quinta-feira, 12 de março de 2015

Fazer o que é certo e bem feito

Em artigos passados tenho defendido que o desenvolvimento é um processo global de maturação e de busca de maior perfeição em todos os campos. Não se reduz ao ter mais, deve ser um permanente ter mais em todos os campos da inteligência, da sensibilidade, da moralidade, do direito e do bem estar social. Se o desenvolvimento é um processo, todos os países que tenham pretensão de se desenvolver, precisa planejar este desenvolvimento. Para que uma nação atinja um elevado estágio de desenvolvimento político, econômico e social, precisa ter um corpo político de líderes capazes de exercer uma orientação firme e segura nas várias camadas da sociedade durante um longo período de tempo. Quanto ao tempo, verificamos que o processo de desenvolvimento é contínuo. Nenhum país alcançou o estágio ótimo de desenvolvimento, pois sempre terá alguns setores com deficiências a serem corrigidos. Por ser contínuo, o desenvolvimento econômico de uma nação pode passar por fases de retardamento ou de um retrocesso. Especificamente o Brasil que hoje encontra-se em uma fase critica de retardamento do seu processo de desenvolvimento criando dificuldades enormes no crescimento de sua economia em função de erros cometidos no passado na condução da nossa política econômica. Segundo o professor Delfim Netto em artigo publicado em 11\03\2015, cujo título é "Recuperar o normal", na Folha de São Paulo mostra com muita propriedade o precisa ser feito para atingirmos o tal estágio ao longo do tempo desde que os princípios que precisam ser implementados seja adotado, diz o mestre:Existem  limites para o voluntarismo econômico que não podem ser contornados sem graves consequências que, infelizmente, sempre chegam tarde demais, como, por exemplo:
1º) tentação de violar as identidades da contabilidade nacional, que leva a desequilíbrios cumulativos, cuja correção é sempre dolorosa;
2º) a necessidade de calibrar permanentemente o crescimento econômico (produzido pelo investimento) com a imprescindível redução das desigualdades (aumento das oportunidades de consumo);
3º) ignorar que só pode ser distribuído o que já foi produzido internamente, o que se ganhou de presente do exterior com a melhoria das relações de troca ou o que se tomou emprestado do exterior e que deverá ser devolvido no futuro;
4º) desconhecer que o crescimento econômico é somente o codinome do aumento da produtividade dos trabalhadores que depende, basicamente:
a) da saúde, da educação e da experiência de cada um e do volume e da qualidade tecnológica do capital a ele associado (investimento);
b) de como se organiza o processo produtivo nas empresas e sua segurança jurídica, ou seja, da eficiência com que transformam os fatores de produção que usam (trabalho, capital físico, energia e importação) em produtos acabados para consumo interno e exportação e em novos fatores de produção (investimento), o que é facilitado;
c) pela existência de mercados bem regulados que coordenam, por meio de preços relativos livremente estabelecidos, as expectativas de consumo interno e externo com as expectativas de oferta dos produtores;
d) da organização do Estado para prover serviços públicos com eficiência e liberá-lo do controle dos monopólios naturais com suas concessões ao setor privado por meio da criação desses mercados e do estabelecimento da "modicidade tarifária" com leilões bem concebidos e;
5º) deixar de reconhecer que a "ordem" fiscal (deficits estruturais adequados e relação dívida pública bruta/PIB com espaço suficiente para fazer política anticíclica quando necessário) é a mãe de todas as "ordens" e a possibilidade de uma coordenação adequada entre a política fiscal e as políticas monetária, salarial e cambial que produz o equilíbrio interno (baixa inflação) e o externo (deficit em conta corrente saudável).
Façamos apenas o "normal". Dá certo!
A insatisfação da sociedade brasileira em razão das dificuldades que precisam ser superadas e que exige um esforço de todos, só será alcançadas quando as autoridades econômicas compreenderem que os pontos que foram citados sejam realmente implementados. Como diz o mestre "fazer bem feito o que é certo".

4 comentários:

  1. Braytner Ricardo de Lima.12 de março de 2015 às 18:09

    Caro Professor;

    Mesmo não sabendo ainda me expressar com essa linguagem técnica; mais gostaria de comentar apenas que essas autoridades políticas que deveriam saber representar e trabalhar para o desenvolvimento do País não estão preocupados, como deveriam estar, com o avanço e bem estar da sociedade; mais sim com a expressão (ter mais) para si mesmo e posições que lhes ofereçam o sentimento de poder e destaque e tomando decisões em favor próprio e depois fingindo que "sua a camisa" com atitudes fingidas.
    Há um caminho, pensar no próximo e servi-lo.

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  2. Como disse o professor em sala de aula , o que diferencia o político comum de um estadista é exatamente a visão ampla de projeção do futuro de uma nação. Planejar anos antes , faz toda diferença na aplicabilidade das ideias quando chegar a hora .

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  3. Necessitamos de representantes que realmente queiram nos representar! E mais ainda de pessoas que saibam votar! Já está mais do que na hora de retirar DEFINITIVAMENTE essa pratica de “casta” hereditária de políticos profissionais, que ainda é vista no nosso estado (Família Maia, Faria, ...) e depois dessa votação da lei de terceirização comprovei que só fazem "besteiras".

    Aluna do curso de Engenharia Civil (UNP) - 4NA - NC

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  4. Como finaliza o texto, "fazer bem feito o que é certo", realmente não é uma frase tão difícil de ser compreendida, mas infelizmente, complicada de agir quando falamos dos nossos políticos.
    Não é tão difícil de fazer bem feito, quando trabalhamos de forma certa e coerente e quando sabemos o que está sendo realizado.
    Os Governantes sabem o que deve ser feito, só não querem fazer da forma certa.
    Infelizmente a população "inventam de ser leigas" na hora de escolher os futuros Gestores, sendo assim culpados do retardamento de uma nação.
    Quando se faz o Certo e bem feito, provavelmente, obteremos bons resultados.

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