domingo, 13 de março de 2011

A Missão Alocativa

A missão alocativa tem como foco orientar recursos para os setores produtivos. Existe uma série de dificuldades que fazem com que as empresas brasileiras percam a capacidade de exportar e concorrer com o produto importado em função de fatores que independem de seu controle e ação. Podemos citar apenas duas que no meu entender cria obstáculos aos ganhos de produtividade ( tributação e a ausência de infraestrutura "tangível e intangível" ).O Brasil nos últimos anos tem investido muito pouco em infraestrutura o que pode comprometer o seu progresso amanhã. Reduzir a carga tributária dos quase 37% do PIB, que só onera o custo dos produtos, diminuindo o poder aquisitivo dos trabalhadores e dificultando a margem competitiva dos empresários brasileiros ante os produtos que são importados é condição necessária e suficiente para consolidarmos o nosso projeto de poder, prestigio e bem estar da população. No mundo atual o papel do Estado é de produzir bens públicos, estabilizar a moeda, aumentar a igualdade de oportunidades para todos através de uma educação de qualidade, estimular a poupança interna e direcionar recursos para a construção de uma rede logística que integre todo o espaço geográfico (rodovias, energia, portos, aeroportos e ferrovias).Além disso, estimular linhas de financiamentos de longo prazo por parte dos bancos privados e públicos direcionados para o setor privado que hoje só depende do BNDES. O setor privado, necessita de crédito contínuo e a juros que estimule os investimentos. Ampliar a nossa estrutura produtiva é evitar que a economia desacelere em razão dos aumentos de juros a cada sinal de inflação provocada pelo desequilíbrio entre oferta e demanda.O Brasil precisa sim, que sua produção pare de correr atrás do consumo, para que isso ocorra é necessário que o setor público cumpra com suas tarefas e uma delas é se libertar de uma doença crônica que assola este país a muitos anos ,que é eliminar o seu deficit orçamentário. Criar poupança pública para investir nos grandes gargalos que dificulta o nosso desenvolvimento. Consolidar um Estado-indutor, forte e ágil, que reconheça as suas limitações físicas e humanas, que saiba buscar junto as empresas nacionais e estrangeiras parcerias para a consolidação de projetos que irão proporcionar enormes ganhos de produtividade para a nossa nação é uma questão urgente a se fazer.É preciso aprovar marcos regulatórios que evite conflitos amanhã, delegar as agências reguladoras poder de ação e estruturá-las de pessoal qualificados para dirigí-las .O profº Maílson da Nobrega em artigo na revista veja de 9/3/2011,cujo título é "A produtividade é decisiva.Como obtê-la", resume muito bem o que temos que fazer, diz o mestre:Já se sabe que o desenvolvimento envolve três elementos fundamentais: 1-investimento (máquinas, instalações, infraestrutura); 2- incorporação de mão de obra ao processo produtivo; e 3- ganhos permanentes de produtividade. A produtividade deriva de muitos fatores, com destaque para a educação, que é a base do conhecimento e daí da inovação e da tecnologia. Boas instituições e gestão pública adequada aumentam a produtividade via menos burocracia, menores custos e mais eficiência". Necessitamos de um programa econômico sólido, que nos garanta crescimento sustentável contínuo, é preciso investimentos em infraestrutura e principalmente em apredizagem de qualidade, caso contrario não chegaremos ao estágio de desenvolvimento que tanto sonhamos.

4 comentários:

  1. Olá Profº. querido!
    Excelente artigos, que refletem a pura realidade que vivenciamos. Em meio a tantos jogos de interesses, a face da economia acaba sendo prejudicada e mal projetada de maneira que cresce em marcha lenta, obtendo pequeninos avanços.
    Precisamos avançar, desenvolver e criar um futuro diferente,

    Abraçãooo

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  2. Alguns dos muitos programas do governo, são essencialmente da função alocativa, principalmente no que se diz respeito a infra estrutura. Contudo eu observo um certo descaso do governo para o Nordeste.

    Um problema gravíssimo que prejudica e muito a função alocativa é o superfaturamento. As vezes, o volume investido é enorme face a relação custo benefício.

    Fazendo uma breve volta ao tempo, se observa que no início da déc. 90, com o presidente Fernando Collor, a função alocativa começa a ser ofertada muitas vezes por iniciativa privada e na era de Fernando Henrique, isso se mostrou mais intenso com as grandes privatizações ocorrentes.

    Estava vendo a classificação funcional das despesas em nosso país e observei que entre as três primeiras(legislativa, judiciária e relativa a justiça), não está as despesas relativas à função alocativa que apenas está posicionada bem abaixo no ranking das despesas públicas.

    Diego Henrique

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  3. Sem duvida Profº, precisamos de um programa eficiente no qual garanta-nos crescimento sustentavel, para que possamos crescer muito mais do que desejamos.

    Raul, ADM, 4VA, 2011.1

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  4. Olá novamente professor. Estou aguardando mais um excelente artigo do senhor. Será sobre a missão regulatória? Abraços!!

    Diego Henrique

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