domingo, 17 de outubro de 2010

Atitudes

O nosso país vive um momento singular em sua historia com estabilidade monetária, poder aquisitivo em elevação, um conjunto de eventos que acontecerá em nosso território que qualquer outro país gostaria de ter ( Petróleo, Copa do mundo e olimpíadas), muitos investidores estrangeiros buscando parcerias para geração de novos negócios ou seja criamos uma atmosfera positiva para caminharmos para a consolidação do nosso projeto de prestigio, poder e prosperidade. Quando leio nos jornais ou em outras mídias a situação da população em muitas cidades brasileiras, sobre a violência, o analfabetismo que ainda persiste, alto consumo de drogas, a informalidade em crescimento e colocando em riscos as nossas vidas, a péssima distribuição de renda e milhões de pessoas sem nenhuma perspectiva de ascensão social, chego a conclusão que estamos vivendo em uma sociedade em que vamos bem em um país que vai muito mal, e não acredito de irmos muito bem por muito tempo em um país que vai mal. Como conseguimos conviver com tanta contradição, falamos ao mundo que vamos muito bem quando constatamos milhões de pessoas sem nenhuma esperança de ter um amanhã feliz. E por falar em felicidade vale a definição dada por Ziraldo que diz: " Felicidade é o estado em que o ser humano é o que sempre desejou ser e tem tudo o que precisa para exercer esse estado". Logo esse estado está muito distante de ser conquistado pela grande maioria da população brasileira e o que precisamos fazer ( famílias, empresas, governo e o resto do mundo), para alcançar um nível de bem estar para que todos possam viver de forma digna e que viver seja o maior espectáculo da vida. Como bem afirmou o Sr. Fábio Barbosa presidente do grupo Santander no Brasil "Você está fazendo algo que de fato está de alguma maneira construindo para termos um país mais justo, tudo o que você faz deve ser visto como parte da construção de uma visão maior, de uma imagem de um trabalho, de um impacto que você causa. Diversidade, vamos dar oportunidades para todo mundo ou não vamos? eu costumo diz que a diferença faz a diferença.Não tem nada melhor do que você ter um problema sendo visto por pessoas com ponto de vista diferentes, que permita a você ter uma melhor visão. Descobri que o maior problema na questão de diferenças, de diversidade, não é a questão racial,não é a questão da condição física e orientação sexual.É questão do pensamento. Como as pessoas são pouco tolerantes com alguém que não pense com elas e como são inteligentes as pessoas que pensam como nós pensamos. Isso é uma coisa impressionante". O que o Fábio quer demonstrar é que nós brasileiros precisamos mudar nossas atitudes frente aos grandes e pequenos delitos que ocorrem de forma continua, o melhor exemplo é a informalidade que nós somos grandes consumidores, quando sabemos que é uma atividade econômica tecnicamente ilegal. Segundo ele o que balizou a sua vida é uma citação de Ralph Emerson, que diz "Suas atitudes falam tão alto que eu não consigo ouvir o que você diz."Segundo Fábio "E o que você faz no dia a dia. Acho que nós temos no Brasil uma tolerância com relação a pequenos delitos.Uma tolerância, até uma leniência no vocabulário.De chamar de "informal" um tipo de atividade econômica que tecnicamente é ilegal. A gente tem uma mania também de ficar sempre olhando para o governo. Está nas nossas mãos.O país precisa sim de reforma de:previdência, trabalhista, fiscal, e tributária.Mas a mais importante é a reforma de valores, e reforma de valores não é o governo que faz. Somos nós no dia a dia, na nossa atitude diante de um problema, diante de uma dificuldade, diante de uma multa de trânsito, diante de uma multa de um fiscal como é que você reage aquilo? O que você faz? O que você dá como exemplo?Eu não sei definir ética, também nem quero.Eu sou muito pouco filosófico, e costumo dizer que ética é fazer a coisa de uma forma que você possa conversar a noite com os seus filhos à mesa da sala de jantar.Se pode conversar, provavelmente o que você fez foi ético, foi transparente.Mas eu acho que essa ideia de que a sociedade em que nós vivemos não é indissociável de nós.Ela é sim a somatória do que cada um de nós fazemos no dia a dia.Sociedade não existe: ela é simplesmente a somatória do que eu faço, do que ela faz, do que ele faz. Cada um faz uma coisa, e a somatória disso dá a sociedade que somos. Brasil será o que dele nós fizermos.Não existe outra coisa.Não está sendo terceirizado para que o governo faça, para que a gente fique do lado de cá,mas sim para que nós nos mobilizemos.Eu lembro, e dou sempre este exemplo também, que a gente está evoluindo muito como consumidor.Lembro que o meu pai, há muitos anos atrás, comprou um liquidificador na saudosa Casas Mapping.E daí fomos lá, eu e ele, porque o liquidificador não tinha funcionado.E o cara falou assim: Olha, o sr. abriu a embalagem, agora não dá mais para trocar o liquidificador.Meu pai ficou louco: Como é que você queria eu soubesse que ele não funcionava antes de abrir? Ah, mas o sr. abriu, eu sinto muito, agora o problema é do senhor. Era assim que era tratado um consumidor no Brasil há 20, 25 anos atrás.Evoluímos muito.O consumidor hoje não preciso dizer, você vai lá, troca o produto, recebe o dinheiro.Isso é uma evolução que vocês não percebem, porque muitos de vocês mais jovens não viram como é que a coisa começou.Daí, passou a ser também uma coisa de consumidor de serviços. Se eu fui bem atendido num restaurante ou num banco.E as pessoas estão começando a reclamar, o que eu acho ótimo.Aliás, só reclama quem tem alto-estima e acha que merece alguma coisa melhor do que aquilo que foi dado.Mas nós não evoluímos ainda como consumidor de cidadania.A gente continua votando, continua pagando imposto. Mas como se fosse uma coisa distinta, nos colocamos confortavelmente na posição de fica aqui com uma série de pequenos delitos,e criticando os que estão lá como se fossem coisas dissociadas.Temos: 1)- que entender que a somatória das nossas atitudes que faz o que está lá; e 2)- que nós temos que nos conectar, porque somos nós que pagamos com votos ou impostos, aqueles que estão lá.Então, essa é a ideia de que o Brasil vai ser o que dele nós fizermos.E se nós queremos, de fato, mudar o Brasil,eu acho que o mais importante é lembrar da frase de Ghandi que dizia,nós temos que ser a mudança que queremos ver no mundo". Está em nossas mãos o cenário de país que queremos amanhã. Eu procuro fazer a minha parte e você?

6 comentários:

  1. É verdade professor, a diferença é nós quem fazemos, mas se a distribuição de recursos fosse direcionada de forma correta pelo governo,nós seriamos muito mais inteligentes e aptos para opinar sobre determinadas coisas e transformar nosso país em um país cada vez melhor. Repito: "Nós que fazemos a diferença, porem, precisamos ser bem orientados para determinados assuntos."

    Gostei do artigo professor Marcos. Abraço!

    Raul, ADM, 3VA, 2010.

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  2. Professor Marcos Alves, há tempos falamos em adquirir uma atitude positiva, há tempos carecemos de reformas, há tempos necessitamos que o governo como tambem o povo se movimente, notadamente devemos agir efetivamente em razão de nossa sociedade.
    E esse País ainda estar a procastinar suas atitudes ao invés de inflacinar a celeridade das ações... e pior, quando se toma uma atitude politica, parece ser para pior.
    Eu não estou falando besteira, como prova disso basta ver os candidatos eleitos recentemente para serem os nossos representantes: Romário, Bebeto... Como é que pode? Querem colocar a ex seleção brasileira para governar nosso país? Esses caras são bom é de bola e não de política. Quero ver então se vão dá um jeito pelo menos na "bola de neve" do previdenciário. E o que falar de Tiririca então? Eu não vou nem comentar isso, porque isso é o cúmulo da falta de responsabilidade, da negligência e safadeza eleger um individuo desses...
    Essa não é a atitude que eu esperava das pessoas e para finalizar, como já dizia o poeta compositor: Que país é esse?

    Diego Henrique

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  3. Sem sobra de dúvida o nosso Maravilhoso País ainda não é “um país maravilhoso”, nós jovens, muitas vezes por estarmos na situação de conforto, não expomos nossas opiniões e pensamentos diante de uma certa discordância.

    Sou patriota porém não me sinto na obrigação de me manter como um idiota, como bem frisou o Sr. Profº Marcos, diante de delitos, práticas ilegais no comércio, passamos a adotar e a usar uma nomenclatura tanto moderna para tais práticas. COMÉRCIO INFORMAL. Não sou contra pelo contrário, admiro aqueles que trabalham em comércio informais como vendedores de lanches e pequenos serviços para poder colocar a alimentar os seus, Mas aqueles que falsificam, alteram e burlam a fiscalização com a venda de seus produtos, Uso de poder e autoridade, ganhando rios de dinheiro Não posso aceitar como simplesmente um comércio informal e sim como um crime, embora aceitável e apoiados por alguns “costas largas”. A questão da ética tem tido uma ausência considerável em nosso cotidiano, Gostei da definição que o amigo professor citou. Será que todos poderiam falar abertamente para com os seus filhos a cerca de suas praticais com éticas?

    Com certeza os investidores internacionais enxergam o nosso país como uma terra fértil para as suas “plantações”. Isso é bom porém, não basta ser bom apenas para os diretamente beneficiados, deve ser para todos. Recentemente conversando com um amigo, ele estava me falando que vai para o EUA fazer o seu DOUTORADO provavelmente dia 01/12/10. porém vai passar por uma entrevista no mês de novembro do consulado Americano, e teme não entre, pois eles são bem rígidos. Ele disse: Meu caro é mais fácil entrar no céu do que entrar nos EUA. (risos) quer saber, concordo com ele.

    Porém o nosso país já traz em seu Slogan: BRASIL país de todos.


    Bruno Ranieri – G. Financeira 4na Unp

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  4. professor realmente falam muito de vloreres, e cidadania e pouca atitude por nossas parte. Eu digo que o culpado não e o Governo porque o Gorveno e a cara do povo (a final somos nos quem votomas neles), mais sim da sociedade que está num estado de conforto. Não busca mudanças isso e muito ruim para um pais que está crescendo, e sendo visto pelo mundo. Leam o livro Quem Comeu meu Queijo, muito bom fala de
    atitude e mudança. E isso que a sociedade precisa.

    Giagomo Antonio ADM-3VA

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  5. Professor Marcos,

    Todos concordamos que temos que ser éticos e honestos em nossas atitudes. Em uma breve reflexão, descobrimos que somos nós que criamos o famoso "jeitinho brasileiro", para justificar a nossa falta de ética. Pois o "jeitinho brasileiro", nos permite corromper o guarda, os eleitores, a justiça, os governos em todas as esferas, etc... É só olharmos o noticiário e lá está a nossa imprensa, em quase toda sua totalidade corrompida, mostrando dia-a-dia que nossa classe política é corrupta, que os deputados, governadores, senadores, prefeitos, vereadores, juizes, desembargadores, advogados, e tudo o mais desviam recursos públicos. Quem elege esses representantes? Precisamos ser honestos com o nosso país e com nós mesmos. É hora de escolher quem vai comandar essa nação, e devemos estar atento ao votar, pois, depois que escolhermos, só nos resta o "jeitinho".
    ~Valeu professor,
    Marcos Melo

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  6. No dia em que conseguimos separar o nosso lixo e educar nossas crianças, nossas atitudes estarão melhorando. só que falta muito ainda.

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