terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Imaginação econômica

"O conceito de que o homem era produto de suas circunstâncias, e que essas circunstâncias não eram predeterminadas, imutáveis ou totalmente imunes a intervenção humana é uma das descobertas mais radicais de todos os tempos. Tal conceito colocava em dúvida a verdade existencial de que a humanidade estava sujeita aos ditames de Deus e da natureza. Implicava que, se recebesse novas ferramentas, a humanidade estaria pronta para assumir seu próprio destino". Este texto está presente no livro da professora de jornalismo econômico  Sylvia Nasar, cujo título é :A IMAGINAÇÃO ECONÔMICA- GÊNIOS QUE CRIARAM A ECONOMIA MODERNA E MUDARAM A HISTÓRIA. Lembrando que a autora ao lançar o seu primeiro livro, Uma mente brilhante, ganhou o prêmio do National Book Critics Circle e inspirou o filme de mesmo nome, vencedor do Oscar.Terminei a leitura e recomendo aos professores e alunos interessados na evolução da ciência econômica e dos seus grandes idealizadores. Alfred Marshall o pai da economia moderna afirmava que o desejo de fazer com que a humanidade tome as rédeas, é a mola mestra da maioria dos estudos econômicos. Mas adiante diz a autora , inspirados pelos avanços nas ciências naturais, começaram a elaborar uma ferramenta para investigar o extremamente engenhoso e poderoso mecanismo social, que estava criando não só uma riqueza material sem precedentes, mas também uma abundância de novas oportunidades. Em última análise, a nova economia transformou a vida de todos no planeta. O brilhante economista John Maynard Keynes, definiu a economia como um aparelho mental que, como qualquer outra ciência, era essencial para analisar o mundo moderno e aproveitar ao máximo suas possibilidades. Todos esses pensadores que são retratados pela Sylvia estavam à procura de instrumentos intelectuais que ajudassem a solucionar o que Keynes chamou de o problema político da humanidade:como combinar três coisas, eficiência econômica, justiça social e liberdade individual. Ela informa que grande parte das jornadas começa na imaginação. A grande busca para tornar a humanidade senhora de suas circunstâncias não constitui exceção.Os fundadores da economia do século XVIII, tinham uma visão de organização econômica de que a cooperação voluntária substituiria a coerção.Pressupunham, porém, que cada nove em dez seres humanos estavam condenados por Deus ou pela natureza a levarem uma vida de pobreza e de árduos trabalhos. Duzentos anos de história os convenceram de que a maioria da humanidade tinha tantas chances de escapar de seu destino quanto as chances dos prisioneiros de uma colonia penal, rodeada por um vasto oceano. esses homens, eram animados por uma visão mais brilhante, mais esperançosa. Para eles, o oceano tinha a mesma vastidão de um fosso.Imaginavam a humanidade no outro extremo, dando um passo por vez, em direção a um horizonte que sempre recuava. Esses pensadores econômicos eram movidos não apenas pela curiosidade intelectual e pelo anseio por uma teoria, mas também pelo desejo de pôr a humanidade numa posição de mando. Procuravam instrumentos de mestria, ideias que pudessem ser usadas para promover sociedades caracterizadas pela abundância e pela liberdade individual, em vez de um colapso moral e material. Eles aprenderam que a inteligência econômica era muito mais necessária  para o sucesso do que o território, a população, os recursos naturais ou até mesmo a liderança tecnológica. Realmente a autora esta de parabéns, e como ela mesma afirma o livro em questão não  trata da história do pensamento econômico e sim da história de uma ideia que nasceu na idade de ouro antes da Primeira guerra mundial, foi desafiada no catastrófico período entre duas guerras mundiais, na ascensão de governos totalitários e em uma grande depressão, e foi revivida em uma segunda idade do ouro logo depois da segunda guerra mundial.Graças a esses pensadores, de que a humanidade poderia se libertar de seu fado milenar se enraizou durante a era vitoriana em Londres. E de lá se alastrou como ondas num lago fazendo transformações em muitas sociedades ao redor do mundo.E ainda continua fazendo. Parabéns a Sylvia Nasar.

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