sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Colonização

A economia brasileira atravessa uma crise em que o sistema econômico levará tempo para se recuperar. Os macros mercados (trabalho, moeda, cambial e bens e serviços), que precisam estarem bem alinhados encontram-se desajustados. Essa paralisia é resultado da sociedade brasileira em não decidir o caminho que a economia deve buscar, a participação cada vez maior do Estado ou se deve estimular a iniciativa privada que no meu entender é a única que tem competência e recursos para empreender? Essa falta de definição faz a nossa nação perder competitividade diante do mundo e não avançar no sentido de buscar uma sociedade mas justa e digna para todos os brasileiros. Se analisarmos o ambiente de negócio deste país consta que somos um verdadeiro fracasso ao estímulo da atividade empreendedora: valores culturais, crédito, logística, burocracia,legislação confusa, corrupção,  dificuldades para exportar e importar e ausência de um modelo de gestão inovador e criativo. Alguns estudiosos atribuem esses obstáculos ao estilo da colonização portuguesa que não estimulou o espírito empreendedor do brasileiro. Para entender o nosso país, um dos estudiosos que geralmente recorremos é a Caio Prado Júnior, que comparava a nossa colonização à ação de uma empresa cujo único objetivo era o de extrair, jamais o de produzir, o que tornava supérflua a inovação, essencial ao empreendedorismo. O professor afirmava que a abundância de terra fértil permitia que o colonizador, tendo exaurido determinado solo, em vez de recuperá-lo, buscasse outro disponível. Além disso, o forte centralismo governamental, com sua hierarquia rígida e economia apoiada no escravismo, criou vínculos de dependência e submissão, reprimindo a cooperação no trabalho e a liberdade para a iniciativa da sociedade civil. A criatividade do brasileiro não é usada para transformar o ambiente, o brasileiro tem aplicado a sua força e criatividade para resistir à adversidade do ambiente, do que para modificá-lo. Utilizamos a nossa energia para sobreviver com passividade. O historiador inglês Landes afirma que têm maior chance de sucesso as sociedades em que as pessoas vivem para trabalhar e não aquelas em que a população trabalha para viver.Qualquer sociedade se organiza de tal modo que permita a sua população no futuro usufruir de uma qualidade de vida bem melhor e sem as incertezas e as ameaças que este mundo moderno têm produzido nos últimos anos. Vivemos a era  do conhecimento e da democracia, que naturalmente tende a diminuir privilégios, a busca pelo equilíbrio é dinâmica e está relacionada à capacidade de mudança das pessoas em uma velocidade maior ou pelo menos igual à velocidade de transformação do ambiente. O Estado brasileiro é o grande protagonista da nossa economia, sempre agiu com elevada dose de protecionismo e subsídios, resguardando a nossa base produtiva da competição internacional, criando um capitalismo viciado e marcado por uma cultura empresarial dependente do paternalismo e distante das normas da meritocracia. E hoje estamos pagando um preço elevado pelos erros e equívocos que construímos  ao longo do tempo, mas se pensarmos a longo prazo e com competência talvez possamos voltar a sonhar com um futuro que garanta as  novas gerações uma vida digna e sem atropelos para todos.   Acorda Brasil!

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