segunda-feira, 25 de julho de 2011

Viver

Cheguei a São Paulo no dia 13/07/2011, atendendo a uma solicitação do meu filho que encontra-se em recuperação de uma cirurgia delicada, mas graças a Deus esta em plena recuperação. O que me chama atenção nesta cidade fantástica é o seu desenvolvimento em todos os campos mas acompanhado de uma violência que deixa todos assustados. O nível de desemprego encontra-se no seu ponto mínimo, quando comparado a anos anteriores o aumento da renda é visível, o consumo independente das medidas de contenção adotadas pelo governo continua acentuado e a violência urbana não cede. O que se constata é um aumento do consumo de drogas em todas as classes sociais que tem levado um contingente enorme de jovens a enveredar por um caminho cujos resultados todos nós o conhecemos.Caminhando por regiões de alta renda constato a presença de inúmeras favelas ao seu redor, convivência essa que tem gerado sérios problemas para as famílias que lutaram para obter uma qualidade de vida digna e hoje se encontra com dificuldade de usufruir com liberdade aquilo que conquistaram. Prova concreta ainda da péssima distribuição de renda que ainda impera no nosso país. Erros do passado se comprova agora no presente e compromete o nosso futuro e políticas sociais efetivas de inclusão precisam ser implementadas urgentemente para revertermos este quadro assustador que encontra-se o nosso país.Os crimes comuns nesta cidade não é um privilégio dos paulistanos, ela se universalizou por todos os recantos, furtos nos sinais semáforicos, arrastões em prédios e condomínios, explosões de caixas eletrônicos, estupidez no trânsito e uma intolerância nunca vista nos relacionamentos pessoais encontra-se em todos os lugares, o melhor exemplo vem de um país desenvolvido, o caso recente da Noruega.É preciso repensar para onde estamos caminhando, a melhoria do sistema econômico não é condição necessária e suficiente para torna a sociedade mas feliz embora saibamos que possuir bens ter acesso a um conjunto de serviços torna a vida mas agradável, gera conforto operacional mas se não for acompanhado por uma educação doméstica e formal de qualidade não chegaremos a lugar algum. Este problema não é uma questão de âmbito governamental passa a ser uma questão pública onde todos nós temos que nos envolver, desde a dona de casa, governo em todos os níveis, empresários, organizações não governamentais e educadores em buscar um modelo que dignifique o que há de mais belo no mundo que é o espetáculo da vida e que nos foi oferecido pelo maior arquiteto do universo.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Relações Externas

É inegável a importância da China para a economia brasileira nos últimos anos. A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. O destino dos investimentos chineses em nossa economia estão centrados principalmente em energia, mineração, agricultura e produção de aço. Os estados brasileiros que mais receberam recursos chineses são: Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiânia. Como sabemos, o grande desafio chinês é justamente ter a capacidade de alimentar uma população gigantesca que aumenta a cada ano o seu poder aquisitivo em razão do seu desenvolvimento e exigindo da nação maiores investimentos em infraestrutura portuária e rodoviária para ter condições de lidar com a complexa logística que envolve o deslocamento de produtos elaborados no exterior. A mídia brasileira chama atenção que nações estrangeiras estão comprando terras que podem amanhã comprometer a nossa soberania. É bom lembrar que hoje o estrangeiro só pode adquirir terras mediante a permissão do Conselho de Segurança Nacional e do Congresso e novas medidas estão sendo analisadas para ampliar essa restrição. O vice-ministro de Relações Exteriores, o diplomata Kunsheng, em uma entrevista recente ao jornal Valor Econômico em 19/07/2011, afirma que: "A América Latina tem uma terra fecunda e cultura peculiar. Para a China essa região é fascinante e misteriosa". Para ele, não é pouca coisa o tamanho do comércio entre seu país e a América Latina que cresceu 10% em 2010 num total de US$ 183 bilhões. Para o Brasil, a relação com China é extremamente importante em termos econômicos, sociais e políticos, quando assistimos a uma crise sem precedente na Europa e América do Norte. A nossa aproximação cada vez maior só irá trazer benefícios em áreas ainda não dominadas por nós, como o conhecimento espacial e tecnológico em que eles possuem conhecimentos e esta tranferência seria muito importante para nós brasileiros consolidarmos nossa posição na América do Sul. A China é um ótimo parceiro e cabe a nós termos a capacidade de valorizar no presente e no futuro uma relação tão saudável entre estas duas nações.

sábado, 9 de julho de 2011

Um Novo Modelo

O desenvolvimento econômico deve ser entendido como um processo auto - sustentável através do qual os bens econômicos crescem mais rapidamente do que a sociedade. Como é um processo, tem inicio, meio e nunca tem fim, estamos sempre inovando, modernizando e implementando novos princípios com o objetivo de acelerar o nível de bem estar da população. É bom lembrar que este processo não ocorre rapidamente, pois exige uma alteração profunda no âmbito social, econômico, político e uma nova postura da sociedade quanto ao futuro da nação com um custo muitas vezes elevado. O grande mestre Delfim Netto, em artigo na folha de são paulo em 11/05/2011, cujo título é Lição de casa, alerta sobre uma questão importante e diz: " Há visíveis discordâncias entre os economistas sobre como superar os problemas deixados pela crise de 2007- 2009. Ela desempregou, no plano da economia real, aproximadamente 30 milhões de cidadãos, desarticulou ainda mais a precária condição fiscal de um grande número de países, acentuou os imensos desequilíbrios (positivos e negativos) no balanço em conta-corrente de alguns deles e introduziu sérias dúvidas sobre a continuidade do uso do dólar como unidade de conta internacional. Essa confusão não é o fim, mas o começo de um novo conhecimento econômico. É evidente que o conhecimento só avança quando é contestado pela realidade: a ciência progride sobre suas falhas.O estado de dúvida ampla , geral e irrestrita deve levar à modéstia nas recomendações normativas frequentemente extraídas de modelos elegantes, mas de discutível vinculação com a realidade. Abre-se um vasto campo de conhecimento a ser retrabalhado e explorado". Mais adiante o mestre nos informa que "nunca foi tão importante como agora conservar o que sobrou da boa e velha lição que fez o sucesso do Estado indutor constitucionalmente controlado: 1- Realizar uma política fiscal com olhos no longo prazo, com moderados deficits nominais, boa qualidade no financiamento da dívida e controle da relação dívida pública/PIB; 2- Economizar nos gastos do governo para abrir espaço ao seu investimento; 3- Suprir com eficiência os bens públicos que o mercado não pode produzir; 4- Realizar uma política monetária que garanta a estabilidade do valor da moeda e do sistema financeiro e que, com o conforto da política fiscal, leve a taxa de juros real interna a igualar-se à externa;5- Criar os incentivos corretos para estimular os agentes econômicos; 6- Dar liberdade bem regulada aos mercados; 7- Não tentar violar as identidades da contabilidade nacional". A participação de cada um nesse processo é muito importante. Devem se unir trabalhadores e empresários, dirigentes e dirigidos, governantes e governados, todos com um só objetivo: o progresso do país.Quando isso ocorre, o país melhora em ritmo crescente e o êxito do processo vai depender da capacidade do povo em se unir em função do bem estar comum, através de dirigentes que tenham competência e confiança da sociedade em saber conduzir a política econômica, para que todos cooperem e lutem por um país mais justo e rico, onde possam viver com liberdade, segurança e capazes de satisfazer suas necessidades legítimas.

domingo, 3 de julho de 2011

Educação Doméstica

Falta à maioria da juventude atual, educação doméstica.É inacreditável como certos comportamentos em sala de aula, cinema, clube ou em qualquer ambiente nos deixa assustados pelas atitudes que os jovens assumem. Acredito que seja em razão direta dos pais terem que trabalhar e os filhos serem praticamente educados pelas assessoras do lar, faltando orientação de como se comportar, respeitar o próximo, saber que sua liberdade vai até o ponto em que não prejudique a do outro e de tomar conhecimento da necessidade do silêncio em determinados ambientes. A educação doméstica, aliada a formal, permite aos homens se refinarem e terem uma nova visão de mundo e de comportamento.Segundo Gabriel Chalita juntamente com o padre Fábio de Melo no livro "Cartas entre amigos - sobre ganhar e perder"na sétima carta ele diz:O menino mimado que grita com a babá e que dá ordens e que provoca riso dos pais é um menino que está sendo construído torto. E há pais que tem a pachorra de dizer:" viu como ele tem personalidade?" Isso não é personalidade!É falta de educação, falta de respeito.Em outro trecho ele cita que uma pessoa de boa vontade vai sendo construída aos poucos. E apresenta um ensinamento de Nelson Mandela que diz:"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião.Para odiar as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar". O padre Fábio de Melo, na oitava carta nos adverte:"nascemos indivíduos.Só podemos nos tornar pessoas à medida que nos exercitamos na edificação dos dois pilares: posse de si e disposição ao outro. Ser pessoa é estar na posse do que se é, oferecendo-se aos outros. Essa oferenda fomenta a fraternidade, gera realizações e transforma o mundo". Embora a dinâmica da sociedade seja cada vez mais exigente com as pessoas em busca de sua sobrevivência, cabe aos pais, dedicar algumas horas de forma permanente para dialogar com os filhos sobre vários temas.É uma forma de educá-los e ao mesmo tempo aproximá-los, já que durante a jornada de trabalho, mal se encontram.É importante ressaltar, que muitos jovens são desestruturados, justamente por não terem no lar alguém com quem conversar e seus questionamentos que devem ser muitos, encontram as respostas em suas amizades, que em vez de mostrar o melhor caminho, acabam prejudicando-os. A quantidade de jovens que hoje lotam as agendas dos consultórios de psiquiatria é uma prova concreta dos lares desajustados, das separações mal resolvidas, da falta de atenção dos pais e amizades perigosas que se efetivaram ao longo do tempo. Acredito que esta questão tão presente em nossos lares, só será em parte resolvida, quando os pais tomarem conhecimento da importância da sua presença na formação do caráter dos seus filhos. Precisamos refletir sobre isso.