domingo, 27 de setembro de 2009

Georges,meu amigo francês

Tive a oportunidade de conhecê-lo em uma saída à noite que fizemos indo a um restaurante com minha mulher e a sua prima que me apresentou e logo começamos a conversar.A impressão que me causou, foi de uma pessoa bem conectada, visão prática da vida, um homem viajado, conhecedor de vários países e originário de uma nação desenvolvida. A partir daí, novos encontros se sucederam, novas descobertas de posições se convergiam e aumentava a cada encontro o prazer da sua presença.Mesmo residindo em outro estado, já casado e com uma filha recém-chegada belíssima, não deixava de ter notícias suas e ficava feliz, quando sabia de sua vinda a Natal, principalmente no período de veraneio, onde adquiriu uma residência que lhe permitia praticar seu esporte náutico, era um homem ligado a atividades esportivas.Não esqueço uma atitude sua. Estávamos no final do ano, quando o telefone tocou, era o casal, querendo falar comigo e ao atendê-lo, eram eles dizendo que estavam em uma festa em São Paulo e as músicas que tocavam, fizeram lembrar de mim e, portanto decidiram ligar. Assim era o meu amigo francês.Um homem,simples, vencedor em sua profissão, bem casado, apaixonado pela mulher e filha e vivendo a vida em sua plenitude de uma forma inigualável.Extremamente meticuloso,organizado,preocupado com o próximo,ou melhor, generoso em diversas situações com as pessoas que o cercavam,bom filho e amigo dos amigos.Aliás, é bom lembrar que por onde exerceu suas atividades profissionais, em vários lugares de países distintos, pois trabalhava em uma grande empresa de varejo, deixou amigos, prova concreta de sua qualidade em se relacionar com as pessoas.Não poderia esquecer a sua boa vontade, comigo e com minha esposa, nas diversas ocasiões em que estive em sua residência, em São Paulo capital, nos recebendo de uma maneira simples, calorosa e sempre uma boa mesa e um bom vinho era servido.Notávamos o seu bom gosto, a atenção que proporcionava à mulher e filha, disponibilizando uma série de conhecimentos e serviços que a deixavam atualizadas com os novos tempos.Idealizava para a filha uma educação formal na melhor universidade francesa, berço da civilização ocidental.Tinha o cuidado e zelo por tudo que construiu, com sua capacidade e inteligência que o diferenciava. A sua paixão, por conhecer novos esportes, o levava a adquirir instrumentos que muitas vezes por falta de tempo nem sequer usava, ficavam guardados para as próximas férias.Mas a vida, em sua exuberância, cria situações que não compreendemos e nem queremos entendê-la, pois a ausência para nós ocidentais é uma dor insuportável, justamente pelo desconhecido que não queremos e lutamos para retardar o máximo que podemos para conhecê-lo.Como não poderia ser diferente, para as pessoas diferentes, estava o meu amigo em férias, na sua terra natal em pleno verão europeu com a esposa e filha no seio familiar, se divertindo e cada vez mais apaixonado pelas dádivas que a vida lhe oferecia, quando o seu espírito esportivo o chamou para, mais um desafio, e lá foi ele conhecer com sua maneira empreendedora, participar de mais um obstáculo que lhe proporcionasse prazer, satisfação, já que tudo que fazia em sua vida era com paixão, vontade, amor, era um obcecado pelas coisas que queria aprender.Tentou, participou, voou no ultraleve com seu irmão, mas não voltou, talvez a oportunidade de uma visão holística que teve o tenha levado um instante a ver um outro mundo que o encantou que precisava urgentemente conhecê-lo e nos deixou o aguardando para o amanhã. Saudades Georges Torrent, muitas saudades é o que sinto até hoje de você.

domingo, 20 de setembro de 2009

Coerência

Quase todos os países do mundo chegaram a conclusão da necessidade de se ter uma estabilidade macroeconômica para alcançar o tão sonhado desenvolvimento sustentável. Mesmo os países socialistas e ex-socialistas já rezam por esta cartilha.Qual a razão fundamental, que leva hoje os governos a trabalharem de forma ordenada para criar as condições necessárias e suficientes para que o capital aporte?A resposta é simples, os grandes investidores analisam hoje cada país como uma empresa, possuem analistas que examinam alguns pontos fundamentais, para que possam tomar a decisão de investir.Os pontos que são levados em consideração são: Governança, credibilidade, nível de educação da sociedade,fundamentos econômicos e a capacidade do poder aquisitivo de sua população. Esses pontos citados permitem uma visão de como este país se encontra, se realmente os seus investimentos se defrontará com um nível de risco aceitável e as possibilidades de retorno em uma visão de longo prazo sejam razoáveis.Logo os fundamentos econômicos passam a exercer, um papel fundamental,exigindo dos governos um conjunto de políticas coerentes, que sinalize para aqueles que desejam investir que eles têm um comando, diretrizes a serem seguidas, não vivem de improviso, sabem a onde querem chegar e que os entraves institucionais estão sendo eliminados, para acelerar cada vez mais o fluxo financeiro tão necessário para a implantação dos projetos portadores de futuro(geração de emprego e renda de caráter permamente), extremamente importante ao desenvolvimento.O investimento privado necessita que se estabeleça uma atmosfera positiva, que os horizontes sejam claros e transparentes, a carga tributária que vije seja moderada, o custo do capital razoável,a macroeconomia previsível, o marco regulatório consolidado, o mercado de capitais desenvolvido, os investidores prestigiados, o empreendedorismo incentivado e a chance de mudanças nas regras contratuais não exista. Estes homens são frios, calculistas e racionais, que buscam espaços econômicos, independente da estrutura política vigente, desde que assegurem as garantias aos seus investimentos.Melhor exemplo é a quantidade de recursos hoje aplicados na China,pela confiança que este país tem adquirido no mundo das finanças internacional, respeitando os contratos, estabelecendo regras estáveis, mostrando ao mundo aonde quer chegar, atingindo taxas de crescimento espantosa nos últimos tempos.No caso brasileiro é importante mostrarmos ao mundo que a fase de redemocratização e de estabilização econômica já superamos com muita competência, depois de anos em que a inflação era parte integrante do nosso cotidiano.Nos últimos quinze anos, preocupações com o déficit público, combate a inflação, e gastos públicos irresponsáveis faz parte de nossa rotina. A sociedade brasileira amadureceu, despertou para a necessidade de mantermos uma política econômica ajustada a nova realidade mundial.Precisamos acelerar as reformas que impedem a nação dar saltos em busca do seu desenvolvimento , me refiro as tributária, trabalhista, política e previdênciaria, importantíssima, para que a cada dia possamos reduzir a pobreza, diminuirmos as disparidades regionais, universalizarmos uma educação, saúde e segurança de qualidade e que tenhamos uma previdência que garanta no futuro as remunerações justas daqueles que tanto contribuíram para o engrandecimento deste país.Só assim construiremos uma nação justa, livre e independente, cuja credibilidade e confiança no futuro servirão de referência para o mundo. É bom lembrar a definição do senhor presidente Barack Obama sobre o século 21 " no século 21, instituições transparentes, capazes e confiáveis são a chave para o sucesso- parlamentos fortes, forças policiais honestas, juízes independentes, uma imprensa livre, um setor privado vibrante, uma sociedade civil. São essas coisas que dão vida à democracia, porque é o que importa na vida cotidiana das pessoas".

sábado, 12 de setembro de 2009

Ensinar

Uma das atividades que executo durante quase trinta anos da minha vida e que me proporciona um prazer inigualável é ensinar.Atividade que exige conhecimento e arte de transmitir, exigindo de nós professores um aprendizado constante. Aprendemos com os nossos alunos coisas simples, que muitas vezes não enxergamos em razão da vida dinâmica que levamos em função da nossa sobrevivência. Ensinar o terceiro grau proporcionou a mim, durante esses anos, melhor entender os meus filhos, a sua linguagem e o código de sua geração. Facilitou-me em muito, manter um diálogo aberto e transparente de suas angústias, gostos, alegrias e suas visões sobre o futuro.Não posso negar que houve uma transferência cultural, pelo gosto de estudar e não tive qualquer problema em levá-los a conclusão dos cursos que eles mesmo decidiram.É uma atividade extremamente desgastante, mal paga e ao mesmo tempo tão necessária a nossa sociedade. Vivemos em uma contradição, coisas do Brasil: a sociedade brasileira necessita formar líderes do futuro, mas para isso precisa repensar o seu sistema educacional. Uma sociedade que paga mais para quem julga do que para quem educa, terá sempre sérias dificuldades para formar os seus futuros grandes líderes.Mas afinal, ela também nos proporciona alegrias, em decorrência da evolução dos nossos ex-alunos, quando tomamos conhecimento de suas conquistas ou ocupando posições nobres nas diversas áreas do conhecimento. Isto nos deixa envaidecidos em saber que nós contribuímos para o seu crescimento pessoal e profissional.Infelizmente, não conseguimos gravar todos os nomes e rostos e muitas vezes ao encontrá-los em solenidades ou casualmente ao nos cumprimentar, ficamos sem jeito, por não lembrarmos da sua condição de ex-aluno, mas mesmo assim, contornamos a situação e as conversas e diálogos que mantemos nos faz relembrar e constatar o amadurecimento daquele jovem e chegamos a conclusão que cumprimos com o nosso dever.No período de recesso após as primeiras semanas se passarem, já nos deixa ansioso para conhecermos os novos alunos e reencontrar os antigos, que a pouco tempo atrás comentava com os nossos pares que estávamos cansados, precisando urgentemente de umas férias. Mas não temos férias, esta profissão não permite, e lá vamos nós, a livrarias ou até mesmo participar de algum curso que nos leva necessariamente ao mesmo ambiente que a pouco deixamos. Ser professor é um sacerdócio, é um caminho sem volta, atividade tão rica, apaixonante e mal compreendida por aqueles que decidem.Tenho certeza que o tempo de me afastar das salas de aula se aproxima a cada ano (espero que demore muito) e isto cria em mim nos meus momentos de reflexões uma ansiedade constrangedora em saber que não poderei no amanhã transmitir conhecimento, liberdade e compartilhar daquele ambiente que tantas externalidades positivas cria e nos enriquece a toda hora. Como não podemos e de encontro com o tempo que trás consigo uma serie de dificuldades que muitas vezes nos obriga a parar, só nos resta, relatar para os novos professores que chegam da importância e singeleza da atividade de ensinar.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Novas exigências

O tempo passa e não vejo por parte de algumas pessoas que decidem um discurso moderno quando se referem aos problemas da nossa região nordeste. As solicitações que são feitas, são ridículas e que já não enquadram-se no mundo moderno em que vivemos, não vejo por parte de alguns políticos preocupações em focar as grandes questões, ficam limitados em coisas pequenas, em sua maioria a programas assistêncialistas que em nada contribuem para romper com esse círculo vicioso de pobreza que nos envergonha por tantos anos.Não que seja contrário a esses programas, já que a miséria é tão grande e a fome é uma questão que não pode esperar por muito tempo para ser resolvida é de prazo imediato.Mas é necessário incorporar outras exigências que contribuam para a geração do emprego e renda de caráter permanente (projetos portador de futuro), que consiga a médio e longo prazo reverter de uma vez por todas essa contradição em que vivem milhões de nordestinos.É bom lembrar que a diferença entre um cidadão nordestino de um cidadão da região sul e sudeste, é que lá eles possuem infraestrutura. Ressalto que alguns projetos estão em andamentos e outros sendo efetivados, precisamos é acelerá-lo dada a sua importância para a região, falo especificamente da construção da ponte Natal - Redinha, que tem uma importância enorme para a população da zona norte, como para a atividade turistica do RN, duplicação da BR-101, que terá uma repercussão no fluxo de négocios entre os Estados nordestino, principalmente no turismo, transposição das águas do rio São Francisco, para eliminarmos de uma vez a nossa dependência da boa vontade de São José, transnordestina, infraestrutura necessária para o escoamento da nossa produção, tornando os nossos produtos mais competitivos, instalação do Instituto Internacional de Neurociências (criação da Cidade do Cérebro) tornando a cidade do Natal o centro do conhecimento cientifico de ponta e de Institutos Federais de Educação Tecnológico em vários municípios, interiorizando o conhecimento, democratizando as oportunidades, maiores investimentos da petrobras nas regiões produtora do petróleo e gás e a construção do porto seco no municipio de Ipojuca no Grande Recife, são obras significativas sem dúvidas.Especificamente no Rio Grande do Norte, é necessário, eliminar os entraves que dificultam a construção do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, projeto que permitirá a desconcentração da movimentação de carga, hoje concentrada na região sul e sudeste, e ao mesmo tempo modificando toda a logística e as rotas do setor aeroviário, proporcionando ganhos de produtividades.Este terminal foi desenhado dentro dos padrões da modernidade, aeroporto industria, onde o município de São Gonçalo se tornará um polo industrial de excelência, criando as condições de implantarmos em seu entorno a zona de processamento de exportações, as conhecidas ZPEs. Incentivar a exploração de novas fontes de energia renováveis (eólica e solar), a duplicação da BR-304 que liga o grande Natal ao Grande Mossoró, esta obra permitirá unificar o nosso vetor de négocios, criando um corredor que aproximará estes dois polos que permitirá as cidades entre eles também se beneficiarem. Para isso é preciso concluir as obras do nosso porto, que há anos se arrasta de forma lenta e custosa, a fabrica de barrilha em Macau, é vergonhoso constatar tantos recursos ali injetados e sem até hoje gerarem nenhum retorno ao nosso Estado. A cidade do Natal, tão conhecida interna e externamente, tem agora a oportunidade de ser uma das sedes da copa do mundo, que lhe proporcionará maior visibilidade, momento rico para eliminarmos as dificuldades tão conhecidas por sua população: Falta de saneamento básico,melhorar o nosso sistema de drenagem, implementar um sistema de transporte que contemple toda a área metropolitana, criando um conforto operacional ao dia a dia dos seus cidadãos.Outras obras, se faz necessárias e só assim mudaremos de fato a imagem desta região, criando externalidades positivas para outras áreas se desenvolverem ainda mais, falo especificamente das atividades industrial e turística, estabelecendo as bases para reduzirmos um dos graves problemas que é o emprego.Precisamos renovar as nossas exigências, chega de promessas ridículas, discursos ultrapassados, o povo cansou de tanta incompetência. Chegou o momento, quando temos, como dirigente maior do nosso país um homem originário desta região e conhecedor das inúmeras dificuldades que se defrontam os nordestinos no seu cotidiano, inclusive a fome.Vamos exigir para a região um tratamento não meramente assistencialista e sim de mudanças estruturais,que faça parte permanente de sua agenda política.Só assim conseguiremos libertar o homem nordestino, tão humilhado, dividido e indesejado nas regiões sul e sudeste, pela falta de preparo intelectual para assumir as novas atividades que o mundo moderno cria a todo instante. Está decidido, vamos modernizar as nossas exigências, elevar os nossos horizontes em busca de um amanhã digno e próspero para que os nossos conterrâneos possam se libertar dessas dificuldades que impedem o seu desenvolvimento. E por falar em liberdade é sempre bom lembrar o que nos disse Cecília Meirelles, in Romanceiro da Inconfidência: "Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda".