segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Educação e mobilização popular

O professor colombiano Bernardo Toro,  consagrou-se como um dos maiores pensadores da América Latina em duas áreas em que a região é altamente deficiente:educação e mobilização popular.Em entrevista as páginas amarela da revista veja desta semana, diz o mestre em resumo: O Estado não é o salvador da pátria e que, quando a população se organiza, o país se torna mais livre, desenvolvido e inovador. A história mostra  que as melhores mobilizações são silenciosas, constantes no tempo e não produzem heróis. Elas são fruto de sociedades verdadeiramente organizadas, que se norteiam não por um pleito instantâneo,vago, mas por uma ideia maior que domina o imaginário de grupos ou até de uma população inteira. E têm metas claras. Os países da América Latina receberam nos primórdios instituições já pronta de seus colonizadores. Essas instituições continham em seu caldo a forte ideia de que pairavam sobre as pessoas, dizendo-lhes o que fazer, o certo e o errado,o que é digno de prêmio e o que merece castigo. Constituía-se desde o princípio nesses países uma relação de dependência do Estado. Foi o contrário do que se verificou nos Estados Unidos, um país que se ergueu e prosperou sobre bases completamente diferentes.Esses países são menos desenvolvidos, menos livres e democráticos, menos educados e inovadores.Acreditam que seu destino depende da sorte,não do esforço e treino. A culpa do fracasso é sempre dos outros.São países que tendem a ser mais corruptos, já que dispõem de menos mecanismos de vigilância e cobrança sobre a classe política e o próprio Estado. Em suma, a desorganização civil de uma sociedade é seu grande indicador de pobreza. Todos os bens estatais deveriam ser por definição públicos, mas nos países da América Latina eles são engolidos por corporações e grupos movidos por interesse s específicos.Há uma classe de funcionários públicos que se alimenta da máquina como se fosse sua. A maioria dos países da América Latina , incluindo o Brasil, só começou a montar seu sistema escolar quando em muitas outras nações no mundo já existiam universidades,bem estruturadas e de qualidade. Mesmo assim, era um privilégio para poucos. Apenas nos anos 1970 e 1980 começou na América Latina a discussão sobre a educação ser um direito de todos. Mas claramente ainda nos falta a percepção moderna de que esse é um fator estratégico para o avanço. Se buscamos uma sociedade ancorada no conhecimento, tudo, absolutamente tudo, deve se voltar para a escola. O que falta para essa região é um plano para ontem, os países que compõe  esta região continuam a enfrentar a competição global com base em commodities, sem uma estratégia de médio e longo prazo rumo a uma sociedade fincada sobre o conhecimento. Se queremos uma sociedade democrática e inovadora para valer, precisamos aprender a trabalhar em time, a nos sentir responsáveis pelos resultados que obtemos e deixar de culpar o sistema, o Estado e os outros por nossos fracassos. Esse é um bom começo para criar mentes e países vencedores. Excelente a exposição do mestre, lição que a sociedade brasileira precisa incorporar no seu cotidiano.

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