quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Educação de Qualidade

A senhora Viviane Senna, psicóloga e presidente do Instituto Ayrton Senna, nos presenteou com um excelente artigo publicado na folha de São Paulo, no dia 01\11\2011, cujo título é Ensino amplo para mundo mais complexo, onde relata a constatação a que chegou o Seminário Educação para o Século XXI,realizado em São Paulo na semana passada, diz a autora:"Precisamos dar um passo a mais na construção de uma educação pública de qualidade. Temos de continuar lutando para que as crianças e adolescentes sejam devidamente alfabetizados, dominem a escrita, a leitura e o cálculo, algo que ainda estamos longe de conseguir.Mas temos de ir além, oferecendo já ao aluno um processo educativo que lhe permita desenvolver competências mais amplas, como a autonomia, a criatividade inovadora, a capacidade de trabalhar em equipe, a curiosidade investigativa, entre outras, denominadas academicamente como competências não cognitivas".Mas adiante a Viviane comenta da concordância quanto ao papel duplamente positivo do desenvolvimento das competências não cognitivas na escola. Afirma a autora:"De um lado, impactam diretamente o desenvolvimento intelectual dos alunos e adolescentes para lidar com as exigências do mundo do trabalho e da economia global, da participação social nas cidades e nas redes, diante de questões complexas das ciências e do ambiente, da ética, da democracia e da sustentabilidade. Elas sustentam os valores. Estudos de neurocientistas e economistas demonstram estatisticamente que esse grupo de competências tem o mesmo poder que as competências cognitivas na proficiência dos alunos, medida pelas notas, pela redução do abandono e pela escolaridade final atingida". Essa comprovação segundo a psicóloga foi constatada em pesquisas do Instituto Airton Senna, que atende a dois milhões de alunos da rede pública em 1300 municípios brasileiros. Mais adiante, ela constata que:"as competências não cognitivas têm ainda maior impacto que as cognitivas na determinação do sucesso e dos níveis de bem estar pessoal e social, tais como medidos pela redução nos níveis de criminalidade e tempo de desemprego, pela maior estabilidade conjugal e familiar, menor incidência de doenças como depressão, obesidade e alcoolismo e por maior longevidade". No final do artigo, ela chama a atenção, para que toda a cadeia educacional possa oferecer, como política pública e em larga escala, uma educação que salde as dívidas acumuladas dos séculos XIX e XX e que, ao mesmo tempo, habilite os alunos a viver plenamente, com valores e competências para fazer frente aos desafios do século XXI. O que a Viviane nos mostrou é que temos um custo Brasil elevado, não por possuirmos, uma política monetária em que os juros são extremamente elevados,uma política fiscal em que a tributação é excessiva e os gastos públicos sem a devida qualidade ou por uma burocracia absurda, mas sim por termos também uma educação limitada que prejudica o nosso país a ser mais competitivo. Precisamos de uma educação que forme homens competentes com habilidades que façam a diferença e não profissionais medianos que em nada contribuirá para mudarmos a situação em que nos encontramos. O senhor Gustavo Cerbasi em artigo na folha de São Paulo no dia 24\10\2011, cujo título é O custo Brasil indireto, afirma com muita propriedade esse assunto ao dizer:"Está aí um aspecto do custo Brasil que vai além da óbvia carga tributária, do custo da burocracia, da cara infraestrutura e do custo dos serviços de fura fila como despachantes e entregas expressas.Com uma infraestrutura subdimensionada, o trabalhador sai de casa cedo, volta mais tarde, descansa menos, produz menos, é mais ansioso, adoece mais e consome menos.Nossa infraestrutura é cara por falta de planejamento, que por sua vez decorre de falhas na educação. A educação ineficiente, além de não conseguir capacitar gestores para um planejamento competente, cria um contigente de profissionais subcapacitados que exercem funções que pouco agregam em produtividade e muito pesam no custo". Mais adiante o autor afirma:"Educação limitada sai caro, prejudica nossa capacidade de planejar e torna o Brasil menos competitivo. Precisamos de menos chefes e mais engenheiros e administradores competentes. Precisamos aprender a planejar, o que nunca soubemos fazer. À nossa nação não falta dinheiro. Falta apenas saber empregá-lo melhor". Que sirva de alerta, para as nossas escolas e universidades em buscar uma aproximação cada vez maior entre o saber e o fazer para que possamos amanhã minimizar as enormes dificuldades que ainda persistem em nosso país pela falta de habilidade e competência em nossa cadeia educacional.

8 comentários:

  1. O comentário da psicologa foi perfeito. para que o brasil avance nesta area precisamos ter interesse dos governantes. nao podemos ficar acomodados e esperançoso por noticias rapidas (crescemeos 1% no IDH). precisamos aferir os trabrabalhos de nosso governantes e cobrar mais para ver-mos esse nosso grandioso pais em desenvolvimento acelerado e real.

    ANTOMAR
    GCO-2NA

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  2. Tem muito o que se falar sobre a educação ou o que poderia ser a educação no nosso País. Será que a grande culpa é só dos nossos representantes políticos ou também é nossa que somos sociedade? Assisti ontem, em programa de esporte, uma matéria que falava sobre o dia da cultura no Japão, onde as pessoas se vestiam conforme tradição e iam ao templo fazer pedidos e me engrandeci com a entrevista de duas crianças que deviam ter, mais ou menos, sete anos de idade revelando seus pedidos feitos. Ampas tinham pedido pelos seus estudos. Nossa cultura brasileira incentiva nossas crianças a pedir por brinquedos, diversão e lazer. É raro ver uma crianças pedindo livros de presente ao invés de brinquedos e quando presenciamos tajamos de ''coitadinha'' . Coitadinho somos nós pessoas pobres de cultura, nos formamos e continuamos ou continuaremos podres se não fizermos nada diferente.

    Kleiba Bispo - 2Na CSTGC

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  3. Josemar Simonetti Medeiros Júnior - 3Na-FP8 de novembro de 2011 às 12:38

    Professor, ela só é mais uma que nota a deficiência da educação em nosso país. culpa dela ? claro que não, mas sim, do governo que sequer... se preocupa com a nossa educação. Ela criou essa fundação que leva o nome do nosso saudoso, Senna, através de seus esforços, ou alguém acha que o governo ajudou com alguma coisa ? só um tapado pra pensar nisso. Foi como o senhor falou em sala de aula : é injusto a pessoa dormir até 4 horas por dia, pois tem que acordar cedo para trabalhar, estudar, etc... chega a ser deprimente, mas fazer o quê ? será assim o resto da vida... até que através do seus estudos, você possa ser alguém na vida. e outra, ouvir dizer que estão querendo até tirar o 13º e seguro desemprego! já tira por ai. Voltando para Educação, tramita por ai, a importancia de todos os estudantes de nível médio,adicionando uma nova disciplina chamada EDUCAÇÃO FINANCEIRA, se eu não estiver enganado, é claro. é só esperar pra ver o que acontece.

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  4. Concordo com o relato sobre a educação e gostaria de ressaltar que: Para que possamos estabelecer uma “ponte” que ligue o presente do nosso país para um futuro melhor se faz necessário um aprimoramento na educação básica, na qualificação e formação dos cidadãos, é preciso um estimulo constante na busca por conhecimento, informação e inovação, não só para sanar a escassez de mão-de-obra qualificada, mas também para contribuir na uma criação de uma sociedade mais justa atenta as mudanças.

    Kaline Vieira.

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  5. A prova que quando se quer, se põe em prática, foi com a lei do cinto de segurança. O Brasileiro precisa sentir no bolso pra agir. Não acho que seja só uma questão de planejamento e sim, interesse em fazer.


    Ricardo Matoso
    2NA CSTGCO.

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  6. Olá meu amigo Alves, estou de volta, a comentar seus preciosos artigos e já encontro essa temática que permanece em inércia, a educação.
    Sabemos que isso é uma questão mais que política, certo? Envolve toda uma questão social, cultural, privada e também familiar. Hábitos e costumes são difíceis de mudar, mas é necessário. Nosso país é bastante estagnado, parado, seco, visão curta e de repente nossos estudiosos e pequena parte de uma grande massa começa a difundir o que seria o nosso ideal educacional. Ideal esse que acarretaria na diminuição da violência, desemprego e miséria, incutindo em capacitação, aprendizagem e atitude !! Palavrinha bastante comentada essa "Atitude", tão falada.. mas cadê a atitude, estamos devagar de mais. Enquanto países do primeiro mundo lecionam para seus alunos em nível básico, sociologia, psicologia, economia e ética, aqui no Brasil vemos o passado das civilizações, teorema de pitágoras.. Vê ! Que coisa mais velha!! Eu quero lá saber de feudalismo, de leis de uma era passada pô, Vamo evoluir esse pensamento !!! Quantos filhos de Deputados vemos na escola municipal de vossas cidades? Quantos? Nenhum pessoal !! Eles estão na FGV, ITA... Nossa "Educação pública" é uma verdadeira negação !! Precisamos com certeza de uma educação de qualidade.

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  7. A educação de qualidade é um problema! Mas como resolver? o 1° passo é essa educação parti de dentro dos lares familiares, pois lá é onde se encontrar o maior aprendizado de uma má educação, no livro do senhor Içami Tiba, Educar para formar Vencedores, ele mostrar maneira de lidar com crianças sempre evidenciando a construção da alta performance, na primeira frase do livro ela diz: " Quem ama educa seus filhos para serem vencedores em todos os sentidos: ético, moral, amoroso e profissional. Alta performance familiar é isso ". Outro ponto relevante seria levar alguns assuntos para o ensino fundamental, como a Constituição, Código Civil, pelo menos esses dois seria de muito importância, se for perguntado a 95% desses alunos eles não sabem do que se trata. Acho que no Ensino Superior deveria ter ter em todos os semestres, Produção de Textos, Atualidades, Tecnologia e Inovação, Língua Estrangeira. Todos esses assuntos pelo menos uma vez por semana seria uma grande impacto no ensino brasileiro, temos que construir pessoas com caráter. No nosso estado aconteceu Parnamirim está dando um exemplo de educação, diminuiu significantemente o índice de analfabeto, sendo o 1° colocado do estado.

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