quarta-feira, 17 de maio de 2017

Míriam Leitão

Caros leitores, terminei de ler um livro excelente da economista Míriam Leitão, cujo título é " A VERDADE É TEIMOSA", Diários da crise que adiou o futuro. Vale apena adquiri-lo para que possamos compreender a crise que afeta o nosso país e como ela foi construída pelo governo Lula e Dilma. Diz Míriam:" Não há governo que pare de pé quando o governante provoca uma grave crise econômica. Nos últimos anos, o Brasil enfrentou uma recessão severa,com um rombo inédito nas contas públicas e aumento do desemprego, levando ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para a jornalista não houve surpresa, pois o governo fechou os ouvidos a todos os alertas". Em um dos artigos em resumo, afirma Míriam: Na democracia é fundamental que o contribuinte entenda a situação real das contas do governo para influir nas escolhas das políticas públicas. Ao falsificar os indicadores e tornar os números opacos, essas manobras  feriram a própria democracia. A maior parte do que ficou conhecido como pedaladas beneficiou os mais ricos no Brasil, garantindo a manutenção do subsídio aos grandes empresários e financiamento barato aos maiores proprietários de terra. Segundo Míriam o PT repetiu o erro dos militares, confirmando um dos defeitos mais antigos do Brasil, o de favorecer com dinheiro público os mais ricos. A crise que infelicitou o país e derrubou o governo Dilma ensinou, da forma mais dolorosa,o que não pode ser feito:ser leniente com a inflação num país com passado de hiperinflação,falsificar estatísticas contábeis para esconder rombo fiscal, usar os bancos públicos ferindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, mentir sobre a realidade econômica antes de uma eleição e revelar remédios amargos só após o fechamento das urnas. Esta é apenas uma parte da lista dos erros que nos levaram à crise. Mas adiante afirma com muita propriedade: As operações de combate à corrupção, especialmente a Lava-Jato, não foram a causa das crises política e econômica do país.Elas se transformaram numa radiografia de como a corrupção tinha se infiltrado nas decisões de política pública, na gestão do Estado e das estatais, durante os últimos anos. Por serem reveladoras, ajudam a apontar o caminho pelo qual podemos construir novos padrões de relacionamento entre governo e as empresas. A corrupção, no entanto enfraqueceu a Petrobras, paralisou grandes empreiteiras, afetou as cadeias produtivas da construção civil e de óleo e gás. A turbulência foi parte da queda da atividade econômica. Mas é preciso ver a relação de causa e efeito na direção certa. Foi a corrupção, e não seu combate, que provocou efeitos nefastos. Míriam joga luz sobre o passado recente, sem perder a esperança no futuro quando afirma:Os erros que levaram à crise econômica fizeram mais mal ao Brasil:atrasaram a preparação para o futuro em um país que permanece tendo as vantagens que tem. É o maior do mundo em biodiversidade, tem terra suficiente para dobrar a produção de alimentos sem desmatar, tem o maior potencial de produção de energia de baixo carbono por quilômetro quadrado, tem uma população de tamanho ideal, nem pequena que seja um limitador, nem grande demais que seja um peso. Em pouco mais de três décadas, o Brasil fez a redemocratização, venceu a hiperinflação, reduziu a pobreza e está combatendo, de forma corajosa, a corrupção. Na economia, a agenda da modernização foi interrompida, mas podemos retomá-la. Parabenizo a economista e mais uma vez sugiro a leitura a todos os estudiosos (professores e estudantes) das áreas econômica, política e social do nosso país.

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