quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Final de 2013

Meus caros leitores, quero neste momento parabenizar um veículo de comunicação do nosso país, que tem desempenhado com muita competência o seu papel de levar a todos os brasileiros informações extremamente ricas em todas as áreas do conhecimento. Refiro-me ao Jornal Folha de São Paulo.Tenho dito sempre em minhas aulas aos meus alunos, que acessem este meio de comunicação como forma de se manterem atualizados e bem informados. Na minha área de atuação onde lido com o mundo da economia disponho semanalmente de opiniões de grandes especialistas: Na quarta feira temos o Delfim e Alexandre,na sexta feira o Mendonça de Barros e no domingo o Henrique Meirelles, fora os articulistas pontuais que sempre apresentam as suas ideias, além de ter diariamente o Vinícius Torres. A construção de uma sociedade civil, exige que tenhamos além de um corpo político confiável e transparente, uma força policial honesta, um poder judiciário independente e um ambiente de negócio que estimule o empreendedorismo precisa ter sim uma impressa moderna e livre. Isto a Folha de São Paulo faz com grande desempenho. Parabenizo a toda a equipe deste grande jornal. Aproveito a oportunidade para agradecer e desejar aos meus leitores (alunos e ex-alunos), meus pares e demais profissionais que me visita e deixam as suas impressões e comentários, um feliz Natal e um próspero Ano Novo e que em 2014 os seus sonhos possam ser realizados e que o mundo caminhe na trilha da solidariedade e que todos os homens possam realmente serem felizes e realizados. Finalmente, entro em férias e só retorno no final de janeiro de 2014. Abraços a todos.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Estabilidade x Crescimento

No artigo cujo título era" Investir", do dia 06\12\2013 deste site, que trata do assunto escrito pelo  Profº Delfim Netto no jornal  Folha de São Paulo no dia 04\12\2013   " Manufaturas", neste mesmo dia no mesmo jornal, outro grande economista Alexandre Schwartsman no espaço mercado,  escreveu um artigo magnífico cujo título é "A conta do desleixo" que complementa e amplia a discussão sobre a economia brasileira. Diz o mestre:   
Estabilidade não garante crescimento, mas sua ausência é certeza de desempenho pífio
Embora tenha finalmente reajustado os preços dos combustíveis, o governo ainda resiste a adotar uma regra que relacione preços domésticos aos externos, usando, para isso, dois argumentos, como de hábito, equivocados.
Afirma, primeiro, que não poderia "indexar" a gasolina num momento em que supostamente luta contra a indexação. Adicionalmente argumenta que trabalhadores ganham em reais, não em dólares, não sendo, portanto, justo que tenham que arcar com o preço internacional do combustível.
O primeiro argumento é risível. A começar porque ligar o preço doméstico da gasolina à sua contrapartida internacional não guarda nenhuma relação com indexação. Esta consiste em reajustar automaticamente preços (ou salários) de acordo com a inflação passada, como ocorre com os aluguéis ou as mensalidades escolares.
No caso da gasolina, seu preço lá fora pode aumentar ou diminuir, assim como o preço do dólar (a taxa de câmbio) pode subir ou descer. Nada sugere que preços internacionais de gasolina se guiem pela inflação (americana?) passada, nem que a taxa de câmbio passe por qualquer processo semelhante.
Diga-se, aliás, que --se isso fosse mesmo um problema de indexação-- o governo teria também problemas com os preços da carne, da soja, do aço, das TVs, dos automóveis ou de qualquer outra mercadoria que fosse comercializada no mercado externo, pois seu preço doméstico, ao menos numa primeira aproximação, não pode se distanciar muito do preço internacional (mais eventuais custos de transporte e impostos), devidamente convertido em moeda nacional.
Na verdade, os preços desses bens (denominados "comercializáveis", pois podem ser internacionalmente transacionados) não são indexados e até há pouco cresciam menos do que o IPCA, na prática contribuindo para reduzir a inflação.
(A propósito, se o governo quisesse mesmo combater a indexação, deveria trazer a inflação mais rapidamente em direção à meta. É a própria lentidão --quando não recusa-- do BC em desempenhar seu papel que induz empresas e trabalhadores a reajustar preços e salários de acordo com a inflação passada.)
Já o segundo argumento consegue a proeza de ser ainda pior. A própria existência de bens comercializáveis mostra ser possível (na verdade comum) que preços de coisas tão essenciais como alimentos estejam, de alguma forma, ligados aos praticados no mercado internacional, muito embora consumidores, como regra, tenham sua renda denominada em reais.
Mais importante que isso, porém, é que a quebra da ligação entre os preços externos e internos causa problemas sérios do ponto de vista de eficiência, pois introduz ruídos no sistema de comunicação da economia.
Na prática, o aumento do preço de um bem qualquer envia dois sinais: consumam menos e produzam mais. São esses sinais que garantem que a economia produza aquilo que se queira consumir. Quando esse sinal não funciona, no caso por interferência do governo, o consumo não cai e a produção não aumenta, perenizando o desequilíbrio.
No caso específico dos combustíveis, isso implica também importações maiores, agravando o deficit externo, assim como impactos negativos no caixa da Petrobras, já que a empresa é forçada a vender produtos a preços inferiores aos que pagou por eles.
Pensando bem, é difícil imaginar uma política de preços mais errada do que a atualmente em vigor, e isso num momento em que não faltam políticas equivocadas.
E a verdadeira justificativa não é nenhuma das apresentadas acima, mas sim a perda de controle do processo inflacionário, que leva o governo a agir diretamente sobre preços para não perder a meta de inflação. O que começou como desleixo com relação à estabilidade agora cobra seu preço na forma de políticas que ampliam os desequilíbrios.
Estabilidade não garante crescimento, mas sua ausência é certeza de desempenho pífio e nossa experiência recente comprova exatamente isso. Muito interessante as interpretações dos dois professores, extremamente competentes e que permite a nós educadores, enriquecermos de conhecimento e saber, o que contribui com o refinamento de nossas análises em sala de aula. Parabéns Mestres.
 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Rio Grande do Norte - Urgente

O Estado do Rio Grande do Norte encontra-se em uma situação política, econômica e social muito difícil. É preciso que a classe política desse Estado compreenda que os interesses  partidários não podem sobrepor aos interesses da sociedade. Lutar pelos cargos do poder executivo é louvável desde que, os postulantes tenham as condições técnicas e políticas que as funções exige. Nos últimos meses temos assistido situações que nos deixam estarrecidos, que compromete o funcionamento da maquina administrativa que tem implicações nos projetos que precisam serem implementados, criando um desconforto nas classes sociais que deles necessitam. Ao mesmo tempo cria um clima de insegurança pela ausência de governança, afastando os investidores da região e comprometendo a geração de emprego e renda, para as gerações atuais e futura. A ex- prefeita da Capital foi impedida de terminar o seu mandato, a segunda cidade do Estado, Mossoró, a prefeita eleita já foi afastada várias vezes criando uma descontinuidade nunca vista. A governadora recentemente foi afastada por uma decisão do TRE - RN, como cabem recursos, essas idas e vindas cria uma situação de instabilidade que compromete todo o planejamento estratégico da região. Os políticos precisam encontrar em seus quadros um nome que realmente consiga através de reformas inovadoras integrar os vários aspectos que compõem a administração pública, como o orçamento, planejamento, estrutura organizacional, recursos humanos, gestão e políticas públicas, tendo como objetivo a eliminação das tradicionais desigualdades sociais e territoriais, endividamento, precariedades políticas e eliminação do déficit fiscal, permitindo que o estado caminhe com  uma gestão de efeitos positivos e  que tenhamos um Estado forte, capaz de servir a sociedade de forma mais eficiente, efetiva, transparente  e acima de tudo com respeito a cidadania. A situação atual em que se encontra o RN, exige um aperfeiçoamento da política e da própria escolha de candidatados, a estabilidade monetária e a responsabilidade fiscal precisa ser acompanhada com rigor e criar mecanismos de combate à corrupção.  O crescimento e a dinamização dos mercados precisam ser estimulados tendo como objetivos a diminuição da desigualdade e a inclusão social e sabermos utilizar de forma racional o nosso patrimônio natural. Desenvolvimento: é isso que nos falta, o Estado vem perdendo nos últimos anos,  espaço na macro região nordeste e uma região para ser competitiva precisa encontrar a melhor combinação de: energia, mão de obra qualificada, modal de transporte, informática e telecomunicações. Desenvolvimento é a única palavra capaz de unir todas essas dimensões em busca de uma direção coerente. Os avanços que ocorreram em determinadas áreas, por mais que sejam louváveis, não podem se dar em prejuízo ou em detrimento de outras. Por isso, desenvolvimento pela metade não é desenvolvimento. Chegou o momento da classe política desse Estado buscar um político que realmente esteja comprometido com os anseios de toda a sociedade Riograndense. Desenvolvimento não ocorre de forma espontânea. Tem que ser sonhado, provocado, consensado e construído.  Não podemos mais esperar.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Investir

Recentemente no jornal folha de São Paulo no dia 04\12\2013 o Profº  Delfim Netto em artigo cujo título é "Manufaturados", chamou atenção da queda vertiginosa da demanda externa do setor de produtos manufaturados e as manipulações da taxa de câmbio brasileira que desestimularam os empresários em investir, diz o mestre: " O crescimento econômico é condição necessária, mas não suficiente, para um desenvolvimento social civilizatório em que a distribuição dos seus benefícios produz uma inserção crescente da população. Ele é condicionado por fatores internos e externos. Internamente, depende de um Estado forte, constitucionalmente controlado, com instituições capazes de assegurar a dotação adequada de bens públicos (como a segurança e o valor da moeda) e garantir as condições para o adequado e eficiente funcionamento dos mercados e sua regulação. Externamente --porque todo país é parte do mundo--, ele depende do poder de compra da exportação com a qual paga a importação. Esta última é um indispensável "fator de produção", da mesma forma que o trabalho, o capital e os recursos naturais, pela qual se apropriam, ainda, os avanços tecnológicos. O "poder de compra" das exportações pode ser medido pela evolução da relação entre o preço médio das exportações dividido pelo preço médio das importações, à qual se dá o nome de relação de troca. A intuição física é simples: se no ano passado, uma tonelada de exportação "comprava" uma tonelada de importação e neste ano (por efeito dos preços de nossas exportações terem crescido mais do que o das importações) ela "compra" 1,1 tonelada, tudo se passa como se o país tivesse ganho de presente, 100 quilos de importação. Visto por outro ângulo, tudo se passa como se a nossa produtividade no setor exportador tivesse crescido 10%. Os resultados dos estudos econométricos são sempre ambíguos, mas eles frequentemente confirmam que as variações nas relações de troca têm influência nas flutuações cíclicas da economia e talvez "expliquem" entre 25% e 40% das variações do PIB.
No caso do Brasil, o comportamento da relação de troca (que está relativamente estabilizada depois de ter passado por um máximo em 2010) deve ter tido alguma influência na recente queda do crescimento do PIB. Mais importante, entretanto, foi a destruição da demanda externa do setor de produtos manufaturados. Esta foi gerada não apenas pela redução da renda dos países importadores mas, principalmente, pela dramática valorização do câmbio real produzida pelo laxismo salarial combinado com a valorização do câmbio nominal para controlar a inflação que derivava da própria política econômica. Para se ter uma pálida ideia do que isso representou, basta dizer que o superavit exportador de 139 bilhões de dólares entre 2002/07 foi substituído pelo deficit de 136 bilhões em 2008/13. Uma fantástica redução da demanda externa dos nossos manufaturados de 275 bilhões de dólares! Por que um industrial iria investir nessas condições?" Para atrairmos o capital privado é necessário priorizarmos investimentos em infraestrutura, melhorar a nossa logística gerando conforto operacional aos empreendedores, reduzir a burocracia estupida que ainda prevalece neste país, ou seja reduzir o custo Brasil nas áreas (tributária, trabalhista, previdenciária e política), lembrando que só a produtividade é que permite uma nação se desenvolver. Visualizo melhoras no ambiente externo nos próximos anos e me preocupo com o ambiente interno em razão dos equívocos da política econômica  que vige.