sexta-feira, 11 de julho de 2014

Brasil X Alemanha

Os brasileiros estão chateados com a derrota fulminante da nossa seleção para a seleção da Alemanha, pelo placar de 7 X 1. Todo mundo sabe que a ausência de um planejamento estratégico para atividade futebolística neste país. O futebol, uma brincadeira inventada pelos ingleses que virou um grande negócio, envolve inúmeras áreas de interesse e o volume de recursos que gira em torno desta atividade é de bilhões de dólares. A disseminação desta brincadeira se universalizou e todas as nações passaram a lhe dar a devida atenção, investindo  muitos recursos para proporcionar aos jovens uma atividade esportiva que contribui em muito para a formação de futuros jogadores e de homens honestos, éticos e inclusive afastando das drogas e mostrando a importância da educação. Esta atividade se bem conduzida pode em muito melhorar o índice de violência que ocorre com os nossos  jovens  nas nossas periferias em todos os Estados brasileiros. Mas a Alemanha além de ser uma grande nação, extremamente organizada e de um futebol encantador, nos da de goleada em outras áreas que nós brasileiros precisamos avançar. Em artigo publicado no Jornal Folha de São Paulo no dia 09\07\2014 cujo título é " A goleada para a Alemanha" , o Profº  André Luís  Parreira  afirma:   "Sua respeitada ciência, sua história de reconstrução, a economia robusta, os automóveis e, mais recentemente, a energia renovável fazem a Alemanha estar sempre presente em nossas rodas de conversa. Lá, um povo apaixonado por futebol e cerveja consegue grandes placares também fora do campo. Por aqui, em 26 de junho e em ritmo de Copa do Mundo, foi sancionado pela Presidência da República o Plano Nacional de Educação (PNE). A meta mais comentada, embora não a mais relevante, tem sido a de se destinar 10% do PIB (Produto Interno Bruto) à educação em dez anos. Hoje, são investidos 6,4%. Felizmente, há outras metas previstas no PNE, pois somente esse aumento do investimento, ainda que significativo, não será suficiente para alcançarmos placares de patamar alemão ou de qualquer outro país que seja destaque educacional. Podemos concluir isso com a projeção de alguns números recentes do relatório "Education at a Glance", da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Proporcionalmente, destinar 10% do PIB à educação faria o investimento médio por estudante saltar de aproximadamente US$ 2.900/ano para cerca de US$ 4.500, o que ainda fica muito aquém dos US$ 10 mil/ano investidos pela Alemanha.
O salário inicial médio de um professor de educação básica no Brasil passaria dos atuais US$ 5.000/ano para US$ 7.500 contra US$ 30 mil/ano na Alemanha. Como exigir cada vez mais anos de estudo e qualificação dos professores quando se oferece tão pouco? Mas o investimento ainda terá que dar conta de outra triste realidade: a precária estrutura para o desenvolvimento de uma educação de qualidade para a ciência. Já tive a oportunidade de visitar escolas na Alemanha e constatei que o laboratório de ciências, aliado a projeto pedagógico, é parte do dia a dia desde o ensino fundamental.
Por aqui, segundo o portal QEdu.org.br, somente 2% das escolas públicas municipais possuem laboratório de ciências. Se esticarmos a amostra para escolas públicas, o que engloba as estaduais e as federais, o número cresce para 8%. E a pesquisa fala somente em possuir, nada sobre sua utilização efetiva. No Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2012, com participação de 65 países, o placar em ciências ficou assim: Brasil com 405 pontos (59º lugar!) x Alemanha com 524 pontos (12º lugar!). No quesito inovação tecnológica, os alemães solicitaram 20 vezes mais registros de patentes do que nós. E, se colocarmos no placar o número de prêmios Nobel desde 1901, teremos Alemanha 103 x 0 Brasil! Ou seja, precisamos de muito mais que o investimento do PNE para melhorarmos nosso desempenho. Vamos ter que aprender com os alemães e trabalhar por muitos anos para reduzir as diferenças. Na educação, já estamos na prorrogação". Preciso dizer mais alguma coisa.

2 comentários:

  1. Olá Boa tarde! Gostaria de expressar minha opinião, onde a mesma converge com o seu raciocínio apresentado em seu artigo Professor Alves. Nesse mundial tive pouco o que comemorar, pois esses fatos eram muito latentes, e o não torcer para a seleção nesse ano, onde a copa foi realizada em nosso território foi motivo de indignação entre meus amigos. Sou ciente que o "não torcer" não mudaria algo na política ou nas estruturas básicas do nosso país, minha falta de ânimo é justamente por ver e ouvir os gritos de "VAI BRASIL", ou " SOU BRASILEIRO COM MUITO AMOR", dentro dos estádios e não conseguir ouvir "NEM SUSSURROS" desses mesmo Brasileiros no que realmente muda futuro, como no caso da liberdade parcial de 4 MENSALEIROS no mesmo periodo. Gosto de esporte, sei de sua importância na formação moral e pessoal de um cidadão, mas infelizmente comemorar o que? Mesmo se o Brasil tivesse erguido aquela taça de "metal", nada ela nos iria trazer, mudança alguma iria acontecer. O circo foi montado, as pessoas criticaram as 12 Arenas que foram construídas exageradamente, pois em outros mundiais apenas 8 davam conta do mega evento e mesmo assim fizeram o que a FIFA planejou mesmo discordando dela, encheram os bolsos dos magnatas bilionários, (que não pagaram impostos e mudaram nossas leis, como os da bebidas alcoólicas nos estádios) e ainda ficaram com pena de NEYMAR (mandado força), quem precisa de força somos nós, o mês em que aconteceu o mundial foi Horrível para o comercio local, na praia do meio em Natal, os comerciantes dos quiosques tiveram prejuízos, pois não foi nada do que esperavam. Realmente Davi Luiz zagueiro da seleção disse bem, quando expressou que: "Só queria dar um pouco de alegria para um povo que sofre com tanta coisa". Falo do que sofro, para que eu possa ser atendido por um médico tenho que acordar de 3 horas da manhã, esperar com chuva e frio em um posto ridículo para receber uma ficha e depois esperar meses para receber um exame, somos estuprados por impostos todos os dias onde o mesmo irá bater a casa de 1 trilhão de reais em alguns dias e nada de benefício recebemos em troca. "REALMENTE EU NÃO TIVE MUITO O QUE COMEMORAR" Eu torci para a Nação e não para seleção. Perder de 7 a 1 para Alemanha, é muito melhor que perder centenas de pais toda semana por um adolescente armado e que abandonado pelo Estado irá se formar em COMANDANTE DO TRÁFICO E AINDA RECEBERÁ APLAUSOS DE UMA SOCIEDADE HIPÓCRITA, QUE NÃO OLHA PARA O PASSADO, NÃO VÊ O PRESENTE E NÃO PLANEJA O FUTURO...

    Ass: Alisson Araújo

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  2. Muito interessante, professor. Infelizmente uma dura realidade que temos que conviver.

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