quarta-feira, 18 de março de 2015

Exigências

O economista John Maynard Keynes, definiu a economia como um aparelho mental que, como qualquer outra  ciência, era essencial para analisar o mundo moderno e aproveitar ao máximo suas possibilidades. Ele chamou a atenção para o maior problema político da humanidade, que no seu entendimento, as nações precisam buscar a melhor combinação entre eficiência econômica, justiça social e liberdade individual, dai a ida da população as ruas exigindo do atual governo, um  ajuste dessas políticas. A liberdade individual foi retomada com a redemocratização, quanto a justiça social e a eficiência econômica estamos muito distante dos países desenvolvidos.O professor Dulio Duka de Souza no livro Práticas de cidadania tem um item que chama atenção e me parece que começa a tomar corpo neste país, que é ter a consciência da cidadania. Diz o mestre:  "Ter a consciência da necessidade de se ter consciência, para buscar conhecer os direitos e de exigir o direito de ter direito, e entender que essa consciência não se compra, não se vende, não se barganha nem se acha na rua, ao contrário, se constrói, este é o ponto mais alto da cidadania. Os sujeitos são construídos no mesmo ambiente em que vivem, convivem e produzem. Ser cidadão, ou cidadã, é poder ter condições de romper as barreiras da ignorância moral, espiritual e intelectual. É ter a capacidade de pensar e refletir a vida política, econômica, cultural e social em que vive, local e globalmente. Ser capaz de adquirir, e ter sempre presente em si, uma consciência histórica, democrática e internacional, cuja plataforma seja o direito de igualdade de oportunidade, a tolerância, a solidariedade, o respeito, a paz e a justiça. A construção da consciência se dá na sensibilização e na capacidade de perceber e sentir na pele o que está acontecendo ao nosso redor.Entretanto, não podemos ficar apenas sentindo o frio à flor da pele e esquecer o calor que há dentro de nós.Nossa reação já será a manifestação de cidadania. As entidades e os movimentos, com suas ações propositivas, seja nos debates, nos atos públicos, ou nos documentos, buscam contribuir para o processo de formação da plena cidadania, mesmo com todas as dificuldades que a realidade lhes coloca.O grande desafio, porém, está ainda no chão da escola: romper com as bases do pensamento pedagógico clássico e a lógica do conformismo daqueles e daquelas que para tudo não tem jeito, não adianta, sempre foi assim e etc., resultado de uma outra lógica puramente etapista, conteudista, linearista e eurocêntrica do sistema de ensino que materializam a discriminação, a exclusão, a dominação e elimina a identidade dos diferentes". No artigo que escrevi cujo título é Falta de Vergonha e que encontra-se neste site, afirmava: A tolerância do povo brasileiro é um escândalo, acho que nenhuma nação do mundo se comporta em omissão como a nossa e segundo pesquisa é o povo mais feliz do planeta ( dá pra entender?). Fruto da ausência da educação de qualidade em toda a cadeia que alimenta e estimula este comportamento omisso e sem visão critica das grandes questões que os atormenta.Segundo os historiadores  Aristóteles, grande filósofo grego, já nos alertava que todos os homens têm por natureza o desejo de buscar conhecimento, para dar sentido e explicação da realidade. Como educador há tantos anos, tenho verificado por parte dos meus alunos, uma dificuldade enorme em refletir e uma preferência maior pela ação,isto é fruto da ausência da qualidade em nossa cadeia educacional, onde os professores mal qualificados e mal remunerados( a exceções) não estimulam os alunos ao exercício da leitura, do pensar do ambiente em que vivem  e do  próprio mundo em constante transformação. O homem precisa compreender a sua importância como ator principal da construção da nossa história, é preciso refletir o seu papel e realizar ações que o engrandeça, que contribua com a evolução da inteligencia humana para atingirmos um novo patamar civilizatório. Que as manifestações e as suas exigências  defendida nas ruas recentemente pelo povo brasileiro, sirva  de parâmetro para o atual  governo elaborar políticas com princípios. Como já dizia o professor San Tiago Dantas em sua aula de civismo,  a base de tudo, a essência, é o saber. O saber pode te levar ao ter.O saber pode te levar ao poder.Não é  desejável que o ter leve ao poder. Mas é inadmissível que o poder te leve ao ter. A sociedade quer dar um  basta em tanta corrupção.

2 comentários:

  1. John Maynard Keynes , e seu ideal de intervencionismo do Estado na economia , formando a macroeconomia , talvez pensasse em um governo justo , sem corrupção, austero, com suas medidas corretas para salvar esse capitalismo , gastando o que não tem . O povo em geral não pensa nisso , sequer sabe que exista uma economia atrelada a situações externas , que podem derrubá-la , por falta de informação esse povão é manipulado , sem educação , sobrevive de esmolas dadas pelo governo e pela sociedade, à qual esse povo é marginalizado, atendendo prontamente aos pedidos de votos dos políticos , ás vezes em troca de muito pouco , palavras, que se comprometem a ajudá-los a sobreviver de alguma forma, acreditando no que não existe , promessas.

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  2. Quando Jonh Maynard Keynes definiu a economia como um aparelho mental, que pode trazer um melhor equilíbrio econômico e social. Pois em determinados países desenvolvidos as politicas praticadas visam o equilíbrio coletivo dos cidadãos. Eles não precisam sair as ruas para clamaram por direitos, que são pétreas na constituição federal do seu pais, nas manifestações por cidadania realizadas no Brasil o que se viu foi reivindicações das mais diversas, alguns fundamentadas na sanidade outros na insanidade contrariando o que diz o professor Dulio Duka de Souza (ser cidadão ou cidadã) é poder ter condições de superar as barreiras da ignorância moral, espiritual e intelectual. Notou-se uma clara necessidade de investimentos maciços na educação com qualidade para deixarmos de crescer como nação e passarmos a evoluir como sociedade, obrigando os governantes a preocupar-se com políticas voltadas para o povo, e promover a tão sonhada evolução da democracia.

    Postado por Marcelo Henrique da Silva, 08 de maio de 2015, 22:44h

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