Qualquer nação que seja possuidora de um projeto de prestígio, poder e prosperidade, precisa alcançar três autonomias : Alimentar, defesa e energética. Ao mesmo tempo uma nação para ser competitiva precisa ter uma boa combinação de mão de obra qualificada, modal de transportes, energia, telecomunicações e informática. São condições necessárias e suficientes para que tenhamos uma boa governança corporativa. Se analisarmos o nosso país percebemos que somos capazes de alimentar toda a nossa população, se alguém passa fome, não é por uma questão de capacidade produtiva e sim por termos uma péssima distribuição de renda que deixou de ser a muito tempo um problema de ordem econômica e sim política. A questão da defesa, estamos defasados quando sabemos da necessidade de modernizar a nossa armada para termos condições de manter a integridade do nosso território e lembrando que somos possuidor de uma área chamada amazônica que é desejada por muitos países e que faz fronteira com diversas nações. A questão da energia é mais preocupante, sem ela, não produzimos, não avançamos, compromete a geração de emprego e renda enfim, a economia não cresce. O senhor Adriano Pires, Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, em artigo no jornal Folha de São Paulo no dia 15\02\2014 cujo título é " Mais mercado, e menos intervenção", afirmou: " O que explica esse cenário de tantos apagões? Com certeza não se pode
atribuir exclusivamente à falta de chuvas, às temperaturas elevadas nem
aos raios. As principais causas são uma política intervencionista, a
falta de planejamento e o desrespeito às regras de mercado.
De olho nas eleições de 2014, o governo editou a medida provisória nº
579 em setembro de 2012, posteriormente convertida na lei nº
12.783/2013, que impôs às empresas uma redução de tarifas num momento em
que o preço da energia crescia com o uso das térmicas.
A tarifa artificialmente baixa tinha como objetivo agradar os
consumidores e controlar a inflação. As indústrias, que seriam as
principais beneficiárias, no fundo foram enganadas, já que a maioria
delas está no mercado livre, e as tarifas baixas só atingiram o mercado
cativo. Quem ganhou mesmo foram os consumidores residenciais, o que
acabou por estimular o desperdício.
Seria preciso que o governo lançasse o quanto antes um plano de uso
racional de energia. Entretanto, de forma equivocada, ele confunde plano
com racionamento.
A insistência em realizar leilões nacionais e com a presença de todas as
modalidades de energia concorrendo entre si levaram a um mau
aproveitamento da nossa diversidade de fontes energéticas.
Essa diversidade e a dispersão regional --água e gás natural no Norte,
vento no Nordeste, biomassa no Centro Oeste e Sudeste, gás natural no
Sudeste e carvão no Sul-- levariam a um melhor gerenciamento dos
reservatórios das hidrelétricas, que perderam poder de regularização
(capacidade de regularizar o abastecimento de energia elétrica) nos
últimos anos pelo fato de o governo ter cedido às pressões
ambientalistas e, então, passado a permitir apenas usinas a fio de água
(de cisternas pequenas).
O governo não soube transformar a vantagem que a natureza nos deu em uma
vantagem econômica e competitiva frente a outros países.
A falta de uma solução adequada para a questão dos licenciamentos
ambientais e a adoção de taxas de retorno patrióticas embutidas nos
preços dos leilões promoveram atrasos e adiamentos em usinas, linhas de
transmissão e subestações --15% do parque eólico brasileiro, por
exemplo, está parado por falta de linhas de transmissão.
O governo precisa adotar medidas que mudem a demanda, por meio da
implementação de um plano de uso eficiente de energia, e estimulem a
oferta, com leilões regionais e por fontes e incentivos ao crescimento
do mercado livre.
No curto prazo, o governo deveria incentivar a cogeração a gás natural e
a biomassa, que são formas mais eficientes. Um consumo médio da
cogeração a gás de aproximadamente 2,4 milhões de metros cúbicos por
dia, por exemplo, equivale a uma geração de 450 MW, o que economizaria
para o país R$ 2,5 bilhões por ano, considerando o custo evitado do
acionamento das térmicas.
O PT teve mais de uma década para modernizar e aumentar o nível de
segurança do setor de energia. Entretanto, políticas centralizadoras e
populistas tornaram o sistema ainda mais frágil e antiquado.
Em vez de, todos os anos, ficar esperando a chuva e temperaturas amenas,
o governo precisa implementar o quanto antes políticas
descentralizadoras e práticas de mercado. Só assim para que apagões de
fato nunca mais ocorram".
Precisamos redesenhar a rota deste país, não podemos continuar com esses apagões que deixa a nossa nação vulnerável perante o mundo empresarial, comprometendo os investimentos diretos que poderiam ser alocados no setor produtivo. Uma nação que possui uma carga tributária que chega a 37% do PIB, recursos existem o que nos falta é a ausência de um planejamento estratégico de longo prazo e que seja acompanhado, medido, avaliado e controlado. Inflacionando qualidade na gestão pública, dando fim a corrupção, despreparo administrativo e voluntarismo.
sábado, 15 de fevereiro de 2014
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Concordo! Que o nosso país deve priorizar as três autonomias para que possamos desenvolver e demonstrar mais credibilidade estabilidade e força, e assim atrair mais investimentos para o nosso país.
ResponderExcluirQual o intuito de tanta intervenção do estado no mercado em um país que se rege o Sistema Econômico Capitalista? O estado deve ser apenas um intermediador, ou melhor, passivo e contribuir para a livre disputa no mundo do "business", só contrapondo quando em extrema necessidade como fez os EUA na mais recente crise econômica, ou coibição de carteis e monopólios.
ResponderExcluirOlá boa tarde a todos e ao Grande Marcos Alves, Professor, ao analisar de forma genéria tudo que esta a nossa volta e remetendo a passado no final dos anos 80 e inicio dos anos 90, já existia uma preocupação de poucos homens a essa questão e existe um fato extremamente importante e que como tudo que esta ao nosso redor hoje é de certa forma escondido da população também foi e ainda hoje é tratado e jogado debaixo do tapete podre é o nosso sistema político atual. Deveríamos ser hoje uma das maiores potencias mundiais. Estive pesquisando sobre o elemento químico NIÓBIO elemento usado até em jatos supersônicos, onde o brasil é responsável por mais de 70% de sua produção e como se explica não possuirmos o monopólio de tais elementos. Temos riquezas de valores vultuosos, a natureza foi muito generosa com a nossa pátria em todos os sentidos. E infelizmente continuamos a ser colônia dos países chamados "desenvolvidos" onde vendo por essa ótica podemos chamar de (usurpadores de riquezas). É inadmissível em um país enorme como o Brasil não existir transporte de massa sobre trilhos, opção essa muito falada pelo ex -presidente Luiz Inácio Lula da Silva e em mais de uma década como foi bem lembrado pelo Sr. não colocou nenhum trilho em nosso país, que pode ser muito bem classificado como um "PROJETO PORTADOR DE FUTURO" Muito mencionado pelo Sr. Pr Marcos. Nosso País nunca, NUNCA irá sair da submissão enquanto existir ladrões que são julgados e condenado e continuam soltos ou vivendo dos privilégios da leis que favorecem a eles mesmo...Tudo que esta exposto em seu artigo é muita verdade, é o que precisamos e é o que precisa ser feito... mas nunca será feito com o sistema que opera e imperá hoje com a lama de oligarquias que insistem em existir em nossa Nação.
ResponderExcluirUm grande abraço Para você Grande Marcos Alves, Saudades de suas aulas que faz muitos pensarem fora da caixa! Boa noite.
Atenciosamente;
Alisson Araújo
Boa noite,
ResponderExcluirTodo país que deseja ser bem visto ante a comunidade internacional precisa ter esta grande autonomia: energética. Nesta questão o Brasil tem que aprender a usar sua fontes geradora de energia e aproveitar melhor seus recursos ambientais. Michael 7NA FP
Dentro do contexto, onde o país passa por um momento no qual a nossa energia gerada através das usinas hidrelétricas passa por momentos de dificuldade, é notório que o fator climático está diretamente ligado à falta do principal recurso para a geração de energia nas hidrelétricas, porém não é o único responsável pelos apagões, o país passou em 2001 pela crise do apagão sendo causado por falta de chuvas, e investimentos no setor hidrelétrico, que deixaram várias represas vazias, impossibilitando a geração de energia, e por falta de planejamento e investimentos em geração de energia, além da falta de gestão e implantação de politicas intervencionais. O país é rico em fontes de energias, onde podem ser encontrados a energia eólica, energia solar, energia motriz, todas essas energias podem ser em uma visão de curto, médio e longo prazo um grande investimento tornando o nosso pais autossuficiente em energia, consequentemente atraindo investimento para o nosso país. Quando falamos em energia não podemos de deixar de citar as autonomias para um país, são elas energética, alimentar e defesa, é notório que nosso país é autossuficiente em alimentos, onde o grande causador das diferenças sociais é a má distribuição de renda que ocasiona diversos impactos a sociedade, além do nosso país ser um dos maiores exportadores de alimentos no mundo, a energética estamos nos desenvolvendo, porém é necessário investir fortemente em pesquisa, infraestrutura para atrair grandes empresas, já a de defesa está totalmente defasada, equipamentos totalmente ultrapassados e sem nenhuma inovação. Diante disso é notório o grande risco dos apagões o nosso país fica vulnerável em vista as grandes empresas com objetivo de investir na nossa nação, comprometendo os investimentos direta e indiretamente do nosso país.
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