quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Única saída para o Brasil - Educação

O professor João Cezar de Castro Rocha, escreveu um artigo na Revista Veja, de 30 de agosto de 2017, cujo título é "A ÚNICA PONTE PARA O FUTURO Vidas Secas aponta para a educação que o país não conquistou",que vale a leitura e uma reflexão sobre o nosso país, as suas contradições e para onde caminhamos. Diz o mestre em resumo: Os últimos parágrafos de Vidas Secas contêm uma promessa que ainda não se cumpriu--- e nessa distância reside o dilema do Brasil. A leitura obrigatória, mas difícil,pois dilacera quem não tenha a consciência embotada por privilégios de magistrados, com tantos penduricalhos incorporados ao salário; aliás, recebido todos os meses com se, apenas por não ser ilegal, o imoral fosse da ordem do ordinário. Claro: mas quem julga as leis? Os próprios beneficiários da hermenêutica "meu pirão primeiro". E nunca ficam sequer ruborizados --- às favas o pudor: eis o espírito do tempo.
1- No mundo contemporâneo, nenhum país se metamorfoseou em nação sem investimentos concentrados e de longo prazo em áreas estratégicas: educação, ciência, tecnologia. Saúde e segurança, em tese deveriam ser direitos inalienáveis e básico. É uma desfaçatez propor recursos públicos para duvidosos partidos políticos sem a resolução urgente de questões tão primárias e que afetam toda a sociedade.
2- Depois de uma travessia assaz perigosa, palmilhando o barco seco todo o sertão, Fabiano, Sinhá Vitória e os dois meninos sem nome se aproximam de um centro urbano. Pela primeira vez, o casal dialoga; isto é, projeta um futuro possível. Conheço o trecho de cor, mas sempre me comovo ao relê-lo: "Pouco a pouco uma vida nova, ainda confusa, se foi esboçando. Acomodar-se-iam num sítio pequeno, o que parecia difícil a Fabiano, criado solto no mato. Cultivariam um pedaço de terra.Mudar-se-iam depois para uma cidade, e os meninos frequentariam escolas, seriam diferentes deles.
3- Nossos magistrados recebem auxílio-moradia mesmo quando residem no local em que exercem suas funções. Sem dúvida: e ainda tantos outros auxílios curiosos que tais. Não haverá espelhos em sua casa? Não leram Machado de Assis? Não pensam em sua biografia? Nesse oceano de passos falsos, como servir de exemplo à família?
4- Esqueço a prudência:tratar a educação, a ciência e a tecnologia como "gastos contingenciáveis" é ainda mais grave do que receber malas de dinheiro com a naturalidade de quem vocifera: ora, ser padrinho de uma boda não configura intimidade, muito menos parentesco; aqui sem regras.
5- Os meninos frequentariam escolas, seriam diferentes deles. Eis a única ponte para o futuro---não há outra.
Parabenizo o professor João Cezar de Castro Rocha, pela excelente analogia dos nossos dias com a grande obra de Graciliano Ramos. Vale a leitura do artigo do professor para fazermos uma reflexão para onde queremos caminhar.

2 comentários:

  1. PARA IREI, PARA ONDE FUGIREI,, COMO DIZ A BELA CANÇÃO DE PADRE ZEZINHO. NOSSO PAIS COM SUA INVERSÃO DE VALORES.

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