segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Sustentabilidade social e ambiental

Nas minhas aulas de economia quando apresento o circuito econômico e comparo variáveis econômicas, sinalizo a situação do meu país e  afirmo que em nossas vidas esta análise também tem um significado.Quando comparo por exemplo, poupança que é um vazamento no circuito econômico com investimento que é uma injeção, informo três situações: poupança igual a investimento estabelece que a equilíbrio na economia, poupança maior que o investimento gera retração e poupança menor que investimento sinaliza expansão na economia. Quando faço uma análise comparativa entre tributação que é vazamento com gastos governamentais que é uma injeção, apresento três situações que são: equilíbrio, déficit ou superávit orçamentário. Fala-se muito em desenvolvimento sustentável, que deve ser compreendido como a preservação do processo evolutivo, incluindo o homem. Sabemos que as condições originais do meio ambiente está em permanente evolução com ou sem a presença do homem. As externalidades negativas que muitas atividades empresariais geram ao meio ambiente comprometem a nossa permanência no planeta, o que exige maior disponibilidade de água, comida, energia e ar em quantidade e qualidade para que a própria humanidade evolua. Isso exige que governos nos três níveis, empresas públicas e privadas, organizações não governamentais e as famílias participe ativamente para  preservarem essas condições mínimas. As empresas são ditas responsáveis quando tem a capacidade de relacionar suas ações e resultados com os requisitos da ética, desenvolvimento e bem estar das comunidades nas quais exerce influência. As empresas responsáveis é aquela que busca utilizar o mínimo de insumos naturais para produzir o máximo de produtos e serviços, retornando ao meio ambiente o mínimo possível de rejeitos. Além da responsabilidade que deve ter com o ciclo de vida dos seus produtos e serviços. A empresa responsável ela cuida de toda a sua cadeia produtiva desde a extração de insumos da natureza até a reciclagem dos produtos descartados. Mas sustentabilidade não se limita ao ambiente empresarial ela começa dentro de nossa própria casa. O senhor Gustavo Cerbasi em artigo na folha de São Paulo no dia 27\08\2012,cujo título é 'Sustentabilidade começa em casa', foi muito feliz em seu artigo quando afirma : "Sustentabilidade começa pelo que você faz para que sua existência não seja um problema para os demais". O professor mas adiante nos revela que : "Ser sustentável é mais do que fazer um gesto eventual pelo futuro. Sustentabilidade começa em casa, pelo que você faz para que sua existência não se torne um problema para as demais pessoas neste mundo. Isso tem a ver com como você aproveita a água, a energia, os insumos e os alimentos. Mas tem também a ver com como você lida com seu orçamento. Quem lida de maneira desequilibrada com o dinheiro está criando problemas futuros não somente para sua vida mas também para a vida das pessoas com quem convive. Aqueles que têm dificuldades para poupar serão dependentes da ajuda do governo ou de seus familiares. Sem cuidar de seu futuro, precisarão de apoio financeiro e comprometerão o consumo dos filhos, forçando-os também a uma situação de privações, de dificuldade de poupar e, consequentemente, fazendo com que também se tornem dependentes da ajuda futura do governo ou dos familiares. É um círculo vicioso. Quem planeja e poupa o suficiente para viver no futuro com o rendimento do próprio patrimônio deixa de ser um ônus para o Estado. Se gastasse menos com o auxílio às famílias, o Estado teria mais recursos para administrar o interesse coletivo, incluindo a preservação do ambiente e o investimento em tecnologias para a sustentabilidade. Obviamente, essa minha utopia está considerando que, com mais recursos disponíveis, o Estado buscará o interesse coletivo de longo prazo. Hoje isso ainda não acontece.É curioso perceber que poupar não basta. Aqueles que poupam demais, seja por ganância ou por temor excessivo do futuro, limitam a circulação do dinheiro na economia. Com o comércio, a indústria e os serviços faturando menos, o governo tem de investir pesado em subsídios e em políticas de compensação e de incentivo. Gastando mais do que deveria com o equilíbrio da sociedade no presente, o Estado está deixando de cuidar do futuro. Ou seja, está deixando de adotar políticas de sustentabilidade. Costumo afirmar que gastar demais é tão perigoso quanto poupar demais, e isso tem tudo a ver com a construção de um futuro saudável para a economia pessoal e da sociedade. É por isso que a educação financeira não pode se limitar a planilhas, a cálculos e a simulações de investimentos, como muitas das primeiras experiências nesse campo têm sido praticadas nas escolas. Tenho visto métodos eficientes em transformar gastadores compulsivos em poupadores compulsivos. Infelizmente, um grave erro.  A essência da educação financeira deve ser a busca do equilíbrio, e por isso também deveria ser parte dos esforços de sustentabilidade nas escolas e nos debates. Finanças deveria ser tema de aulas de ciências, filosofia e estudos da sociedade, objetivando educar os jovens para que tenham escolhas mais inteligentes e duradouras. Depois disso, caberia discutir o assunto também nas aulas de matemática. Não é o que vem sendo feito.No dia em que cada família souber consumir com qualidade, ou seja, maximizando sua satisfação a cada compra, aproveitará melhor o que consome e, consequentemente, consumirá em menor quantidade. Isso naturalmente já contribui para o ambiente, sem muito esforço adicional. Nesse caso, se abraçar uma árvore lhe faz feliz, continue fazendo-o, nem que seja apenas pelo seu bem-estar pessoal". Finalizo, afirmando que um mundo sustentável é, antes de tudo, uma prática de cidadania, requer a participação consciente dos indivíduos. Implicam em mudanças de comportamento de todos os agentes econômicos (famílias, governo nos três níveis, empresa pública e privada e o resto do mundo). Como bem definiu o senhor Odede Grajew, " A sustentabilidade social e ambiental em escala global está estreitamente relacionada à consciência e à prática cotidiana de cada um de nós".
 

 

11 comentários:

  1. Temos que mudar nossa visão e costumes, para sermos sustentáveis. Precisamos agir se queremos um planeta bonito e habitável para gerações futuras.

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  2. Prof. Se Possível, o Sr. poderia dicertar sobre o papel da industria do Petroleo no sistema monetário internacional !? Li um artigo cientifico onde ele prova que o mundo hj ja tem tecnologia para ser 90% sustentável do ponto de vista energético, com uso de energia geotermica e fusão de hidrogênio incitado, tecnologias relativamente baratas. Porem tais tecnologias não são postas em pratica porque haveria a ocorrência de um colapso do sistema monetário internacional... É o petroleo a força motris do sistema !?


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  3. Oi professor! Que prazer encontrar um blog com opiniões tão bem construídas! Infelizmente havia perdido seu contato, pois me furtaram o celular! Sou, a Lia, namorada do Claudio, do Tibério Ristorante :)
    É um prazer acompanhar seus textos!
    Quanto ao assunto dissertado, concordo que a consciência individual é fundamental em prol da sustentabilidade dos recursos, consumo consciente em última escala é o que faria o sistema funcionar também de forma sustentável. Se me permite, acompanho este site sobre economia ecológica http://www.ecoeco.org.br/; que traz uma visão diferenciada do mainstream econômico. Se ainda não conhece, fica como sugestão. Acho bastante pertinente e interessante. Abraço.

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  4. Infelizmente vivemos esse círculo vicioso na qual não procuramos combatê-lo, esperamos que o maior acesso ao ensino de qualidade e, principalmente valores individuais atuem de maneira a coibir esses costumes distorcidos.

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  5. é isso ai professor, o problema é se nós fizermos nossa parte muita coisa mudaria não só esperar pelos governos o problema é que as pessoas acha que tem que partir dos governantes.

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  6. Concordo completamente professor Marcos Alves, cada um tem que mudar seu próprio habito de consumo, ai sim transformaríamos o mundo. Abraço
    Jullya Rocha 7na-FP-UnP

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  7. Juliana Cândida Gonçalves Aluna 8NB - UnP - FP7 de setembro de 2012 às 14:00

    Acredito que no ensino privado já haja esta educação que vincula uma disciplina a outra como sugerida pelo professor, em que a educação financeira poderia ser tratada por várias matérias tornando melhor sua compreensão, porém como existem mais pobres do que ricos, o que se vê em bairros da periferia é o seguinte pensamento: se posso pagar, então posso gastar.
    Sou testemunha de que a consciência da cidadania não existe na maioria dos brasileiros sempre tão criados para serem individualistas, ao contrário dos japoneses que sempre tem a coletividade como máxima em toda as áreas de suas vidas.
    Voltamos ao mesmo princípio básico de que a educação de qualidade gera uma população preocupada com o amanhã e com suas responsabilidades com o meio em que se vive. Educação é a chave que abrirá muitas portas e uma delas é a da sustentabilidade ambiental.

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  8. Muito clara e ampla sua visão professor sobre a sustentabilidade, não a via sobre esse aspecto de que sustentabilidade não se limita ao ambiente empresarial ela começa dentro de nossa própria casa. Lendo seu artigo pude entender como posso melhorar a minha contribuição para um mundo melhor, pois se não formos capazes de cuidar da nossa própria casa como poderemos então cuidar do nosso planeta?

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  9. Infelizmente nós estamos limitados em querer que o problema seja apenas governamental e deixamos de dar nossa contribuição individual, basta uma pequena atitude que seria ao escovar os dentes não deixar a torneira ligada dentre outras, como nossa colega Lia Galvão comentou: consumo consciente em última escala.Que as empresas lembrem que esses recursos naturais usados sem responsabilidade,futuramente as mesmas não terão de onde extrair seus próprios insumos.Concordo com a afirmativa do artigo do senhor Gustavo Cerbasi na folha de São Paulo: " Sustentabilidade começa pelo que você faz para que sua existência não seja um problema para os demais". Janiclea 7NB- FP

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  10. Confesso ler é viajar e lendo este artigo viajei, Viajei no seguinte pensamento,
    Quando nos é anunciado por meio de canais de comunicação a propaganda de um cigarro, logo em seguida vem a seguinte mensagem: O Ministério da Saúde adverte, fumar é prejudicial a saúde.
    Quando nos é anunciado uma propaganda de um produto, serviço ou etc, não aparece nenhuma mensagem (nos inibindo ao consumo) e o Ministério do Meio Ambiente não nos informando o quanto estamos consumindo do nosso planeta e que precisamos repor, parece hipocrisia pois vivemos em um país capitalista, mas é necessário acordar e repetir inúmeras vezes,"Use mas não abuse, precisamos fazer mais com menos".

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  11. A sustentabilidade Social e Ambiental visa o bem-estar da sociedade de hoje e a de amanhã em iguais medidas, com a conscientização dos cidadãos e a prática cotidiana da sustentabilidade teremos no futuro o mundo sustentável. Com esse consumo compulsivo tenho dúvidas se teremos um futuro aqui no planeta, estamos comprometendo nosso próprio meio de sobrevivência e dos nossos descendentes. A prática sustentável deve ser desenvolvida em todos os níveis da sociedade com o intuito de melhorar nossa qualidade de vida com consumo sustentável. A sustentabilidade social tem como objetivo as obrigações da sociedade no processo de preservação do meio ambiente, que deve ser ensinada em qualquer lugar, desde as nossas casas até as empresas no qual nossos cidadãos exercem suas funções. Várias práticas são adotadas para que haja uma sociedade sustentável, apesar de que ainda não são suficientes para que seja garantido um futuro menos compulsivo e controlado com as obrigações com o meio ambiente, pois o crescente consumo compulsivo desde a extração da matéria prima até o descarte dos resíduos que fazem mal ao meio ambiente por empresas que só visão o lucro, ainda atrapalham a ação do governo e de empresas privadas que tem intenção de ajudar e conscientizar no consumo sustentável. Hoje temos empresas privadas e até o governo com ações sustentáveis a fim de educar nossa sociedade a terem praticas e ações que amenizem esses impactos ambientais, essas empresas tem ações de combate a fome, formação profissional, educação orçamentária de jovens para que estes cresçam com o controle financeiro e consumo sustentável e que passem para seus descendentes a formação no qual foram dadas aos mesmos, ações para recuperação de áreas degradadas a fim de reflorestar e tentar amenizar os impactos ambientais, temos o exemplo o estado de Rio de Janeiro, lá há o Programa de Micro bacias Hidrográficas, financiado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), voltado para as pequenas propriedades de agricultores familiares, que recebem recursos para investir na sua produção, com a contrapartida de promover ações de recuperação de áreas degradadas, preservação permanente e a melhoria na quantidade e qualidade das águas. A ideia também foi aplicada em outros estados: em São Paulo, 90 mil famílias rurais são atendidas. Se a sociedade se sente bem a fazer estas praticas, teremos benefícios como à qualidade de vida, igualdade das oportunidades, inclusão dos cidadãos menos favorecidos nas decisões sociais e maior solidariedade para com os outros. Ou seja, se não tivermos cidadãos conscientizados que garantam a preservação do planeta e que com isso geram um desenvolvimento econômico, ambiental e social, não sei como será o futuro do nosso planeta. Erick Macêdo, Aluno do 7° Período do Curso de Administração da UnP. FP

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