domingo, 9 de dezembro de 2012

Prudência

Quatro objetivos de política econômica são  comuns a qualquer país independente da sua posição política, econômica e social que são: aumentar a produção e o emprego, combater a inflação, distribuição de renda e controle das contas externas. Segundo os princípios das finanças públicas cabe ao governo determinadas missões tais como: estabilizadora, alocativa, distributiva, crescimento, regulatória e bens e serviços. Os instrumentos que utilizam são as políticas: fiscal, monetária, cambial e rendas. Essas políticas são utilizadas para o controle da demanda agregada, que é a variável estratégica que determina o nível de produção da economia. Na política fiscal a sua atuação se dá através das despesas e receitas do governo enquanto a política monetária utiliza o controle da base, depósito compulsório e política de redesconto. A cambial é definir a melhor taxa de câmbio que permita o produto interno bruto efetivo estar próximo ao produto interno bruto potencial e que a inflação esteja ao redor da meta estabelecida pelo governo. A política de rendas tem como objetivos determinar preços e salários, lembrando aos ( trabalhadores, comerciantes e empresários) que uma economia estabilizada não pode reajustar preços e salários acima da inflação e da sua produtividade gerada em cada setor.A política de demanda pode seguir dois caminhos ou é expansionista ou contracionista o que estamos vivenciado agora em razão de um ambiente externo incerto, como a Europa em crise, a América em crescimento lento e a China em desaceleração as autoridades econômicas do nosso país tem se voltado para estimular o nosso mercado interno utilizando a queda da taxa de juros que é um estímulo ao consumo e ao investimento, permitindo que os empresários aumentem as suas despesas com aquisição de bens de capital e ampliação das instalações das suas empresas, lembrando que o aumento nos investimentos gera um aumento na renda e no emprego, resultando em crescimento na renda mais do que proporcional devido ao efeito multiplicador dos investimentos. Para fazer crescer a renda o governo tem definido um conjunto de obras de infraestrutura que compõe o PAC (programa de aceleração do crescimento), aumentando o seu investimento, ampliando transferências e reduzindo tributos. A taxa de câmbio tem se mantido no nível que o governo manipula com o objetivo de tornar as nossas exportações mais competitivas. A política de rendas os preços em queda em razão das medidas fiscais e monetárias e os salários se mantendo estáveis através do controle da inflação.Mas o que estamos assistindo é que o Brasil independente do seu crescimento verificado nos últimos anos e  das suas conquistas, como a redemocratização e da sua estabilidade econômica ainda persistem problemas internos que requer uma solução imediata como: infraestrutura deteriorada, leis trabalhistas anacrônica, sistema tributário esclerosado e comércio ilícito. Ao mesmo tempo verificamos que no ambiente empresarial o seu nível de confiança quanto ao futuro está em baixa dificultando as suas decisões de investir justamente pela ausência de previsibilidade do futuro.Segundo Sylvia Nasar no seu livro "A imaginação econômica" ela afirma que:" Alfred Marshall chamou a economia moderna de Organon, palavra do grego antigo que significa instrumento,não um conjunto de verdades, mas um mecanismo de análise útil para descobrir verdades e, como o termo sugere, um instrumento que nunca estaria completo ou perfeito, mas que sempre exigiria melhorias, adaptações e inovações. Seu aluno, John Maynard Keynes, definiu a economia como um aparelho mental que, como qualquer outra ciência, era essencial para analisar o mundo moderno e aproveitar ao máximo suas possibilidades.Todos os pensadores estavam à procura de instrumentos intelectuais que ajudassem a solucionar o que Keynes chamou de o problema político da humanidade: como combinar três coisas, eficiência econômica, justiça social e liberdade individual". Não podemos esquecer que a nossa estabilidade econômica foi conseguida em cima de três pilares que são: meta de inflação, superávit primário e câmbio flutuante que não podem ser relaxados em nome de um crescimento que tem apresentado resultados nos últimos dois anos medíocres. É preciso cuidado e muita atenção para que medidas adotadas agora não venha comprometer a nossa estabilidade futura.Ser mais cauteloso agora é garantir um amanhã mas seguro para todos.  

2 comentários:

  1. Professor esse artigo foi uma recaptulação de tudo que o senhor me ensinou em Econômia, DNN 2 e Governança Corporativa. Adorei e muito obrigada por ensinamentos tão preciosos, não só para vida acadêmica, mas sim para uma toda vida. Uma vez mais obrigada por tudo!!!

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  2. Professor, um conteudo desse é de muita importância para todos nós e pricipalmente pra me que não tinha muito conhecimento nesta area e vi que tenho que ler mais sobre esse assunto e ficar mais apta a um debate sobre esse assunto sem tremer as base né isso.Adorei e vou tentar melhorar mais meus conhecimentos em prol disso.
    Rejanilda Ramaho - 4NA - noite.

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