domingo, 29 de abril de 2012

Seca no Nordeste

Recentemente foi realizado o "VII Fórum Àgua em Pauta", nos dias 23 e 24\04\2012, na cidade de Fortaleza, idealizado pela Revista IMPRENSA e pela Bolsa de Responsabilidade Social, e a palestra inicial foi ministrada pelo ex-Diretor Regional do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), o senhor Dr. Cássio Borges, estudioso e especialista no projeto de transposição do Rio São Francisco. O estudioso defendeu o projeto como solução às frequentes secas no Nordeste. Diz o especialista :" a relação custo/benefício já justificaria a transposição. O custo de fazer é menor do que o de não fazer. Para sua implementação, o Governo deverá gastar R$ 4,5 bilhões; não fazendo, gastará R$ 2,5 a 3 milhões a cada nova seca, com secas básicas, frentes de serviço e outras medidas paliativas que se repetirão a cada episódio. O estudioso defende que a transposição do Rio São Francisco não é “açodado” ou “imediatista”, como acreditam ser os contrários ao projeto. Já se passaram 159 anos desde o primeiro idealizado, pelo menos três gerações nordestinas já se passaram. E a cada seca as mesmas promessas, sem que nada de caráter permanente e duradouro fosse realizado.Cássio Borges finaliza, dizendo que, segundo Marco Antônio Vila, no livro “A Vida e Morte no Sertão”, publicado pela editora Ática, em 2000. Segundo o referido autor, no período que vai de 1825 a 1998, o total de mortos em decorrência na seca no Nordeste brasileiro chegaria aos três milhões de pessoas. E não há exagero, só para comparar, equivale à metade dos judeus mortos na segunda guerra mundial”. Quando os futuros historiadores analisarem este inicio de século ficarão perplexo com a tamanha imbecilidade desta geração de executivos em não ter tido a competência de reverter está situação tão bem descrita em 1933 pelo grande escritor Graciliano Ramos em Vidas Secas. Não por falta de tecnologias e conhecimento e sim por falta de vontade política em não querer reverter este quadro angustiante que a muitos anos assistimos em nossa região. O ex-presidente Lula iniciou o projeto que na minha opinião é um projeto portador de futuro,gerador de renda e emprego de caráter permanente e que até hoje não foi concluído pela presidente Dilma que foi eleita pelos votos dos nordestinos que confiou e confia no nosso líder maior (Luiz Inácio-Lula). A nossa executiva maior do Estado do Rio Grande Norte foi a Brasília com uma série de reivindicações entre elas a solicitação da Bolsa Estiagem, mentalidade pequena, ausência de projetos estruturantes quando sabemos da necessidade da duplicação da rodovia BR-304  que criará as condições de implementação da ZPE (Zona de processamento de Exportação) de Assú e unirá os dois grandes polos de negócios deste Estado a grande Natal e a grande Mossoró  que até hoje não temos nem uma notícia, acelerar a infraestrutura para o funcionamento do aeroporto de São Gonçalo que criará as condições para a implementação da ZPE de Macaíba, concluir o acesso da Br101 ao polo turístico de Pipa, concluir o terminal pesqueiro, dotar o nosso porto de logística que atenda a classe exportadora, ampliar os setores de base como a oferta de energia, comunicações,petroquimica e siderurgia. Como forma de atrair investidores que queiram gerar emprego e renda na exploração dos nossos recursos naturais  e principalmente a conclusão da transposição de àguas do Rio São Francisco que seria o fim da incompetência que a anos predomina na cabeça dos  nossos governantes. Faço uma ressalva a um político que tem tido um comportamento brilhante nas reivindicações do nosso Estado, o senhor Henrique Eduardo Alves, o esforço que tem feito para  aprimorar a nossa plataforma hoje que garantirá  as condições do nosso desenvolvimento amanhã. Pensar de forma estratégica uma nação ou uma região  exige visão de futuro e não programas ridículos de caráter temporários que em nada resolverá os grandes problemas que nos afligem a tantos anos. Queremos programas que mudem o destino de nossos conterrâneos e não programas que visam mudar a sua vida. Sei que a fome é desesperadora e que o estômago não pode esperar, que venha as ditas bolsas mas que sejam acompanhadas de projetos estruturantes.Precisamos inflacionar de qualidade as nossas reivindicações.Chega de imbecilidade, abaixo a burrice.

sábado, 21 de abril de 2012

O modelo brasileiro

O modelo macroeconômico brasileiro está centrado em três pilares:Meta de inflação, superavit primário e câmbio flutuante. A meta de inflação e a preservação da estabilidade do sistema financeiro constituem as missões do Banco Central. Este instrumento que busca colocar a inflação na meta estabelecida pelo governo e quando são atingidas eleva a confiança dos investidores e o nível de risco tende a diminuir colocando o país em uma posição de destaque que sinaliza para o mundo a nossa preocupação com a estabilidade monetária  e que os fundamentos da economia estão funcionando.Superavit primário, sinaliza para os investidores que os juros  da nossa dívida serão honrados, ampliando ainda mais a confiança do mercado financeiro internacional em relação ao nosso país. O câmbio flutuante, cuja taxa é definida pela entrada e saída de divisas e com as intervenções sujas promovidas pelo governo, busca-se uma taxa que estimule as nossas exportações e ao mesmo tempo contribua com o equilíbrio interno.Na minha opinião é um dos preços da economia mais importante e temos que ter cuidado na sua definição. Estamos caminhando para atingir (1994 - 2012) a maioridade do nosso modelo econômico conhecido como o Plano Real que é uma conquista da sociedade brasileira juntamente com a redemocratização e todos os brasileiros exigem que está conquista permaneça por muitos e muitos anos e se conseguirmos mantê-la, com certeza em uma visão de longo prazo teremos uma sociedade sem os vícios do passado que tanto maltratou a nossa população, principalmente os trabalhadores e os empreendedores inovadores. Qualquer nação independente de sua posição econômica tem nos seus objetivos de política econômica quatro pontos extremamente importante de serem alcançados que são:Crescimento  da produção e do emprego, combate a inflação, controle externo e uma melhor distribuição de renda. Para que esses objetivos sejam alcançados as autoridades econômica elaboram as grandes políticas que são: Fiscal, monetária, cambial e rendas. Lembrando que essas políticas não são independentes mas sim conflituosas para os propósitos que se queira atingir e cabe ao governo formular propostas que resolva ou minimize os problemas econômicos com habilidade e competência no uso dos seus instrumentos para proporcionar uma melhoria na qualidade de vida da nossa população. No artigo anterior me posicionei contrário as políticas verticais, que beneficia apenas um conjunto de setores, chamando a atenção da necessidade de partirmos para uma solução de longo prazo e não soluções temporárias que longo exigirão novas formulações sem no entanto resolver em definitivo os nossos gargalos que tanto impedem o nosso desenvolvimento. Muito se fala da necessidade de voltarmos para o nosso mercado interno e proteger a qualquer custo a nossa base industrial.Estimular o mercado interno é com certeza uma medida correta, mas não podemos esquecer que a importação é um fator de produção e nos proporciona aumentos continuados de produtividade quando adquirimos novas tecnologias e novos conhecimentos.Dependemos em muitos setores de conhecimentos que estão além das nossas fronteiras e ao mesmo tempo contribuem para a melhoria do bem estar da sociedade ampliando o universo de nossas escolhas.O empresariado brasileiro precisa entender o que Schumpeter nos ensinou:  que inovações e acesso ao credito é decisivo para uma sociedade avançar e não apenas só acumular riqueza. O Brasil nos últimos anos está vivendo um momento singular e precisa encontrar o caminho que nos leve a prosperidade de forma continuada, mas para isso é preciso atacar os grandes desafios que a sociedade exige que são as reformas: fiscal, tributária, trabalhista e previdenciária. Caso contrário, permaneceremos no mesmo lugar e com os mesmos problemas. Até quando?

domingo, 15 de abril de 2012

Políticas Horizontais

Recentemente o governo tomou uma serie de medidas (desonerações tributárias e redução do custo do crédito) voltadas para estimular o consumo e ao mesmo tempo  ampliar a competitividade dos setores  que foram contemplados. No entanto sabemos que tais medidas  embora essenciais tem caráter temporários e não resolvem o problema da perda de produtividade da industria brasileira. Medidas verticais em detrimento de medidas horizontais criam a médio prazo distorções no sistema econômico e logo novas medidas serão necessárias sem no entanto resolver o problema real. O senhor Benjamin Steinbruch, diretor presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, em artigo na folha de São Paulo,cujo título "OBESIDADE" no dia 10\04\2012, afirma :" Essas medidas não são a solução para os problemas da indústria. Falta olhar para setores de base, como energia, petroquímica, transportes, siderurgia e comunicações, altamente taxados e muito importante na hora em que se pretende baixar custos de insumos industriais. Falta uma política agressiva para reduzir os spreads bancários - não há justificativas técnica, como disse a presidente Dilma, para que as taxas de juros de mercado estejam em alta enquanto o Banco Central reduz fortemente a Selic. Falta enfrentar o complicado problema do câmbio. Falta um cuidado maior com a avaliação da competitividade e o estímulo à inovação - os conselhos setoriais criados podem ajudar. Falta destravar investimentos em infraestrutura, muitos sob bloqueio burocrático ou ideológico. Por último, o ponto mais importante: será necessário persistir nas desonerações e caminhar para ampliá-las e torná-las estruturais na economia". Uma política de estimulo a competitividade precisa desonerar todos os setores e não apenas alguns deles, temos que entender que a produtividade da economia no todo depende da eficiência em todas as  outras áreas. Lembrando que os estímulos que contempla a oferta através dos empréstimos concedidos pelo BNDES, amplia a dívida pública e tem um custo que com certeza criará no futuro dificuldades para reduções tributárias.  É preciso que a classe empresarial com o acesso ao crédito, estimule a inovação e contribua para a criação de um equilíbrio entre a demanda e oferta, caso contrário voltaremos a tomar medidas de contenção ao consumo para impedir a volta da inflação. Este filme estamos cansados de assistir. A grande vantagem das políticas horizontais é que elas beneficiam todos os setores indistintamente, em contrapartidas das políticas verticais que, simplesmente, atendem alguns setores em detrimento de outros. A atual política econômica do nosso país deve se concentrar justamente nas políticas horizontais, tais como: reforma fiscal, trabalhista e previdenciária. Essas interferências governamentais que surpreendem o mercado e coloca em riscos empresas estatais de capital aberto a se deteriorarem no tempo é a prova concreta de nossa incapacidade de planejar no longo prazo. Necessitamos de planejamento de longo prazo, com políticas estáveis e duradouras, como bem disse o senhor Delfim Netto em artigo recente: Porque não dar ao Congresso o que fazer, propondo-lhe as reformas macro e microeconômica que o Brasil tanto precisa?

domingo, 8 de abril de 2012

Mobilidade

Atualmente não existe maior aventura que se submeter diariamente ao sistema viário da cidade do Natal. Em determinados horários, a situação torna-se insuportável nas principais avenidas. Observa-se que o número de veículos que circula aumentou consideravelmente, em razão da política econômica atual que aumentou o rendimento do trabalhador brasileiro ." Combate a inflação, preço dos automóveis e dos combustíveis estáveis,  melhoria no nível de escolaridade, redução da informalidade e programas sociais direcionados para as camadas de renda mais baixa".Em determinadas avenidas, como a Prudente de Morais, Hermes da Fonseca, Engenheiro Roberto Freire e Bernardo Vieira, em horários de pique é um verdadeiro inferno. As pessoas ficam irritadas, nervosas e as perdas humanas e materiais batem recordes. A atual política de sinalização, adotada pelos órgãos competentes, já não resolve o problema. As sinalizações verticais, horizontais e semafóricas são insuficientes para disciplinar os usuários. É chegada a hora de uma intervenção mais arrojada para comportar o tráfego do transporte individual e coletivo.Além disso, a falta da educação no trânsito, tanto dos pedestres como dos motoristas é gritante, necessitando de uma política de educação que se inicie nos colégios(públicos e privados) esclarecendo aos jovens dos riscos e das necessidades de cumprimento das leis e aos adultos só resta punir com severidade.Para os usuários que utilizam o sistema de transporte coletivo, os deslocamentos (trabalhadores e estudantes) tem sido há anos muito desgastantes, cansados pelo imenso tempo gasto nas viagens, criando mais um sofrimento no seu dia a dia.Até quando continuaremos com está farsa, negando aqueles que realmente impulsiona a nação o direito de terem acesso aos frutos do progresso e do consumo, objetivo de qualquer economia que através dos procedimentos distributivo, busca manter um equilíbrio internamente. Cabe aos planejadores urbanos apresentarem a sociedade um projeto que a médio prazo consiga reverter este caótico processo de metropolização pelo qual passa esta cidade ( A Copa do Mundo está chegando e o projeto de mobilidade ainda não começou).Nenhum país do mundo possui um povo tão alegre, criativo e trabalhador como o nosso.O país é rico, com áreas desenvolvidas e ao mesmo tempo injusto, negando todos os dias o acesso a saúde, educação, transporte, lazer, alimentação e trabalho bem remunerado dentre outras coisas, justamente aos que todos os dias dão sua contribuição, honesta e sem trapaça, a nação brasileira.