segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sorriso

A cada dia, visualizamos a desigualdade gritante e crescente, nas cidades do nosso país.E a nossa cidade (Natal - RN), não poderia ser diferente, basta você sair de sua casa e no primeiro sinal semáforico, cujo objetivo é ordenar o trânsito é também ponto dos miseráveis, excluídos, abandonados e esquecidos da sociedade.
Recentemente, ao parar o meu carro em um destes sinais, deparei-me com uma jovem, rosto de criança e com um enorme sorriso, pedindo-me uma esmola e ao olhá-la de uma forma mas acurada, observei que estava grávida, e por curiosidade, indaguei quantos filhos tinha e ela me respondeu que era o segundo, como tenho o hábito de guarda as moedas que recebo, dentro do carro, e tratando-se de uma mulher grávida, não hesitei em ajudá-la. E perguntei quantos anos tinha, se estudava ou se tinha estudado alguma vez e a resposta foi: Tenho dezesseis anos e nunca frequentei uma escola, preciso de dinheiro para me sustentar e ajudar ainda a minha família. Eu lhe disse, mas você grávida, as dificuldades serão ainda maiores e ela respondeu, eu ouvi falar que para evitar filhos, coloca-se um diu,vou procurar, para me proteger.E antes de eu dar partida ela disse-me, "arranja umas roupas de nêne, com teus colegas para me ajudar, estarei aqui por algum tempo" e abriu um grande sorriso.Só que este contingente de homens e mulheres desamparados está aumentando de uma forma absurda, nos levando a crer a uma ausência completa do poder público em resolver este problema. Estamos assistindo de uma forma natural a esta reprodução, os futuros marginais estão chegando e exigindo de nós, mais segurança, para podermos sobreviver.Até quando, esta situação absurda permanecerá, divisão de classe social perversa, mesquinha e indigna a qualquer ser humano. O que me deixa estupefato é ver neles ainda a singeleza de um sorriso, no meio de tantas dificuldades que se defrontam diariamente.Para felicidade nossa a paciência deste povo, me parece que não se esgota, é ilimitada. Mas começamos a perceber que pela sua sobrevivência estão ficando mais agressivos e começaremos a ter sérios problemas internos, que nos levará com certeza a um confronto.
A sociedade brasileira, tem a oportunidade de buscar através de um processo harmonioso, reduzir estes desequilíbrios sociais absurdos que tanto nos envergonha, criando as condições , necessárias e suficientes, através de programas sociais (mudando o destino das pessoas) e não insistindo com programas assistencialistas que só (muda a vida das pessoas).
Permitindo a todos uma vida digna e principalmente estimulando a alegria de viver, e não eliminando de nós a possibilidade de admirar nas pessoas sorrisos tão fantásticos que eu tive o privilégio de assistir.

4 comentários:

  1. Oh! professor quanto você me emocionou contatndo o fato dessa menina de 16 anos, q para mim é uma menina mesmo, que fica nos sinais pedindo, até encontrar uma pessoa de coração bom e grandioso para ajudá-la.
    Fiquei muito emocionada mesmo.
    Um abraço!
    Jany Henrique

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  2. Professor Marcos,

    Parabéns pela abordagem que fizestes sobre os programas assistencialistas brasileiros. De fato, a "mudança de vida sem a alteração do destino das pessoas" pouco contribui para a mudança que se espera do Brasil.
    Que o sorriso da criança por ti mencionada possa num futuro breve ser reflexo de um mundo menos desigual.
    Grande abraço!
    Marcus

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  3. O artigo “SORRISO” aborda um contexto bastante pertinente à situação igualitária/social do país, e que se vincula como um grande problema instável de desequilíbrio social. Problema a ser enfrentado e solucionado a tempo antecedente a uma expansiva projeção de caus.
    O governo tem procurado conter a pobreza e as desigualdades sociais, implantando investimentos em programas voltados a população de baixa renda com objetivo de combate a miséria, segundo o Portal do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS, cerca de 40% da população brasileira já se encontra escrita no cadastro único. Porém muitas famílias ainda vivem em situações de extrema pobreza, e essa situação de desigualdade social só alavanca os índices de regressão social.
    Entretanto, falta muito a ser trabalhado para que esta realidade mude, não basta só espera as ações governamentais, temos que agir para contribuição deste quadro, sabendo que podemos colaborar com iniciativas pessoais que gerem oportunidades e transformação interior. Refiro-me a “oportunidades” de uma base familiar estabilizada, com educação, cultura, ética, respeito e entre outras ferramentas importantes que definem o caráter de um ser. E que necessita da composição destes fundamentos para garantir seu espaço numa sociedade competitiva, onde cada vez mais se tornam julgadores da aparência, usando-a assim para descriminar e eliminar estas pessoas do seu habitat natural.
    Edivaldo, 7NA.

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  4. Bom se fosse, se essa situação acontecesse apenas uma vez na vida ou apenas aqui em nossa cidade, percebo através não só do seu texto, mas em várias questões e outros exemplos percebidos e detectados que é uma problemática que amedronta toda uma a nação.
    A desigualdade social é algo perceptivelmente visível, é um problema que afetam a maioria dos países na atualidade. A pobreza é algo existente em todos os países, pobres ou ricos. Mas é um fenômeno que ocorre principalmente em países desenvolvidos, como é o nosso caso.
    O conceito de desigualdade social para muitos seria apenas uma desigualdade econômica. A questão é que vai bem além, ela compreende um leque de outras, como, de oportunidade, de escolaridade, de renda de gênero e etc.
    Segundo dados da ONU, no ano de 2005 o Brasil era a 8ª (oitava) nação mais desigual do mundo. O que seria algo extremamente preocupante, pois isso é um cartão de visita super negativo tendo em vista em um conceito de visão global. De outro lado quatro anos após esse levantamento, o índice GINI (índice medidor de desigualdade social Italiano) divulgou em 2009 que o Brasil caiu de 0,58 para 0,52 onde na escala, tinha mais desigualdade quem tivesse próximo a 1 (um). Mudou um pouco, mais continua sendo um quadro gritante.

    Esses dados mostram o quanto nosso país tem chance de mudar a sua imagem mundial em questão às desigualdades. Estamos caminhando a paços curtos, mas, porém, temos a certeza que tudo irá mudar, e quem sabe teremos um motivo mais feliz para abrirmos um sorriso.

    Paulo César - 7NA - RF.

    Fonte: Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP).

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