim teremos em um futuro não tão distante uma sociedade mais justa, fraterna e equilibrada.