terça-feira, 12 de setembro de 2017

Em busca da grande saída

Mais uma vez, parabenizo o professor Angus Deaton pelo excelente livro que publicou cujo título é:"A GRANDE SAÍDA", vencedor do Prêmio Nobel de Economia e considerado um dos maiores estudiosos sobre pobreza. Leitura obrigatória por aqueles que se preocupa com o planeta terra em busca de uma vida digna e cheia de realizações para todos os seres humanos. Em resumo diz o mestre: Quase um bilhão de seres humanos continuam a viver na miséria, milhões de crianças ainda morrem pelo acaso de terem nascido no lugar errado, desnutrição aguda ainda desfigura os corpos de metade das crianças na Índia.  Desde o final da Segunda Guerra, países ricos se empenham em tentar diminuir essas diferenças com ajuda externa por meio do fluxo de recursos para países pobres, com o objetivo de melhorar as vidas dos destituídos. Em tempos mais remotos , o fluxo se dava em direção inversa, de países pobres para ricos, através da espoliação das conquistas militares e exploração colonial. Posteriormente, investidores de países ricos em busca de altos lucros ( e não de tentar ajudar a vida dos nativos) fizeram investimentos em vários países pobres. O comércio exterior levou matérias primas aos países ricos em troca  de bens manufaturados, mas poucos conseguiram enriquecer através da exportação de matérias primas, e para muitos só sobrou o legado da presença estrangeira na economia e da desigualdade interna. Nossos filhos e netos não podem, em absoluto, imaginar que estão imunes às forças que fizeram ruir  grandes civilizações do passado. Na Europa e na América do Norte, nos acostumamos a acreditar que as coisas sempre ficarão melhores. Os últimos 250 anos foram de progresso sem precedentes, mas 250 anos é um período curto demais diante da longevidade de civilizações do passado, que sem dúvida acreditavam-se destinadas a durar para sempre. Há muitas ameaças capazes de nos derrubar. Mudanças climáticas é a mais evidente delas, e não há solução clara que seja politicamente viável. Continuamos a ter guerras. Há movimentos políticos perigosos por toda parte. Imagine a turbulência que líderes chineses enfrentarão quando cessar o crescimento de seu país.( a história sugere que isso acontecerá). O mundo mudou muito nos últimos cinquenta anos, mas a natureza da liderança chinesa mudou muito menos, de forma que não devemos descartar a possibilidade de outra tragédia nefasta, como a Grande Fome. A Revolução Científica e o iluminismo abriram caminhos para sólidos progressos no bem estar material e na saúde. Contudo, a ciência está sob ataque constante de religiosos fundamentalistas em muitas partes do planeta, inclusive nos Estados Unidos. A ciência não é capaz de nos tornar totalmente imunes a doenças. Novas enfermidades podem surgir a qualquer momento. Crescimento econômico é o motor da fuga da pobreza e da penúria material.Mas, atualmente, ele é débil no mundo rico e vem diminuindo década a década.Em quase todos os lugares, a fragilidade do crescimento vem acompanhada do aumento da desigualdade. O professor ressalta os muitos avanços que ocorreram. A violência diminuiu; hoje, as chances de uma pessoa ser assassinada é muito menor que no passado. A democracia está implantada em muitos mais países do que cinquenta anos atrás. São cada vez menos casos de opressão de um grupo social por outro. As pessoas têm atualmente muito mais possibilidades de participar das decisões da sociedade que no passado. No mundo inteiro as pessoas estão ficando mais altas e provavelmente mais inteligentes. A educação tem melhorado na maior parte do planeta. Atualmente, 80% da população mundial é alfabetizada; em 1950, eram apenas 50%. Não se deve esperar que esses progressos ocorram em todos os lugares, ou que sejam ininterruptos. Apesar de tudo, a expectativa do mestre é a de que os reveses sejam superados no futuro como foram no passado. Assim esperamos.

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