domingo, 31 de maio de 2015

Horizonte

Sexta feira a noite na Escola de Ciências Exatas da Universidade Potiguar, Unidade Nascimento de Castro,proferi uma palestra sobre" Cenários Econômicos" para os alunos das engenharias e a maior preocupação era se o nosso país voltaria a crescer ainda este ano, principalmente os que estão se formando no final deste semestre e no final deste ano. Comentei que a construção de uma República Democrática requer antes de tudo um parlamento formado por homens competentes e habilidosos e acima de tudo que haja transparência nas grandes decisões, que tenhamos uma força policial em que a sociedade possa confiar, que prevaleça a honestidade, tenhamos um poder judiciário honesto e independente, uma impressa livre e que a atmosfera no ambiente de negócios seja estimulante a inovação e ao empreendedorismo. Qualquer líder busca aumentar o emprego e a produção, combater a inflação, distribuir melhor a renda e manter um equilíbrio nas contas externas, para que o sistema econômico possa funcionar sem ocasionar constrangimentos para todos os agentes econômicos. Dizia: os fundamentos atuais, precisam ser implementados, como: economia de mercado e livre competição, investimentos em educação, regras estáveis, respeito aos contratos, integração à economia internacional, estabilidade macroeconômica e integração social e regional. Tendo como objetivo, o crescimento e desenvolvimento sustentável, eficiência, redução da pobreza, melhoria dos indicadores sociais e redução dos desequilíbrios regionais. Mas é necessário que um conjunto de medidas sejam tomadas para eliminar os entraves que ainda persiste no nosso modelo político, econômico e social. A sociedade clama pelas reformas tributária, política, previdenciária e trabalhista, colocando um basta nas restrições e participações do capital estrangeiro,lembrando que capital não têm pátria quem têm pátria é o conhecimento. Melhorar o sistema de relação do trabalho mais centrado na negociação, estimular instituições capazes de gerar responsabilidade fiscal e monetária, termos uma administração pública profissional e eficiente e partimos para eliminarmos os monopólios constitucionais e estimular a privatizações ou concessões, com um objetivo de fazer o Estado caber dentro da nação brasileira. Deixá-lo mais focado nas áreas prioritárias, (educação, saúde, infraestrutura e segurança) um Estado mais leve, enxuto e menos burocrático. Uma sociedade só avança, se for capaz de aumentar a sua produtividade e a nossa está em queda quando comparada com outros países. Lembrando que produtividade é ter uma cadeia educacional de alto nível, um povo bem alimentado e com saúde, reduzir custos, desperdícios, produzir em menor tempo, usar menores unidades de fatores de produção por unidade produzida, inflacionar novos conhecimentos e tecnologias em todas as cadeias produtivas, reduzindo externalidades negativas que venham a comprometer a nossa existência, estimular as empresas sustentáveis que realmente tenham responsabilidade social nas suas estratégias. O ajuste fiscal que hoje se faz necessário, para que a nossa economia volte a crescer como a décadas passadas, exige que tenhamos uma política fiscal com olhos no longo prazo,uma relação dívida pública\PIB aceitável, uma política monetária que garanta o valor da nossa moeda e confiança no sistema financeiro, regulamentar e dar liberdade aos mercados, não violar as identidades da contabilidade nacional que só prejudica todo o sistema decisório deste país e que o governo economize nos seus gastos correntes e amplie o seu investimento nas áreas prioritárias e  que seja competente na produção dos bens e serviços públicos que produz. Só assim caminharemos para termos uma economia saudável e sem atropelos e que o bem estar do povo brasileiro possa ser assegurado por um longo tempo é disso que precisamos. Quanto a questão de quando voltaremos a crescer de forma razoável, acredito em 2017 se as medidas forem implementadas o mais rápido possível.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Novo domínio

Caros amigos, informo o meu novo domínio: www.professormarcosalves.com.br

domingo, 17 de maio de 2015

Sem inventar

O professor Antonio Delfim Netto, considerado como um dos maiores economista deste país resumiu de forma perfeita a situação em que encontra-se  o nosso sistema econômico. E chama a  atenção de toda a sociedade e principalmente para os economistas que existe limites para o voluntarismo econômico que não podem ser contornados sem graves consequências para todos os agentes econômicos. No artigo publicado na Folha de São Paulo no dia 11\03\2015, cujo título é "Recuperar o normal"o professor apresenta de forma esquematizada o que deve ser feito para que o ambiente de negócios em nosso país,volte a ter a confiança dos investidores e retornemos ao crescimento econômico de forma equilibrada. Diz o mestre: Deveria ser evidente a qualquer economista com algum contato com a história, não importa qual seja a igreja secreta a que pertence, "capitalistóide" ou "socialistóide", que existem limites para o voluntarismo econômico que não podem ser contornados sem graves consequências que, infelizmente, sempre chegam tarde demais, como, por exemplo:
1º) tentação de violar as identidades da contabilidade nacional, que leva a desequilíbrios cumulativos, cuja correção é sempre dolorosa;
2º) a necessidade de calibrar permanentemente o crescimento econômico (produzido pelo investimento) com a imprescindível redução das desigualdades (aumento das oportunidades de consumo);
3º) ignorar que só pode ser distribuído o que já foi produzido internamente, o que se ganhou de presente do exterior com a melhoria das relações de troca ou o que se tomou emprestado do exterior e que deverá ser devolvido no futuro;
4º) desconhecer que o crescimento econômico é somente o codinome do aumento da produtividade dos trabalhadores que depende, basicamente:
a) da saúde, da educação e da experiência de cada um e do volume e da qualidade tecnológica do capital a ele associado (investimento);
b) de como se organiza o processo produtivo nas empresas e sua segurança jurídica, ou seja, da eficiência com que transformam os fatores de produção que usam (trabalho, capital físico, energia e importação) em produtos acabados para consumo interno e exportação e em novos fatores de produção (investimento), o que é facilitado;
c) pela existência de mercados bem regulados que coordenam, por meio de preços relativos livremente estabelecidos, as expectativas de consumo interno e externo com as expectativas de oferta dos produtores;
d) da organização do Estado para prover serviços públicos com eficiência e liberá-lo do controle dos monopólios naturais com suas concessões ao setor privado por meio da criação desses mercados e do estabelecimento da "modicidade tarifária" com leilões bem concebidos e;
5º) deixar de reconhecer que a "ordem" fiscal (deficits estruturais adequados e relação dívida pública bruta/PIB com espaço suficiente para fazer política anticíclica quando necessário) é a mãe de todas as "ordens" e a possibilidade de uma coordenação adequada entre a política fiscal e as políticas monetária, salarial e cambial que produz o equilíbrio interno (baixa inflação) e o externo (deficit em conta corrente saudável).
Façamos apenas o "normal". Dá certo!

domingo, 10 de maio de 2015

A China

O fraco desempenho do PIB nos últimos anos é fruto de erros do governo na condução do nosso sistema econômico. O crescimento decorre de investimento, mão de obra qualificada e aumento continuado de produtividade. A saída para um crescimento sustentável é criar um ambiente favorável para a classe empresarial investir e inovar. A redução do dinamismo da economia brasileira está se generalizando e para mudar está tendência é preciso reformular as nossas estratégias. A deterioração da nossa infraestrutura, gerada pelo baixo investimento e má conservação, prejudica toda a logística ocasionando elevações de custos em nossas operações e comprometendo a nossa produtividade que hoje está estagnada. O que nós precisamos mesmo é de uma revolução no uso dos gastos públicos principalmente em educação, melhorando a sua gestão, aumentando a qualificação dos mestres e remunerandos dignamente. Precisamos estimular o intercâmbio educacional em áreas estratégicas , outros países experimentaram enorme progresso com esse tipo de iniciativa. Os empresários bem sucedidos em diversos  países asiáticos estudaram nos  Estados Unidos e hoje dirigem as suas próprias empresas. Este programa Ciência sem Fronteira pode ajudar em muito a impor dentro do nosso país uma nova mentalidade desenvolvimentista. Segundo o economista José Alexandre Scheinkman "produtividade é o nome do jogo, a força propulsora das economias que mais crescem. Desde 1989, a China aumentou a sua em mais de 50%, a Coreia do Sul em 65% e o Brasil não saiu do lugar. Isso é imperdoável". A China tem nos ensinado que a sua economia só cresceu a taxas elevadíssimas graças a uma boa educação que foi implementada nos últimos vinte anos que lhe tem só gerado benefícios para a  sociedade. O especialista em mercado de trabalho,o professor José Pastore afirma que, a educação para os chineses é a arma definida para dominar o mundo, revolucionando a preparação de talentos para a ciência e tecnologia. A China avançou muito em pesquisa e desenvolvimento, o que requer pessoal de altíssima qualificação. A China superou os Estados Unidos e o Japão em 2011 no registro de patentes.Sua economia cresce com base em produtos de alta tecnologia. Recentemente os Chineses ganharam da Alemanha a liderança em painéis solares. Na pesquisa espacial avança e tudo indica que sua estação espacial será concluída em 2020. Esses acontecimento extraordinários que a China apresenta ao mundo é fruto de uma conscientização de que só a educação de qualidade revoluciona uma nação. Uma boa lição a ser aprendida por nós brasileiros.

domingo, 3 de maio de 2015

Trabalhadores

Os trabalhadores brasileiros não tem muito a comemorar no dia do trabalho, em razão da situação em que se encontra a nossa economia. O nível de desemprego cresceu a economia desacelera, temos uma inflação elevada, juros um dos maiores do mundo e uma instabilidade política em torno da presidente da república. Erros passados  na condução da nossa política econômica estão sendo corrigidos para que tenhamos amanhã um cenário de crescimento equilibrado e que o desemprego comece a diminuir. O preço a ser pago pelo ajuste é doloroso para o trabalhador, cria uma situação de baixa estima,não existe coisa pior para um trabalhador quando ao iniciar a semana não ter o que fazer e presenciar dentro de casa um conjunto de necessidade a serem atendidas e não ter como solucionar.O ministro da fazenda tem feito um esforço enorme para encontrar um caminho para equilibrar as contas públicas,  revertendo a médio prazo a escalada dos juros e da inflação. A taxa de juros básica (SELIC) encontra-se hoje em torno de 13,25% a.a.,desestimula consumo, aumenta a dívida pública,cria desemprego, concentra renda e inibe o investimento. É elevada em razão da falta de confiança do investidor na competência e na gestão da nossa política econômica do governo anterior que criou este ambiente constrangedor que o trabalhador esta passando, gerando um custo social mais elevado do que a roubalheira dentro das estatais,  e de que a inflação futura em nosso país (2016 e 2017) estará controlada e dentro da meta estabelecida pelo governo (centro da meta é de 4,5% com viés de +2% e - 2%) neste novo governo. Precisamos mostrar aos investidores que conseguiremos reverter está tendencia de alta para que a confiança se restabeleça perante o nosso país. O professor Henrique Meirelles,em artigo na folha de São Paulo no dia 2\5\2015, cujo título é "Consequência, não causa", mostra muito bem a nossa situação, diz o mestre:"Quando assumimos o Banco Central, em 2003, a taxa Selic chegava a 25% e a taxa real (descontada a inflação) de um ano no mercado estava ao redor de 14%. Na medida em que a inflação foi caindo, as taxas caíram de forma consistente dentro dos ciclos monetários até uma taxa real de equilíbrio em níveis abaixo de 6%. É normal que essa taxa pare de cair e mesmo volte a subir quando há instabilidade inflacionária e aumento das incertezas sobre a trajetória da dívida pública e a capacidade de pagamento do país.Uma das mais antigas evidências dessa dinâmica ocorreu séculos atrás, quando o Parlamento britânico fiscalmente conservador ganhou poder para elaborar o Orçamento, antes função exclusiva de um rei perdulário. Os juros começaram a cair e, em algumas décadas, foram de 15% para abaixo de 5%. Esse e outros fatos históricos deixam claro que, ao contrário do que muitos afirmam, a taxa de juros é consequência, e não causa, dos problemas das despesas públicas. Não há mágica na economia. Países com histórico de hiperinflação e descontroles inflacionários e fiscais recentes tendem a pagar taxas mais elevadas.Quanto mais o Brasil estabelecer o controle da inflação ancorado na meta de 4,5%, mantiver a dívida pública em níveis baixos e as contas externas controladas, a nossa taxa real de juros tenderá a cair em direção a padrões internacionais, como na década passada. Ironicamente, as pressões dos que advogam uma queda voluntarista e artificial da taxa de juros contribuem para as incertezas que alimentam essas taxas".  O ministro Joaquim Levy, sinaliza que esta política de demanda contracionista só será revertida se conseguirmos colocar as contas públicas em ordem e conquistar a confiança dos investidores em nosso país.