quarta-feira, 21 de abril de 2010

A Questão da Inflação

É muito importante que as metas inflacionárias estabelecidas sejam cumpridas, é parte integrante e um dos pilares de sustentação do modelo macroeconômico brasileiro, juntamente com o superavit primário e o câmbio flutuante.Toda vez que os preços relativos apresentam sintomas de elevação,entra em ação a política monetária através da elevação da taxa de juros para conter o consumo e assim acomodar a relação( produção - consumo ).É bom lembrar que uma das questões centrais da economia e muitas vezes ignorada nas análises econômicas é a existência de conflitos entre os objetivos perseguidos pela política econômica. É importante afirma que os objetivos de política econômica não são independentes,e sim conflitantes.O Banco Central ao tomar a decisão de aumentar a taxa básica da economia (SELIC), na próxima reunião do Copom,contém a inflação, porém inibi o investimento, concentra renda, aumenta a dívida pública, cria desemprego e valoriza a nossa moeda pela entrada de recursos externos em busca dos ganhos proporcionado pelo diferencial de juros (internos x externo). Esse círculo vicioso da economia brasileira de avançar em um período e parar adiante e recomeçar tudo de novo,cria um desânimo nos agentes econômicos, já é hora de dar um basta e buscar outra alternativa, para que não dificulte o acesso ao consumo do povo brasileiro.O senhor Emílio Odebrecht, um dos grandes empresários que muito tem contribuído com a nação brasileira, em artigo na folha de são paulo, definiu com muita inteligência está situação : "Entidades como o IBGE e a Fundação Getulio Vargas já demonstram, através de seus índices de preços, que desde o início de janeiro o custo de vida vem crescendo.Não acho que isso seja decorrente de problemas de nossa política monetária, que considero correta.Se a carestia começa a nos rondar, isso é devido a um desarranjo histórico da economia nacional.Explico: sempre que a inflação preocupa, os juros sobem. Com os juros altos, o setor produtivo reduz os investimentos e as empresas não crescem.Então, em algum momento, a inflação recua, os juros caem, a economia respira e a população, confiante, vai às compras. E aí surge o gargalo: as empresas, com seu parque industrial defasado, não dão conta de suprir o mercado. O resultado é a alta dos preços, ou a famosa inflação de demanda. Em resposta, o Banco Central sobe os juros novamente.Sabemos que há outros fatores que provocam inflação. O desequilíbrio fiscal, por exemplo.Mas, diante da expectativa de elevação dos juros na próxima reunião do Copom, aproveito a oportunidade para destacar dois aspectos: o primeiro é que maiores níveis de poupança é imperativo, e o segundo, que uma equação que viabilize linhas de financiamento de longo prazo por parte dos bancos privados e públicos para o setor produtivo, hoje dependente única e exclusivamente do BNDES, é fundamental.Precisamos de mais poupança e de crédito contínuo, estável e a juros que estimulem os investimentos. Só assim nossa estrutura produtiva se ampliará e a economia seguirá seu curso, livre dos soluços de aumento de juros a cada sinalização de crescimento da inflação provocado pelo desequilíbrio entre oferta e demanda.Quando a produção no Brasil parar de correr atrás do consumo e quando tivermos uma cultura da poupança, inclusive no setor público, nos libertaremos do círculo vicioso descrito acima.Não se constrói uma economia sólida atacando apenas os sintomas. Se não agirmos de forma coordenada sobre as causas, sairemos deste período inflacionário para cair logo adiante em outro da mesma natureza".Logo, necessitamos que o planejamento estratégio do nosso país valorize a produção, criação de riqueza, emprego, renda e que possamos ingressar de uma vez em um círculo virtuoso de crescimento sustentável, buscando o equilíbrio tão esperado do ( humano - econômico - ambiental ).

Um comentário:

  1. Concordo com tudo o que o professor disse, realmente não tem muito o que acrescentar. Apenas vou adicionar que nosso plano real realmente gerou eficácia à medida que supervalorizou o câmbio, favorecendo importação e controlando os preços finalmente. A desindexação de preços foi outra medida favorável e a terrível inflação inercial tende ao desaparecimento.
    Mas nem tudo são rosas, a dívida publica está aí, o desemprego também. O que fazer? Aumentar sempre os juros não vai resolver nosso destino, e sim a situação do momento.
    O banco central é indiscutivelmente elogiado por uns, enaltecido por grandes economistas, inclusive o próprio professor Marcos Alves me dá essa impressão às vezes. Sem dúvida, não podemos deixar de falar das virtudes do banco central e de como ele influencia nossas vidas, mas permita-me dizer que o banco central por vezes comete certos "erros". Por exemplo, lembra de uma época em que presenciávamos uma grande especulação e o periodo era eleitoral e para combater a inflação o banco central congelou a supervalorização cambial? Essa estratégia nos custou um montante de dinheiro absurdo retirados da nossa reserva e no final das contas teve que desvalorizar o câmbio do mesmo jeito... Quem sou eu para criticar o banco central, mas é minha opinião e acho que às vezes nem sempre as decisões são tomadas de maneira correta.

    Diego Henrique 3NA RF

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