sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Repensando a política econômica

Analisando os dados da economia brasileira em 2014,constatamos que os resultados não foram satisfatório: uma inflação anual em torno de 6,4%,  acima do centro da meta (4,5%); a relação dívida pública bruta/PIB em torno de 63%, a luz amarela já está acionada; um déficit em conta corrente de US$ de 90 bilhões, que representa 4,2% do nosso PIB; e um gasto com juros para o pagamento da dívida de R$ 250 bilhões, que representa 5% do PIB. Diante deste quadro, a nova equipe econômica liderada pelo Ministro da Fazenda o Profº Joaquim Levy, terá que desenvolver um trabalho árduo para encontrar o equilíbrio nas contas públicas em um governo que estava acostumado a gastar mais do que arrecadava, lembrando que os tributos representa 36% do PIB. A política fiscal que se realizará em 2015 será voltada para o futuro, melhorando a nossa qualidade no financiamento da dívida e tendo um controle severo na relação dívida pública bruta/PIB.(Precisamos manter o selo de grau de investimento). Temos que economizar nos gastos públicos (criará desconforto aos agentes econômicos internos), para ter recursos suficientes voltados para o investimento (gerar confiança ao investidor externo) e que possa proporcionar com maior eficiência os bens públicos que hoje são ofertados. A política monetária deve ser dirigida para  garantir a estabilidade do valor da moeda e do sistema financeiro, para que possamos ter no futuro  uma taxa de juros real interna de primeiro mundo. O governo precisa sinalizar para os agentes econômicos incentivos inteligentes que possam estimular as suas atividades, melhorar a missão regulatória em várias áreas, gerando confiança na classe empresarial e reduzindo os conflitos que se perpetua, eliminando de uma vez por todas as violações nas identidades da contabilidade nacional que só prejudica todo o sistema decisório interno e externo e que compromete  a nossa governança corporativa perante o mundo. A sociedade brasileira deseja uma economia de mercado que apresente resultados positivos (crescermos acima de 4% ao ano do nosso PIB), exigindo a estabilidade macroeconômica, precisando nos integrar as cadeias produtivas globais, termos regras estáveis, respeitar os contratos e investir maciçamente em educação em toda a sua cadeia, para ampliarmos a nossa produtividade que hoje encontra-se em um nível vergonhoso e ainda, melhorar a nossa integração social e regional, devolvendo assim a confiança e a previsibilidade ao setor privado para que trabalhadores e empresários se sintam estimulados para voltarmos ao crescimento e o desenvolvimento sustentáveis.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Erros e vícios

O que estamos assistindo em nosso país são velhos erros e vícios que foram se acumulando nas práticas políticas ao longo de todos esses anos dentro da administração pública e privada que só causam indignação e desmoralização da classe política. O nosso ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em seu livro "Cartas a um jovem político", orienta que na  política algumas regras precisam ser seguidas, afirmava que:" Na vida política , ou você tem vocação para servir o público, ou é melhor não tentar, porque sem essa vocação, corre-se o risco de usar a política como escada para conseguir vantagens pessoais. Isso acontece em grande medida e é o que causa o repúdio tão grande do povo aos políticos. Uma coisa é você ser político no sentido comum, outra coisa é você ter uma visão de estadista. Aí já é mais complicado, poucos têm essa capacidade. Estadista é aquele que projeta o futuro do seu país, consegue enxergá-lo no contexto mundial e é capaz de conduzi-lo nessa direção. Políticos comuns existem aos milhares, os estadistas são bem poucos. Mas adiante diz o mestre: a diferença entre um bom e um mau político é ter coragem para corrigir o erro e enfrentar a derrota, não insistir naquilo que está errado e saber recuar quando necessário. Isso se chama sabedoria. Para ser um bom político é preciso, igualmente, ser capaz de ouvir. O grande político é o homem que consegue juntar pessoas de talento. Hoje ninguém mais pode saber tudo sozinho. A maneira de lidar com isso é se cercar das pessoas certas, atrair gente competente, formar equipes que saibam trabalhar com eficiência, motivar todas essas pessoas. O bom político tem que aprender a se reciclar permanentemente. O que era ser político há 30 anos é completamente diferente do que é ser político hoje. Política é um processo contínuo de convivência, diriam, em que você não cria apenas, recria também. Política não é a arte de separar os bons dos maus, mas sim a arte de tentar convencer os maus a ficarem bons. E depende também do que você chama de bom. Das várias disciplinas úteis para um político e onde as leituras certamente vão ajuda-lo, acredito que o mais importante é ter uma noção da história. É saber situar-se em seu tempo, ter consciência de que este se forma em uma sucessão contínua de êxitos e fracassos e que o que hoje é bom pode ter sido julgado mau ontem e vice-versa. No mundo atual, também é preciso saber alguma coisa de economia, claro, porque a economia predomina nos acontecimentos e nas sensações da sociedade. É bom para qualquer político moderno, igualmente, estar familiarizado com preceitos de administração. A grande diferença da administração em relação à política é que ela tem regras básicas, que precisam ser cumpridas. Requer disciplina e cooperação. Em política não. Mais ainda, na administração existe uma hierarquia estabelecida. O político, quando chefia uma burocracia administrativa não deve saltar as linhas de comando, nem mudar regras a cada novo impulso de vontade que tenha. Fundamental para governar não é a popularidade, mas sim o respeito, se você perde o respeito não governa. E o respeito se ganha agindo com seriedade no governo. Resumindo, para governar é fundamental ter rumo, direção, competência e ser respeitado". O grande estadista indiano Mahatma Gandhi, mostrou  com muita competência ao mundo  o que destrói o ser  humano. Dizia Gandhi: Política sem princípios, prazer sem compromisso, riqueza sem trabalho, sabedoria sem caráter, negócios sem moral, ciência sem humanidade e oração sem caridade. A classe política brasileira deveria seguir o pensamento do ex-presidente Fernando Henrique e Mahatma Gandhi para resgatar a credibilidade  de uma das carreiras mais brilhante que um homem pode seguir, a política. Eu acredito.