segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Delfim Netto

O professor Delfim Netto, considerado como um dos melhores economista do Brasil, em artigos na Folha de São Paulo, cujos títulos são "Risco" e "Foi Bom"nos dias 2\12\2015 e 09\12\2015, retratou como muita inteligencia a situação atual do nosso país em termos político e econômico. Em resumo, descrevo a seguir: Talvez nunca tenha sido mais importante introjetar uma verdade intransponível: as condições sociais econômicas em que vivemos amanhã serão as que estamos construindo hoje. Mais do que nunca , o nosso futuro está contido na nossa capacidade de manobrar o presente. As perspectivas não são nada animadoras porque salta aos olhos a perda de protagonismo da presidente. É cada vez mais evidente que as dificuldades econômicas de hoje foram gestadas há três anos, em 2012. O governo reagiu à ameaça da queda do PIB mundial,com um exagerado ativismo voluntarista bem intencionado, mas que insistiu em ignorar a realidade. Um intervencionismo sem sólido fundamento e conhecimento em vários setores:eletricidade, portos, ferrovia etc., a redução arbitrária da taxa de juros real; a fixação de taxas de retorno irrealistas nas concessões de infraestrutura na busca da modicidade tarifária e o controle da taxa de câmbio e dos preços administrados para esconder a inflação, resultaram no oposto do que se desejava. Assustaram os investidores, inibiram a produção industrial e reduziram o crescimento. Deixaram uma inflação reprimida e um substancial deficit fiscal, que se está tentando corrigir em 2015.Ao longo desse período um processo destrutivo auto alimentado - dificuldade econômica que cria problema político, que piora a dificuldade econômica e levou ao paroxismo a disfuncionalidade da nossa organização política. Muito bem, definida pelo  mestre, a realidade política e econômica em que o país se encontra. No segundo artigo, em resumo descrevo a seguir: Existem momentos críticos que resolvem definitivamente uma dúvida. Na matemática, basta um contraexemplo para acabar com a mais bela conjectura. Pasteur,com um experimento, sepultou a teoria da geração espontânea, Eddington, com duas fotografias, confirmou Einstein. Sem juízo de valor, Eduardo Cunha criou um momento crítico que poderá acabar com a paralisia que resultou da perda de credibilidade da presidente. O quinquênio 2011-15 pode ser resumido num número. O PIB do Brasil cresceu um pouco mais do que 5% enquanto o PIB mundial cresceu um pouco mais do que 17%, e o dos emergentes (ex-Brasil), nada menos do que 28%. Logo a tragédia foi interna! Infelizmente, Dilma não mostrou disposição de enfrentar a realidade e reconhecer que o equivocado esforço para reeleger-se fora desastrado. A luta política aprofundou-se e transformou o resultado da eleição num martírio sem fim. A falta de protagonismo do Executivo e a sistemática negação da gravidade da situação colaboraram como entorpecimento da sua gigantesca base potencial: dez partidos sem nenhuma fidelidade. É importante que Dilma entenda que o que está em julgamento não é a sua honradez que todos reconhecem. São os problemas materiais de sua administração. O presidente da Câmara não é o autor da denúncia.É apenas o seu portador.Estamos diante do experimento crítico: ou Dilma defende-se corretamente, assume o seu protagonismo, enquadra a sua base e propõe reformas constitucionais indispensáveis ou a Câmara, convencida da impossibilidade de reconstrução da confiança da sociedade na presidente, dá-lhe a oportunidade de afastar-se com honra. No final deste artigo o mestre Delfim sinaliza: Lembremos que não gostar do governo nunca será uma condição suficiente para renová-lo antes da próxima eleição. Agora há, pelo menos, uma chance de luz no fim do túnel. Parabenizo o mestre pelos artigos que retratam com perfeição a nossa atual situação política e econômica. 

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