sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Círculo vicioso

Nos últimos meses a mídia tem chamado atenção sobre a questão da inflação, órgãos como IBGE, FIPE e DIEESE tem alertado sobre os aumentos de preços que tem ocorrido de forma generalizada e persistente, reduzindo o poder aquisitivo da sociedade.Se olharmos com atenção a inflação que insiste em elevar-se é fruto do desarranjo histórico da economia nacional. Neste momento a inflação encontrá-se em patamar que nos preocupa, logo o Banco Central utiliza um dos instrumentos de política monetária para freá-la aumentando os juros, com os juros elevados reduz-se o consumo e os investimentos e todo o sistema produtivo fica comprometido em seu crescimento, gerando aumento do desemprego. Quando a inflação encontra-se em níveis satisfatório, a política monetária reduz os juros a economia volta a ser impulsionada e a sociedade amplia o seu nível de consumo. Novamente em determinado momento as empresas não conseguem atender a demanda que foi estimulada e novamente observa-se elevações de preços e os estudiosos afirmam que tratá-se de uma inflação de demanda. A economia brasileira vive em constante mudanças conhecida como (stop and go). Todos nós sabemos que uma economia sólida para ser construída requer ações que combatam as causas e não os sintomas.A nação brasileira necessita elevar o seu nível de poupança  de crédito contínuo e de juros estáveis para estimular os investimentos buscando um equilíbrio entre a oferta e a demanda. Um grande empresário brasileiro chamado Emílio Odebrecht já nos alertava que :" Quando a produção no Brasil parar de correr atrás do consumo e quando tivermos uma cultura da poupança,inclusive no setor público, nos libertaremos do circulo vicioso que nos encontramos". A classe política brasileira juntamente com a classe empresarial precisa elaborar um plano com foco no longo prazo, montando uma estratégia positiva que vá ao encontro das necessidades da sociedade que hoje se manifesta em todo o território nacional. E quais as prioridades devem ser levadas em consideração para caminharmos alcançarmos o crescimento, reduzindo cada vez mais o desemprego e proporcionando maior distribuição de riqueza? Primeiro acabar com a fome e a miséria, segundo educação básica de qualidade para todos,terceiro investimentos em infraestrutura, quarto investimento em pesquisa e inovação e acelerar as reformas que tanto a sociedade clama que são: Tributária, política, previdenciária e trabalhista. A sociedade acordou, cabe agora ao governo escutar e agir de forma coletiva com responsabilidade para formular e implantar um novo modelo de gestão que nos leve a uma situação confortável e duradoura, já que o nosso destino é  construirmos uma sociedade sustentável, e que sirva de exemplo para o mundo.

8 comentários:

  1. Professor, essa inflação de demanda, citada no texto, também se caracterizou entre o final do anos 80 e inicio dos 90? Quando houve um grande controle no consumo por parte dos comerciantes. Sendo o mais famoso, que se fala ainda hoje, o "racionamento" do leite em pó.

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  2. Vejo como muito positiva a linha de análise sobre os indicadores citados pelo Professor, nos limites táticos do controle econômico, onde não há a mnenor dúvida sobre os caminhos razoáveis que o Governo deve impor, juntamente com os programas sociais e orçamentos já existentes, mas há que se considerar nosso maior problema, que é mais amplo, que contrapõe os interesses do segmento financeiro mundial aos interesses de todo o Planeta e sua população. Não me parece haver alternativa que não seja a do contingenciamento de um modelo econômico baseado na imediata retração dessa inconcebível modelagem de desenvolvimento e consumo. Penso, também, que a contribuição da experiência socialista, que tanto influenciou os modernos programas sociais do Capitalismo, não lograram impor o valor associativo de gênese social, ante a implacável voracidade do modelo de concentração de renda e poder. Talvez tenhamos que atravessar uma etapa de tensões e confrontos, em nível global, para que esse reajuste se processe, pois o próprio processo de inovação científica não consegue superar a modelagem que aprisiona o Conhecimento ao Poder. Pra variar, temos equações novas, com incógnitas não dominadas.

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  3. Professor em primeiramente quero felicitá-lo pelo dia do economista, meus parabéns para o senhor e todos os demais colegas de profissão que ajuda a sociedade na compreensão de uma matéria tão complexa como a economia de nosso Brasil e a do resto do mundo. O artigo aborda um assunto que podemos comparar de uma certa forma como uma pessoa obesa que tenta emagrecer e ao perder uma quantidade considerável de seu peso, se acomoda e novamente engorda até mais do que antes, e novamente, segue com mais uma dieta, é o chamado efeito sanfona, parecido com a situação atual da nossa economia, aumenta a inflação, então faz-se um regime no crédito aumento a taxa de juros, e segue dessa forma. assim como no caso da pessoa obesa que tenta emagrecer e não consegue por falta de força de vontade, no caso da economia do nosso país a falta de vontade é política, pois em ano que antecede eleições majoritárias para uma boa parte da classe política quanto pior a situação melhor para eles, mentes medíocres que pensam sempre em seu próprios interesses e nos interesses dos milhões de brasileiros que os elegeram para representá-los. O senhor destacou bem aqueles 4(quatro) pontos, mas como acabar com a fome e a miséria se hoje até mesmo para alimentar suas famílias os trabalhadores assalariados gastam grande parte do seu orçamento com a alimentação e a cada mês o valor gasto no mês seguinte é bem maior do que no mês anterior, se bem lembrarmos o Brasil tem um quinto da água potável do planeta, o maior reservatório subterrâneo do mundo, o aquífero guarani, a transposição do São Francisco que se arrata por anos, as terras da Região nordeste são férteis, então por que não fazer uso desses recursos e solucionar o problema de alimentos no país, é uma conta simples aumentando a produção a consequência obvia é a redução do preço dos alimentos, a educação básica é o nosso calcanhar de aquiles na educação então porque os políticos teriam interesse em dar um up grade na educação, porque simplesmente não querem pessoas capazes de raciocinar, pensar, reivindicar melhorias no sistema, novamente é a falta de vontade política aliada a defesa de seus próprios interesses no legislativo e executivo, o terceiros ponto que trata da infra-estrutura como por exemplo rodovias, ferrovias e portos modernos, todos é claro no "padrão fifa" para escoamento da produção com menores custos e menos perdas nos colocariam em vantagem competitiva em relação aos demais países, mas ao contrário constroem verdadeiros elefantes brancos, sem nenhuma garantia de qualidade e claro como de costume as obras superfaturadas e demoradas. Novamente claro professor esbarramos na falta de vontade política e no quarto ponto como querem investir em inovação se estão importando mão de obra especializada dos países em crise e quando a economia desses países se estabilizarem, com certeza voltarão para suas pátrias e quanto as reformas de que o país precisa e preciso primeiro que o povo brasileiro reforme, ou melhor dizendo, renove todo legislativo para que tenhamos a esperança de ter mudanças com a retirada dos políticos que lá estão defendendo não os nossos, mas os seus interesses e de seus parceiros. Agora é esperar e ver se a sociedade brasileira de fato quer mudança, somente em outubro de 2014 poderemos ter essa certeza.

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  4. Correção: mentes medíocres que pensam sempre em seu próprios interesses e NÃO nos interesses dos milhões de brasileiros.

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  5. Muito bom, professor. A cara da sua ultima aula da 4VC UNP. Abraço, Mário Rêgo.

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  6. Para romper este “circulo vicioso” da economia brasileira será necessário, antes de tudo, construir uma sociedade onde os brasileiros tenham segurança, transporte público de qualidade, educação básica e técnica, respeito pelos valores humanos e capacidade de desenvolvimento de suas qualidades. Para isso, é preciso começar pelo essencial: educação! Só uma sociedade que tenha um mínimo de nível educacional pode almejar desenvolvimento, principalmente nos dias de hoje com tantas novas tecnologias. Passo seguinte e não menos importante, uma justa distribuição de riqueza, com emprego, empreendedorismo e trabalho. O empresariado nacional deve ser incentivado a investir e para isso a reforma tributária não pode continuar sendo sempre uma promessa dos governos que entram e saem. Aliada a reforma dos tributos é fundamental a diminuição da burocracia em nosso país. Abrir uma empresa ou registrar uma atividade autônoma é uma verdadeira “via-crucis”, o que desmobiliza os empreendedores e leva o trabalhador para a informalidade.
    Como diz o articulista, os quatro passos ou eixos de desenvolvimento devem ser atacados simultaneamente, com uma política de Estado e não sujeita aos humores do governo de turno. Só assim o Brasil terá futuro!

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  7. O ciclo vicioso que estamos realmente nunca irá parar se não for fornecido o básico a população brasileira, como senhor citou. E os governantes pararem de pensar a curto prazo e pensar a longo, visando as reais causas não os sintomas. Esse é um grande problema que iremos ter que conviver enquanto for sendo levado no " calor da emoção " econômica, uma hora vai estar quente outra hora fria, quando se planejado bem estaria sempre na fase quente.

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