domingo, 28 de abril de 2013

Avanços institucionais

Atualmente o nosso país registra uma das menores taxas de desemprego da sua história fruto do crescimento econômico conquistado nos últimos dezoito anos de estabilização econômica (Plano Real), mesmo obtendo nos últimos dois anos crescimento a taxas decrescentes. O macro mercado de trabalho cujo preço é salário e cuja quantidade é o nível geral de emprego, sinaliza uma defasagem em diversas áreas o que obriga a nação importar uma quantidade enorme de trabalhadores qualificados para ocupar diversas funções onde se tivessímos dado a devida atenção a nossa cadeia educacional poderiam ser preenchidos por brasileiros. Falta neste país engenheiros, químicos, físicos, biólogos , administradores especializados em logística e finanças e uma serie de outras profissões, além de técnicos de nível médio para atuar em todo o parque industrial. Segundo os estudiosos, prevaleceu no Brasil a ideia de que o avanço do crescimento (PIB) estimulou a abertura de novos postos de trabalho, tanto para os sem qualificações quanto para os mais preparados. Pensava-se que a qualificação da mão de obra não constituía um fator de produção essencial para o aumento da competitividade das empresas seja pública ou privada. A visão dominante era de que a melhoria da educação seria uma consequência do desenvolvimento econômico, por esta razão nos encontramos  nesta situação de apagão de mão de obra. O ciclo educacional é no mínimo de vinte anos para que os resultados apareçam é bem diferente do ciclo político que se dá em quatro em quatro anos dai a necessidade de colocar a educação em toda a sua cadeia como prioridade nacional. Particularmente sou favorável a federalização da educação no meu país. Precisamos e tenho repetido inúmeras vezes da importância de tornar a carreira docente atrativa, para que os talentosos possam nela participar. Sem professores competentes não iremos avançar. A deficiência educacional não está concentrada apenas na base (escola pública) ela hoje se estende ao ensino superior, com a democratização do acesso tenho visto coisas inadmissível por parte dos alunos e também de alguns mestres. Erros grosseiros na escrita e na interpretação de alunos prestes a serem diplomados é a prova concreta da nossa deficiência. Todos os países desenvolvidos cresceram de forma exponencial devido a atenção que deram a sua educação que contribui para a redução das desigualdades sociais,homens bem preparados tecnicamente e bem informados são mais exigentes e mais participativos nas reivindicações dos problemas que atormenta a tantos anos a nossa nação. Se temos realmente um projeto de poder, prosperidade e prestígio, cujos propósitos são aumentar o nível de empregos via crescimento econômico, treinar de forma exaustiva a sua população e assegurar aos trabalhadores salários dignos que proporcione o aumento do seu padrão de vida, se faz necessário neste século que se inicia priorizar a educação em toda a sua cadeia, além de iniciarmos a eliminação de entraves que compromete a nossa governabilidade como: Propor um novo sistema tributário que iniba a sonegação e a informalidade,possuir taxas de juros compatíveis com o mundo moderno,combater a inflação, flexibilizar o mercado de trabalho como regras modernas e menos onerosas, reavaliar o sistema político de representação, criar um sistema previdenciário sustentável,reduzir a burocracia que só estimula a corrupção, reconhecer a ineficiência governamental em áreas que atuam e conceder ou privatizar a empresas inovadoras a sua exploração desde que sejam monitoradas (regulamentar os mercados),possuir uma administração pública profissional, implantar um sistema de relação do trabalho mais centrado nas negociações, inibir o surgimento de empresas que não geram responsabilidade fiscal nem monetária e possuir uma política fiscal que abra espaço para os investimentos públicos para a implantação de uma logística que integre toda a nossa geografia.  Se esses avanços institucionais se concretizarem, com certeza poderemos num amanhã  não tão distante nos apresentar ao mundo como uma nação que deseja e luta para ingressar e permanecer no clube dos nações ricas. Aguardo por este momento.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Escolas de Qualidade

 Em março de 2013 escrevi um artigo cujo título era  LEITURA  e afirmava:" Os desafios do século XXI, exige que priorizemos em nosso país uma educação de qualidade em toda a sua cadeia , que permita aos nossos jovens um bom aprendizado , que seja universalizada em todas as escolas,  públicas ou privadas e que esta educação de qualidade não fique restrita apenas para a classe média alta. Precisamos estimular os talentosos, bem formados e comprometidos com o desenvolvimento do nosso país a ingressarem na carreia acadêmica. Para que isto ocorra é necessário que os gestores que definem as nossas políticas educacionais criem as condições necessárias e suficientes para que a educação neste país possa cumprir realmente as suas metas". Lendo um artigo da Profª Cláudia Costin, cujo título é LEITURA E CIDADANIA que consta no livro PRÁTICAS DE CIDADANIA, diz a mestra: "Uma pesquisa realizada pelo Instituto Paulo Montenegro, em 2001, mostrou que apenas 26% dos adultos são capazes de ler e entender um livro. Outra pesquisa, de resultados ainda mais desanimadores, realizada pela Confederação dos Trabalhadores em Educação, relata que 60% dos professores do país não têm o hábito da leitura. Isto é, quem deveria encantar nossos jovens com o melhor da literatura brasileira e universal, simplesmente, não lê. Há um certo consenso entre especialistas de que os leitores surgem de famílias que leem regularmente ou de um trabalho competente em salas de aula.Além disso, os baixos salários hoje percebidos pelos professores dificultam a compra de livros. E o fato de que muitos deles vêm do mesmo meio social de seus alunos, de famílias sem acesso à cultura letrada ou a hábitos que facilitem a entrada da leitura sistemática em suas vidas, torna ainda mais difícil este quadro.Por isso é essencial que nossos professores sejam qualificados, para que adquiram a paixão pela leitura e transmitam esse encantamento às nossas crianças. Mas um jovem que não lê não perde apenas a oportunidade de se encantar.Além da perda do prazer estético e do entretenimento, ele não terá acesso a informações vitais para constituir-se em cidadão independente e participante e, assim, torna-se-á passível de ser constantemente manipulado. O não leitor permite, de alguma maneira, que alguém lhe selecione uma forma de interpretar o mundo ou, quando muito, reúne pedaços de informações jogadas em noticiários de rádio e televisão ou, no mínimo, por professores que meramente repassam sua visão de mundo, mas não o instrumental utilizado para constituí-la. A formação de leitores quebra essa lógica, desde que haja livros, revistas e jornais, disponíveis e acessíveis, com variedade de enfoques para a formação de seres pensantes e capazes não apenas de entender, mas de transformar o ambiente que os cerca. Em outros termos, a leitura pode proporcionar a autonomia necessária ao verdadeiro exercício da cidadania". Ressaltando que "O importante não é só aprender o que está no livro, mas compreender o que está no mundo" princípio da  Escola Municipal José Pessoa de Carvalho, Itatira, CE. A psicologa Milu Vilela juntamente com a pedagoga Neide Cruz, no artigo VOLUNTARIADO EDUCATIVO: PRIMEIROS PASSOS PARA A CIDADANIA, que consta no livro PRÁTICAS DE CIDADANIA, diz : "O processo de democratização vivido pelo país nos anos 80 instigou a discussão sobre a educação escolar e a sua gradativa valorização pela sociedade brasileira. As elites empresariais verificaram que para alavancar o desenvolvimento econômico do país era necessário colocar a educação escolar entre as prioridades nacionais.É Nesse clima de participação e de reivindicações que a Constituição Brasileira de 1988 reconheceu o ensino fundamental como direito subjetivo, dever do Estado e da família, a ser promovido e incentivado com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". É claro que o voluntariado educativo é uma utopia possível e viável como afirmam as professoras , mas infelizmente ainda está distante a preocupação no nosso país com os seus jovens e crianças basta caminharmos pelas cidades e encontramos milhares soltos nas ruas sem nenhuma perspectiva futura. Concordo com as educadoras quando dizem que sonhamos com um país onde todas as escolas sejam solidárias,onde todos os professores se preocupem com a aprendizagem de seus alunos, onde ninguém se evada nem abandone a vontade de aprender. Uma escola em que o aprendizado seja continuado e progressivo e os alunos queiram aprender sempre e cada vez mais.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A consciência e a cidadania

O professor Duilio Duka de Souza no livro Práticas de Cidadania no seu artigo Combate ao Racismo: Compromissos e Ações Propositivas, tem um item," A Consciência e a Cidadania" que me chamou a atenção. Diz o mestre: "Ter a consciência da necessidade de se ter consciência, para buscar conhecer os direitos e de exigir o direito de ter direito, e entender que essa consciência não se compra, não se vende, não se barganha nem se acha na rua, ao contrário, se constrói, este é o ponto mais alto da cidadania. Os sujeitos são construídos no mesmo ambiente em que vivem, convivem e produzem. Ser cidadão, ou cidadã, é poder ter condições de romper as barreiras da ignorância moral, espiritual e intelectual. É ter a capacidade de pensar e refletir a vida política, econômica, cultural e social em que vive, local e globalmente. Ser capaz de adquirir, e ter sempre presente em si, uma consciência histórica, democrática e internacional, cuja plataforma seja o direito de igualdade de oportunidade, a tolerância, a solidariedade, o respeito, a paz e a justiça. A construção da consciência se dá na sensibilização e na capacidade de perceber e sentir na pele o que está acontecendo ao nosso redor.Entretanto, não podemos ficar apenas sentindo o frio à flor da pele e esquecer o calor que há dentro de nós.Nossa reação já será a manifestação de cidadania. As entidades e os movimentos, com suas ações propositivas, seja nos debates, nos atos públicos, ou nos documentos, buscam contribuir para o processo de formação da plena cidadania, mesmo com todas as dificuldades que a realidade lhes coloca.O grande desafio, porém, está ainda no chão da escola: romper com as bases do pensamento pedagógico clássico e a lógica do conformismo daqueles e daquelas que para tudo não tem jeito, não adianta, sempre foi assim e etc., resultado de uma outra lógica puramente etapista, conteudista, linearista e eurocêntrica do sistema de ensino que materializam a discriminação, a exclusão, a dominação e elimina a identidade dos diferentes". No artigo que escrevi cujo título é Falta de Vergonha e que encontra-se neste site, afirmava: A tolerância do povo brasileiro é um escândalo, acho que nenhuma nação do mundo se comporta em omissão como a nossa e segundo pesquisa é o povo mais feliz do planeta ( dá pra entender). Fruto da ausência da educação de qualidade em toda a sua cadeia que alimenta e estimula este comportamento omisso e sem visão critica das grandes questões que os atormenta.Segundo os historiadores , Aristóteles, grande filósofo grego, já nos alertava que todos os homens têm por natureza o desejo de buscar conhecimento, para dar sentido e explicação da realidade. Como educador a tantos anos tenho verificado por parte dos meus alunos, uma dificuldade enorme em refletir e uma preferência maior pela ação.   Fruto da ausência da qualidade em nossa cadeia educacional, onde os professores mal qualificados e mal remunerados( a exceções) não estimulam os alunos ao exercício da leitura, do pensar do ambiente em que vivem  e do  próprio mundo em constante transformação. O homem precisa compreender a sua importância como ator principal da construção da nossa história, é preciso refletir o seu papel e realizar ações que o engrandeça, que contribua com a evolução da inteligencia humana para atingirmos um novo patamar civilizatório.  

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Justiça Social

Nas últimas décadas, a classe média brasileira ficou cada vez mais empobrecida em razão das constantes mudanças na formulação da política econômica que se impõe ao país.O nível de renda que ela hoje detém não lhe permite materializar uma série de desejos que, durante anos planejava e o acesso aos frutos do progresso e do consumo cada ano fica mas distante. Está classe, constituída de sua maioria por indivíduos de um nível educacional médio e superior, formador de opinião e geralmente descendentes de famílias humildes, se encontra hoje em enormes dificuldades financeiras.O Brasil tem uma posição vergonhosa em termos de distribuição de renda e riqueza. Nos encontramos entre os países que têm os piores indicadores do mundo. É  bom lembrar que os dados que são divulgados pelo IBGE, sobre desigualdades de renda sinaliza sua continuidade ao longo da década de 90. A situação não se alterou nos últimos 30 anos. Os políticos condenam a péssima distribuição  de renda porém nada fazem para enfrentar este problema. A razão de termos uma elevada concentração de renda e riqueza é, estimulada pelo próprio sistema tributário em vigor. Ele prejudica mais os setores de renda mais baixa, enquanto favorece  os setores de renda e patrimônio mais elevado. O nosso sistema tributário é carregado de impostos indiretos que onera em muito as classes de renda mais baixa. Pagamos impostos como um país desenvolvido e em contra partida recebemos serviços como os de  países mais atrasados.Nós brasileiros temos dupla tributação, além dos impostos, paga ao particular para receber os serviços que deveriam ser fornecidos pelo Estado, a escola, saúde e segurança. O nosso sistema tributário não segue a logica dos países desenvolvidos, a maior parte de sua receita se origina de impostos indiretos que oneram mais o trabalhador e a classe média. Logo o ônus recai sobre os trabalhadores e da grande massa de consumidores, reduzindo a renda das famílias, enquanto a tributação sobre o capital e o patrimônio das classes de renda mais elevadas são aliviadas.Este modelo tributário gerou uma série de distorções na economia brasileira, penalizando os trabalhadores assalariados e a classe média que precisa gastar todo o seu salário e  ainda se endividar para poder  sobreviver.Somos realmente uma nação diferente, possuímos uma das mais altas carga tributária sobre o consumo e a mais baixa sobre a renda.Um exemplo de que neste país não se tributa os ricos e o patrimônio é o péssimo desempenho da arrecadação do ITR - Imposto Territorial Rural, no período de 1996 a 2002 que apresenta queda , apesar da enorme concentração de terras no país.Os impostos e contribuições que pagamos não devem ser considerados como mera obrigação do cidadão e sim o preço da nossa cidadania. Os impostos são necessários para satisfazer as necessidades coletivas que não podem ser atendidas via mercado. Os tributos devem ser utilizados pelo Estado para cumprir com suas obrigações de prestação de serviços essenciais à população.A constituição de 1988, que foi definida pelos constituintes e que está em vigor sinalizava a construção de um Estado de Direito Democrático e Social,destinado a garantir o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade. O que  estamos construindo é o Estado mínimo para os pobres e o Estado máximo para  os ricos em razão da distorção tributária reinante.Uma nação que tenha como objetivo a erradicação da pobreza, diminuição das desigualdades sociais e a construção de uma sociedade livre, justa e solidária precisa utilizar-se do seu sistema tributário como instrumento de distribuição de renda e redistribuição de riqueza. Finalmente, precisamos atacar este mal, via tributação e  gastos sociais (programas sociais) que mude o destino das pessoas e não (programas assistêncialistas) que muda apenas a vida das pessoas e cobrando mais impostos de quem têm maior capacidade contributiva, aliviando a carga da classe menos favorecida.