terça-feira, 22 de outubro de 2013

Desregulamentação

No mundo corporativo os empresários que conseguem acumular grandes fortunas e começam a aparecer na mídia como verdadeiros vencedores, começamos a desconfiar. As experiências passadas e presente nos leva a essa afirmação. Quando analisamos a crise americana e tomamos conhecimento da patifaria envolvendo professores de renomadas instituições de ensino, governo, presidentes de instituições financeiras, seguradoras, empresas de risco, auditorias e bancos envolvidos em escândalos que colocam em risco a vida de milhões de pessoas, fica difícil acreditarmos no sistema capitalista regidos pelos mercados. A desregulamentação promovida por muitos governantes e tidos como o melhor caminho a ser seguido pelas economias só levou sofrimento e desconfiança a milhões de famílias. Segundo o escritor Mia Couto, no seu livro "Um rio chamado tempo e uma casa chamada terra", o velho Mariano afirma:( Por sua experiência ele já tinha visto os homens. E aqueles não eram diferentes dos que ele conhecera antes. Começamos por pensar que são heróis. Em seguida, aceitamos que são patriotas. Mas tarde, que são homens de negócios. Por fim, que não passam de ladrões). Se analisarmos a crise americana no ambiente imobiliário e financeiro  que destruiu milhões de empregos pelo mundo e os escândalos em  empresa corporativas que levaram a muitos trabalhadores ao desespero a afirmação de Couto é perfeita. Pior, alguns homens foram premiados por sua conduta e se negam a explicar as razões das suas decisões  tomadas no passado. Logo Mia Couto esta certo ao afirma no seu livro " Antes de nascer o mundo" que: Quem perde a esperança foge  e quem perde a confiança  esconde-se. Como uma nação tida como a mais respeitada no mundo capitalista chega a este ponto. Como a governança corporativa global liderada por este país pode argumentar princípios a outros países que eles mesmos não adotam. Pior esses homens continuam no poder das grandes decisões o que sinaliza que  amanhã não tão distante, essa crise poderá se repetir. Um dos economista que mais defendeu o capitalismo ( Joseph Schumpeter )  onde enfatizava que a evolução capitalista significa perturbação dizia que o capitalismo é essencialmente um processo de mudança econômica. Na ausência de mudança, a sociedade capitalista não pode existir. Se a máquina capitalista enguiçar, o sistema econômico se desintegra. E a chave que dá partida no motor e o mantém em funcionamento é a inovação. Sem inovações, não há empreendedores, sem a realização empresarial, não há lucro capitalista nem impulso capitalista. Tenho certeza que jamais teria tolerado o tipo de comportamento que chegou ao conhecimento do público, fraudes contábeis, esquemas escandalosos de remuneração de executivos, a prática de antedatar opções sobre ações e outros tipos de pilhagem de tesourarias corporativas por parte daqueles mesmos executivos que deveriam estar empenhados em sua proteção. Com certeza teria considerado esses tipos de práticas uma autentica traição ao capitalismo. O grande Winston Churchill, em almoço na Casa Branca, em 1954 afirmou que " O vício inerente do capitalismo é a participação desigual nos benefícios; a virtude inerente do socialismo é a participação igual nas privações". Realmente até na bandidagem esse conceito é perfeito. Finalizo, afirmando da necessidade da eterna vigilância das instituições governamentais de regulação, fatores muitas vezes subestimados por muitos estudiosos que creem que o mercado se encarrega de encontrar o verdadeiro equilíbrio. Sonhos ou participação nos benefícios.

11 comentários:

  1. Caro professor Marcos Alves,

    É evidente, para quem observar atentamente a atual conjuntura econômica, tanto no nosso país como no restante do mundo, que o processo de desregulamentação e regulamentação da economia por parte dos governos tem se tornado cíclico. Desde o fim da segunda guerra mundial quando o mundo de forma geral entrou num processo de maior controle, tanto econômico quanto social por parte dos governos, até a chegada de Margareth de Tactcher ao poder no Reino Unido, que destravou a economia através da desregulamentação, oferecendo condições para o mercado se fortalecer e gerar riquezas para a população, em contra partida, a mesma desregulamentação promovida pela “dama de ferro” causou efeitos negativos na economia global de hoje em dia(na época, era impossível prever o nível de complexidade em que os mercados operam hoje, assim como nós, hoje, não podemos prever que tipo de produtos o mercado irá nos oferecer daqui a 20, 30 anos).
    Apesar de defensor da autonomia econômica, desde sua unidade mais básica (o indivíduo) até os níveis globais de negociação, consigo enxergar um padrão nesses ciclos de des e regulamentação; O mercado cresce livre e desimpedido, mas todos nós sabemos que o executor e o fiscal não podem ser o mesmo agente, então surgem as falhas no sistema, que geram crise na economia (hoje em dia, de forma global). Os governos interveem, regulam novamente o sistema (em alguns casos, até demais), e quando a poeira baixa e a crise passa, os mesmo governos começam lentamente a soltar as amarras do mercado novamente, e o ciclo se repete.
    O que podemos tirar de lição desse padrão de ciclos é:
    1 – Governos podem regulamentar o mercado, mas nunca controla-lo plenamente por um grande período de tempo.
    As pessoas sempre vão encontrar formas de gerar mais riquezas, e essas pessoas são os agentes principais do mercado.

    2 – As agências reguladoras dos governos tem sua importância.
    Deve ser função delas impedir os absurdos antes que aconteçam, e caso não consiga prevê-los, criar regras que impeça que estes absurdos aconteçam novamente.
    Essas duas afirmações parecem, mas não são contraditórias, pois se o capitalismo é essencialmente um processo de mudança, o mercado está sempre em mutação e o que é válido para o agora, pode não ser válido amanhã.

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  2. Caro Prof.
    Corretíssima sua conclusão de que há "necessidade da eterna vigilância das instituições governamentais de regulação, fatores muitas vezes subestimados por muitos estudiosos que creem que o mercado se encarrega de encontrar o verdadeiro equilíbrio."
    A economia (mercado) não resolve tudo sem o papel do Estado, mesmo se este não é capaz de tudo resolver! Um Estado mais vigilante - sem tolher liberdade empresarial - impediria falcatruas como vemos em tantos lamentáveis exemplos.

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  3. Josenilda Januário de Lima29 de outubro de 2013 às 05:32

    A falta de regulamentação pode levar as instituições financeiras e as grandes economias mundiais ao colapso, visto o caso da maior economia do mundo, Estados Unidos, que por falta de controle e a não observância da boa governança corporativa levou não só o próprio país a maior crise econômica dos últimos tempos, como também o resto do mundo.

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  4. Ótimo artigo professor! Como afirma o economista Cássio Rolim, "é um paradoxo confiar no livre funcionamento do mercado" e que este "só terá alguma chance de sucesso com a condução e o acompanhamento do Estado como órgão regulador". Não mantendo o controle de forma plena, claro, porém conduzindo e acompanhando as corporações. E como muito bem analisado por Bauman, com a globalização tudo se dá de forma tão instantânea que não somos capazes de ditar os acontecimentos na economia, política e no social, desregulamentando o que muito se acredita "está sob controle".

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  5. A desregulamentação muitas vezes é apoiada devido a muitos interesses pessoais, que são facilmente identificados como por exemplo, o pagamento de um valor para atingir uma reputação excelente por parte de uma agência de classificação de risco, o que no mundo dos negócios é algo visto como uma das maiores vantagens senão a maior, pois a empresa ou o seu produto/serviço obtém vantagem competitiva com relação aos seus concorrentes.

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  6. A desregulamentação restringe a operação das forças de mercado, para alguns com intuito de um mercado mais livre. Acredito que a remoção dos entraves burocráticos interferem
    de maneira exagerada nas relações de direito e obrigações. A questão operacional central consiste na transparência e divulgação de informações referentes às operações financeiras.

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  7. Ao deparar-se com essa desordem, ao que se refere à economia de um país, que sempre foi tão bem visto como o mais rico e melhor estruturado e que toda a população sentia-se segura, onde fica o controle governamental? Todo o processo mostra o colapso de grandes corporações norte-americanas, onde as partes envolvidas deveriam ter passado por um acompanhamento contínuo, para que não permitissem que os interesses particulares sobressaíssem aos reais objetivos, leis e regulamentos, para então, atingir a eficiência econômica.

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  8. É difícil acreditar em sonho diante da realidade e do que foi visto dentro da economia Americana, a barbaria de tantas atitudes irresponsável e sem o mínimo de ética e transparência por parte dessas organizações citadas levando um multidão a uma verdadeira utopia da galinha dos ovos de ouro .O consumo é considerado por alguns economista como a “mola propulsora” da economia mundial gerando um ciclo continuo que não poder perde nenhuma de sua etapa, a fim de, poder prejudicar esse ciclo o consumo que gerar; demanda que por sua vez, gera produção por parte das industrias estimulando novos empregos, aumento de salario e desenvolvimento em tecnologia e também os países. Essa corrente de pensamento econômico capitalista tendo os EUA e o Reino Unidos como principais representantes, vem sendo cada vez mais questionado esse modelo neoliberal baseado no consumo tem colocado em dúvida devido a grande crise americana que levou o colapso a bancos, financeira, e a população levando o governo a ter que criar medidas de devolução de imposto à população tendo minimizar os impactos. Segundo a socióloga Valquíria Padilha (USP) a mesma afirma que essa relação de poder pelo o consumo e dinheiro cria uma escravidão social e explica que o cidadão foi reduzido a consumidor como parte de estratégia do Estado neoliberal que deixo no mercado as sua responsabilidades... Como o modelo de consumo está tão enraizado na sociedade contemporânea que alguns pesquisadores já chegaram a afirmar que ele é irreversível, porém Padilha discorda totalmente dizendo “que nada é irreversível quando se pensa em sociedade “ para a professora e pesquisadora a atual crise dos EUA é um sinal de que esse modelo deve começar a ser repensado. Concluo recomendando o livra da pesquisadora da USP chamado Shopping Center A Catedral das Mercadorias.
    Ivan Soares
    Aluno de administração do 7MA/RF

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  9. Olá professor!O que vemos hoje é que, na hora do colapso financeiro, os poderosos recorrem ao governo, em nome da sociedade, cuja parcela menos influente, em todo o mundo, acaba pagando a conta, direta ou indiretamente. O triste de toda essa história é que ela é conhecida de longa data, Não faltaram crises e advertências feitas pelos melhores sábios. Mas a mão invisível do mercado, hoje metida sorrateiramente no nosso bolso, pode levar a humanidade a um desastre. Para evitá-lo impõe-se uma grande reforma, que compreenda rever o sentido do progresso, limitar e melhor distribuir o crescimento econômico, cuidar primordialmente da sustentabilidade dos padrões de vida almejados, respeitar as diferenças étnicas e culturais.
    Aluna 7ma-FP. Andreza Kainara.

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  10. Olá.
    Vale salientar que para obtermos empreendedores em nosso meio e necessário incentivos por parte do poder publico principalmente, uma vez que convivemos em sua sociedade capitalista que fortemente estimula o consumo, e acaba esquecendo de incentivar ações empreendedores, em nossa grande maioria pensamos em nos profissionalizar sendo empregados e não donos de nosso próprio negocio. O fato de identificarmos o este esquema de corrupção concluímos que as riquezas acumuladas de empresários entre outros indivíduos antes respeitados e vistos como empreendedores de sucesso, nada mais passavam de corruptos que manipulavam um sujo esquema envolvendo muito dinheiro, uma vez que uma nação para cobrar das outras atitudes coerentes perde toda a sua razão com atitudes tremendamente antiéticas.
    Aluno 7ma-FP Allan Schwarzenegger Donato

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  11. No contexto atual vimos muitas coisas fora do lugar, onde muitos querem mandar e impor leis, mais que fogem dessa realidade do que deveria ser realmente feito, onde se deveria pensar na educação, na saúde, na própria sociedade, os governantes acham que as pessoas leigas fecham os olhos, ouvidos e boca e não sabem de nada, quando na verdade sabemos tudo o que esta acontecendo, dessa forma iludem alguns dando um quilo de arroz e feijão... E o pior é que isso não é de hoje, é conhecido de longas datas por todos, e não fazendo nada para melhorar a vida da sociedade...

    Carla Monalise T. Bezerra 7 MA- FP

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