quinta-feira, 26 de março de 2015

Imaginação

A professora de jornalismo econômico da Universidade de Columbia  Silvia Nasar em seu livro "A imaginação econômica ", que indico aos meus alunos como leitura obrigatória, dada a sua riqueza de informações,onde os pensadores econômicos  do século XIX  admitiam que a maioria da humanidade jamais deixaria de ser pobre e passar fome , pois , como parecia demonstrar Malthus ,o inexorável crescimento da população acabaria com os eventuais ganhos das classes baixas. Algumas décadas e muitas fábricas depois, essa visão deu lugar a uma concepção dinâmica em que o homem tomava as rédeas de seu destino econômico. É dessa transformação que trata a obra dessa excelente professora.   No epílogo deste livro diz a mestre: grande parte das jornadas começa na imaginação. A grande busca para tornar a humanidade senhora de suas circunstâncias não constitui exceção. Os fundadores da economia, no século XVIII, tinham uma visão de organização econômica de que a cooperação voluntária substituiria a coerção. Pressupunham, porém, que cada nove em dez seres humanos estavam condenados por Deus ou pela natureza a levarem uma vida de pobreza e de árduos trabalhos. Duzentos anos de história os convenceram de que a maioria da humanidade tinha tantas chaces de escapar de seu destino quanto as chances dos prisioneiros de uma colônia penal, rodeada por um vasto oceano. Dickens, Mayhew e Marshall depararam com a economia na Londres vitoriana durante uma revolução na produtividade e nos padrões de vida. Eles eram animados por uma visão mais brilhante, mais esperançosa. Esses pensadores econômicos eram movidos não apenas pela curiosidade intelectual e pelo anseio por uma teoria, mas também pelo desejo de pôr a humanidade numa situação de mando. Procuravam instrumentos de mestria, ideias que pudessem ser usadas para promover sociedades caracterizadas pela abundância e pela liberdade individual, em vez de um colapso moral e material. Eles aprenderam que a inteligência econômica era muito mais necessária para o sucesso do que o território, a população, os recursos naturais ou até mesmo a liderança tecnológica. O grande economista John Maynard Keynes, tinha a convicção de que as ideias econômicas haviam feito mais para transformar o mundo do que a máquina a vapor. As verdades econômicas podem ser menos permanentes do que as verdades matemáticas, mas a teoria econômica era essencial para saber o que funcionava, o que não funcionava,o que importava e o que não importava. O grande economista Robert Solow, afirmava: As perguntas vivem mudando e as respostas a questões até mesmo antigas continuam mudando à medida que a sociedade evolui. Isso não significa que desconheçamos o que é útil, em determinados momentos. Eu,pergunto será que  o nosso corpo político, transparente e inteligente têm consciência do que funciona e não funciona no nosso sistema econômico,neste momento?

2 comentários:

  1. Professor muito bom esse artigo, pois nos traz informações importantes para refletirmossobre lei que está tramitando no congresso.

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  2. A questão é: "Será que eles realmente se importam com isso?". Creio eu que prioritariamente não. Necessitamos desse "desejo de pôr a humanidade numa situação de mando". Informações nos dias de hoje só não tem quem não busca, e olhe que mesmo quem não busca a encontra!

    Aluna do curso de Engenharia Civil (UNP) - 4NA - NC

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