domingo, 11 de dezembro de 2011

Competitividade

É inegável as mudanças ocorridas no ambiente de negócios após a implantação do Plano Real, obrigando as empresas a adotarem uma série de medidas com o objetivo de se tornarem mais competitivas. No ambiente interno, onde prevalecia a proteção, passou a enfrentar os desafios da concorrência, o que a levou a necessidade de buscar de forma permanente ganhos de produtividade. Esse desafio provocou uma mudança nos objetivos das empresas em torno de seu negócio principal ou core business, onde passou a prevalecer a teoria do comércio internacional, que diz: "direcionar esforços nos bens em relação aos quais se tem maior vantagem comparativa". É visível os ganhos de produtividade nos processos de fusões e aquisições que ocorreram de forma generalizada na nossa economia. Ao mesmo tempo observamos que a abertura da economia que estimula a concorrência produz a concentração em função da busca da escalabilidade para se tornarem mais competitiva em nível global. O mercado de trabalho passou por uma mudança significatica, principalmente nos setores financeiro e industrial. Primeiro pela redução da inflação que provocou o fim das receitas bancárias, obrigando a elaborarem um forte ajuste, tornando o setor extremamente concentrado e gerando um forte desemprego, o mesmo ocorrendo com o setor industrial quando ficou exposto a concorrência externa e perceberam que não tinham condições de competir, justamente pela ausência de eficiência nos seus processos produtivos. Muitos economistas criticam o processo de inserção internacional do Brasil, afirmando que o país promoveu a abertura comercial, mas o sistema que as empresas operam é típico de uma economia fechada. Realmente a presença do custo Brasil, provoca que as empresas operem em condições de desigualdade frente as estrangeiras. Possuímos internamente custos que são facilmente visíveis:(juros elevados, tributação excessiva, ausência de infraestrutura e elevados encargos sociais).Dai a necessidade das reformas que tanto comento em meus artigos : "Tributária, trabalhista, previdenciária e política". O professor Antonio Evaristo Teixeira Lanzana da USP, que escreveu um livro extremamente rico cujo título é "Economia Brasileira- Fundamentos e Atualidade, onde fui seu aluno no MBA de Altos Gestores promovido pela USP-FIA, 2001, afirma que, segundo estudos desenvolvidos pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe-USP), a globalização, de uma forma geral, e a experiência brasileira com o Plano Real deixam lições importantes para o país. Em primeiro lugar, é importante destacar que a globalização é uma realidade e não uma escolha, tem vida própria e independe dos governos.Portanto, participar do processo não é uma opção; na realidade, a estratégia dos países precisa ser dirigida no sentido de alavancar o desenvolvimento, aproveitando as oportunidades geradas pelo processo. Segundo lugar, vale observar que os custos de transição são inerentes a passagem de uma economia fechada e com elevadas taxas de inflação para uma economia mais aberta e com estabilidade, no contexto do processo de globalização. Em terceiro lugar, é que a globalização gera novas oportunidades mas impõe custos extremamente crescente a países que adotam políticas domésticas inconsistentes.Em nenhum outro período da história recente, os fundamentos da economia foram tão destacados.A livre movimentação dos fluxos de capitais financeiros e o crescente investimento direto externo, que podem se constituir em importantes estímulos do processo de desenvolvimento econômico, serão ancorados nas economias em que há confiabilidade. Esses fluxos( quer financeiros, quer de investimentos de risco) não tenderão a migrar dos países, se a política econômica for estável e consistente, e, por consequência, criar perspectivas favoráveis de expansão. Mais adiante afirma o professor:Adoção de políticas macroeconomicas consistentes é condição necessária para manter a atratividade do país tanto para o capital financeiro internacional com, e principalmente, para o capital de risco.Afinal, um país com limitações de poupança interna não poderá prescindir da poupança externa, e, ainda, da necessidade de ter acesso às inovações tecnológicas. A adoção de uma política macroeconomica que garanta a estabilização (inflação controlada e equilíbrio no setor externo) é uma condição necessária, mas não suficiente, para acelerar o ritmo de crescimento do PIB brasileiro. A longo prazo, não há como atingir esse objetivo sem significativa elevação da taxa de investimento do país. Logo, precisamos acelerar as reformas com o objetivo de gerar os empregos necessários da população economicamente ativa e estimular um mercado interno que garanta prosperidade contínua as famílias brasileiras ou melhor ao nosso país.

2 comentários:

  1. Concordando com Marcos Alves no país em que estamos é preciso dar um salto de competitividade. Essa missão exige a mobilização de todas as forças políticas e econômicas do país, os três poderes de Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário, pois a competitividade é à base do crescimento. Quando sustentada na produtividade das empresas e de um ambiente de negócios civilizado. O Brasil ocupa atualmente uma posição extremamente desconfortável, num ambiente de negócios penalizado por uma elevada carga tributária, dificuldades de acesso ao crédito, a maior taxa de juros do mundo, excesso de burocracia, entre outros fatores. Muito bom esse artigo!

    Obrigada por todos os ensinamentos Marcos Alves !!!!

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  2. Olá professor!Com muito orgulho sou seu aluno de administração da 3MA-RF.O nosso querido país tem mudado de forma significativa,depois do advento do plano real que é uma moeda forte, o Brasil avançou em muitas áreas como: Na inclusão social, na distribuição de renda e o ingresso da família de baixa renda na faculdade, no governo Lula.O Brasil tem uma "praga" que precisa ser combatida e fiscalizada com muito rigor que é a corrupção.Os nossos governantes precisam usar melhor os recursos, e usar a ferramenta do controle para que os recursos chegue aos seus objetivos.O Brasil precisa investir no capital intelectual através de uma educação de qualidade. Só assim seremos um país mais competitivo.Um abraço; Jorge Robson

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