sábado, 27 de outubro de 2012

A busca das autonomias

Historicamente as sociedades humanas sempre buscaram   se organizar em nações e definirem seu estado, com o objetivo de maximizar ao longo do tempo o bem estar de sua população. Qualquer nação busca ter três autonomias: Alimentar, energética e militar. O nosso país, conquistou autonomia alimentar, aqui se alguém passa fome não é por falta de capacidade produtiva e sim por falta de renda, já que uma das características mais marcante de nossa sociedade é possuir uma  distribuição de renda extremamente concentrada. A energética, embora sejamos possuidor de uma das matrizes mais limpa do mundo e novas fontes renováveis a ela se incorpora (eólica, solar e etanol) além do pré-sal da sinais de fadiga, em trinta e cinco dias o país sofreu quatro apagões e dois de grande porte deixando duas macros regiões (norte e nordeste) as escuras. Como é do conhecimento de todos somos uma nação dividida, assunto que já tratei em artigo anterior,(Um país dividido), onde os projetos portadores de futuro para a região nordestina estão atrasados e penalizando toda a competitividade dessa macro região, falta governança do governo central e ausência da classe política em exigir as conclusões desses projetos. Imaginem o que devem pensar os investidores estrangeiros que estão em visita de negócios nos diversos estados nordestinos fazendo análise de risco sobre os recursos que pretendem aplicar na exploração de um novo empreendimento, quando sentem a ausência do principal insumo do processo produtivo que é a energia. Qual será a sua decisão? Adiar, aguardar ou quem sabe buscar outra nação que lhe proporcione as condições necessárias e suficientes para que possam operar. Mais uma vez nós nordestinos perdemos inúmeras oportunidades de negócios que com certeza iria nos beneficiar na geração do emprego e renda.O senhor Adriano Pires, Diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura, na folha de São Paulo no dia 27\10\2012 no espaço Mercado, afirmou: "Os recentes apagões, em diferentes localidades, evidenciam problemas na transmissão e na distribuição.Os leilões de energia, ao comercializar empreendimentos de geração em regiões distantes dos grandes centros, contribuem para a construção de linhas de transmissão longas e, consequentemente, difíceis de serem gerenciadas e mantidas.Tal fato, associado a uma fiscalização insuficiente do setor, levou à inadequação dos investimentos em manutenção, motivada pela dúvida sobre o destino das concessões do setor elétrico". A militar segundo o general Walmir Almada Schneider Filho, afirmou em audiência no senado  que só temos condições de suporta uma hora de guerra , em razão da  fragilidade de nossas forças armadas. Quanto tempo estamos aguardando uma definição sobre a compra dos  aviões para modernizar a nossa aeronáutica e como está a nossa marinha e o nosso exército?Um país de dimensões continentais que faz fronteira com diversas nações é possuidor de uma área que é almejada por muitos países como a amazônia pode dar-se o luxo de negligenciar tais decisões?Parece brincadeira. Todas as nações independentemente de sua posição política, econômica e social busca desesperadamente alcançar  essas  três autonomias, para que possam garantir a execução do seu projeto de prestigio, prosperidade e poder. O nosso país não é diferente, sabe dessa necessidade porém ainda não encontrou o melhor caminho para garantir a execução dessas prioridades. O gigante está adormecido e nas escuras.

5 comentários:

  1. Texto muito bom como de costume professor. Temos alimento suficiente pra todos, mas muita gente ainda passa fome. Temos energia suficiente pro País inteiro, mas frequentemente estamos as escuras. Temos um Ministério da Defesa com Marinha, Exército e Aeronáutica, mas não conseguimos nos defender se necessário. Êta País incompetente esse!
    Tenho que retrucar a colocação do General Schneider, pois poderio de guerra se adquire na necessidade. Manter um arsenal esperando por uma guerra num País pacífico como o nosso é no mínimo insensato e desonesto com as necessidades básicas da população. Nossas tropas são bem treinadas dentro do possível e das condições que recebem. Precisamos sim valorizar os nossos militares e melhorar nossas máquinas de defesa nas três forças porque é sempre melhor prevenir do que remediar, mas na minha opinião é questão de prioridades.
    Não acho justo termos uma aeronáutica dotada de Migs e F-18 enquanto nossa saúde está a mercê da sorte. O crescimento das nossas forças armadas deve andar de mãos dadas com o desenvolvimento da nossa nação, aí é só esperar aqueles 300 anos...

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  2. QUE ESTES COMENTÁRIOS FEITO PELO PROFESSOR SIRVA DE ALERTA PARA TODOS OS NIVEIS DE GOVERNO DO NOSSO PAIS PODENDO ASSIM DAR INICIO AS PROVIDENCIAS O MAIS RAPIDO POSSIVEL.ASS:SULICLEY LIMA.

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  3. O mais triste nisso tudo é que o nosso país poderia ser bem melhor para todos se existisse mais integração social e regional, regras estáveis, investimentos e respeito aos contratos em saúde e educação, nos quais são coisas básicas para a população, é um grande contraste um país tão rico e uma parte da população sofrendo com a fome e a miséria.Se não existisse tamanha corrupção sei que teríamos um país com riquezas melhor distribuídas para sua população.

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  4. O que o texto deixa bem claro é que poderíamos ser um País melhor caso as autoridades e a sociedade em geral tomassem as devidas providencias para se chegar em objetivos comuns.O problema maior acredito que seja, saber qual é o problema, e no entanto não agir para resolver tal problema, como foi dito no texto estamos dormindo meio a isso tudo que está ocorrendo ao nosso redor.

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  5. Excelente artigo, nosso nordeste sendo prejudicado outra vez, será que o país vai continuar diminuindo essa região grande e ao mesmo tempo frágil?

    Admistração-3MA-FP

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