sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Investir

Recentemente no jornal folha de São Paulo no dia 04\12\2013 o Profº  Delfim Netto em artigo cujo título é "Manufaturados", chamou atenção da queda vertiginosa da demanda externa do setor de produtos manufaturados e as manipulações da taxa de câmbio brasileira que desestimularam os empresários em investir, diz o mestre: " O crescimento econômico é condição necessária, mas não suficiente, para um desenvolvimento social civilizatório em que a distribuição dos seus benefícios produz uma inserção crescente da população. Ele é condicionado por fatores internos e externos. Internamente, depende de um Estado forte, constitucionalmente controlado, com instituições capazes de assegurar a dotação adequada de bens públicos (como a segurança e o valor da moeda) e garantir as condições para o adequado e eficiente funcionamento dos mercados e sua regulação. Externamente --porque todo país é parte do mundo--, ele depende do poder de compra da exportação com a qual paga a importação. Esta última é um indispensável "fator de produção", da mesma forma que o trabalho, o capital e os recursos naturais, pela qual se apropriam, ainda, os avanços tecnológicos. O "poder de compra" das exportações pode ser medido pela evolução da relação entre o preço médio das exportações dividido pelo preço médio das importações, à qual se dá o nome de relação de troca. A intuição física é simples: se no ano passado, uma tonelada de exportação "comprava" uma tonelada de importação e neste ano (por efeito dos preços de nossas exportações terem crescido mais do que o das importações) ela "compra" 1,1 tonelada, tudo se passa como se o país tivesse ganho de presente, 100 quilos de importação. Visto por outro ângulo, tudo se passa como se a nossa produtividade no setor exportador tivesse crescido 10%. Os resultados dos estudos econométricos são sempre ambíguos, mas eles frequentemente confirmam que as variações nas relações de troca têm influência nas flutuações cíclicas da economia e talvez "expliquem" entre 25% e 40% das variações do PIB.
No caso do Brasil, o comportamento da relação de troca (que está relativamente estabilizada depois de ter passado por um máximo em 2010) deve ter tido alguma influência na recente queda do crescimento do PIB. Mais importante, entretanto, foi a destruição da demanda externa do setor de produtos manufaturados. Esta foi gerada não apenas pela redução da renda dos países importadores mas, principalmente, pela dramática valorização do câmbio real produzida pelo laxismo salarial combinado com a valorização do câmbio nominal para controlar a inflação que derivava da própria política econômica. Para se ter uma pálida ideia do que isso representou, basta dizer que o superavit exportador de 139 bilhões de dólares entre 2002/07 foi substituído pelo deficit de 136 bilhões em 2008/13. Uma fantástica redução da demanda externa dos nossos manufaturados de 275 bilhões de dólares! Por que um industrial iria investir nessas condições?" Para atrairmos o capital privado é necessário priorizarmos investimentos em infraestrutura, melhorar a nossa logística gerando conforto operacional aos empreendedores, reduzir a burocracia estupida que ainda prevalece neste país, ou seja reduzir o custo Brasil nas áreas (tributária, trabalhista, previdenciária e política), lembrando que só a produtividade é que permite uma nação se desenvolver. Visualizo melhoras no ambiente externo nos próximos anos e me preocupo com o ambiente interno em razão dos equívocos da política econômica  que vige.

Um comentário:

  1. Com o corrente cenário Econômico devermos considerar que o brasil é um pais que tem grandes potencialidade em várias áreas, como por exemplo no setor de commodities mas que devido ao valor agregado ser menor que dos produtos acabados que nosso país importa não ressalta as nossas potencialidades e ficamos sem grande expressão no cenário mundial de comércio quando nos referimos a participação, pois, representamos uma pequena porcentagem de tudo que é comercializado, outro ponto é que estamos com a balança comercial relativamente equilibrada como é citado no artigo, também concordo quando o mesmo diz que o brasil precisa voltar seu foco para o investimento em infraestrutura, pois é a melhor forma do país atrair investimentos econômicos melhorar seu nível de desenvolvimento, um exemplo seria o investimento em outros tipos de modais de transporte de carga porque hoje a maior parte de nossas mercadorias é transportada pelo modal rodoviário que em relação a outros tipos de meios de transportes tem uma relação custo benéfico bem mais elevado e isso se reflete no preço de nossas mercadorias, sem contar que haveria um melhoria da logística, outro ponto importante que vale ressaltar é a elevada carga tributária aumenta ainda mais o custo de se produzir no brasil para que possamos obter um maior nível competitividade e de produtividade é necessário revermos esses entre outros pontos que dificultam o desenvolvimento do nosso pais.

    ResponderExcluir