segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Decisão de investir

O IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sinaliza que o crescimento da nossa economia este ano se situará em torno de 1,6%, muito abaixo do que era esperado no início do ano e bem inferior quando comparado com os país emergentes. O setor industrial a sua contribuição ainda não apresentou o resultado esperado mesmo com as medidas adotadas pelo governo,como: desoneração tributária (política vertical), juros em queda, câmbio desvalorizado, redução dos encargos nas folhas de pagamentos e a participação da iniciativa privada na construção de nossa infraestrutura. Novas medidas e oportunidades surgiram para promover uma melhora no desempenho industrial como: redução da energia, pré-sal, PAC, estimulo a construção civil e ao mercado interno.O professor Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, extremamente inteligente escreveu na Folha de São Paulo no dia 02\12\2012 um artigo, cujo título é O enigma do investimento, excelente, onde apresenta a sua experiência em analisar o que leva um empresário a investir. Diz o mestre:" Apesar de bons estudos, muitas vezes não se compreende bem os motivos que levam o empresário a assumir risco, levantar capital e investir no negócio. As declarações de empresários tendem a não ajudar muito, pois é natural que usem essas oportunidades para influenciar decisão governamental na busca de benefícios para sua empresa ou setor.Dirigi uma instituição financeira global que, no processo de avaliação de risco e perspectiva, monitorava criteriosamente os planos de empresas clientes e a evolução de seus investimentos. Além disso, tenho participado do conselho de organizações globais cuja função mais importante é analisar, aprovar e monitorar investimentos.Nessa experiência, vejo que os investimentos de longo prazo são extremamente racionais e baseados em previsões objetivas. O famoso instinto animal do empresário existe na tomada do risco e no apetite pela expansão. Mas para o investimento ser bem-sucedido, o processo deve ser metódico e rigoroso. A decisão de investir é baseada em projeções de venda, custo, lucro, retorno do investimento. Simples assim.Essa dificuldade de reação dos investimentos está ligada a uma questão fundamental e pouco falada: a previsibilidade. Não bastam projeções excelentes de vendas, por exemplo, se a confiança do empresário nas projeções é baixa.Portanto os fatores fundamentais ao investimento são, nessa ordem: 1) projeções de demanda, custos e margens; 2) previsibilidade macroeconômica do país nos próximos anos; 3) previsibilidade das regras do jogo; 4) previsibilidade de volumes e de margem de lucro.Nos EUA, a grande questão é a incerteza nas contas públicas, o chamado "abismo fiscal". Até que ele se defina com clareza para os próximos anos, os empresários não investirão o que se espera.No Brasil, o grande avanço da economia, do crédito e dos investimentos nos últimos anos se deu em função do aumento da previsibilidade econômica e da consolidação das regras do jogo. É fundamental manter essa previsibilidade para dar confiança aos empresários pequenos, médios e grandes na trajetória futura de vendas.A partir daí é questão de competência da empresa de analisar a conjuntura geral e específica e acertar as previsões para o seu mercado". Concluímos que a expectativa dos agentes econômicos  influência o nível de demanda da economia, existem períodos nos quais as incertezas em relação ao ambiente interno e externo provoca redução nos níveis de consumo para fazer frente a um eventual período de dificuldades.O mercado europeu incerto a China nossa grande demandante em desaceleração e a economia americana começando lentamente a se recuperar e os riscos de endividamento interno elevado, contribui para uma redução do setor industrial.  Por está razão as políticas públicas de longo prazo  devem se voltar para as reformas tributária, trabalhistas e previdenciária.  Reduzir o  custo do capital, melhorar a nossa infraestrutura, estimular a inovação e a criatividade ampliando assim a nossa   competitividade industrial. Ao analisarmos os dados  de desempenho dos setores da economia até os dias atuais, verificamos não uma tendência a desindustrialização e sim uma perda de dinamismo que requer políticas que estimulem a volta do investimento, inovação e criatividade e que permita  que a competitividade do país que é formada por energia, transporte, telecomunicações,  informática e mão de obra qualificada amplie cada vez mais a  todos os setores da economia sua participação na geração de riqueza do nosso país.

6 comentários:

  1. Acredito que o principal questionamento que existe por parte do investidor é: Vou ter retorno, e em quanto tempo esse retorno virá? Não é surpresa para ninguém que o principal objetivo de uma empresa é gerar riqueza,ou seja, lucro "R$".E para saber se teremos riqueza, temos que fazer uma pesquisa de mercado,onde nessa pesquisa poderá avaliar se o produto e/ou serviço será viável tanto para a organização quanto para a população e consequentemente para o governo, haja vista que se o negócio der certo, ou seja, estiver dando lucro, o governo arrecadará impostos. Mas para que o investidor decida investir aqui no Brasil, primeiramente ele irá avaliar se a sociedade pode pagar pelo seu produto e/ou serviço, ou seja, avaliar se a economia é forte. Coisa que podemos avaliar que a economia está fragilizada.

    Administração - 7NB - FP

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  2. Concordo quando neste artigo o professor Marcos cita as reformas Tributária,Trabalhista e Previdênciária, como sendo fatores que colaborem para otimizar o crescimento da econômia do nosso país.
    Vivemos momentos onde destinamos grande parte dos nossos rendimentos com tributos. Uma carga tributária muito alta comparada a outros países muito mais evoluídos que o nosso.
    Algumas atitudes já estão sendo tomadas pelos nossos Governantes, a exemplo a redução da carga tributára na energia elétrica, mais ainda necessitamos de mais.
    Ações que incentivem os empreendedores ao investimento e a obtenção positiva nos resultados. objetivando os lucros.

    Administração - 7NB - FP

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  3. Percebe-se que uma política econômica pensada a longo prazo torna o país menos vulnerável as intempéries internacionais, sabe-se que a economia está mais globalizada do que nunca e que é impossível prever o que vai acontecer no cenário internacional, para isso deve-se observar as tendências e indicadores internacionais. contudo, a reforma fiscal e tributária, a previdenciária e outras políticas de desoneração fiscal se arrasta no Congresso Nacional dificultando a construção de um lastro firme para resistir as turbulências externas. Investimentos estruturantes, economia de longo prazo, políticas públicas eficientes e eficazes se tornam em grandes desafios para os atuais homens e mulheres públicos. PEDRO GOMES ADM 7NB FP

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  4. Professor, todos os empresarios querem crescer, cabe agora a nosso governo fazer com que eles venham fazer investimentos aqui no brasil e que o nosso também continui investindo para com isso termos um resultado global em prol do nosso país né isso.
    Abraço, até breve.
    Rejanilda Ramalho - 4NA - ENGENHARIA CIVIL - NOITE.

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  6. Como seria interessante se em todo final de ano fosse possível perceber que a Nação estivesse caminhando para o crescimento que o governo sempre estima. Essa evolução econômica tem sido uma utopia, pois sempre é observado que ocorre um crescimento diminuto.
    Como atrair o investidor num cenário onde as previsões são baseadas em um otimismo e sempre se cresce abaixo da média. Seria mais prudente investir esforços em fortalecer iniciativas diferentes das interiormente praticadas para observar as reações do mercado.
    As previsões são poucos otimistas em 2015, já que a economia encontra-se fraca e poderá se estagnar; haverá potencial falta de energia e de água levando ao racionamento de recursos e ao aumento de custos aos contribuintes antes beneficiados com reduções em suas contas em 2014; o Brasil exporta commodities (produtos primários) e o valor das mesmas não tem aumentado frente às importações que sairão mais caras, pois compramos itens com maior valor agregado. É necessário realizar o controle da inflação primando pelo equilíbrio econômico; fortalecer e incrementar o setor industrial e reduzir os juros.
    O Ministro da Fazenda Joaquim Levy está fortemente engajado em mostrar aos investidores estrangeiros que o Brasil é um país atrativo para receber investimentos, entretanto, vive-se o dilema de como mostrar que se tem um ambiente seguro já que a economia encontra-se instável.
    Em questão de segurança e transparência, tem-se o caso da Petrobras, e a experiência tida mostrou a fragilidade em manter boas impressões diante dos investidores, pois, nem sequer a Companhia tem suas demonstrações prontas para entrega ao público, que deverá tomar decisões pautadas na confiança e na perspectiva de retorno dos valores até então investidos. Com a mudança da diretoria espera-se mudar a imagem da Companhia, mas todo plano de ação será estruturado para o médio e longo prazo trazer bons resultados.
    Lília Dantas - Pós Graduação Estácio

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