quinta-feira, 13 de julho de 2017

Direitos Humanos

Lendo o livro "O BRASIL NO CONTEXTO 1987 - 2007", da editora contexto, que indico a todos os interessados nos grandes problemas do nosso país. Um dos artigos que passo a apresentar em resumo cujo título é" DIREITOS HUMANOS", do professor Marco Mondaini, chamou a minha atenção. Lembro que todos os artigos são excelentes o livro realmente merece ser acessado. Diz o mestre em resumo: Não foram poucos os momentos na história da república brasileira nos quais as discussões acerca dos problemas centrais que se erguiam como obstáculos ao desenvolvimento da nação foram postas em termos de uma contradição permanentemente suspensa entre dois brasis em grande medida inconciliáveis. Na maioria das vezes, a dicotomia girava em torno da ideia de que existiria dentro de um mesmo território nacional um Brasil moderno, urbano e desenvolvido em muito diverso de um outro Brasil atrasado, rural e subdesenvolvido. A relação entre modernidade e conservadorismo não é, entretanto, a única relação contraditória a se fazer presente em nosso país.Junto a ela e fruto, talvez, das mesmas opções históricas realizadas principalmente a partir dos anos 1930, desenvolveu-se uma segunda estranha relação entre um país avançado em termos legais, de um lado, e outro que vive absolutamente à margem das conquistas obtidas no plano das normas e das leis, de outro lado:um "Brasil legal" que não consegue se ajustar ao "Brasil real",ou vice-versa. Neste plano, a separação entre duas nações, dentro de uma única, assume explicitamente a face de um abismo entre um país que vive em função da ilusão de que basta uma alteração normativo-legal para que os problemas sociais sejam solucionados, e outro que, na ignorância em relação ao que lhe é de direito,não consegue se movimentar na direção da melhoria das suas condições materiais de existência.No plano real, se a Constituição promulgada em 1988 consegui reavivar a liberdade perdida durante os 21 anos de ditadura militar, o mesmo não foi alcançado em relação à igualdade, pois a questão social, com o seu complexo conjunto de implicações, permaneceu não resolvida satisfatoriamente. Se a liberdade de expressão e o direito universal ao voto foram conquistados na sua plenitude, muito há de ser feito a fim de que a democracia brasileira não se limite apenas à forma, passando a ser também preenchida de conteúdo. Isso porque a desigualdade social continua a se fazer presente entre nós de maneira alarmante. Sem dúvida, as ameaças à jovem democracia brasileira não se encontram localizadas no plano estritamente político, mas sim na área social, mas especificamente na crônica insistência em não se resolver o problema da extrema concentração de riquezas em nosso país, com todos os males daí decorrentes. Os resultados não poderiam deixar de ser outros senão uma cidadania aviltada. O Brasil continua sendo um dos maiores PIBs (Produto Interno Bruto) do planeta, mantendo-se, também, entre os primeiros colocados na infame competição pelo título de campeão mundial de desigualdade social. Este pequeno resumo do artigo do  professor Marco Mondaini, revela o quanto precisamos avançar para nos tornarmos uma nação chamada apenas de Brasil, composta por cidadãos plenos, na liberdade e na igualdade. Vale apena ler este artigo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário