quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Até Logo Mais

Meus caros leitores, é com grande satisfação que termino o ano de 2010 com este artigo, agradecendo a todos que acessaram e os que tiveram a gentileza de aqui deixar os seus comentários que muito engrandeceu a minha coluna. Entro em férias e espero retornar na segunda quinzena de janeiro de 2011.Foi um ano extremamente rico para mim como professor e economista de poder ter apresentado os meus comentários e os debates que travamos em sala de aula sobre os diversos assuntos aqui discutidos. Desejo a todos do fundo do meu coração um feliz natal e um próspero ano novo, que os teus desejos e sonhos possam neste novo ano que se inicia serem realmente concretizados. Como gratidão, repasso do senhor Ignácio Larranãga um artigo chamado Oração da Noite: Meu pai, agora que as vozes silenciaram e os clamores se apagaram, aqui ao pé da cama minha alma se eleva a Ti para dizer:creio em Ti, espero em Ti, amo-te com todas as minhas forças, Glória a Ti, Senhor! Deponho em tuas mãos a fadiga e a luta, as alegrias e desencantos deste dia que ficou para trás. Se os nervos me traíram, se os impulsos egoístas me dominaram e dei lugar ao rancor e à tristeza,perdão, Senhor! Tem piedade de mim!Se fui infiel, se pronunciei palavras vãs, se me deixei levar pela impaciência, se fui um espinho para alguém, perdão, Senhor! Nesta noite não quero me entregar ao sono sem sentir sobre a minha alma a segurança da tua misericórdia, tua doce misericórdia inteiramente gratuita, Senhor. Eu te agradeço, meu pai, porque foste a sombra fresca que me cobriu durante todo este dia.Eu te agradeço porque-invisível, carinhoso, envolvente-cuidaste de mim como uma mãe em todas estas horas. Senhor, ao redor de mim tudo já é silêncio e calma, envia o anjo da paz a esta casa. Relaxa meus nervos, sossega o meu espírito, solta as minhas tensões, inunda meu ser de silêncio e de serenidade. Vela por mim, pai querido, enquanto eu me entrego confiante ao sono como uma criança que dorme feliz em teus braços. Em teu nome, Senhor, descansarei tranquilo! Assim seja! Abraços, Marcos Alves.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Setor Automobilístico

O professor Antonio Delfim Netto que considero como um dos economistas mais brilhante desse país, escreveu na Folha de São Paulo em 24/09/2008 um artigo cujo título era Fiducia, onde explicava que os equilíbrios na economia podem ser instáveis e diferem dos que ocorrem no mundo químico, por exemplo, no qual duas moléculas de hidrogênio adequadamente combinadas com uma de oxigênio produzem uma molécula de água em São Paulo ou Londres, no verão ou no inverno.Na economia as "moléculas" pensam, escolhem e, no limite se suicidam! Perfeita a definição do mestre, e eu acrescentaria que estas moléculas quando pensam para fazer a maldade, distorcer os preços relativos da economia como forma de ganhar em demasia ou melhor dizendo a ganância superando o medo e colocando em perigo todo o mecanismo de coordenação que o homem criou e a economia política aperfeiçoou, que são os mercados, que repousa sobre um único ingrediente que é invisível, mas a sua ausência pode criar uma série de incovenientes no circuito econômico que é a confiança. Todos nos humanos fomos e somos educados partindo da premissa que confiando uns nos outros podemos tornar mais eficiente as nossas atividades.Esta confiança exige um comportamento apoiado em normas morais reciprocamente aceitáveis. Tomemos como exemplo a indústria automobilística no Brasil, nunca se vendeu tanto carro popular como nos últimos anos, fruto da renda pessoal em elevação, das condições de crédito, isto é juros e prazos de financiamento e do estoque de riqueza da sociedade. A forma de realizar as vendas a prazo no meu entender é abusiva, as concessionárias negociam suas vendas financiadas junto as instituições financeiras, aumentando o valor final das prestações dos clientes de forma absurda o Banco Central tem que averiguar, analisar e tomar medidas que corrijam estes abusos no mercado de automóveis. Estas empresas não negociam só o carro estão negociando também dinheiro.Como isso acontece? Vejamos no ato do financiamento aparece o TC (tarifa de cadastro), onde parte ou total das TC são devolvidas as concessionárias, há ainda o retorno pago por contrato em cima do valor financiado chegando até a 8,4%. Além disso, há o que eles chamam de Plus, percentual pago no valor do financiamento feito pelo banco junto as concessionárias (varia de 1% à 3%). Tudo isso legalizado, as devoluções de TC e o Retorno estão na CET(custo efetivo total), documento padrão definido pelo BACEN,com todos os custos gerados pelo contrato e aparece, no campo "pagamento de serviços de terceiros". Exemplo do financiamento: Valor financiado R$20.000,00, valor da TC R$ 1000,00. Caso a revenda utilize um retorno de 7,2% ela recebera no ato um retorno de R$1440,00, mais a devolução da TC R$400,00, totalizando R$1840,00 de serviços a terceiro, fora no final do mês um plus de até R$600,00, gerando assim um financeiro de R$2440,00, representando assim um retorno financeiro de 12,2% do volume financiado. É bom lembrar que as revendedoras obtêm ainda o lucro com a venda do carro, acessórios, seguros e a venda do veículo usado.Verdadeira berração, na definição dos preços finais para os consumidores, que com extrema dificuldade tentam realizar um sonho que é ter um carro próprio, neste país a tara pelos lucros excessivos é uma doença crônica. Explicando melhor o Plus : nada mas é que um percentual acordado entre as instituições financeiras e as revendas como forma de premiação, onde são estipuladas as metas de volume a ser financiado.Tais premiações são pagas por fora da CET, e que levaria a uma perda de rentabilidade para os bancos caso um número elevado de clientes optassem em quitar os contratos antes do prazo contratado, pois tais valores futuros teriam que ser trazidos a valores presentes, caso raríssimo de acontecer, principalmente nos clientes de baixa renda.Os bancos pagam tal premiação visando uma rentabilidade futura da carteira adquirida. Se os consumidores se informarem e começarem a não aceitar tais regras, com certeza, está prática abusiva se reduzirá e os preços relativos dos financiamentos retornarão ao seu verdadeiro valor.Quando a confiança, desaparece entre os agentes se destrói toda a coordenação que o mercado cria e consequentemente toda a atividade econômica fica comprometida, por um mercado financeiro sem moralidade e estimulado por incentivos perversos. Na realidade a confiança do consumidor foi traída e ele foi explorado pela sua falta de conhecimento das alquimias e expedientes contábeis, do seu agente financeiro que lhe dava garantias de um custo benefício extremamente aceitável. É necessário restabelecer o mais rápido possível a confiança e construir as condições para a reprecificação desses ativos, condição necessária para a volta da normalidade, da geração de emprego e ampliando o bem estar de toda a sociedade, trilhando por um caminho ético que evite a destruição da economia real em uma atividade econômica importantíssima, que tanto contribui para crescimento do nosso produto interno bruto.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Cadastro Positivo

Em 10/12/2009 o Sr. Aldo Pereira escreveu um artigo na Folha de São Paulo, cujo título era"Obsoleto. Supérfluo. Perdulário. Corrupto."Tratava da importância e do real valor para a sociedade brasileira manter em funcionamento um Senado que afirmava: Com que eficiência, honestidade e custo o Senado tem cumprido suas funções?Por que não as atribuir à Câmara?Trabalha para o Senado um corpo de 10 mil funcionários, dois terços dos quais sem concurso, sob denúncias episódicas de favorecimento e de apadrinhamento. Gastos com pessoal, e outros, excedem neste ano os R$2,4bilhões, ou cerca de R$30milhões por senador, são R$200 reais subtraídos a cada família cadastrada no Bolsa Família. Este artigo é extremamente interessante e sugiro que leiam para cada um fazer suas reflexões. Em 2004, foi apresentado ao Senado o projeto de lei sobre o cadastro positivo. A ideia é termos um banco de dados onde informações sobre o pagamento sem atraso de contas de consumo, financiamento e cartão de crédito, permita traçar um perfil dos tomadores de crédito, evitar uma crise de superendividamento no país e o mais importante ajudaria a derrubar os juros dos empréstimos e ao mesmo tempo trazer mais de 26 milhões de pessoas ao mercado de crédito e injetar R$ 1 trilhão na economia. Foi anunciado que no final de 2010 está para ser sancionado pelo Presidente Lula. Eu pergunto o Sr. Aldo Pereira não tem razão? Leva-se seis anos analisando e mesmo assim gerando uma serie de desconforto para os consumidores segundo alguns especialistas. Que lentidão absurda, para solucionar um projeto tão importante para a sociedade brasileira, que convive com as mais altas taxas de juros do mundo. Este cadastro positivo fará um histórico individual de crédito das pessoas, incluindo todos os compromissos honrados, e não apenas informações de inadimplência, vai ser possível saber não só o perfil das dívidas mas quanto está no comércio e no setor de serviços e a real capacidade de pagamento do cidadão. Permitindo a aqueles que são bons pagadores terem um tratamento diferenciado na cobrança de juros nas suas solicitações de créditos. O modelo atual, do cadastro negativo as empresas só informa quando uma pessoa deixa de honrar o seu compromisso e pouco se importa com os bons pagadores já que no cálculo dos juros está embutido a inadimplência que é rateada por todos, tornando o spread cada vez mais elevado.O Brasil é um país diferente, no grupo do G-20 é o único que ainda não implantou o cadastro positivo. Experiências em outros países tem demonstrado a sua eficiência, necessitamos com urgência dessa aprovação e que se implemente o mais rápido possível, permitindo aos cidadãos cumpridores com suas obrigações que sejam beneficiados e garantindo a todos os setores da economia uma relação saudável entre os agentes econômicos, principalmente o varejo, além de ter um efeito psicológico no seio familiar, obrigando a terem conhecimento sobre os fundamentos das finanças, eliminando conflitos dentro de casa pela incompetência em não saber lidar com o dinheiro.Este projeto torna-se relevante quando estamos vivenciando um momento em que o nível de renda das pessoas aumentaram e o número de recém chegados ao mercado de crédito tem crescido consideravelmente, exigindo de todos o uso do planejamento nos seus gastos (principalmente a prazo) para que amanhã não passem por sérios constrangimentos.