quinta-feira, 5 de maio de 2016

Alexandre Schwartsman

O professor Alexandre schwartsman em artigo na Folha de São Paulo no dia 04\05\2016,cujo título é "As consequências econômicas de Dilma", retrata muito bem a situação em que o nosso país se encontra e que sirva de reflexão a todos os brasileiros responsáveis e preocupados com o nosso futuro e principalmente  o novo governo que se aproxima que não venha cometer os mesmos erros que  o mestre sinaliza e que a descrevo a seguir: O governo Dilma é o pior da República, talvez o pior da história. Não é fácil receber um país crescendo decentemente, contas públicas razoavelmente em ordem (com tarefas a cumprir, registre-se), histórico de inflação ao redor da meta, contas externas controladas e, em meros quatro anos, demolir esse legado, construído ao longo de mais de uma década por vários governos.Não é por outro motivo que sua administração, assim como seus cúmplices, tem imensa dificuldade para assumir a responsabilidade pelo desastre. Originalmente a desculpa era a crise externa, convenientemente deixando de lado que o crescimento mundial de 2011 a 2014 foi igual ao registrado nos quatro anos anteriores, enquanto a relação entre os preços das coisas que exportamos e as que importamos (os termos de troca) foi a melhor da história recente, algo como 24% superior à sua média de 38 anos.A desculpa agora é a oposição, que não teria compactuado com "as propostas de ajuste das contas públicas", eufemismo para aumento de impostos, em particular a CPMF. Nas palavras da presidente, os opositores "são responsáveis pela economia brasileira estar passando por uma grande crise".Nada é dito, claro, sobre o aumento dos gastos observado sob seu governo, muito menos sobre seu papel no extermínio (em 2005, ainda no governo Lula) da proposta de ajuste fiscal de longo prazo, formulada pela equipe de Antonio Palocci e fulminada por ela como se fosse uma "proposta rudimentar" sob o argumento de que "gasto corrente é vida".Pelo que me lembro, também não foi a oposição quem baixou, na marra, as tarifas de energia, medida elogiada à época por ninguém menos que Delfim Netto, o mesmo que hoje reconhece o erro da política, apenas se esquecendo de dizer que estava entre os que a aplaudiram.
Desconheço também qualquer papel da oposição na decisão de aumentar o volume de crédito do BNDES em R$ 212 bilhões (a preços de hoje) entre 2010 e 2014, valor integralmente financiado por créditos do Tesouro Nacional, que se endividou no mesmo montante para beneficiar um punhado de setores e empresas selecionadas por critérios muito pouco transparentes.Da mesma forma, a oposição não parece ter sido ouvida quando o governo decidiu segurar artificialmente os preços dos combustíveis, levando não apenas a Petrobras a uma situação delicada do ponto de vista de seu endividamento (limitando assim sua capacidade de investimento) como também, de quebra, desarticulando o setor sucroalcooleiro.A lista poderia se estender ainda mais, tendo como fator comum a ausência de deliberação da oposição em decisões que, ao final das contas, caíam todas na esfera governamental. Não deve restar dúvida de que há um único responsável pelo desastre econômico em que o país se encontra: o governo federal, sob comando da presidente Dilma Rousseff. E que não se exima o PT, que apoiou entusiasticamente a política econômica (assim como os keynesianos de quermesse que hoje fingem não ter nada a ver com assunto), mas se opõe ferozmente às tentativas de corrigir a Previdência ou atacar vinculações orçamentárias.A oposição não é grande coisa, mas há apenas um culpado pela crise: o atual governo, presidente à frente e PT no apoio. O resto é apenas covardia e (mais) mentira para a campanha de 2018. Parabenizo o professor pelo excelente artigo e pela  sua contribuição ao novo governo que se aproxima.

Um comentário:

  1. Professor, Marcos Alves. A crise que vivemos hoje - aliás o mundo todo vive - é consequência ainda da crise de 2008, assim como a grande crise dos anos 30 se prolongou durante aproximadamente 40 anos. E é obvio que a crise política brasileira contribui, e muito para o seu agravamente. Sinceramente, é triste que os agentes da história estejam, agora, olhando para esse nítido golpe e ache normal. Culpam a presidenta por tudo, e é claro, o PT também. Quanta ingenuidade! Mas também não se pode esperar outra coisa de quem acredita no que a mídia golpista divulga por aí. Se esquecem do retrocesso que o Brasil sofreu a partir da década de 90 com Collor e FHC. É lamentável. Mas em parte concordo com o senhor, quando diz: "o resto é apenas covardia e - mais - mentira para a campanha de 2018".

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