quarta-feira, 2 de julho de 2025
O Clamor da Região Semiárido
segunda-feira, 2 de junho de 2025
MARIO SERGIO CORTELLA
Mais uma vez comento em resumo um artigo do filósofo Mario Sergio Cortella, no livro "Não nascemos prontos" da trilogia Provocações filosóficas, cujo título é "Vergonhas amargas". Em resumo diz o mestre: Vergonha! A frase ecoa: nós (eles) também construímos e fizemos está cidade, nós também edificamos este lugar,nós também pusemos nossa vida na obra coletiva, mas, ainda assim, somos envergonhados. Envergonhados por habitações paupérrimas, por corpos famintos e adoentados, por privação do lazer criativo,por desempregos socialmente evitáveis,por inseguranças agudas,por humilhações cotidianas, corriqueiras e aparentemente infindáveis. Não é possível admitir a persistência desse envergonhamento; não é aceitável assimilar depauperações da dignidade coletiva; não é moralmente justificável a omissão e a lerdeza de uma sociedade no enfrentamento de tudo aquilo que humilha,ofende, e degrada a integridade do outro na partilha da vida e na convivência humana.Por isso,o amoroso pernambucano e universal educador Paulo Freire tem uma reflexão que auxilia muito a compreensão e a tarefa do nosso tempo e que precisa ser repetida não até que as pessoas se cansem, mas até que se convençam: " A melhor maneira que a gente tem de fazer possível amanhã alguma coisa que não é possível de ser feita hoje é fazer hoje aquilo que hoje pode ser feito.Mas se eu não fizer hoje o que hoje pode ser feito e tentar fazer hoje o que hoje não pode ser feito, dificilmente eu faço amanhã o que hoje também não pude fazer". Sábia advertência, poderoso desejo! Em outro artigo deste mesmo livro cujo título é "A resignação como cumplicidade" em resumo diz o autor: Pode-se argumentar que , felizmente, ainda há muita esperança. Mas, como insistia o inesquecível Paulo Freire,não se pode confundir esperança do verbo esperançar com esperança do verbo esperar. Aliás, uma das coisas mais perniciosas que temos nesse momento é o apodrecimento da esperança; em várias situações as pessoas acham que não tem mais jeito, que não tem alternativa, que a vida é assim mesmo. Violência? O que posso fazer?Espero que termine. Desemprego? O que posso fazer? Espero que resolvam. Fome? O que posso fazer? Espero que impeçam. Corrupção?O que posso fazer? Espero que liquidem. Isso não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar e construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo. E se há algo que Paulo Freire fez o tempo todo foi incendiar a nossa urgência de esperanças.Julio Cortazar, o argentino que deu novos contornos à prosa latino-americana dos anos 1960 em diante, afirmava que " a corvadia tende a projetar nos outros a responsabilidade que não se aceita". André Destouches, compositor e diretor artístico da Ópera de Paris advertia que "os ausentes nunca têm razão". Precisamos refletir as nossa posições.
terça-feira, 27 de maio de 2025
BAIXO CRESCIMENTO ECONÔMICO
Uma longa história por trás do baixo crescimento. Diz o mestre: A redemocratização do nosso país se deu em um contexto social e econômico caracterizado por alta desigualdade, péssimas condições sociais para os mais pobres no momento da transição para a democracia e enraizados privilégios para as classes sociais mais altas. Uma sociedade desigual é tipicamente composta por uma massa de pessoas pobres e um pequeno grupo muito rico. Ao longo da história do país, desde o período colonial,os grupos mais ricos usaram seu poder econômico e antigos laços com a elite política para criar, preservar, e ampliar seus privilégios:crédito subsidiado de bancos públicos para grandes empresas, socorros financeiros a empresas e empreendimentos agrícolas, sistema judiciário frágil e sujeito a influência de poder econômico e proteção comercial aos produtos nacionais. Isso significou o enfraquecimento de instituições importantes para o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, gerou aumento dos gastos públicos correntes que levou a uma tributação mais alta e de pior qualidade, com reflexos negativos no O livro " POR QUE O BRASIL CRESCE POUCO?", do economista Marcos Mendes, onde indico aos estudiosos da área econômica, ele nos mostra com muita propriedade as razões sobre o baixo crescimento da economia brasileira. De uma leitura agradável, o Mendes utiliza seu conhecimento e sua experiência no setor público para explicar que este baixo crescimento foi uma escolha nossa, que se traduz em uma péssima combinação de A) altos gastos públicos; B) elevada carga tributária;C) baixa qualidade dos serviços de educação; D) insegurança jurídica; E) baixa poupança do setor público. Mas nos aponta a saída, que passaria, pela retomada da agenda de reformas,redução dos subsídios para empresas e focalização da política distributiva. Mendes, em seu livro,chama a atenção de que existe investimento e na produtividade,o que reduz o potencial de crescimento da economia. Ademais , o surgimento de um déficit público crônico diminuiu a poupança agregada da economia, encarecendo os custos de financiamento dos investimentos. A necessidade de atender a grupos sociais distintos, transferindo-lhes renda por meio de subsídios, salários e programas de transferência de rendas , levou também à necessidade de cortar investimentos em infraestrutura, pois simplesmente não havia recursos fiscais para tudo. Mais uma vez prejudicou -se o crescimento.Os segmentos mais ricos da sociedade, que controlam as grandes empresas, têm sido bem-sucedidos em se proteger da competição. Sistemas judicial e regulatório frágeis e economia fechada são úteis quando se deseja bloquear o surgimento de novos concorrentes, expropriar acionistas minoritários ou preservar uma situação de monopólio ou oligopólio. Tudo isso enfraquece a competição, desestimula o investimento e a busca de ganhos de produtividade, reduzindo o crescimento potencial. O livro de Marcos Mendes revela essas verdades mas nos aponta uma saída, só depende de nós como sociedade organizada e bem dirigida. Adquiram o livro e tenham uma ótima reflexão sobre o baixo crescimento da economia brasileira.
quinta-feira, 15 de maio de 2025
A ÚNICA PONTE PARA O FUTURO
O professor João Cezar de Castro Rocha, escreveu um artigo na Revista Veja, de 30 de agosto de 2017, cujo título é "A ÚNICA PONTE PARA O FUTURO". Vidas Secas aponta para a educação que o país não conquistou,que vale a leitura e uma reflexão sobre o nosso país, as suas contradições e para onde caminhamos. Diz o mestre em resumo: Os últimos parágrafos de Vidas Secas contêm uma promessa que ainda não se cumpriu--- e nessa distância reside o dilema do Brasil. A leitura obrigatória, mas difícil,pois dilacera quem não tenha a consciência embotada por privilégios de magistrados, com tantos penduricalhos incorporados ao salário; aliás, recebido todos os meses com se, apenas por não ser ilegal, o imoral fosse da ordem do ordinário. Claro: mas quem julga as leis? Os próprios beneficiários da hermenêutica "meu pirão primeiro". E nunca ficam sequer ruborizados --- às favas o pudor: eis o espírito do tempo.
Parabenizo o professor João Cezar de Castro Rocha, pela excelente analogia dos nossos dias com a grande obra de Graciliano Ramos. Vale a leitura do artigo do professor para fazermos uma reflexão para onde queremos caminhar.
sexta-feira, 2 de maio de 2025
O Estado da Palestina
Um dos maiores erros da humanidade foi ao criar o Estado de Israel não definirem também o Estado da Palestina. Entra ano e sai ano e está indefinição frustra o povo palestino que buscam o reconhecimento do seu país e da necessidade de se impor ao mundo como nação livre e independente. Realmente é uma das regiões mais conflituosa do mundo e as inúmeras tentativas de paz fracassam pela intransigência desses dos povos em não terem a capacidade de encontrar uma solução que acabe de uma vez por todas essas atrocidades que só contribui para diminuir a dignidade humana. Até quando essa brutalidade permanecerá? A bestialidade humana sobrepõe as questões humanitárias de convivência harmoniosa entre dois povos cujas raízes são tão próximas.Falta liderança ao mundo que seja capaz de encontrar uma solução pacifica entre eles, a agenda inacabada da política externa dos grandes líderes tem por obrigação focar está questão, até por respeito a humanidade.Não tenho dúvida, da necessidade da criação do Estado da Palestina, por mais argumentos que levantem não consigo entender.Tenho certeza que muitos líderes mundiais e o meu país também concorda com a definição imediata deste Estado, para dar um fim a está escalada da violência,que historicamente tem mutilado e matado tantos homens e ao mesmo tempo sendo o maior alimentador e estimulador da vingança entre esses dois povos.A situação é tão ridícula, que só faz diminuir a raça humana, quando visualizamos jovens em pleno esplendor da vida oferecerem-se a praticarem o suicídio na esperança de verem surgir amanhã um Estado livre e democrático, onde possam realizar com segurança suas habilidades e poderem criar os alicerces de uma sociedade onde as gerações futuras possam respirar paz e estabelecer para sempre uma convivência harmoniosa entre o povo árabe da Palestina e o povo de Israel.
quinta-feira, 27 de março de 2025
BRASIL da VERGONHA
A editora Abril, lançou a Veja: A história é amarela: uma antologia de 50 entrevistas da mais prestigiosa seção da imprensa brasileira. Ao analisar os entrevistados, fui reler a entrevista do senhor Amaro João da Silva, realizada em 18 de dezembro de 1991. O trabalhador rural de 46 anos que mede 1,35 metro, protótipo de geração nanica do Nordeste, afirma que morrerá como veio ao mundo: nu e com fome. O médico Meraldo Zisman, que pesquisa os problemas da desnutrição no Nordeste desde 1966, examinou o trabalhador rural e constatou que o senhor Amaro não tem problema endocrinológico nem genético. É um caso de nanismo nutricional. O professor de nutrição da Universidade Federal de Pernambuco Malaquias Batista Filho fez um diagnóstico idêntico: "o componente mais significativo que gerou o nanismo de Amaro é o nutricional". Os resultados confirmam que Amaro, cuja estatura equivale à de uma criança de 12 anos, é o protótipo da geração nanica que se expande no Nordeste do Brasil. Amaro vive em um país bem diferente daquele onde as pessoas têm aparelho de som, TV e forno de micro-ondas, todo mundo faz pelo menos três refeições por dia. Não sabe quem é o presidente da república nem nunca ouviu falar em Xuxa. Tem treze filhos é morador do Engenho Bondade, em Amaraji, a 100 quilômetros do Recife,ele trabalha nos canaviais da Usina Bonfim e sustenta toda a família com um salário miserável. Mora com a mulher e doze dos seus filhos em uma casa de barro batido, com 40 metro quadrados, sem energia elétrica nem água encanada. Não é religioso, mas acredita em Deus e nos santos, acredita que eles protegem as pessoas de coisas ruins. Um dos seus sonhos era comer um galeto bem assado, foi levado para o Recife e,numa churrascaria, almoçou um galeto pela segunda vez na vida. Acha que cresceu pouco por trabalhar muito e passar muita fome. Conhece muita gente com a sua estatura e afirma que cinco dos filhos não vão crescer. De manhã só toma café. No almoço, come feijão com muita farinha. E carne de charque, quando dá.De noite, batata doce ou macaxeira,que planta na roça nos fundos da casa. Para ter forças para trabalhar o jeito é dormir um bocado para não ter fome, os filhos pequenos tomam leite (uma lata tem que dar para o mês inteiro) A mulher tem que misturar com muita água para a lata durar. E carne come uma vez por ano, quando a mulher compra meio quilo. Além dos bichos que caça como lagarto, tatu, paca tamanduá,preá e lontra. Nunca usou uma escova de dentes, todos os seus dentes foram arrancados e usa chapa.Não sabe ler e nem escrever.Ensina aos filhos que respeitem os mais velhos, não tocar no que é alheio e não tirar a vida de ninguém.Às filhas , falo que devem se casar e tomar conta dos filhos. Diz , também que eles precisam aprender a ler,escrever e fazer contas para não ser explorados. Não tem televisão, nos domingos tomo dos copos de cachaça depois tomo banho e vou dormir. Tinha um rádio, que vivia encostado porque o dinheiro não dava para pra comprar as pilhas. Um dia caiu e quebrou. Aí eu dei pra minha filha, de presente de casamento. Se ela quiser,é só mandar consertar.Tem consciência que é explorado pela usina onde ele trabalha. Não só ele, mas todo mundo que é empregado dos usineiros.Diz que sua vida é cansativa mas não tem jeito de ser diferente. Cada dia ,a miséria e o sofrimento aumentam.Acredita em Deus, no padre e nos políticos. Diz que o padre só fala o que direito e o político dá tudo o que promete (quanta ingenuidade). Trabalho a 23 anos para a usina Bonfim. E o que eu tenho? Vou morrer como nasci: nu e com fome. Essa entrevista deveria ser lida por todos os estudiosos, políticos e apresentado em debate nas Universidades para que os alunos tenham conhecimento desta miserabilidade que assola este país. Os políticos ladrões deveriam se envergonhar dessa situação por que passa milhões de brasileiros. Não vá pensar que as coisas mudaram significativamente de 1991 à 2025. Esse é o retrato que prevale ainda hoje nos lares de muitos trabalhadores brasileiros. O Brasil da vergonha e dos políticos ladrões.
terça-feira, 18 de março de 2025
Orçamento da União
O orçamento da união deve ser compreendido como um instrumento de gestão e não como instrumento de troca como esta sendo feito a muito tempo entre executico e legislativo. Quem perde com isso? Toda a nação. Prejudica os servidores publico federais ativos e inativos que ficam impedidos de receber o reajuste determinado pelo governo. Programas que exija recursos são automaticamente inviabilizados, gerando desconforto a todos aqueles que necessita desses serviços. Os grandes deputados federais e senadores preocupados não com a nação e sim com os seus interesses,não estão preocupados com está questão. Até quando a sociedade brasileira vai suportar tamanha falta de vergonha desses homens que foram eleitos com o objetivo de aprimorar as regras de gestão e alocação de recursos para as diversas atividades que compete ao governo federal. Nosso país está passando por uma gestão que ninguém entende. A uma desarticulação entre os poderes, criando um descrédito em toda a sociedade.