domingo, 2 de setembro de 2012

Marginalidade

Quando trafegamos pelas ruas da cidade do Natal e paramos em um sinal semafórico cujo objetivo é ordenar o trânsito também é um ponto de encontro de jovens e crianças fruto da miséria e do abandono. Vivem na marginalidade, muitas vezes para sobreviver passam a roubar e cometem vários delitos. São atuados, passam pela humilhação e muitas  vezes são submetidos ao castigo, como forma de correção. A violência urbana na cidade do Natal como em todo o Brasil mantém forte relação com o comércio das drogas, mas as razões deste problema são bastante conhecidas. Ausência da escola e de uma estrutura familiar, além de viverem em ambientes hostis e com excesso de falta de recursos para terem dignidade. Segundo estudiosos, algumas  característica , prevalece entre elas  a solidariedade e a lealdade, e são vistas dentro da comunidade em que vivem como pessoas normais, preservando o ambiente  em que estão inseridos e são violentos contra a sociedade que os oprime pela dor da sede, fome, espancamentos e sem expectativa de dias melhores. A violência entre eles se estabelece pelos espaços que buscam no mercado de drogas e pelos maus tratos recebidos pelos familiares que muitas vezes os levam a própria morte. Existe amor e ternura mesmo neste ambiente degradado e tenho certeza que todos lutam para conquistarem   até de forma desesperada um lugar digno na sociedade. Que sociedade é está que deixa milhões de jovens e crianças desamparadas criando as condições naturais para o surgimento dos futuros marginais em nosso país? Precisamos ir em busca do sentido e explicação dessa realidade. É inconcebível atualmente que qualquer homem fique à margem dessa realidade e  preso ao imediatismos das explicações prontas dos nossos governantes. É preciso sermos capazes de fazermos com que essas pessoas tenham uma compreensão mais elevada do mundo que transcenda seus limites, para que isso ocorra necessita de acesso a uma boa educação, saúde, alimentação, vestuário, habitação e lazer. Prover as condições mínimas para uma vida digna. A sociedade brasileira precisa refletir sobre está questão que nos angustia diariamente e a muitos anos sem solução e não esquecendo que somos o principal elemento da construção de  nossa história  e o nosso papel é realizar atos que nos engrandeça, que nos faça transcender. Ao analisarmos como se comportam essas famílias no dia a dia para suprirem suas necessidades básicas, é algo surrealista. As dificuldades são tantas que fica difícil de enumerá-las. Este processo de transferência da marginalidade passa de pai para filho e, posteriormente, para os netos, o que já se tornou secular neste país.Não vislumbram nenhuma esperança só agonia mais, mesmo assim aguardam na pura ilusão de que o amanhã seja bem melhor. Até quando continuaremos com está farsa, negando a milhões de brasileiros o direito de terem acesso aos frutos do progresso e consumo? Nenhum país do mundo possui um povo tão alegre,criativo e trabalhador como o nosso. O país é rico e injusto, negando todos os dias o acesso a saúde, educação, transporte, lazer, alimentação e trabalho, justamente aos jovens e crianças que sendo bem protegidos contribuirão no futuro, de forma honesta e sem trapaça para o desenvolvimento do nosso país.

7 comentários:

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  2. Este com certeza é um problema que tem crescido nestes últimos 10 anos, a ponto de quase não encontrarmos um sinal de transito sem que tenha um idoso ou um jovem usando este ponto como forma de conseguir dinheiro, seja trabalhando ou se marginalizando!
    Parabéns professor, por abordar temas como este no seu blog, espero que todos possam compartilhar para que este chegue aos olhos de pessoas que parecem não querer ver tal realidade.

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  3. Juliana Cândida Gonçalves Aluna 8NB - UnP - FP7 de setembro de 2012 às 13:48

    Lendo este texto me recordei de um poema que li de Manuel Bandeira quando ainda cursava o ensino fundamental intitulado de “O bicho” que diz:

    Vi ontem um bicho
    Na imundície do pátio
    Catando comida entre os detritos.

    Quando achava alguma coisa,
    Não examinava nem cheirava:
    Engolia com voracidade.

    O bicho não era um cão,
    Não era um gato,
    Não era um rato.

    O bicho, meu Deus, era um homem.

    Este texto, na época, me chocou bastante e, olhando bem, ainda choca. Mas, se pararmos para observar bem “a miséria dá lucro” como bem disse Arnaldo Jabor em seu artigo: A miséria já teve uma 'função social'. Para ele existem sim os formadores da miséria que a usam como curral eleitoral. E, não consigo discordar dele.
    Se olharmos bem, as últimas eleições para presidente tiveram nos mais pobres grande parcela de votos. Essas pessoas são gratas pelas políticas assistencialistas que temos aos montes desde o início do Governo Lula. Não, não sou tucana ou estou defendendo política de A ou de B. O quero dizer é que a política neste país precisa ser tratada com mais seriedade, onde políticos tem que fazer o que tem que fazer sem ficar estampando em propagandas o que fizeram em sua gestão como se isto fosse um favor e não mera obrigação dos mesmos.
    Enquanto houver miséria, haverá eleições ganhas no primeiro turno. Vejam o rumo que nossa cidade tomou por pessoas simples, humildes e, muitas das vezes, miseráveis terem nas mãos a gratidão a estes vermes que deveriam tão somente cumprir com suas obrigações sem passar em rosto tudo o que de realmente bom fazem, simplesmente pelo fato de que é o que DEVEM fazer e que ainda não fazem nem 1% do que de fato DEVERIAM. Desperta Brasil! Nós já fomos mais inteligentes?

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  4. É triste olhar para os semáforos e outros, e ver principalmente crianças mendingando.
    Falamos muito em sustentabilidade ambiental e social, e ainda pouco fazemos, é imprescindível ações. Ações estas que pode ser a exemplo incentivos fiscais para com isso atrair novos investidores ou outrem nas condições que parte dos lucros sejam destinados à projetos que possibilite o ingresso destas pessoas na sociedade, seja através de oportunidade de emprego,moradia etc. A busca pela distribuição dos recursos e oportunidade de forma igualitária.

    Ana Paula
    Administração 7NB-FP

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  5. Está crescendo essa marginalidade e o país tem que tomar alguma providência antes que seja tarde demais, muitos talentos perdidos para o tráfico fazendo com que use seu talento para fazer o mal.

    Administração-3MA-FP

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  6. A marginalidade é fruto da miséria e do abandono das autoridades, a ausência de uma estrutura familiar e a falta de recursos básicos contribui para a violência em nosso País. Até quando vamos permitir que nossos governantes nos prive do básico. A sociedade tem papel fundamental como agente de mudança pois todos os brasileiros tem o direito a acesso a saúde, educação, transporte, lazer, alimentação e trabalho.

    Aljean Clebr
    Administração 7NA FP

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  7. Há muitos anos nos deparamos com a marginalidade enfrentada em nossa cidade, onde ao longo dos anos percebemos que continuamos na mesma triste realidade, e nos perguntamos quem são os responsáveis por tal atrocidade?
    As responsabilidades destes problemas começam pela população ao eleger candidatos, em sua maioria antiética e sem pré-requisitos mínimos para os cargos, que não priorizam as reais necessidades do nosso país, distanciando cada vez mais as classes menos favorecidas de uma vida digna e justa, estes políticos olham apenas para seus próprios interesses deixando a mercê milhares de cidadãos sem educação e saúde, requisitos básicos para a ascensão de nosso país. Deve ser proporcionado a estas classes menos assistidas a possibilidade de sair da extrema pobreza.
    Em nada nosso país vai mudar enquanto tivermos escolas sucateadas e entregues ao tempo, sem uma merenda digna que muitas vezes é a única refeição de alguns estudantes, além de professores menosprezados no amparo de sua profissão com salários miseráveis e a falta de material didático para as aulas, sendo impedidos de levar o saber às crianças que são o futuro do nosso país, tonando-as assim presas fáceis para a marginalidade e as drogas.
    Outro grande problema da nossa sociedade são as crianças que acabam entrando para o mundo do crime para sustentar vícios ou a mando de algum traficante que utiliza estas crianças por não poderem ser presas, e não são assistidas com as medidas sócio educativas. É obrigação do estado recuperá-las e proporcionar educação seja ela básica ou tecnológica, levando estes jovens ao mercado de trabalho, trazendo a dignidade e a tão esperada luz no fim do túnel.
    Com isso devemos cobrar ao estado soluções plausíveis e concretas para sanar de uma vez por todas este problema que aflige toda a nação brasileira, cobrando também por leis mais severas para quem vier a desrespeitar a sociedade, além de investimentos reais para a educação e saúde.

    Almir Liberato
    ADM 7NB FP

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