sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

2012

Iniciamos o ano de 2012 na esperança que a economia brasileira mantenha um crescimento aceitável diante do quadro internacional extremamente instável, principalmente na Europa e EUA, com a crise da dívida. Dentro deste ambiente, com certeza o crescimento da produção mundial será menor e isso terá implicações com a nossa economia, somos um país exportador de commodities e a tendência é de seus preços caírem afetando o financiamento externo. O governo brasileiro tem tomado uma serie de medidas para suavizar a crise internacional em nossa economia. Diminuiu a taxa básica da economia em 0,5%, hoje a Selic encontra-se com uma taxa nominal de 10,5% a.a. se descontada a inflação prevista para 2012, tendo como centro da meta de 4,5% a.a. teremos uma taxa real ao redor de 5,74% uma das maiores do mundo. O Banco Central como sabemos tem como objetivo maior, colocar a inflação na meta estabelecida pelo governo e preservar a estabilidade do sistema financeiro. Vale mencionar que o Banco Central tem metas para a inflação e não trabalha com metas para a taxa de juros e nem para o crescimento. Se a risco para a inflação, a taxa de juros sobe e se o risco for para o crescimento, assegurada a estabilidade, a taxa de juros cai. No meu entender, acredito que o país crescerá no ano em torno de 3,5 % a 4,5% dependendo de como se comportará a economia mundial. Voltar-se para o mercado interno, estimulando crédito, aumento do emprego e renda e confiando nas reservas internacionais e nos depósitos complusórios como forma de estimular a economia é aceitável até certo limite. É preciso caminharmos para fortalecer a transição da nossa economia baseada hoje em commodities para uma economia intelectual. Isto leva tempo, é necessário ampliar o estimulo a educação de qualidade em toda a sua cadeia, melhorar a distribuição de renda(possuímos uma das piores distribuição de renda do planeta), inovação, criatividade, reduzir as dificuldades das empresas brasileiras frente a uma tributação excessiva e uma ausência de infraestrutura, diminuir a burocracia, avançar nas privatizações em áreas criticas onde o governo não tem condições de manter qualidade nas suas atividades e estimular o ingresso de capitais externos no setor produtivo. Lembrando que uma economia forte exige uma indústria forte, estamos assistindo nos últimos anos um declínio na participação da indústria no PIB, não podemos deixar de criar empregos, renda e tecnologia em um setor extremamente importante para qualquer nação. Determinadas relações comerciais precisão ser revistas, ter um consumo em massa aqui e lá possuir uma produção em massa e um consumo em massa este modelo é insustentável a médio prazo é preciso reavaliar esta situação principalmente com a China, grande parceira neste modelo agromineral, mas nas relações industriais as perdas brasileiras são significativas. O que vai acontecer em 2012 dependerá em parte da situação externa de dar sinais de retomada ao crescimento e de nossa capacidade de elaborar um Projeto de Desenvolvimento Sustentável e Coerente para a nação brasileira.

Um comentário:

  1. Olá, estive lendo suas postagens Professor Marcos. Gostei muito. E muito me preocupa a situação em que hoje se encontra nosso país. Até mesmo a minha (risos). Sou graduada em Licenciatura em Computação na FARN, hoje UNI-RN. Porém não existem mercado de trabalho para professores Licenciados em Computação, o que muito me frusta. Mas como também me identifico na área política econômica e social, e as questiono muito, pensei em fazer economia. Não sei se é sugestivo para o mercado de trabalho atual. Mas gostaria muito de ter a opinião do Sr. a respeito disto.

    Att; Anna Karla Varella

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